Quatro Erros ao Estudar Música
No início do ano eu entrei para uma escola de música para estudar piano e tenho me dedicado tenazmente à tarefa. Numa busca por técnicas para melhorar meu rendimento acabei criando uma pequena lista de quatro itens, quatro lembretes, que sempre repasso antes de iniciar uma sessão de estudos. Eles se referem a quatro erros comuns de quem estuda um instrumento.
Primeiro: você está tocando rápido demais.
O excesso de velocidade faz com que você não toque uniformemente, indo mais rápido nas partes que já domina e tropeçando nas partes mais difíceis. O negócio aqui é encontrar a velocidade ideal para as partes mais difíceis e tocar a peça toda neste mesmo ritmo. Com o tempo você pega a manha do trecho complicado e pode ir aumentando a velocidade gradativamente.
Segundo: você está tocando coisa demais.
Se há um trecho da música que te faz tropeçar, concentre-se nele, ao invés de tocar a música toda direito e engasgar ali. Se for uma frase de alguns compassos, se forem dois compassos, se for meio compasso, se for a transição entre um trecho e outro, não importa, repita só a parte difícil muitas e muitas vezes, prestando atenção em cada detalhe da execução: o movimento dos dedos, a dinâmica do trecho, tudo. E lembre-se do primeiro item: vá devagar.
Terceiro: você está tocando o que já sabe tocar.
Tocar o mais fácil é muito mais legal, não é? Tocar um trecho que você já domina, uma música que já aprendeu, dá aquela satisfação de que já é bom no instrumento. Mas não te ensina nada. Sim, é bom tocar uma música do início ao fim, mas quando você vai estudar não é isso que você tem que fazer. Quando preparo minhas sessões de estudo, coloco logo no início as coisas mais difíceis, que mais me dão dor de cabeça, que mais me espremem o cérebro. E seguindo o segundo item: os trechos complicados, aquele compasso safado que faz as mãos tocarem em ritmos diferentes, aquela transição que me faz ter que olhar para o piano e depois voltar para a partitura. Só assim a coisa evolui.
Quarto: você está tocando sem metrônomo.
Seja num ritmo lento o suficiente para pensar com antecipação qual é a próxima nota ou rápido o bastante para levar você um pouco mais além do que já conseguia fazer e sair de um allegro para chegar ao vivace, é preciso sempre estar com o metrônomo tiquetaqueando ao fundo. Tocar sem ele deixa sua prática toda desencontrada. Ao contrário, com o metrônomo funcionando, a música sai toda em um mesmo ritmo. E ainda tem um plus a mais: é a maneira mais fácil de descobrir os trechos em que você não está bem. São estes pontos onde você perde o compasso é que devem receber a devida atenção, conforme falam os itens dois e três.
Primeiro: você está tocando rápido demais.
O excesso de velocidade faz com que você não toque uniformemente, indo mais rápido nas partes que já domina e tropeçando nas partes mais difíceis. O negócio aqui é encontrar a velocidade ideal para as partes mais difíceis e tocar a peça toda neste mesmo ritmo. Com o tempo você pega a manha do trecho complicado e pode ir aumentando a velocidade gradativamente.
Segundo: você está tocando coisa demais.
Se há um trecho da música que te faz tropeçar, concentre-se nele, ao invés de tocar a música toda direito e engasgar ali. Se for uma frase de alguns compassos, se forem dois compassos, se for meio compasso, se for a transição entre um trecho e outro, não importa, repita só a parte difícil muitas e muitas vezes, prestando atenção em cada detalhe da execução: o movimento dos dedos, a dinâmica do trecho, tudo. E lembre-se do primeiro item: vá devagar.
Terceiro: você está tocando o que já sabe tocar.
Tocar o mais fácil é muito mais legal, não é? Tocar um trecho que você já domina, uma música que já aprendeu, dá aquela satisfação de que já é bom no instrumento. Mas não te ensina nada. Sim, é bom tocar uma música do início ao fim, mas quando você vai estudar não é isso que você tem que fazer. Quando preparo minhas sessões de estudo, coloco logo no início as coisas mais difíceis, que mais me dão dor de cabeça, que mais me espremem o cérebro. E seguindo o segundo item: os trechos complicados, aquele compasso safado que faz as mãos tocarem em ritmos diferentes, aquela transição que me faz ter que olhar para o piano e depois voltar para a partitura. Só assim a coisa evolui.
Quarto: você está tocando sem metrônomo.
Seja num ritmo lento o suficiente para pensar com antecipação qual é a próxima nota ou rápido o bastante para levar você um pouco mais além do que já conseguia fazer e sair de um allegro para chegar ao vivace, é preciso sempre estar com o metrônomo tiquetaqueando ao fundo. Tocar sem ele deixa sua prática toda desencontrada. Ao contrário, com o metrônomo funcionando, a música sai toda em um mesmo ritmo. E ainda tem um plus a mais: é a maneira mais fácil de descobrir os trechos em que você não está bem. São estes pontos onde você perde o compasso é que devem receber a devida atenção, conforme falam os itens dois e três.
Conto: Pedalando
Cidadezinha do interior, eu e um amigo dividimos uma garrafa de Coca na pracinha, à sombra do coreto. Dividimos porque nenhum dos dois tinha um puto, e o dono do bar só topou vender uma garrafa fiado. Viado. Eram apenas dez da manhã e não tínhamos nada o que fazer.
Era um tempo em que não havia internet, TV a cabo ou um ar condicionado para aliviar aquele calor escorchante de fevereiro. Se bem que se a história fosse hoje daria no mesmo. Lá é tão longe que nada disso chegou lá ainda. Veja você que a iluminação pública só melhorou quando, ano passado, o prefeito apresentou para o governador sua filha mais velha.
Mas, enfim, estávamos lá e meu amigo sugeriu, do nada: Vamos até Jororó de bicicleta, pela estrada velha?. Jororó é uma cidade vizinha. De carro, pela estrada nova, você chega lá em uns 40 minutos. Pela estrada velha não devia ser muito mais longe.
- Então vamos.
Pegamos nossas bicicletas e partimos. Meia hora de areia e sol-sem-sombra depois, encontramos um sinhozinho e seu jegue saindo calmamente de uma estradinha que levava a um casebre no pé de um morro distante.
- Jororó? Ah, tá meio longe. Cês deve de tê uns seis quilômetros pela frente ainda.
Seguimos. Depois do que devem ter sido mais uns oito quilômetros, lá vinha um casal numa carroça, puxados por um cavalo que parecia mais cansado que nós dois juntos.
- Jororó tá pertinho, fio. Nóis cabô de saí de lá. Mais uns três quilômetro só, né, bem?
Mais três quilômetros parecia uma eternidade pra quem já estava há umas duas horas pedalando sob o sol quente. Mas não podia ser tão mais longe assim. Fomos em frente. Uma meia hora depois, uma solitária árvore à beira da estrada nos deu a primeira sombra de todo o passeio. Ficamos descansando por uns dez minutos, mas o vento soprava tão quente que achamos que não valia a pena ficar por ali.
Sedentos e esfomeados, chegamos finalmente a Jororó. Para nós, o bebedouro público com água fresca que ficava na praça foi uma visão do paraíso. Nos refrescamos e pensamos em como matar a fome. Estávamos sem dinheiro, lembra?
Como toda cidade do interior, Jororó tinha muitas casas com árvores frutíferas nos quintais, algumas bem perto das calçadas. E nós, aqui e ali, fugindo de moradores gritando ou de cachorros latindo, conseguimos comer uma fruta ou outra. Foi quando meu amigo se lembrou.
- Vamos voltar?
Era um tempo em que não havia internet, TV a cabo ou um ar condicionado para aliviar aquele calor escorchante de fevereiro. Se bem que se a história fosse hoje daria no mesmo. Lá é tão longe que nada disso chegou lá ainda. Veja você que a iluminação pública só melhorou quando, ano passado, o prefeito apresentou para o governador sua filha mais velha.
Mas, enfim, estávamos lá e meu amigo sugeriu, do nada: Vamos até Jororó de bicicleta, pela estrada velha?. Jororó é uma cidade vizinha. De carro, pela estrada nova, você chega lá em uns 40 minutos. Pela estrada velha não devia ser muito mais longe.
- Então vamos.
Pegamos nossas bicicletas e partimos. Meia hora de areia e sol-sem-sombra depois, encontramos um sinhozinho e seu jegue saindo calmamente de uma estradinha que levava a um casebre no pé de um morro distante.
- Jororó? Ah, tá meio longe. Cês deve de tê uns seis quilômetros pela frente ainda.
Seguimos. Depois do que devem ter sido mais uns oito quilômetros, lá vinha um casal numa carroça, puxados por um cavalo que parecia mais cansado que nós dois juntos.
- Jororó tá pertinho, fio. Nóis cabô de saí de lá. Mais uns três quilômetro só, né, bem?
Mais três quilômetros parecia uma eternidade pra quem já estava há umas duas horas pedalando sob o sol quente. Mas não podia ser tão mais longe assim. Fomos em frente. Uma meia hora depois, uma solitária árvore à beira da estrada nos deu a primeira sombra de todo o passeio. Ficamos descansando por uns dez minutos, mas o vento soprava tão quente que achamos que não valia a pena ficar por ali.
Sedentos e esfomeados, chegamos finalmente a Jororó. Para nós, o bebedouro público com água fresca que ficava na praça foi uma visão do paraíso. Nos refrescamos e pensamos em como matar a fome. Estávamos sem dinheiro, lembra?
Como toda cidade do interior, Jororó tinha muitas casas com árvores frutíferas nos quintais, algumas bem perto das calçadas. E nós, aqui e ali, fugindo de moradores gritando ou de cachorros latindo, conseguimos comer uma fruta ou outra. Foi quando meu amigo se lembrou.
- Vamos voltar?
Comentários Bíblicos II
O perdão a uma parte do grupo faz todo o grupo ser perdoado?
Dez até fazem, mas só quatro não!
E mesmo assim, um desses quatro pode se lascar feio se der mole.
Leia os comentários anteriores.
O Senhor disse: "Se eu encontrar em Sodoma cinquenta justos dentro da cidade, por causa deles perdoarei toda a cidade". Ele [Abraão] retrucou: "Que meu Senhor não se irrite se eu falar uma última vez: talvez lá se encontrem dez!" - "Eu não a destruirei por causa desses dez".
Gênesis 18:26 e 32.
Dez até fazem, mas só quatro não!
Ao despontar a aurora, os anjos insistiram junto a Ló dizendo: "De pé! Toma tua mulher e tuas duas filhas que aqui se encontram, para que não pereças por culpa desta cidade". Ele destruiu essas cidades, todo o Distrito, todos os habitantes das cidades e a vegetação do solo.
Gênesis 19:16 e 25.
E mesmo assim, um desses quatro pode se lascar feio se der mole.
A mulher de Ló olhou pra trás e se tornou uma estátua de sal.
Gênesis 19:26
Leia os comentários anteriores.
Disco: Head Down, do Rival Sons
Conheci a banda Rival Sons há pouco mais de um ano e gostei do som dos caras logo de primeira. Seu primeiro disco, Before the Fire, é excelente, e o segundo, Pressure and Time, foi um dos melhores lançados em 2011. A expectativa em relação ao novo disco, aqui por estas bandas, não podia ser maior.
A primeira audição só confirmou: os caras são muito bons. Head Down tem tudo aquilo que já me agradava, só que vai além, triscando ora em uma sonoridade dançante, ora em composições quase progressivas.
Eu poderia aqui elogiar cada uma das músicas individualmente, mas isso seria perda de tempo e é melhor que a leitora vá ouvir o disco por conta própria. Ainda assim, não posso deixar de citar a trinca que fecha o disco.
Manifest Destiny partes I e II são dois belos exemplos de rock foda, sendo a primeira parte uma das melhores músicas do ano. Já em True, o vocalista Jay Buchanan nos brinda com uma performance de cair o queixo, fechando o disco com chave de ouro.
Não perca tempo, então. Vá já ouvir este disco de primeira qualidade.
A primeira audição só confirmou: os caras são muito bons. Head Down tem tudo aquilo que já me agradava, só que vai além, triscando ora em uma sonoridade dançante, ora em composições quase progressivas.
Eu poderia aqui elogiar cada uma das músicas individualmente, mas isso seria perda de tempo e é melhor que a leitora vá ouvir o disco por conta própria. Ainda assim, não posso deixar de citar a trinca que fecha o disco.
Manifest Destiny partes I e II são dois belos exemplos de rock foda, sendo a primeira parte uma das melhores músicas do ano. Já em True, o vocalista Jay Buchanan nos brinda com uma performance de cair o queixo, fechando o disco com chave de ouro.
Não perca tempo, então. Vá já ouvir este disco de primeira qualidade.
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