Mário, O Pianista
Até há dois anos atrás eu tinha aqui no Sarcófago alguns arquivos MP3 com músicas que eu tinha tocado no meu teclado. Aí o servidor pifou, meu HD queimou e eu perdi tudo. Tempos atrás eu recuperei um destes arquivos. Interessa colocá-lo de volta por aqui?
Alpinista Racista
Na equipe de alpinistas do Exército Brasileiro um dos soldados foi preso por descumprir ordens superiores. O fato é que ele era tão racista, mas tão racista, que se negou a subir o pico das agulhas negras.
As Aventuras do Rapaz Mais Tímido do Mundo
Certa vez ele comprou um perfume de R$ 90,00 só porque ficou com vergonha de admitir para a vendedora que tinha entrado na loja errada.
Ricardo Semler - Do Rock à Fortune - Considerações Finais
Este então, foi o meu trabalho sobre o Ricardo Semler para as aulas de empreendedorismo na Estácio de Sá. Espero que tenha sido uma boa leitura para vocês, e que tenha sido tão proveitoso quanto foi pra mim escrever.
Assim como falei na palestra, que fique para vocês o exemplo de que qualquer um com força de vontade e criatividade pode chegar lá, onde quer que seja o lá. Ricardo Semler foi um moleque que não gostava de administração, que queria mais curtir as coisas boas da vida, assim como muitos de nós, mas aprendeu a gostar da coisa e hoje é um grande homem, reconhecido, respeitado e, além de tudo, rico.
Por fim, clique aqui para copiar o arquivo (de 50 k) com todo o trabalho.
Assim como falei na palestra, que fique para vocês o exemplo de que qualquer um com força de vontade e criatividade pode chegar lá, onde quer que seja o lá. Ricardo Semler foi um moleque que não gostava de administração, que queria mais curtir as coisas boas da vida, assim como muitos de nós, mas aprendeu a gostar da coisa e hoje é um grande homem, reconhecido, respeitado e, além de tudo, rico.
Por fim, clique aqui para copiar o arquivo (de 50 k) com todo o trabalho.
Ricardo Semler - Do Rock à Fortune - Anexo
Carta dos Brasileiros aos Brasileiros
Nós, cinqüenta brasileiros vindos das cinco regiões do país, proporcionalmente divididos, de acordo com o último Censo, queremos repartir com todos os brasileiros considerações e proposições - fruto de três dias de concentração, e de nossa experiência acumulada.
Considerações:
Achamos que o brasileiro é pouco conscientizado e não se mobiliza o suficiente, deixando que poucos tomem as rédeas do país. Recomendamos que os brasileiros se mobilizem em ONGs, associações, conselhos, entidades representativas e movimentos sociais.
A imprensa é concentrada em poucas mãos e com interesses da elite. Precisa haver desconcentração, democratização e pluralização da mídia. Isto pode levar ao resgate das culturas locais, legalização das rádios e TV's comunitárias, e mais tempo para programas educativos.
Consideramos a reforma agrária fundamental para o desenvolvimento do país.
Consideramos que os brasileiros usam pouco os instrumentos do Referendo e do Plebiscito.
Consideramos urgente uma reforma fiscal e financeira, reduzindo o lucro dos bancos e a renda concentrada.
Expressamos a nossa profunda indignação em relação ao descumprimento das leis do país.
Estamos indignados com a corrupção e os desmandos em relação à falta de fiscalização e impunidade.
Achamos que a dívida externa é injusta e exagerada e deve ser renegociada.
Não somos bem representados pelos políticos e exigimos uma reforma política.
Proposições
1. Que os recursos da educação sejam dobrados a partir do redirecionamento de outras áreas do orçamento.
2. Que o voto seja facultativo.
3. Que os novos contratados para o funcionalismo público não tenham estabilidade por tempo de serviço.
4. Que seja reformulado o estatuto do servidor público incluindo punições mais rigorosas para os cargos eletivos.
5. Que sejam criadas limitações para a propriedade da terra e de riquezas individuais - por meio de aumentos substanciais no imposto de renda para quem tem mais.
Nós, cinqüenta brasileiros vindos das cinco regiões do país, proporcionalmente divididos, de acordo com o último Censo, queremos repartir com todos os brasileiros considerações e proposições - fruto de três dias de concentração, e de nossa experiência acumulada.
Considerações:
Achamos que o brasileiro é pouco conscientizado e não se mobiliza o suficiente, deixando que poucos tomem as rédeas do país. Recomendamos que os brasileiros se mobilizem em ONGs, associações, conselhos, entidades representativas e movimentos sociais.
A imprensa é concentrada em poucas mãos e com interesses da elite. Precisa haver desconcentração, democratização e pluralização da mídia. Isto pode levar ao resgate das culturas locais, legalização das rádios e TV's comunitárias, e mais tempo para programas educativos.
Consideramos a reforma agrária fundamental para o desenvolvimento do país.
Consideramos que os brasileiros usam pouco os instrumentos do Referendo e do Plebiscito.
Consideramos urgente uma reforma fiscal e financeira, reduzindo o lucro dos bancos e a renda concentrada.
Expressamos a nossa profunda indignação em relação ao descumprimento das leis do país.
Estamos indignados com a corrupção e os desmandos em relação à falta de fiscalização e impunidade.
Achamos que a dívida externa é injusta e exagerada e deve ser renegociada.
Não somos bem representados pelos políticos e exigimos uma reforma política.
Proposições
1. Que os recursos da educação sejam dobrados a partir do redirecionamento de outras áreas do orçamento.
2. Que o voto seja facultativo.
3. Que os novos contratados para o funcionalismo público não tenham estabilidade por tempo de serviço.
4. Que seja reformulado o estatuto do servidor público incluindo punições mais rigorosas para os cargos eletivos.
5. Que sejam criadas limitações para a propriedade da terra e de riquezas individuais - por meio de aumentos substanciais no imposto de renda para quem tem mais.
Ricardo Semler - Do Rock à Fortune - Parte Final
O CIDADÃO
Não satisfeito em apenas mudar sua empresa, conseguindo na esteira disso fama, sucesso e dinheiro, Ricardo achou que era hora de ajudar o Brasil.
O primeiro de seus empreendimentos neste sentido foi a criação da Escola Lumiar, um projeto educacional que tem o apoio da Harvard School of Education.
A Escola Lumiar tem como base um novo paradigma de ensino, baseado na liberdade e curiosidade das crianças. Buscando provar que a hierarquia militar e a Síndrome de Internato são resultados de um condicionamento maléfico que os adultos têm, nascido da escola tradicional, a Escola Lumiar não trabalha com a figura do professor, mas com a do tutor a longo prazo. Lá, o ônus de estimular as crianças é transferido para os adultos, em vez de colocá-las sentadas, à mercê do professor.
Outro de seus empreendimentos feitos no sentido de ajudar o Brasil nasceu de um encontro claramente inspirado no Brainstorm 2001.
Em 2004, Ricardo reuniu em Campos do Jordão 50 grandes mentes brasileiras, com a proposta de pensar como seria um Brasil ideal. Entre os nomes que passam por lá estavam o médico Adib Jatene, a Monja Cohen, maior nome do budismo no país, a atriz Regina Casé e o jornalista Paulo Henrique Amorim. Além destes, lá estiveram também pessoas das mais variadas profissões: publicitários, educadores, escritores, engenheiros, e até mesmo um estrategista militar e um fazendeiro.
Deste encontro nasceu o Instituto DNA Brasil, que tem como objetivo divulgar o que foi discutido naquele encontro, incluindo aí a publicação de um livro e um DVD, e também fomentar, incentivar e disseminar a discussão sobre os problemas brasileiros e suas possíveis soluções. Além do comprometimento das pessoas que participaram do encontro, o Instituto conta também com o apoio de empresas do porte da Microsoft.
O encontro de 2004 não foi o único. Em 2005 novas mentes se reuniram para uma nova rodada de discussões, porém desta vez foram 50 pessoas anônimas. O detalhe especial deste grupo foi que ele refletia, da melhor maneira possível, o censo brasileiro de 2000.
Como assim? Por exemplo, o censo dizia que a população do Brasil dividia-se em x% no sudeste, y% no norte, etc., logo, das 50 pessoas x% eram do sudeste, y% do norte, etc.. Esta divisão era proporcional não somente em relação à distribuição regional, mas também em relação ao sexo, religião, nível educacional e idade, entre outros. Este segundo encontro gerou, inclusive, um documento chamado "Carta dos Brasileiros aos Brasileiros", que pode ser encontrada no anexo ao final deste trabalho.
O Instituto foi responsável também pela criação do Índice DNA Brasil, um índice parecido com o IDH, porém com mais abrangência. A partir da definição do que seria o Brasil ideal, é realizada anualmente uma pesquisa para verificar o quão distante estamos desta visão. Nas duas primeiras medições, em 2004 e 2005, o Brasil estava a menos de 50% do que era considerado ideal, havendo uma leve melhora de um ano para outro.
Esta, enfim, é a história de Ricardo Semler, um homem que saiu de uma juventude alienada para se tornar um dos homens mais influentes do mundo corporativo. O homem que largou a guitarra do grupo Mae West para ilustrar a capa da revista Fortune.
Para todos aqueles que buscam se aventurar pelos caminhos do empreendedorismo, Ricardo aparece como um dos melhores exemplos de motivação, iniciativa, criatividade, inteligência e até mesmo de cidadania. Um amostra de que qualquer um pode ter sucesso.
Diante de tudo isso, já tendo visto que a SEMCO é uma empresa diferente, resta apenas uma pergunta para ser respondida: quem não gostaria de trabalhar para Ricardo Semler?
Não satisfeito em apenas mudar sua empresa, conseguindo na esteira disso fama, sucesso e dinheiro, Ricardo achou que era hora de ajudar o Brasil.
O primeiro de seus empreendimentos neste sentido foi a criação da Escola Lumiar, um projeto educacional que tem o apoio da Harvard School of Education.
A Escola Lumiar tem como base um novo paradigma de ensino, baseado na liberdade e curiosidade das crianças. Buscando provar que a hierarquia militar e a Síndrome de Internato são resultados de um condicionamento maléfico que os adultos têm, nascido da escola tradicional, a Escola Lumiar não trabalha com a figura do professor, mas com a do tutor a longo prazo. Lá, o ônus de estimular as crianças é transferido para os adultos, em vez de colocá-las sentadas, à mercê do professor.
Outro de seus empreendimentos feitos no sentido de ajudar o Brasil nasceu de um encontro claramente inspirado no Brainstorm 2001.
Em 2004, Ricardo reuniu em Campos do Jordão 50 grandes mentes brasileiras, com a proposta de pensar como seria um Brasil ideal. Entre os nomes que passam por lá estavam o médico Adib Jatene, a Monja Cohen, maior nome do budismo no país, a atriz Regina Casé e o jornalista Paulo Henrique Amorim. Além destes, lá estiveram também pessoas das mais variadas profissões: publicitários, educadores, escritores, engenheiros, e até mesmo um estrategista militar e um fazendeiro.
Deste encontro nasceu o Instituto DNA Brasil, que tem como objetivo divulgar o que foi discutido naquele encontro, incluindo aí a publicação de um livro e um DVD, e também fomentar, incentivar e disseminar a discussão sobre os problemas brasileiros e suas possíveis soluções. Além do comprometimento das pessoas que participaram do encontro, o Instituto conta também com o apoio de empresas do porte da Microsoft.
O encontro de 2004 não foi o único. Em 2005 novas mentes se reuniram para uma nova rodada de discussões, porém desta vez foram 50 pessoas anônimas. O detalhe especial deste grupo foi que ele refletia, da melhor maneira possível, o censo brasileiro de 2000.
Como assim? Por exemplo, o censo dizia que a população do Brasil dividia-se em x% no sudeste, y% no norte, etc., logo, das 50 pessoas x% eram do sudeste, y% do norte, etc.. Esta divisão era proporcional não somente em relação à distribuição regional, mas também em relação ao sexo, religião, nível educacional e idade, entre outros. Este segundo encontro gerou, inclusive, um documento chamado "Carta dos Brasileiros aos Brasileiros", que pode ser encontrada no anexo ao final deste trabalho.
O Instituto foi responsável também pela criação do Índice DNA Brasil, um índice parecido com o IDH, porém com mais abrangência. A partir da definição do que seria o Brasil ideal, é realizada anualmente uma pesquisa para verificar o quão distante estamos desta visão. Nas duas primeiras medições, em 2004 e 2005, o Brasil estava a menos de 50% do que era considerado ideal, havendo uma leve melhora de um ano para outro.
Esta, enfim, é a história de Ricardo Semler, um homem que saiu de uma juventude alienada para se tornar um dos homens mais influentes do mundo corporativo. O homem que largou a guitarra do grupo Mae West para ilustrar a capa da revista Fortune.
Para todos aqueles que buscam se aventurar pelos caminhos do empreendedorismo, Ricardo aparece como um dos melhores exemplos de motivação, iniciativa, criatividade, inteligência e até mesmo de cidadania. Um amostra de que qualquer um pode ter sucesso.
Diante de tudo isso, já tendo visto que a SEMCO é uma empresa diferente, resta apenas uma pergunta para ser respondida: quem não gostaria de trabalhar para Ricardo Semler?
Ricardo Semler - Do Rock à Fortune - Parte VI
O ESCRITOR
Virando a Própria Mesa foi apenas o primeiro de muitos livros. De lá pra cá, Ricardo já escreveu vários outros, inclusive alguns lançados inicialmente nos Estados Unidos, para apenas meses depois ser traduzido e lançado no Brasil. O título de um dos seus últimos livros reflete de forma clara a sua orientação quanto ao desapego aos horários fixos de trabalho: The Seven-Day Weekend.
Com o sucesso de Virando a Própria Mesa, Ricardo passou a ser requisitado para escrever em várias publicações, e não apenas sobre administração. No início da década de noventa, com a popularidade em níveis altíssimos, escreveu artigos sobre administração e negócios para as revistas Exame e Veja, sobre comida na Playboy e sobre rock, sexo e viagens na finda Interview.
Isso no Brasil, porque nos Estados Unidos ele também não ficava parado. Já escreveu vários artigos para a Harvard Business Review, a maior revista americana sobre administração, sendo que um deles, Managing Without Managers, de 1994, é um dos 4 mais vendidos da história da revista.
A VOZ ATIVA
Dado o seu sucesso como escritor e administrador, é fácil descobrir o próximo passo na carreira de Ricardo. Todos queriam ouvi-lo, saber sua opinião e acompanhar as suas idéias. Começou então a dar palestras no Brasil e no exterior, chegando a cobrar a incrível cifra de US$ 50.000,00 por apresentação.
Além disso já participou de vários seminários nos Estados Unidos ao lado de grandes personalidades e gurus da administração, como, por exemplo, Bill Clinton, Peter Drucker. Em 2001, a convite da revista Fortune, foi o único sul-americano presente entre os 150 participantes do encontro Brainstorm 2001, uma superconferência onde discutiram os caminhos a serem seguidos pelas empresas que desejassem ter sucesso em suas empreitadas pelos próximos anos.
O sucesso nos Estados Unidos foi tão grande que os americanos criaram o termo Semlerismo, que denomina tudo o que está ligado ao pensamento de Ricardo Semler.
Virando a Própria Mesa foi apenas o primeiro de muitos livros. De lá pra cá, Ricardo já escreveu vários outros, inclusive alguns lançados inicialmente nos Estados Unidos, para apenas meses depois ser traduzido e lançado no Brasil. O título de um dos seus últimos livros reflete de forma clara a sua orientação quanto ao desapego aos horários fixos de trabalho: The Seven-Day Weekend.
Com o sucesso de Virando a Própria Mesa, Ricardo passou a ser requisitado para escrever em várias publicações, e não apenas sobre administração. No início da década de noventa, com a popularidade em níveis altíssimos, escreveu artigos sobre administração e negócios para as revistas Exame e Veja, sobre comida na Playboy e sobre rock, sexo e viagens na finda Interview.
Isso no Brasil, porque nos Estados Unidos ele também não ficava parado. Já escreveu vários artigos para a Harvard Business Review, a maior revista americana sobre administração, sendo que um deles, Managing Without Managers, de 1994, é um dos 4 mais vendidos da história da revista.
A VOZ ATIVA
Dado o seu sucesso como escritor e administrador, é fácil descobrir o próximo passo na carreira de Ricardo. Todos queriam ouvi-lo, saber sua opinião e acompanhar as suas idéias. Começou então a dar palestras no Brasil e no exterior, chegando a cobrar a incrível cifra de US$ 50.000,00 por apresentação.
Além disso já participou de vários seminários nos Estados Unidos ao lado de grandes personalidades e gurus da administração, como, por exemplo, Bill Clinton, Peter Drucker. Em 2001, a convite da revista Fortune, foi o único sul-americano presente entre os 150 participantes do encontro Brainstorm 2001, uma superconferência onde discutiram os caminhos a serem seguidos pelas empresas que desejassem ter sucesso em suas empreitadas pelos próximos anos.
O sucesso nos Estados Unidos foi tão grande que os americanos criaram o termo Semlerismo, que denomina tudo o que está ligado ao pensamento de Ricardo Semler.
Ricardo Semler - Do Rock à Fortune - Parte V
Nesta época de crescimento acelerado, um dos grandes trunfos de Ricardo para motivar seus funcionários a trabalhar com afinco e vontade, vestindo a camisa da empresa, é a já citada liberdade que ele dá aos seus funcionários. Mesmo em tempos modernos como os que vivemos, em que o assunto está tão em voga nas revistas e cursos de administração, a SEMCO é uma empresa-exemplo quando o assunto é a maneira de lidar com aqueles que figuram em sua folha de pagamento.
Um dos pontos chave da administração de RH de Ricardo é se perguntar sempre o que faz os funcionários desejarem ir para a empresa numa segunda-feira de manhã. Descobrindo isso, ou inventando soluções para isso, ele tenta implementá-las assim que possível.
Uma das liberdades que os funcionários da SEMCO têm são os seus horários flexíveis. Ricardo prega que, se as pessoas podem levar trabalho para casa nos finais de semana, elas devem ter o direito de ter um tempo livre durante a semana, até mesmo para assistir uma estréia no cinema na segunda-feira de tarde. O importante para ele é que a pessoa faça o que tem que ser feito: se o funcionário é competente o suficiente para terminar o seu trabalho em tempo recorde, ele não precisa ficar o resto do dia fingindo que está dando duro no serviço.
Outra atitude ousada de Ricardo, esta sim batendo de frente ao pensamento que existe na maioria das empresas, grandes ou pequenas, é o fato de que os funcionários não têm restrições no acesso à internet. Se você está na frente do computador e precisa mandar um email para um amigo ou pesquisar o preço do cd novo do Elton John, vá e faça, sem precisar de esconder de ninguém. Ricardo prega que isso é um incentivo à responsabilidade auto-imposta.
Tudo isso mostra o quanto Ricardo apoia o chamado ócio criativo. Ele cita até o matemático Johannes Kepler, que dizia que "a solução vem, como sempre, pelas portas dos fundos do cérebro, hesitando e com vergonha". Ricardo segue a linha dos que dizem que é preciso estar com a mente relaxada para ter idéias e deixar o subconsciente trabalhar.
Para incentivar o surgimento de idéias em momentos de ócio, ele tem na sede da SEMCO uma área bem especial: um redário. Uma sala quieta, calma, com redes por todos os lados. Qualquer um, a qualquer hora, pode ir para lá, deitar, tirar um cochilo, ler um livro, descansar. Outra idéia de Ricardo, esta ainda não implementada, é uma sala escura, com poltronas reclinadas e fones de ouvido, para os funcionários deitarem e até dormirem ouvindo música.
A grande motivação por trás de todas essas iniciativas libertárias para os seus funcionários é que Ricardo crê que excesso de controle tolhe a criatividade. Ele diz que as empresas que criam excessos de restrições sobre seus funcionários são herdeiras da hierarquia militar e sofrem do que ele chama de Síndrome de Internato.
Ricardo crê que se as pessoas têm que ficar preocupadas com a hora exata de entrar e sair, onde podem ir, como podem e devem fazer, não vão ter muito tempo, e muito menos coragem, de tentar descobrir novos meios de fazer melhor.
Toda esta diversificação de negócios e liberdade para os funcionários levaram a SEMCO a se tornar uma empresa de crescimento acima da média. Dos menos de 100 funcionários que haviam em 1993, em 2001 já eram mais de 2000; e o faturamento que no final da década de oitenta mal chegava a US$ 4 milhões por ano, chegou em 2001 com estimativas de mais US$ 100 milhões. Como resultado destes números, a taxa de crescimento da SEMCO chegou à impressionante marca de 35% ao ano.
Um dos pontos chave da administração de RH de Ricardo é se perguntar sempre o que faz os funcionários desejarem ir para a empresa numa segunda-feira de manhã. Descobrindo isso, ou inventando soluções para isso, ele tenta implementá-las assim que possível.
Uma das liberdades que os funcionários da SEMCO têm são os seus horários flexíveis. Ricardo prega que, se as pessoas podem levar trabalho para casa nos finais de semana, elas devem ter o direito de ter um tempo livre durante a semana, até mesmo para assistir uma estréia no cinema na segunda-feira de tarde. O importante para ele é que a pessoa faça o que tem que ser feito: se o funcionário é competente o suficiente para terminar o seu trabalho em tempo recorde, ele não precisa ficar o resto do dia fingindo que está dando duro no serviço.
Outra atitude ousada de Ricardo, esta sim batendo de frente ao pensamento que existe na maioria das empresas, grandes ou pequenas, é o fato de que os funcionários não têm restrições no acesso à internet. Se você está na frente do computador e precisa mandar um email para um amigo ou pesquisar o preço do cd novo do Elton John, vá e faça, sem precisar de esconder de ninguém. Ricardo prega que isso é um incentivo à responsabilidade auto-imposta.
Tudo isso mostra o quanto Ricardo apoia o chamado ócio criativo. Ele cita até o matemático Johannes Kepler, que dizia que "a solução vem, como sempre, pelas portas dos fundos do cérebro, hesitando e com vergonha". Ricardo segue a linha dos que dizem que é preciso estar com a mente relaxada para ter idéias e deixar o subconsciente trabalhar.
Para incentivar o surgimento de idéias em momentos de ócio, ele tem na sede da SEMCO uma área bem especial: um redário. Uma sala quieta, calma, com redes por todos os lados. Qualquer um, a qualquer hora, pode ir para lá, deitar, tirar um cochilo, ler um livro, descansar. Outra idéia de Ricardo, esta ainda não implementada, é uma sala escura, com poltronas reclinadas e fones de ouvido, para os funcionários deitarem e até dormirem ouvindo música.
A grande motivação por trás de todas essas iniciativas libertárias para os seus funcionários é que Ricardo crê que excesso de controle tolhe a criatividade. Ele diz que as empresas que criam excessos de restrições sobre seus funcionários são herdeiras da hierarquia militar e sofrem do que ele chama de Síndrome de Internato.
Ricardo crê que se as pessoas têm que ficar preocupadas com a hora exata de entrar e sair, onde podem ir, como podem e devem fazer, não vão ter muito tempo, e muito menos coragem, de tentar descobrir novos meios de fazer melhor.
Toda esta diversificação de negócios e liberdade para os funcionários levaram a SEMCO a se tornar uma empresa de crescimento acima da média. Dos menos de 100 funcionários que haviam em 1993, em 2001 já eram mais de 2000; e o faturamento que no final da década de oitenta mal chegava a US$ 4 milhões por ano, chegou em 2001 com estimativas de mais US$ 100 milhões. Como resultado destes números, a taxa de crescimento da SEMCO chegou à impressionante marca de 35% ao ano.
Ricardo Semler - Do Rock à Fortune - Parte IV
EMPREENDER
A partir deste momento, com sucesso e fama no currículo, Ricardo não parou mais, e passou a agir em várias frentes: a SEMCO do século XXI é uma gigante do mundo empresarial e não pára de crescer. Virando a Própria Mesa foi só o primeiro de muitos livros. Todos querem saber a opinião de Ricardo, e ele se tornou o queridinho dos gurus da administração mundial. E, como se não bastasse, passou a lutar em busca de um Brasil melhor.
A SEMCO DO SÉCULO XXI
Hoje, a SEMCO é, na verdade, um conglomerado de empresas menores. Veja bem, 'menores', não 'pequenas'. Cada negócio novo identificado e aprovado por Ricardo e seus camaradas transforma-se numa nova empresa sob a bandeira da SEMCO, sendo que a maioria dos novos empreendimentos é da área de prestação de serviços, que hoje responde por mais de 80% do faturamento do grupo. E ainda existem pessoas que duvidam que terceirização é a cara do futuro.
Entre vários, aqui estão alguns dos braços da SEMCO:
Semco RGIS: empresa que presta serviços na área de contagem de estoque de grandes lojas varejistas, feita em parceria com a americana RGIS. Tem na sua carteira de clientes nomes como Pão de Açúcar e Americanas.
Cushman & Wakefield Semler: empresa que presta serviços de administração de edifícios e condomínios corporativos.
ERM Brasil: prestadora de consultoria em meio ambiente, segurança do trabalho e higiene industrial. Parceria com a americana Environmental Resources Management Group.
SEMCO Manutenção Volante: seguindo o modelo dos Super Joes americanos, presta serviços de reparos e manutenção hidráulica, civil, elétrica e de ar-condicionado. Neste modelo, os funcionários, chamados de Super Zés, ficam espalhados pela cidade, apenas aguardando por um chamado.
SEMCO LifeMaster: prestação de serviços de manutenção de sites, torres e redes de telecomunicações.
Algumas dessas empresas nasceram a partir da SEMCO Ventures, que é uma espécie de incubadora dentro da própria empresa.
Pelo que já foi exposto, fica fácil notar que Ricardo não constrói toda a sua experiência aqui no Brasil. Muitas de suas empresas nascem a partir da associação com empresas já firmadas e com grande experiência em suas áreas de atuação. A SEMCO as traz para o Brasil, faz as adaptações necessárias à nossa realidade e começa a trabalhar.
Alguém pode perguntar, então, de onde Ricardo tira todas estas idéias. A resposta é simples, e serve de exemplo a todos aqueles que têm vontade de criar uma empresa: busca. Ricardo não descansa, ele está sempre se atualizando, viajando, conhecendo outras culturas, outras empresas, outras pessoas, lendo, numa busca incessante por novos nichos de mercado, novas oportunidades de crescimento. Ricardo é um dos melhores exemplos de que quem não se comunica, quem não põe a cara no mundo, não cresce.
A partir deste momento, com sucesso e fama no currículo, Ricardo não parou mais, e passou a agir em várias frentes: a SEMCO do século XXI é uma gigante do mundo empresarial e não pára de crescer. Virando a Própria Mesa foi só o primeiro de muitos livros. Todos querem saber a opinião de Ricardo, e ele se tornou o queridinho dos gurus da administração mundial. E, como se não bastasse, passou a lutar em busca de um Brasil melhor.
A SEMCO DO SÉCULO XXI
Hoje, a SEMCO é, na verdade, um conglomerado de empresas menores. Veja bem, 'menores', não 'pequenas'. Cada negócio novo identificado e aprovado por Ricardo e seus camaradas transforma-se numa nova empresa sob a bandeira da SEMCO, sendo que a maioria dos novos empreendimentos é da área de prestação de serviços, que hoje responde por mais de 80% do faturamento do grupo. E ainda existem pessoas que duvidam que terceirização é a cara do futuro.
Entre vários, aqui estão alguns dos braços da SEMCO:
Semco RGIS: empresa que presta serviços na área de contagem de estoque de grandes lojas varejistas, feita em parceria com a americana RGIS. Tem na sua carteira de clientes nomes como Pão de Açúcar e Americanas.
Cushman & Wakefield Semler: empresa que presta serviços de administração de edifícios e condomínios corporativos.
ERM Brasil: prestadora de consultoria em meio ambiente, segurança do trabalho e higiene industrial. Parceria com a americana Environmental Resources Management Group.
SEMCO Manutenção Volante: seguindo o modelo dos Super Joes americanos, presta serviços de reparos e manutenção hidráulica, civil, elétrica e de ar-condicionado. Neste modelo, os funcionários, chamados de Super Zés, ficam espalhados pela cidade, apenas aguardando por um chamado.
SEMCO LifeMaster: prestação de serviços de manutenção de sites, torres e redes de telecomunicações.
Algumas dessas empresas nasceram a partir da SEMCO Ventures, que é uma espécie de incubadora dentro da própria empresa.
Pelo que já foi exposto, fica fácil notar que Ricardo não constrói toda a sua experiência aqui no Brasil. Muitas de suas empresas nascem a partir da associação com empresas já firmadas e com grande experiência em suas áreas de atuação. A SEMCO as traz para o Brasil, faz as adaptações necessárias à nossa realidade e começa a trabalhar.
Alguém pode perguntar, então, de onde Ricardo tira todas estas idéias. A resposta é simples, e serve de exemplo a todos aqueles que têm vontade de criar uma empresa: busca. Ricardo não descansa, ele está sempre se atualizando, viajando, conhecendo outras culturas, outras empresas, outras pessoas, lendo, numa busca incessante por novos nichos de mercado, novas oportunidades de crescimento. Ricardo é um dos melhores exemplos de que quem não se comunica, quem não põe a cara no mundo, não cresce.
Ricardo Semler - Do Rock à Fortune - Parte III
Mas as mudanças não aconteceram apenas com os funcionários. Ao mesmo tempo em que mudava o seu relacionamento com o pessoal de dentro da empresa, Ricardo iniciou uma série infindável de mudanças no relacionamento da empresa com os clientes, promovendo profundas mudanças na identidade da empresa, lançando mão da abertura de um leque de produtos e serviços.
O primeiro passo foi se desvincular da indústria naval. Ampliando suas fábricas, a SEMCO passou a produzir também equipamentos para indústrias farmacêuticas, químicas, de mineração e de refrigeração.
Mas não ficou por aí. O mais importante movimento tomado por Ricardo no jogo do capitalismo foi direcionar a SEMCO para a prestação de serviços, e não apenas serviços ligados ao que produzia, mas também a qualquer outro serviço para o qual houvesse demanda e Ricardo julgasse ser interessante.
Menos de dez anos depois de assumir, a SEMCO já tinha se tornado uma grande empresa, com um amplo horizonte de crescimento à sua frente.
O LIVRO
Depois de toda essa revolução, Ricardo decidiu contar a sua história. No final dos anos oitenta, já tendo iniciado com sucesso a revolução na SEMCO, Ricardo escreveu o livro Virando a Própria Mesa, no qual ele relata todo o processo de mudança que realizou na empresa de seu pai.
Virando a Própria Mesa tornou-se um sucesso de vendas quase instantâneo, vendeu milhares de exemplares e pousou na lista dos mais vendidos durante mais de quatro anos. Algum tempo depois foi traduzido para o inglês e lançado nos Estados Unidos, sob o nome Maverick, onde suas vendas também alcançaram números respeitáveis.
Hoje, já foi traduzido para mais de 20 idiomas, sendo leitura recomendada em cursos de empreendedorismo e administração em todo o mundo.
O primeiro passo foi se desvincular da indústria naval. Ampliando suas fábricas, a SEMCO passou a produzir também equipamentos para indústrias farmacêuticas, químicas, de mineração e de refrigeração.
Mas não ficou por aí. O mais importante movimento tomado por Ricardo no jogo do capitalismo foi direcionar a SEMCO para a prestação de serviços, e não apenas serviços ligados ao que produzia, mas também a qualquer outro serviço para o qual houvesse demanda e Ricardo julgasse ser interessante.
Menos de dez anos depois de assumir, a SEMCO já tinha se tornado uma grande empresa, com um amplo horizonte de crescimento à sua frente.
O LIVRO
Depois de toda essa revolução, Ricardo decidiu contar a sua história. No final dos anos oitenta, já tendo iniciado com sucesso a revolução na SEMCO, Ricardo escreveu o livro Virando a Própria Mesa, no qual ele relata todo o processo de mudança que realizou na empresa de seu pai.
Virando a Própria Mesa tornou-se um sucesso de vendas quase instantâneo, vendeu milhares de exemplares e pousou na lista dos mais vendidos durante mais de quatro anos. Algum tempo depois foi traduzido para o inglês e lançado nos Estados Unidos, sob o nome Maverick, onde suas vendas também alcançaram números respeitáveis.
Hoje, já foi traduzido para mais de 20 idiomas, sendo leitura recomendada em cursos de empreendedorismo e administração em todo o mundo.
Ricardo Semler - Do Rock à Fortune - Parte II
VIRANDO A MESA
Iniciava-se, então, a época das grandes mudanças. Uma época em que Ricardo assumiu posições que, se hoje são lugar comum, na época eram vistas como audaciosas e até mesmo tresloucadas. Por um lado, ele começou a colocar mais poderes nas mãos de seus funcionários, e, por outro, partiu para a diversificação dos trabalhos realizados pela empresa.
Em se tratando de dar poderes para os funcionários, Ricardo realmente foi um visionário para a época. Uma das medidas que ele tomou foi a permissão para que os funcionários pudessem criar comissões de fábrica, tendo o direito de se associar e formar um grupo coeso e unido, com a possibilidade de serem ouvidos pela cúpula da empresa, reivindicando seus direitos e sugerindo idéias.
Claro que este "serem ouvidos" passa longe de serem apenas escutados. Ricardo e seus colegas do topo da empresa estavam realmente interessados em escutar a opinião de seus subordinados. Toda e qualquer opinião e reivindicação recebia a devida atenção e era cuidadosamente analisada.
Outra medida tomada por Ricardo foi adoção de sistemas de avaliação 360º. Esta é, de longe, uma das mais ousadas para a época. Se hoje em dia é quase moda falar nisso, em sua importância (e muita gente fica só no discurso), na década de 80, quando as empresas eram extremamente burocráticas, atitudes como esta poderiam ser facilmente consideradas indício de loucura.
Afinal de contas, se hoje em dia, quando esse método de avaliação é mais difundido, muitos empregados ainda têm receios de retaliações ao fazer observações negativas sobre seus chefes, naquele tempo isso deveria soar quase como uma piada.
Mais recentemente, mas não menos importante, Ricardo deu aos funcionários o direito de eleger colegas que os representassem no conselho administrativo da empresa, com voz ativa e poder de voto.
Iniciava-se, então, a época das grandes mudanças. Uma época em que Ricardo assumiu posições que, se hoje são lugar comum, na época eram vistas como audaciosas e até mesmo tresloucadas. Por um lado, ele começou a colocar mais poderes nas mãos de seus funcionários, e, por outro, partiu para a diversificação dos trabalhos realizados pela empresa.
Em se tratando de dar poderes para os funcionários, Ricardo realmente foi um visionário para a época. Uma das medidas que ele tomou foi a permissão para que os funcionários pudessem criar comissões de fábrica, tendo o direito de se associar e formar um grupo coeso e unido, com a possibilidade de serem ouvidos pela cúpula da empresa, reivindicando seus direitos e sugerindo idéias.
Claro que este "serem ouvidos" passa longe de serem apenas escutados. Ricardo e seus colegas do topo da empresa estavam realmente interessados em escutar a opinião de seus subordinados. Toda e qualquer opinião e reivindicação recebia a devida atenção e era cuidadosamente analisada.
Outra medida tomada por Ricardo foi adoção de sistemas de avaliação 360º. Esta é, de longe, uma das mais ousadas para a época. Se hoje em dia é quase moda falar nisso, em sua importância (e muita gente fica só no discurso), na década de 80, quando as empresas eram extremamente burocráticas, atitudes como esta poderiam ser facilmente consideradas indício de loucura.
Afinal de contas, se hoje em dia, quando esse método de avaliação é mais difundido, muitos empregados ainda têm receios de retaliações ao fazer observações negativas sobre seus chefes, naquele tempo isso deveria soar quase como uma piada.
Mais recentemente, mas não menos importante, Ricardo deu aos funcionários o direito de eleger colegas que os representassem no conselho administrativo da empresa, com voz ativa e poder de voto.
Ricardo Semler - Do Rock à Fortune - Parte I
Começo a publicar hoje uma série de posts com o trabalho que apresentei para as aulas de Estudo Dirigido de Empreendedorismo com a professora Bené na Estácio de Sá. No final disponibilizo um arquivo PDF com tudo.
Ricardo Semler - Do Rock à Fortune
Como um moleque fã de rock dos anos 70 se transformou em um dos jovens milionários brasileiros
PRÓLOGO
Antes de começarmos a ver a história de Ricardo Semler, é preciso retroceder alguns anos.
Ainda jovem, Antônio Curt Semler imigra da Suíça para o Brasil, onde acreditava que conseguiria melhores condições de vida. Chegando aqui, ele criou a empresa SEMCO, cuja atividade era produzir equipamentos e peças usados pela indústria naval brasileira.
Assim como toda empresa comum da época, a SEMCO era extremamente hierarquizada, na qual os funcionários seguiam a máxima do "manda quem pode, obedece quem tem juízo". Eles não tinham voz ativa na empresa e tampouco muita liberdade, mas tinham horários rígidos de trabalho e o direito de serem revistados ao sair da empresa.
Como a área naval brasileira dos anos setenta não estava muito bem das pernas, a SEMCO, consequentemente, seguiu o mesmo caminho, iniciando uma fase repleta de dificuldades financeiras. Foi neste momento que Antônio Semler decidiu que era hora de passar o bastão para frente.
O COMEÇO
É neste ponto que entra em cena Ricardo Semler. Em 1980 ele chegou à maioridade e obteve de seu pai carta branca para gerir a empresa. Dizia Antônio Semler que queria que seu filho pudesse aprender na prática os segredos da administração e, além disso, que Ricardo tivesse as chances de quebrar a cara enquanto estivesse por perto para ajudá-lo em qualquer situação problemática.
De início, Ricardo não se interessou muito pela idéia. Assim como qualquer garoto de 18 anos daquela época, preferia ouvir rock e jazz a ficar trancado o dia inteiro em uma sala. Porém, com o tempo, tomou gosto pela coisa.
Vale lembrar que nesta época a SEMCO estava passando por um momento delicado em suas finanças. Ricardo partiu então em busca de ajuda. Abriu contas em vários bancos, negociou suas dívidas e em menos de seis anos já tinha sanado todos os problemas.
Foi a partir daí Ricardo iniciou a infindável série de mudanças que tornaram a SEMCO a gigante que ela é hoje. Uma de suas primeiras providências foi diversificar a linha de produção da empresa, que, como já dito, trabalhava apenas na fabricação de equipamentos para a indústria naval.
Ricardo Semler - Do Rock à Fortune
Como um moleque fã de rock dos anos 70 se transformou em um dos jovens milionários brasileiros
PRÓLOGO
Antes de começarmos a ver a história de Ricardo Semler, é preciso retroceder alguns anos.
Ainda jovem, Antônio Curt Semler imigra da Suíça para o Brasil, onde acreditava que conseguiria melhores condições de vida. Chegando aqui, ele criou a empresa SEMCO, cuja atividade era produzir equipamentos e peças usados pela indústria naval brasileira.
Assim como toda empresa comum da época, a SEMCO era extremamente hierarquizada, na qual os funcionários seguiam a máxima do "manda quem pode, obedece quem tem juízo". Eles não tinham voz ativa na empresa e tampouco muita liberdade, mas tinham horários rígidos de trabalho e o direito de serem revistados ao sair da empresa.
Como a área naval brasileira dos anos setenta não estava muito bem das pernas, a SEMCO, consequentemente, seguiu o mesmo caminho, iniciando uma fase repleta de dificuldades financeiras. Foi neste momento que Antônio Semler decidiu que era hora de passar o bastão para frente.
O COMEÇO
É neste ponto que entra em cena Ricardo Semler. Em 1980 ele chegou à maioridade e obteve de seu pai carta branca para gerir a empresa. Dizia Antônio Semler que queria que seu filho pudesse aprender na prática os segredos da administração e, além disso, que Ricardo tivesse as chances de quebrar a cara enquanto estivesse por perto para ajudá-lo em qualquer situação problemática.
De início, Ricardo não se interessou muito pela idéia. Assim como qualquer garoto de 18 anos daquela época, preferia ouvir rock e jazz a ficar trancado o dia inteiro em uma sala. Porém, com o tempo, tomou gosto pela coisa.
Vale lembrar que nesta época a SEMCO estava passando por um momento delicado em suas finanças. Ricardo partiu então em busca de ajuda. Abriu contas em vários bancos, negociou suas dívidas e em menos de seis anos já tinha sanado todos os problemas.
Foi a partir daí Ricardo iniciou a infindável série de mudanças que tornaram a SEMCO a gigante que ela é hoje. Uma de suas primeiras providências foi diversificar a linha de produção da empresa, que, como já dito, trabalhava apenas na fabricação de equipamentos para a indústria naval.
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