Sobre uma Presidência Evangélica

Não vejo problema em termos na presidência uma pessoa evangélica.

O que me mete medo é essa pessoa querer adotar regras bíblicas como leis para todo o povo, fazendo do Brasil um país teocrático, não democrático. A não-legalização do casamento homoafetivo e o ensino do criacionismo nas escolas seriam coisas certas. A perseguição de ateus e de seguidores de religiões afro correria o risco de ser institucionalizada. Ou partiríamos para a proibição do consumo de mariscos e de que as mulheres cartem o cabelo.

Dada a força e o fundamentalismo da bancada evangélica, fico com mais medo ainda.

O fato de a maioria da população brasileira ser cristã não serve de argumento a favor disso.

A maioria da população brasileira ser cristã significa apenas que a maioria da população brasileira é cristã.

Leis devem existir para garantir direitos e impedir excessos, não para impor crenças aos que não são da mesma religião.

Se você acha que estou errado, pense no seguinte: assume uma presidenta islâmica e ela quer sancionar uma lei que obriga os alunos a se ajoelharem em direção a meca e fazer orações antes do início das aulas.

Você vai gostar? Não? Pois é.

Crônica: Das Buzinas

Pra mim, as buzinas de carros e motos deveriam funcionar de um dos seguintes modos (quiçá dos dois aos mesmo tempo):

1. A buzina só teria um tempo de vida útil de, sei lá, 30 segundos. Parece pouco, mas prum bi-bi simples para chamar a atenção de um pedestre distraído, seria o suficiente pra muito tempo de uso. Acabando esse tempo, a buzina viraria peso para papel.

2. Após um uso, a buzina só poderia voltar a ser usada dali a um tempo, digamos, cinco minutos.

No momento em que os sinais de trânsito abrem, haveria mais paz.