Qual seria a motivação de um indivíduo que apetece discorrer de maneira cerimoniosa para tratar de trivialidades no decorrer de uma conjuntura que realiza-se inopinadamente no meio da rua? Profiro este questionamento devido a um fato que se passou com minha pessoa na última quinta-feira: deparei-me casualmente com um de meus clientes e este, ansiando participar-me do remate de sua cobiça por obter uma vaga de emprego, enunciou o seguinte: "houve uma desistência da minha parte". Tive que me encerrar em mim mesmo para não dizê-lo que "houve um saco-enchimento de minha parte".
Não julgo válido que fazer-se valer de tais meios engrandeça a aptidão raciocinativa ou torne mais sabedor um indivíduo qualquer. Tenho ciência de que em determinadas ocasiões lanço mão de estilo que não é informal, porém o faço com o intento de ministrar às minhas composições um tom pândego (pelo menos, este é meu alvo). Entretanto, creio ser uma truanice exacerbada expressar-se enredadamente em um colóquio trivial. Tal prática leva-me à conclusão de que esta é piegas.
Tradução:
O que leva as pessoas a querer falar de maneira mais formal para conversar banalidades num encontro no meio da rua? Pergunto isso porque quinta-feira passada eu encontrei um cliente na rua e ele, querendo dizer que não estava mais a fim de um emprego, disse o seguinte: "ah, houve uma desistência da minha parte". Quase que eu falo que "houve um saco-enchimento da minha parte".
Não acho que falar assim torne a pessoa mais inteligente ou mais culta. Sei que de vez em quando eu escrevo de um jeito que não é tão informal assim, mas é até para dar um tom divertido à coisa (bom, pelo menos é isso que tento fazer). Mas acho uma tremenda bobagem falar "difícil" numa conversa banal. Pra mim isso soa muito ridículo.
Este texto foi publicado há mais de 10 anos, em fevereiro de 2003, no antigo endereço do blog. Republico hoje porque reli e permanece extremamente atual.
O Melhor de 2012 no Sarcófago
Estes aqui são os que considero os melhores textos que publiquei em 2012.
Em 23/05, publiquei O que é MPB?, onde falei sobre este gênero musical genuinamente brasileiro.
Em 16/06, publiquei Das Coisas que Não Preciso, um pequeno texto sobre a luta contra preconceitos.
Em 20/06, foi a vez de Sobre Ser Fã de Elton John, onde falo sobre as coisas que ouço por ser fã do músico inglês.
Em 07/07 falei sobre Coisas que as pessoas confundem: diferente e errado.
Em 28/07 publiquei um artigo em que conto como foi minha Cirurgia de Miopia.
Em 12/08 publiquei Ensaio Sobre as Cotas, artigo onde explico os motivos de eu achar que as cotas raciais nas faculdades são necessárias.
Em 06/11 publiquei um novo conto, O Ruim de Ficar Velha.
Em 10/11 publiquei Da Obrigação de Saber, uma ode à paciência e à tolerância.
Em 26/11 republiquei Os Dois Filhos de Deus, um antigo conto que tinha sido publicado no antigo endereço do blog.
Em 10/12, um outro conto, Pedalando.
Por fim, em 13/12, foi ao ar Quatro Erros Ao Estudar Música, um comentário sobre minhas pesquisas sobre os melhores métodos para o estudo do piano.
E para ver os melhores de 2011, clique aqui.
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Em 16/06, publiquei Das Coisas que Não Preciso, um pequeno texto sobre a luta contra preconceitos.
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Em 28/07 publiquei um artigo em que conto como foi minha Cirurgia de Miopia.
Em 12/08 publiquei Ensaio Sobre as Cotas, artigo onde explico os motivos de eu achar que as cotas raciais nas faculdades são necessárias.
Em 06/11 publiquei um novo conto, O Ruim de Ficar Velha.
Em 10/11 publiquei Da Obrigação de Saber, uma ode à paciência e à tolerância.
Em 26/11 republiquei Os Dois Filhos de Deus, um antigo conto que tinha sido publicado no antigo endereço do blog.
Em 10/12, um outro conto, Pedalando.
Por fim, em 13/12, foi ao ar Quatro Erros Ao Estudar Música, um comentário sobre minhas pesquisas sobre os melhores métodos para o estudo do piano.
E para ver os melhores de 2011, clique aqui.
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