Desejo pra você um ano novo de muita tranquilidade. Que 2015 seja um ano de ouvir mais e falar menos. Que você tenha mais paciência com as faltas dos outros. Nem sempre elas são faltas. E que você reconheça as suas.
Que você seja uma pessoa menos egoísta e mais generosa. Que doe sangue e que faça o bem sem esperar pelos holofotes do reconhecimento. Que você faça varias pessoas sorrirem. Que você aprenda a conversar sem se tornar o centro da conversa, sem tentar dominar os diálogos, sem tentar "ganhar" a conversa. Que você pense mais no coletivo e menos no individual. Que você entenda que quanto melhor para todos melhor pra você. Que você aprenda que é melhor comer ovo frito com os amigos que comer filé mignon sozinho.
Espero que os ímpetos de responder com agressividade ao que te incomoda sejam refreados. Pôr lenha na fogueira só ajuda quando você quer se aquecer. Que você pense duas vezes antes de agir intempestivamente. Ou, melhor ainda, que você tenha boas reações de primeira, sem a necessidade de pensar duas vezes para fazer o bem.
Que em 2015 você tenha amigas por perto. Não apenas porque elas vieram ate você. Mas também porque você foi ate elas. Que você procure mais do que foi procurada.
Que suas crenças ou ausência delas sejam respeitadas. Que não tentem te convencer de que sua filosofia de vida é errada. E que você não tente fazer o mesmo com os outros. Que você viva em um mundo onde as diferenças sejam respeitadas, ao invés de atacadas. Que você seja capaz de respeitar ao invés de condenar.
Que você possa olhar pra trás e ver que viveu e não apenas existiu. Que escolheu o que fazer e não apenas reagiu aos percalços da vida. Alias, que você tenha a oportunidade de poder escolher, e que reconheça que há pessoas que não tem este poder.
Que você não tenha atitudes preconceituosas, racistas, machistas, homofóbicas ou coisa parecida. Que você ajude a fazer da vida em comunidade um ambiente agradável de se viver. Que você viva em um mundo com menos desigualdades. Um mundo menos poluído. Um mundo menos barulhento. Um mundo menos violento. E que você seja parte do motivo para isso acontecer.
Que você aprenda que tudo é temporário, o bom e o ruim. Que você saiba perder e saiba ganhar. Que você não tome decisões importantes quando estiver com muita raiva com muita tristeza ou com muita alegria.
Que seus pais e seus amigos tenham orgulho de você. Que você seja a inspiração de outras pessoas. Mais disposta a dar do que a receber.
Que minta menos. Que julgue menos. Que odeie menos. Que pragueje menos. Que condene menos. Que ignore menos. Que esqueça menos. Que franza menos a testa.
Que você apenda a mudar de hábitos. E que aprenda que não precisa esperar por datas específicas para tomar decisões importantes e mudar de hábitos. E, por fim, que aprenda que primeiro de janeiro não é uma data em que dá reset na vida, como se tudo fosse magicamente mudar de uma hora pra outra sem necessidade de esforço pessoal.
Feliz ano novo.
Crônica: Um Acidente Não Dá o Que Pensar
Recentemente caí de três metros de altura e tive um traumatismo craniano leve. A médica falou que eu deveria gastar o meu salário todo em velas, porque meu anjo da guarda tinha chamado até ajudante para me salvar: eu podia ter morrido.
Muita gente veio visitar e uma pessoa fez uma pergunta filosófica: não dá o que pensar, não, Mário, quase ter morrido, de ter que mudar de vida?
Não, não dá.
Eu entendo a preocupação dela, porque é isso que nos é vendido o tempo todo: as histórias de gente que rala demais e aí depois que sofre um grande acidente, um enfarte, muda de vida e dá exemplo de superação.
Mas acontece que eu já decidi, há muito tempo, que não queria esse tipo de vida pra mim. Eu decidi que não queria ser uma pessoa que precisasse de uma experiência traumática para abrir os olhos para o que verdadeiramente importa.
Não dizem por aí que é importante a gente aprender com os erros dos outros porque a vida é muito curta para cometermos todos os erros possíveis? Esse é um erro que, desde cedo, eu aprendi a evitar. Escolhi sempre ter uma vida plena e satisfatória ao invés de ter uma história bonitinha de superação depois de ter me entregue para ser surrado pelos estresses da vida.
Há alguns anos, li num livro de Ricardo Semler uma coisa que ajudou a me nortear neste assunto:
Preferi ser debochado a ter a glória.
Claro que nem sempre acertei. Muitas vezes demorei para perceber e corrigir meus erros, e nem tudo na minha vida hoje está do jeito que eu gostaria, mas nada tão dramático, e tudo faz parte dos planos.
Não carrego mágoas, tento manter velhos amigos por perto, tenho poucas desculpas a pedir, carrego minhas tristezas com serenidade e lido com elas como velhas amigas. Quase tudo o que faço, faço por escolha, e tenho me dado cada vez mais uma das maiores liberdades que há: poder dizer não.
Busco sempre aprender e me tornar alguém melhor. Não só pra mim, mas para quem está em volta. E a cada passo, procuro o equilíbrio entre desejar o futuro e fazer as coisas agora antes que seja tarde demais.
O que sempre fiz foi, de vez em quando, me fazer uma pergunta semelhante: se eu sofresse alguma experiência traumática hoje, eu me arrependeria de como estou vivendo a minha vida?
Quando a resposta era sim, era hora de mudar.
Muita gente veio visitar e uma pessoa fez uma pergunta filosófica: não dá o que pensar, não, Mário, quase ter morrido, de ter que mudar de vida?
Não, não dá.
Eu entendo a preocupação dela, porque é isso que nos é vendido o tempo todo: as histórias de gente que rala demais e aí depois que sofre um grande acidente, um enfarte, muda de vida e dá exemplo de superação.
Mas acontece que eu já decidi, há muito tempo, que não queria esse tipo de vida pra mim. Eu decidi que não queria ser uma pessoa que precisasse de uma experiência traumática para abrir os olhos para o que verdadeiramente importa.
Não dizem por aí que é importante a gente aprender com os erros dos outros porque a vida é muito curta para cometermos todos os erros possíveis? Esse é um erro que, desde cedo, eu aprendi a evitar. Escolhi sempre ter uma vida plena e satisfatória ao invés de ter uma história bonitinha de superação depois de ter me entregue para ser surrado pelos estresses da vida.
Há alguns anos, li num livro de Ricardo Semler uma coisa que ajudou a me nortear neste assunto:
Alguém que administra bem seu tempo e produz qualidade em tempo menor é necessariamente um atrevido. Se ainda sai para o teatro e cinema à noite, passa o fim de semana só com a família, e ainda busca os filhos no colégio para almoçar com eles, aí já configura um estado de deboche. Mas se ele conseguir sofrer o enfarte no próprio escritório, então é a glória.
Preferi ser debochado a ter a glória.
Claro que nem sempre acertei. Muitas vezes demorei para perceber e corrigir meus erros, e nem tudo na minha vida hoje está do jeito que eu gostaria, mas nada tão dramático, e tudo faz parte dos planos.
Não carrego mágoas, tento manter velhos amigos por perto, tenho poucas desculpas a pedir, carrego minhas tristezas com serenidade e lido com elas como velhas amigas. Quase tudo o que faço, faço por escolha, e tenho me dado cada vez mais uma das maiores liberdades que há: poder dizer não.
Busco sempre aprender e me tornar alguém melhor. Não só pra mim, mas para quem está em volta. E a cada passo, procuro o equilíbrio entre desejar o futuro e fazer as coisas agora antes que seja tarde demais.
O que sempre fiz foi, de vez em quando, me fazer uma pergunta semelhante: se eu sofresse alguma experiência traumática hoje, eu me arrependeria de como estou vivendo a minha vida?
Quando a resposta era sim, era hora de mudar.
Micro-Conto: O Trauma de Débora
Depois de um traumatismo craniano severo, que a deixou em coma três meses, Débora estava bem de novo. O único porém era a dor que sentia na cabeça ao espirrar.
Na primeira crise alérgica cometeu suicídio.
Na primeira crise alérgica cometeu suicídio.
Planos para 4 Anos [2015-2018]
Nas eleições de 2010, escrevi um artigo sobre o que eu gostaria de que os políticos eleitos fizessem. Além de ver como meu pensamento mudou em relação a alguns pontos, deu pra ver o quanto a gente ainda precisa andar, porque estou escrevendo agora um texto como aquele e alguns desejos estão repetidos.
Como escrevi da outra vez, tenho consciência de que muitos dos meus desejos não verão a luz do dia, mas segue aí uma lista de algumas coisas que eu gostaria que os eleitos fizessem nos próximos 4 anos.
Legalização da maconha. Se o tabaco e o álcool são liberados, porque não a maconha? Além de ser uma grande força contra a violência gerada pelo narcotráfico. Já que a "guerra às drogas" não deu certo, é hora de tentar uma nova abordagem.
Legalização do casamento homossexual de vez, sem dependência de resoluções e coisas afins. Continuo achando estranho homem com homem e mulher com mulher, mas entendo que não há mal nenhum em duas pessoas do mesmo sexo se amarem ao ponto de quererem construir uma vida juntos. É papel do Estado garantir este direito a todos. Se eu e minha esposa pudemos casar, porque uma amiga e sua namorida não?
Agilização do processo penal e melhoria das condições das prisões no Brasil. O tratamento desumano só piora a situação. Na esteira disso, a não-aprovação da redução da maioridade penal.
Legalização do aborto até uma determinada fase da gravidez, além dos casos já previstos em lei, e implantação de políticas públicas para que as mulheres não precisem recorrer a clínicas clandestinas para isso. Há que se discutir até que ponto da gravidez seria permitido, mas do jeito que está não é suficiente.
Flexibilização das leis trabalhistas. Apesar da possibilidade de que empregadores forçarem empregados a aceitarem acordos abusivos, por que o empregado e o empregador não podem assinar contratos que definem formas, regras e horário de trabalho livremente? Minha ideia é de que os limites atuais sejam mantidos, mas que empresas e funcionários possam entrar em acordo sobre certos pontos, coisas que hoje em dia não pode fazer.
Políticas de transporte para diminuir carros nas ruas e incentivar transportes alternativos. Aumentar oferta e qualidade de transporte público, tornar mais difícil ter um carro, tornar mais difícil ter carteira de motorista e tornar mais fácil perde-la.
Políticas agressivas de proteção ambiental e geração de energia renovável. Não podemos deixar o meio ambiente ir pro saco. Ponto.
Aulas o dia inteiro, porque é preciso fazer escolas diferentes. A criança entra na escola às sete e sai às seis. Esportes e cultura no currículo.
De resto, aquelas coisas que a gente sempre quer: diminuição de impostos, diminuição de burocracia, melhor saúde, melhor gasto do dinheiro público, etc. e tal.
E vocês, o que esperam?
Como escrevi da outra vez, tenho consciência de que muitos dos meus desejos não verão a luz do dia, mas segue aí uma lista de algumas coisas que eu gostaria que os eleitos fizessem nos próximos 4 anos.
Legalização da maconha. Se o tabaco e o álcool são liberados, porque não a maconha? Além de ser uma grande força contra a violência gerada pelo narcotráfico. Já que a "guerra às drogas" não deu certo, é hora de tentar uma nova abordagem.
Legalização do casamento homossexual de vez, sem dependência de resoluções e coisas afins. Continuo achando estranho homem com homem e mulher com mulher, mas entendo que não há mal nenhum em duas pessoas do mesmo sexo se amarem ao ponto de quererem construir uma vida juntos. É papel do Estado garantir este direito a todos. Se eu e minha esposa pudemos casar, porque uma amiga e sua namorida não?
Agilização do processo penal e melhoria das condições das prisões no Brasil. O tratamento desumano só piora a situação. Na esteira disso, a não-aprovação da redução da maioridade penal.
Legalização do aborto até uma determinada fase da gravidez, além dos casos já previstos em lei, e implantação de políticas públicas para que as mulheres não precisem recorrer a clínicas clandestinas para isso. Há que se discutir até que ponto da gravidez seria permitido, mas do jeito que está não é suficiente.
Flexibilização das leis trabalhistas. Apesar da possibilidade de que empregadores forçarem empregados a aceitarem acordos abusivos, por que o empregado e o empregador não podem assinar contratos que definem formas, regras e horário de trabalho livremente? Minha ideia é de que os limites atuais sejam mantidos, mas que empresas e funcionários possam entrar em acordo sobre certos pontos, coisas que hoje em dia não pode fazer.
Políticas de transporte para diminuir carros nas ruas e incentivar transportes alternativos. Aumentar oferta e qualidade de transporte público, tornar mais difícil ter um carro, tornar mais difícil ter carteira de motorista e tornar mais fácil perde-la.
Políticas agressivas de proteção ambiental e geração de energia renovável. Não podemos deixar o meio ambiente ir pro saco. Ponto.
Aulas o dia inteiro, porque é preciso fazer escolas diferentes. A criança entra na escola às sete e sai às seis. Esportes e cultura no currículo.
De resto, aquelas coisas que a gente sempre quer: diminuição de impostos, diminuição de burocracia, melhor saúde, melhor gasto do dinheiro público, etc. e tal.
E vocês, o que esperam?
Das Escolhas dos Candidatos
Com a aproximação das eleições, eu e um amigo estávamos conversando sobre como escolher em que candidatos votar. São muitos candidatos e muitos cargos, o que gera uma avalanche de informações impossível de ser digerida. Simplesmente não é possível avaliar cada um deles, saber sua história e conhecer suas motivações para tomar uma decisão mais embasada.
Então bolamos uma estratégia de escolha que compartilho com minhas leitoras.
Como o número de candidatos é enorme, passando de dois mil para os candidatos a deputado estadual, só no Rio de Janeiro, nosso primeiro objetivo foi diminuir o número deles a serem avaliados.
Como critério, decidimos ficar com aqueles que estão tentando a reeleição, porque torna mais fácil saber o que cada um já foi capaz de fazer, o que nos ajudará a decidir se seria bom mantê-los na câmara. No caso dos candidatos a deputado federal, isso já diminuiu a lista para menos de cinquenta nomes.
Em seguida, com informações da própria câmara, fizemos o levantamento das faltas de cada um destes candidatos.
O próximo passo, que estamos fazendo nos últimos dias, é levantar os projetos propostos por cada um deles, com base nas informações fornecidas pelo site Vote na Web. Esperamos que essas informações sejam suficientes para eliminar alguns candidatos, com base no tipo de leis que eles proponham (como um deles que propôs uma lei para que os partidos não precisem apresentar recibos de doações de campanha).
Por fim, tendo ficado com uma lista bem pequena, vamos tentar de alguma forma saber a posição desses candidatos em relação a determinados temas que achamos importantes, até mesmo enviando emails a eles. Ainda não definimos esta lista de temas, mas de minha parte eu incluo assuntos muito discutidos recentemente, como as cotas, o combate à homofobia, a legalização da maconha e a redução da maioridade penal.
Alguma leitora tem uma sugestão?
Então bolamos uma estratégia de escolha que compartilho com minhas leitoras.
Como o número de candidatos é enorme, passando de dois mil para os candidatos a deputado estadual, só no Rio de Janeiro, nosso primeiro objetivo foi diminuir o número deles a serem avaliados.
Como critério, decidimos ficar com aqueles que estão tentando a reeleição, porque torna mais fácil saber o que cada um já foi capaz de fazer, o que nos ajudará a decidir se seria bom mantê-los na câmara. No caso dos candidatos a deputado federal, isso já diminuiu a lista para menos de cinquenta nomes.
Em seguida, com informações da própria câmara, fizemos o levantamento das faltas de cada um destes candidatos.
O próximo passo, que estamos fazendo nos últimos dias, é levantar os projetos propostos por cada um deles, com base nas informações fornecidas pelo site Vote na Web. Esperamos que essas informações sejam suficientes para eliminar alguns candidatos, com base no tipo de leis que eles proponham (como um deles que propôs uma lei para que os partidos não precisem apresentar recibos de doações de campanha).
Por fim, tendo ficado com uma lista bem pequena, vamos tentar de alguma forma saber a posição desses candidatos em relação a determinados temas que achamos importantes, até mesmo enviando emails a eles. Ainda não definimos esta lista de temas, mas de minha parte eu incluo assuntos muito discutidos recentemente, como as cotas, o combate à homofobia, a legalização da maconha e a redução da maioridade penal.
Alguma leitora tem uma sugestão?
Como Saber Se Sua Liberdade Religiosa Está Sendo Atacada
Achei muito interessante um artigo publicado no Huffington Post já tem um tempinho, e resolvi adaptar pra cá.
O autor, Emily Heath, criou um pequeno questionário para que você possa saber se sua liberdade religiosa está sendo atacada. É bem simples e basta responder A ou B às perguntas abaixo:
1. Minha liberdade religiosa está sendo atacada porque...
A. Não posso ir ao culto que escolhi.
B. Outras pessoas podem ir aos cultos que escolheram.
2. Minha liberdade religiosa está sendo atacada porque...
A. Não posso casar legalmente com a pessoa que amo.
B. O governo se recusa a ter leis que estejam de acordo com os dogmas da minha religião sobre o casamento daqueles dois caras lá no cartório.
3. Minha liberdade religiosa está sendo atacada porque...
A. Não posso usar métodos contraceptivos
B. Não posso impedir que as pessoas usem métodos contraceptivos.
4. Minha liberdade religiosa está sendo atacada porque...
A. Não posso rezar em casa.
B. Há pessoas que se recusam a rezar comigo.
5. Minha liberdade religiosa está sendo atacada porque...
A. Ter a fé que tenho significa que posso ser perseguido sem poder recorrer à justiça contra isso.
B. Não posso perseguir impunemente os outros por conta de sua fé.
6. Minha liberdade religiosa está sendo atacada porque...
A. Não posso comprar, ler ou possuir livros ou outros materiais religiosos da minha fé.
B. As pessoas têm acesso a livros, filmes e materiais religiosos que eu não gosto.
7. Minha liberdade religiosa está sendo atacada porque...
A. Meu grupo religioso não tem proteção legal para poder existir.
B. Meu grupo religioso não tem apoio legal para poder existir.
8. Minha liberdade religiosa está sendo atacada porque...
A. Uma outra religião foi declarada a religião oficial do meu país.
B. Minha religião não foi declarada a religião oficial do meu país.
9. Minha liberdade religiosa está sendo atacada porque...
A. Minha comunidade religiosa não pode construir um templo no meu bairro.
B. Uma comunidade religiosa que eu não gosto construiu um templo no meu bairro.
10. Minha liberdade religiosa está sendo atacada porque...
A. Não posso ensinar aos meus filhos os preceitos da nossa fé.
B. As escolas públicas não ensinam os preceitos da nossa fé.
Se você respondeu A para qualquer questão, então parece que sua liberdade religiosa realmente está sendo ameaçada. Se for o caso, você e seu grupo religioso têm todo o direito de lutar por ela. Mas lembre-se deste ponto importante: você pode lutar por igualdade, não por superioridade.
Se você respondeu B para qualquer questão, não apenas sua liberdade religiosa não está sendo ameaçada, mas há também grandes chances de que você esteja oprimindo a liberdade religiosa de outras pessoas.
O autor, Emily Heath, criou um pequeno questionário para que você possa saber se sua liberdade religiosa está sendo atacada. É bem simples e basta responder A ou B às perguntas abaixo:
1. Minha liberdade religiosa está sendo atacada porque...
A. Não posso ir ao culto que escolhi.
B. Outras pessoas podem ir aos cultos que escolheram.
2. Minha liberdade religiosa está sendo atacada porque...
A. Não posso casar legalmente com a pessoa que amo.
B. O governo se recusa a ter leis que estejam de acordo com os dogmas da minha religião sobre o casamento daqueles dois caras lá no cartório.
3. Minha liberdade religiosa está sendo atacada porque...
A. Não posso usar métodos contraceptivos
B. Não posso impedir que as pessoas usem métodos contraceptivos.
4. Minha liberdade religiosa está sendo atacada porque...
A. Não posso rezar em casa.
B. Há pessoas que se recusam a rezar comigo.
5. Minha liberdade religiosa está sendo atacada porque...
A. Ter a fé que tenho significa que posso ser perseguido sem poder recorrer à justiça contra isso.
B. Não posso perseguir impunemente os outros por conta de sua fé.
6. Minha liberdade religiosa está sendo atacada porque...
A. Não posso comprar, ler ou possuir livros ou outros materiais religiosos da minha fé.
B. As pessoas têm acesso a livros, filmes e materiais religiosos que eu não gosto.
7. Minha liberdade religiosa está sendo atacada porque...
A. Meu grupo religioso não tem proteção legal para poder existir.
B. Meu grupo religioso não tem apoio legal para poder existir.
8. Minha liberdade religiosa está sendo atacada porque...
A. Uma outra religião foi declarada a religião oficial do meu país.
B. Minha religião não foi declarada a religião oficial do meu país.
9. Minha liberdade religiosa está sendo atacada porque...
A. Minha comunidade religiosa não pode construir um templo no meu bairro.
B. Uma comunidade religiosa que eu não gosto construiu um templo no meu bairro.
10. Minha liberdade religiosa está sendo atacada porque...
A. Não posso ensinar aos meus filhos os preceitos da nossa fé.
B. As escolas públicas não ensinam os preceitos da nossa fé.
Se você respondeu A para qualquer questão, então parece que sua liberdade religiosa realmente está sendo ameaçada. Se for o caso, você e seu grupo religioso têm todo o direito de lutar por ela. Mas lembre-se deste ponto importante: você pode lutar por igualdade, não por superioridade.
Se você respondeu B para qualquer questão, não apenas sua liberdade religiosa não está sendo ameaçada, mas há também grandes chances de que você esteja oprimindo a liberdade religiosa de outras pessoas.
Evolução das Espécies III
Trilha sonora The Lion King. Vinil, CD, digital.
***
Veja outras: Cabeça Dinossauro e Money for Nothing
Micro-Conto: A Dúvida de Cláudia
Conseguia se sentir feliz indo para o trabalho numa segunda de manhã, debaixo de chuva. Achava que estava trapaceando. Não era possível ser feliz assim, era?
Micro-Conto: As Características de Ana
Ana era ateia. Sua colega Bianca descobriu quando a convidou para uma missa, e ficou chocada:
Ana também era estúpida:
Engraçado, Ana. Todas as pessoas inteligentes que eu conheço são ateias.
Ana também era estúpida:
Curioso, Bia. Todas as pessoas burras que eu conheço são religiosas.
Dicionário 2014 - V
Quinta postagem de um projeto literário para 2014: inventar uma palavra nova por dia.
06/02 - Uatzapar. Verbo. Conversar pelo programa WhatsApp.
07/02 - Jumbiloso. Adjetivo. Característica daquele que tem voz boa para cantar.
08/02 - Fifilar. Verbo. Desejar para si o presente comprado para outrem.
09/02 - Héxivo. Substantivo. Degrau mais baixo de uma escada.
10/02 - Brodazia. Substantivo. Forte náusea causada pelo excesso de uso de um tablet.
11/02 - Trizoiar. Verbo. Conferir um serviço três vezes.
12/02 - Xenfogia. Substantivo. Reunião de ex-jogadores de xadrez.
13/02 - Dindoaze. Substantivo. Semana durante a qual as matérias são revisadas para as provas em um curso universitário de culinária.
14/02 - Quadriceito. Adjetivo. Qualidade do jogo tabuleiro que pode ser jogado por quatro pessoas.
15/02 - Hezicrar. Verbo. Trocar a capa do celular pela manhã para combinar com a roupa.
16/02 - Tolhachão. Adjetivo. Diz-se daquele tem por hábito impedir que crianças brinquem.
17/02 - Geometrofobia. Substantivo. Medo de estudar geometria.
18/02 - Pangeologia. Substantivo. Estudo da pangeia.
19/02 - Kilozome. Substantivo. Unidade de medida correspondente a uma colher de sopa.
20/02 - Páspota. Adjetivo. Diz-se daquele que fica tentando adivinhar quais carros vão avançar o sinal num cruzamento.
21/02 - Jotesmar. Verbo. Comprar pizza à noite para só comê-la no dia seguinte pela manhã.
22/02 - Narfonência. Substantivo. Ansiedade sentida por aquela que está presa em um engarrafamento.
23/02 - Oblismose. Substantivo. Doença de felinos selvagens que causa a queda das orelhas.
24/02 - Híramo. Substantivo. Funcionário encarregado de ligar os computadores de uma empresa quando chega.
25/02 - Geumnar. Verbo. Ser citado pelo site G1.
26/02 - Trofínico. Adjetivo. Relativo a troféu.
***
Leia aqui a quarta parte da série.
06/02 - Uatzapar. Verbo. Conversar pelo programa WhatsApp.
07/02 - Jumbiloso. Adjetivo. Característica daquele que tem voz boa para cantar.
08/02 - Fifilar. Verbo. Desejar para si o presente comprado para outrem.
09/02 - Héxivo. Substantivo. Degrau mais baixo de uma escada.
10/02 - Brodazia. Substantivo. Forte náusea causada pelo excesso de uso de um tablet.
11/02 - Trizoiar. Verbo. Conferir um serviço três vezes.
12/02 - Xenfogia. Substantivo. Reunião de ex-jogadores de xadrez.
13/02 - Dindoaze. Substantivo. Semana durante a qual as matérias são revisadas para as provas em um curso universitário de culinária.
14/02 - Quadriceito. Adjetivo. Qualidade do jogo tabuleiro que pode ser jogado por quatro pessoas.
15/02 - Hezicrar. Verbo. Trocar a capa do celular pela manhã para combinar com a roupa.
16/02 - Tolhachão. Adjetivo. Diz-se daquele tem por hábito impedir que crianças brinquem.
17/02 - Geometrofobia. Substantivo. Medo de estudar geometria.
18/02 - Pangeologia. Substantivo. Estudo da pangeia.
19/02 - Kilozome. Substantivo. Unidade de medida correspondente a uma colher de sopa.
20/02 - Páspota. Adjetivo. Diz-se daquele que fica tentando adivinhar quais carros vão avançar o sinal num cruzamento.
21/02 - Jotesmar. Verbo. Comprar pizza à noite para só comê-la no dia seguinte pela manhã.
22/02 - Narfonência. Substantivo. Ansiedade sentida por aquela que está presa em um engarrafamento.
23/02 - Oblismose. Substantivo. Doença de felinos selvagens que causa a queda das orelhas.
24/02 - Híramo. Substantivo. Funcionário encarregado de ligar os computadores de uma empresa quando chega.
25/02 - Geumnar. Verbo. Ser citado pelo site G1.
26/02 - Trofínico. Adjetivo. Relativo a troféu.
Leia aqui a quarta parte da série.
Tradução de Entrevista do Elton John
Recentemente, Elton John conversou com o jornal The Hollywood Reporter sobre sua carreira. Ele falou sobre seu último disco, do trabalho com o produtor T-Bone Burnett e até de uma parceria com Jack White.
As partes que achei mais legais foram as que ele fala sobre o direcionamento que quer dar para sua carreira, um tipo que música que os últimos discos já vêm apontando, e dos planos de lançar um novo disco em breve.
Segue uma tradução da entrevista, com alguns comentários meus no meio do texto.
***
Chegando perto do fim de sua estrada de glórias, Elton John encontrou um novo guia: o produtor T-Bone Burnett. Eles trabalharam juntos pela primeira vez em The Union, o disco que Elton gravou com seu ídolo Leon Russell. Mas foi durante as gravações de The Diving Board que a parceria se fortaleceu. Elton John conversou por telefone com o jornal The Hollywood Reporter e falou de sua relação com T-Bone Burnett.
THR: The Diving Board está sendo visto como uma renascença na sua carreira, mas na verdade este caminho vinha sendo trilhado antes mesmo de você conhecer T-Bone, quando gravou The Captain and The Kid, em 2006. Há algo nele que você achou que te ajudaria a se manter neste rumo?
EJ: The Captain and The Kid foi um disco muito importante pra mim, mas ele meio que foi deixado de lado pela gravadora. É claro que eu não esperava que ele fosse vender como água, mas eu esperava que eles fizessem o melhor possível para promovê-lo, e eles não se mexeram. Me senti desestimulado a gravar novos discos. A parceria com T-Bone aconteceu por causa de Leon Russell. Eu nunca tinha falado com ele antes, mas arrisquei e liguei. Eu gostei muito dos discos que ele gravou com Elvis Costello, foi aí que seu trabalho chamou minha atenção. Começamos a gravar The Union em janeiro de 2010 e aquele foi o início de uma relação que quero que permaneça assim. Eu gostei muito de gravar com ele porque gravamos em analógico, com músicos que eu não conhecia, o que me fez muito bem. Quando eu decidi gravar um novo disco, não tinha dúvidas sobre quem queria como produtor.
THR: Recentemente, você falou que não consegue se ver trabalhando mais com outros produtores. É uma afirmação bem radical.
EJ: T-Bone é o cara. A gente se diverte muito. O processo com ele é fácil. Ele sabe escolher os músicos certos para as horas certas. E é este o tipo de música que quero fazer daqui pra frente. Acho que agora sou um artista de Americana. É esta música que eu amo e é isso que quero fazer agora. [Os últimos discos já vinham dando indicação disso, Peachtree Road e The Captain and The Kid deram dicas, e The Union deu a largada. Não dá pra esperar outra coisa pro futuro.] Recentemente eu gravei com ele um episódio de American Epic, uma série sobre o blues. Eu gravei usando um equipamento de 1934 usado por Louis Armstrong. Eu e Bernie Taupin escrevemos uma música para isso, e Jack White tocou com a gente. Foi muito bom. Muitas vezes, gravar é estressante, mas com T-Bone o processo é fácil e não me aborreço. Fico muito mais relaxado do que com qualquer outro.
THR: Que ideias no disco são de T-Bone?
EJ: Eu acho que ele não conhecia a fundo minha trajetória, embora ele tenha estado no Troubadour, em 1970. Foi ele quem sugeriu voltar para a formação piano/baixo/bateria do início da minha carreira. Eu fazia isso nos palcos mas nunca gravei um disco assim. Foi uma ideia bem óbvia, mas eu nunca iria pensar nisso sozinho. E é pra isso que você precisa de um produtor: para pinçar o que você tem de melhor. Eu não gosto de ficar muito tempo gravando. Acho que você tem que aprender a música e gravar, e é assim que ele gosta de trabalhar. No fim da minha carreira - ou no encerramento dela, como preferir - encontrei alguém que me deixa tão animado para gravar quanto eu ficava com Gus Dudgeon. [Acho triste ver ele falando em fim de carreira, mas fazer o que? Ele está ficando velho mesmo, e quer curtir os filhos. Não vai surpreender se ele se aposentar.]
THR: Foi bom ter alguém da sua idade por perto, capaz de entender o tipo de música que você quer fazer?
EJ: Este é o disco mais simples que já gravei, é o disco em que o piano aparece mais, e foi tudo ideia dele. Os discos que quero gravar agora não são novos Goodbye Yellow Brick Roads. Isso já passou, não dá pra fazer de novo. Eu era muito novo quando fiz aquilo tudo, e não sou mais aquele cara. [Muita gente fica de mimimi reclamando que ele não grava mais discos como antigamente. Acho que a explicação tá aí. Não dá pra querer que um cara na casa dos 60 anos produza como um cara na casa nos 20.] Posso até fazer coisas diferentes com outras pessoas, como o que fiz com o Queens of the Stone Age, e é legal, mas para um novo disco do Elton John, este é o caminho que vou seguir agora. Não é o caminho para o sucesso comercial, mas dane-se.
THR: Ele disse que a intenção era gravar algo que fosse durar 100 anos, que não é o interesse das gravadoras, certo?
EJ: Eu não tenho mais uma gravadora me pressionando para lançar um single de sucesso, isso já passou, e é bom que tenha passado, porque havia muita pressão por criar coisas novas, e a gente não trabalha mais assim. Já tivemos nossa cota de sucesso. Quando ouvi Modern Times, do Bob Dylan, eu vi que aquele era o tipo de disco que eu queria fazer. Não dá mais pra ficar fazendo discos pop. Estou tentando melhorar como pianista e cantor, e T-Bone é o cara que me ajuda com isso.
Tudo o que eu quero é curtir minha música. Eu ainda adoro tocar ao vivo, mas o que faço no estúdio é diferente do que faço nos palcos, porque as pessoas querem ouvir os sucessos. Enquanto eu estiver tentando escrever canções melhores, e melhorando o vocal, e melhorando minha técnica ao piano, não vou parar. E ele renovou meu prazer em gravar e escrever coisas novas. E a gente basicamente faz isso no estúdio: escrevemos as músicas bem rápido, gravamos tudo ao vivo e pronto. É assim que gosto de trabalhar, foi assim que gravei o disco Elton John. Só que agora é mais tranquilo, porque somos poucos no estúdio. E acho que vamos gravar outro disco logo logo. [Melhor notícia de todas, espero que realmente saia do papel, inclusive um outro disco com o Leon Russell seria uma ótima pedida.] Como eu disse, ele trouxe de volta meu prazer em gravar.
As partes que achei mais legais foram as que ele fala sobre o direcionamento que quer dar para sua carreira, um tipo que música que os últimos discos já vêm apontando, e dos planos de lançar um novo disco em breve.
Segue uma tradução da entrevista, com alguns comentários meus no meio do texto.
Chegando perto do fim de sua estrada de glórias, Elton John encontrou um novo guia: o produtor T-Bone Burnett. Eles trabalharam juntos pela primeira vez em The Union, o disco que Elton gravou com seu ídolo Leon Russell. Mas foi durante as gravações de The Diving Board que a parceria se fortaleceu. Elton John conversou por telefone com o jornal The Hollywood Reporter e falou de sua relação com T-Bone Burnett.
THR: The Diving Board está sendo visto como uma renascença na sua carreira, mas na verdade este caminho vinha sendo trilhado antes mesmo de você conhecer T-Bone, quando gravou The Captain and The Kid, em 2006. Há algo nele que você achou que te ajudaria a se manter neste rumo?
EJ: The Captain and The Kid foi um disco muito importante pra mim, mas ele meio que foi deixado de lado pela gravadora. É claro que eu não esperava que ele fosse vender como água, mas eu esperava que eles fizessem o melhor possível para promovê-lo, e eles não se mexeram. Me senti desestimulado a gravar novos discos. A parceria com T-Bone aconteceu por causa de Leon Russell. Eu nunca tinha falado com ele antes, mas arrisquei e liguei. Eu gostei muito dos discos que ele gravou com Elvis Costello, foi aí que seu trabalho chamou minha atenção. Começamos a gravar The Union em janeiro de 2010 e aquele foi o início de uma relação que quero que permaneça assim. Eu gostei muito de gravar com ele porque gravamos em analógico, com músicos que eu não conhecia, o que me fez muito bem. Quando eu decidi gravar um novo disco, não tinha dúvidas sobre quem queria como produtor.
THR: Recentemente, você falou que não consegue se ver trabalhando mais com outros produtores. É uma afirmação bem radical.
EJ: T-Bone é o cara. A gente se diverte muito. O processo com ele é fácil. Ele sabe escolher os músicos certos para as horas certas. E é este o tipo de música que quero fazer daqui pra frente. Acho que agora sou um artista de Americana. É esta música que eu amo e é isso que quero fazer agora. [Os últimos discos já vinham dando indicação disso, Peachtree Road e The Captain and The Kid deram dicas, e The Union deu a largada. Não dá pra esperar outra coisa pro futuro.] Recentemente eu gravei com ele um episódio de American Epic, uma série sobre o blues. Eu gravei usando um equipamento de 1934 usado por Louis Armstrong. Eu e Bernie Taupin escrevemos uma música para isso, e Jack White tocou com a gente. Foi muito bom. Muitas vezes, gravar é estressante, mas com T-Bone o processo é fácil e não me aborreço. Fico muito mais relaxado do que com qualquer outro.
THR: Que ideias no disco são de T-Bone?
EJ: Eu acho que ele não conhecia a fundo minha trajetória, embora ele tenha estado no Troubadour, em 1970. Foi ele quem sugeriu voltar para a formação piano/baixo/bateria do início da minha carreira. Eu fazia isso nos palcos mas nunca gravei um disco assim. Foi uma ideia bem óbvia, mas eu nunca iria pensar nisso sozinho. E é pra isso que você precisa de um produtor: para pinçar o que você tem de melhor. Eu não gosto de ficar muito tempo gravando. Acho que você tem que aprender a música e gravar, e é assim que ele gosta de trabalhar. No fim da minha carreira - ou no encerramento dela, como preferir - encontrei alguém que me deixa tão animado para gravar quanto eu ficava com Gus Dudgeon. [Acho triste ver ele falando em fim de carreira, mas fazer o que? Ele está ficando velho mesmo, e quer curtir os filhos. Não vai surpreender se ele se aposentar.]
THR: Foi bom ter alguém da sua idade por perto, capaz de entender o tipo de música que você quer fazer?
EJ: Este é o disco mais simples que já gravei, é o disco em que o piano aparece mais, e foi tudo ideia dele. Os discos que quero gravar agora não são novos Goodbye Yellow Brick Roads. Isso já passou, não dá pra fazer de novo. Eu era muito novo quando fiz aquilo tudo, e não sou mais aquele cara. [Muita gente fica de mimimi reclamando que ele não grava mais discos como antigamente. Acho que a explicação tá aí. Não dá pra querer que um cara na casa dos 60 anos produza como um cara na casa nos 20.] Posso até fazer coisas diferentes com outras pessoas, como o que fiz com o Queens of the Stone Age, e é legal, mas para um novo disco do Elton John, este é o caminho que vou seguir agora. Não é o caminho para o sucesso comercial, mas dane-se.
THR: Ele disse que a intenção era gravar algo que fosse durar 100 anos, que não é o interesse das gravadoras, certo?
EJ: Eu não tenho mais uma gravadora me pressionando para lançar um single de sucesso, isso já passou, e é bom que tenha passado, porque havia muita pressão por criar coisas novas, e a gente não trabalha mais assim. Já tivemos nossa cota de sucesso. Quando ouvi Modern Times, do Bob Dylan, eu vi que aquele era o tipo de disco que eu queria fazer. Não dá mais pra ficar fazendo discos pop. Estou tentando melhorar como pianista e cantor, e T-Bone é o cara que me ajuda com isso.
Tudo o que eu quero é curtir minha música. Eu ainda adoro tocar ao vivo, mas o que faço no estúdio é diferente do que faço nos palcos, porque as pessoas querem ouvir os sucessos. Enquanto eu estiver tentando escrever canções melhores, e melhorando o vocal, e melhorando minha técnica ao piano, não vou parar. E ele renovou meu prazer em gravar e escrever coisas novas. E a gente basicamente faz isso no estúdio: escrevemos as músicas bem rápido, gravamos tudo ao vivo e pronto. É assim que gosto de trabalhar, foi assim que gravei o disco Elton John. Só que agora é mais tranquilo, porque somos poucos no estúdio. E acho que vamos gravar outro disco logo logo. [Melhor notícia de todas, espero que realmente saia do papel, inclusive um outro disco com o Leon Russell seria uma ótima pedida.] Como eu disse, ele trouxe de volta meu prazer em gravar.
Vídeo: Cachoeiras de Macacu - Janeiro/2013
Juntei algumas fotos e vídeos que fiz nas minhas férias em Cachoeiras de Macacu, em janeiro de 2013, mais a música que gravei recentemente, e editei o vídeo abaixo. Muitas imagens da minha terra.
Dicionário 2014 - IV
Quarta postagem de um projeto literário para 2014: inventar uma palavra nova por dia.
24/01 - Póquilo. Substantivo. Refeição feita no meio da mata durante uma caminhada.
25/01 - Norjina. Substantivo. Doce feito de conhaque.
26/01 - Trêzilo. Adjetivo. Característica daquele que é indeciso quanto à roupa que vai vestir.
27/01 - Nobrilhar. Verbo. Trocar a maçaneta de uma porta.
28/01 - Marflezia. Substantivo. Sensação de enjoo sentida após nadar por muito tempo.
29/01 - Quatrinência. Substantivo. Ato de fazer um quatro com as pernas para mostrar que não está bêbada.
30/01 - Tirondar. Verbo. Tirar onda.
31/01 - Jaribonga. Substantivo. Cesto usado para carregar mangas enquanto são colhidas.
01/02 - Xetrola. Substantivo. Roda de bicicleta com o pneu furado.
02/02 - Codrobócito. Substantivo. Microorganismo causador de bricanoze.
03/02 - Gifa. Substantivo. Comida queimada.
04/02 - Tranfonose. Substantivo. Síndrome que causa distúrbios mentais fazendo a pessoa achar que parentes mortos estão vivos.
05/02 - Óbitoversário. Substantivo. Data em que se relembra, anualmente, a morte de alguém.
***
Leia aqui a quinta parte da série.
Leia aqui a terceira parte da série.
24/01 - Póquilo. Substantivo. Refeição feita no meio da mata durante uma caminhada.
25/01 - Norjina. Substantivo. Doce feito de conhaque.
26/01 - Trêzilo. Adjetivo. Característica daquele que é indeciso quanto à roupa que vai vestir.
27/01 - Nobrilhar. Verbo. Trocar a maçaneta de uma porta.
28/01 - Marflezia. Substantivo. Sensação de enjoo sentida após nadar por muito tempo.
29/01 - Quatrinência. Substantivo. Ato de fazer um quatro com as pernas para mostrar que não está bêbada.
30/01 - Tirondar. Verbo. Tirar onda.
31/01 - Jaribonga. Substantivo. Cesto usado para carregar mangas enquanto são colhidas.
01/02 - Xetrola. Substantivo. Roda de bicicleta com o pneu furado.
02/02 - Codrobócito. Substantivo. Microorganismo causador de bricanoze.
03/02 - Gifa. Substantivo. Comida queimada.
04/02 - Tranfonose. Substantivo. Síndrome que causa distúrbios mentais fazendo a pessoa achar que parentes mortos estão vivos.
05/02 - Óbitoversário. Substantivo. Data em que se relembra, anualmente, a morte de alguém.
Leia aqui a quinta parte da série.
Leia aqui a terceira parte da série.
Música: Aqua Harp
Quando ouvi Aqua Harp pela primeira vez, há muitos anos, tive uma certeza: um dia seria capaz de tocá-la no piano. Tá aí, então.
Os criadores e a versão original.
Os criadores e a versão original.
Maioria Oprimida
Se você assiste este vídeo aí embaixo e acha que o que há de errado nele é que os papéis estão invertidos, você acabou de ter uma lição de como você vê o mundo pelos olhos do machismo.
Infelizmente, as cenas mais comuns são, realmente, com os papéis invertidos: são nossas irmãs que são assediadas, são nossas esposas que são agredidas, são nossas amigas de trabalho que são desacreditadas quando falam que sofreram abuso.
Mas isso não acontece porque a vida é assim mesmo. Isso acontece porque os homens acham que podem mandar, que podem abusar, que podem acuar as mulheres.
Veja bem, não estou apontando o dedo e dizendo que você é machista, nada disso. Só estou querendo mostrar que seus olhos já foram ensinados a ver o mundo com uma ótica de que o certo é a mulher sofrer abuso e de que isso é normal e de que a vida é assim mesmo.
Eu sei que você não faz por mal. Afinal, você cresceu e aprendeu que a vida é assim.
Mas dá pra desaprender, sabia?
Majorité Opprimée, de 2010, foi dirigido por Eleonore Pourriat.
Infelizmente, as cenas mais comuns são, realmente, com os papéis invertidos: são nossas irmãs que são assediadas, são nossas esposas que são agredidas, são nossas amigas de trabalho que são desacreditadas quando falam que sofreram abuso.
Mas isso não acontece porque a vida é assim mesmo. Isso acontece porque os homens acham que podem mandar, que podem abusar, que podem acuar as mulheres.
Veja bem, não estou apontando o dedo e dizendo que você é machista, nada disso. Só estou querendo mostrar que seus olhos já foram ensinados a ver o mundo com uma ótica de que o certo é a mulher sofrer abuso e de que isso é normal e de que a vida é assim mesmo.
Eu sei que você não faz por mal. Afinal, você cresceu e aprendeu que a vida é assim.
Mas dá pra desaprender, sabia?
Majorité Opprimée, de 2010, foi dirigido por Eleonore Pourriat.
Dicionário 2014 - III
Terceira postagem de um projeto literário para 2014: inventar uma palavra nova por dia.
12/01 - Uaziponga. Substantivo. Pessoa que tem o hábito de interromper a fala de outra, tentando adivinhar o que está pra ser dito (e normalmente errando).
13/01 - Abrasófilo. Adjetivo. Qualidade de um livro que é capaz de gerar a mudança no modo de uma pessoa ver o mundo.
14/01 - Biroscafóbico. Substantivo. Aquele que tem medo de entrar em biroscas.
15/01 - Cleptomatose. Substantivo. Transmissão hereditária de cleptomania.
16/01 - Rebimbólico. Adjetivo. Característica daquele que tem por hábito chamar a atenção quando entra em um lugar.
17/01 - Bricanoze. Substantivo. Doença que causa o crescimento de pelos nas unhas do pé.
18/01 - Pedalgrar. Verbo. Madrugar para pedalar bem cedo.
19/01 - Cabrozina. Substantivo. Pomada para curar bricanoze.
20/01 - Emblézigo. Substantivo. Homem que tem o costume de tomar café expresso depois das refeições.
21/01 - Flunbozina. Adjetivo. Característica da pessoa que costuma queimar a comida ao prepará-la.
22/01 - Xontriar. Verbo. Ato de ensinar a uma criança como tocar cai cai balão num ukulele.
23/01 - Quadrenisfose. Substantivo. Cirurgia para redução da língua.
***
Leia aqui a quarta parte da série.
Leia aqui a segunda parte da série.
12/01 - Uaziponga. Substantivo. Pessoa que tem o hábito de interromper a fala de outra, tentando adivinhar o que está pra ser dito (e normalmente errando).
13/01 - Abrasófilo. Adjetivo. Qualidade de um livro que é capaz de gerar a mudança no modo de uma pessoa ver o mundo.
14/01 - Biroscafóbico. Substantivo. Aquele que tem medo de entrar em biroscas.
15/01 - Cleptomatose. Substantivo. Transmissão hereditária de cleptomania.
16/01 - Rebimbólico. Adjetivo. Característica daquele que tem por hábito chamar a atenção quando entra em um lugar.
17/01 - Bricanoze. Substantivo. Doença que causa o crescimento de pelos nas unhas do pé.
18/01 - Pedalgrar. Verbo. Madrugar para pedalar bem cedo.
19/01 - Cabrozina. Substantivo. Pomada para curar bricanoze.
20/01 - Emblézigo. Substantivo. Homem que tem o costume de tomar café expresso depois das refeições.
21/01 - Flunbozina. Adjetivo. Característica da pessoa que costuma queimar a comida ao prepará-la.
22/01 - Xontriar. Verbo. Ato de ensinar a uma criança como tocar cai cai balão num ukulele.
23/01 - Quadrenisfose. Substantivo. Cirurgia para redução da língua.
Leia aqui a quarta parte da série.
Leia aqui a segunda parte da série.
Micro-contos de Terror
Não são de autoria minha.
Vi aqui e traduzi pra cá.
Tem uns lascados de bom.
Eu estava tendo um ótimo sonho quando as marteladas me acordaram. Depois daquilo, eu mal conseguia ouvir a terra caindo sobre o caixão de tanto que eu gritava.
"Não consigo dormir", ela sussurrou, subindo na minha cama. Eu acordei suando frio, agarrada ao vestido com o qual ela foi enterrada.
Eu estava lendo uma história para ela quando ela disse que havia monstros embaixo da cama. Quando olhei, havia uma outra ela embaixo da cama, olhando pra mim e falando que havia alguém em cima da cama dela.
Você chega em casa, cansada depois de um longo dia de trabalho e pronta para relaxar sozinha. Quando toca o interruptor, tem outra mão lá.
Não consigo me mexer, respirar, falar ou ouvir nada, e está escuro o tempo todo. Se eu soubesse que seria assim, teria pedido para ser cremada.
Ela subiu as escadas para ver seu bebê dormindo. A janela estava aberta e a cama vazia.
Nunca vou dormir. Mas vivo acordando.
Minha filha não para de chorar e gritar durante a noite. Eu visito seu túmulo e peço para ela parar, mas não funciona.
Depois de um dia duro de trabalho, chego em casa e encontro minha esposa ninando nossa filha. Não sei o que foi mais assustador: ver minha esposa e minha filha falecidas ou saber que alguém invadiu meu apartamento e as pôs lá.
No meu telefone tinha uma foto minha dormindo. Eu moro sozinha.
Acordei com batidas no vidro. Achei que era na janela, até que vi que vinha do espelho.
A última coisa que vi foi meu relógio marcando 12:07, antes dela enfiar sua mão em meu peito enquanto tapava minha boca com a outra. Acordei assustada, aliviada por ser só um sonho, mas aí vi meu relógio marcando 12:06 e ouvi a porta abrindo.
Como cresci tendo gatos e cães em casa, me acostumei a ouvir arranhões nas portas enquanto dormia. Agora que moro sozinha, não é tão legal.
Em todo o tempo em que moro sozinha nesta casa, juro por Deus que já fechei mais portas do que abri.
Uma menina ouviu sua mãe gritar por ela do andar de baixo, então levantou e foi descer as escadas. No primeiro degrau sua mãe a puxou para seu quarto e disse "também ouvi".
Ela perguntou porque eu estava respirando tão forte. Eu não estava.
Minha esposa me acordou esta noite para me dizer que havia um intruso na casa. Ela foi morta por um intruso há dois anos.
Eu acordei com o som o rádio do quarto da bebê, alguém estava ninando ela. Quando me mexi, encostei na minha esposa, dormindo ao meu lado.
Eu sempre achei que minha gata tinha um problema de visão - ela sempre parecia olhar fixo para meu rosto. Até que um dia entendi que ela estava olhando para algo atrás de mim.
Não há nada mais lindo que a gargalhada de um bebê. A não ser que seja uma da madrugada e você esteja sozinha em casa.
Vi aqui e traduzi pra cá.
Tem uns lascados de bom.
Eu estava tendo um ótimo sonho quando as marteladas me acordaram. Depois daquilo, eu mal conseguia ouvir a terra caindo sobre o caixão de tanto que eu gritava.
"Não consigo dormir", ela sussurrou, subindo na minha cama. Eu acordei suando frio, agarrada ao vestido com o qual ela foi enterrada.
Eu estava lendo uma história para ela quando ela disse que havia monstros embaixo da cama. Quando olhei, havia uma outra ela embaixo da cama, olhando pra mim e falando que havia alguém em cima da cama dela.
Você chega em casa, cansada depois de um longo dia de trabalho e pronta para relaxar sozinha. Quando toca o interruptor, tem outra mão lá.
Não consigo me mexer, respirar, falar ou ouvir nada, e está escuro o tempo todo. Se eu soubesse que seria assim, teria pedido para ser cremada.
Ela subiu as escadas para ver seu bebê dormindo. A janela estava aberta e a cama vazia.
Nunca vou dormir. Mas vivo acordando.
Minha filha não para de chorar e gritar durante a noite. Eu visito seu túmulo e peço para ela parar, mas não funciona.
Depois de um dia duro de trabalho, chego em casa e encontro minha esposa ninando nossa filha. Não sei o que foi mais assustador: ver minha esposa e minha filha falecidas ou saber que alguém invadiu meu apartamento e as pôs lá.
No meu telefone tinha uma foto minha dormindo. Eu moro sozinha.
Acordei com batidas no vidro. Achei que era na janela, até que vi que vinha do espelho.
A última coisa que vi foi meu relógio marcando 12:07, antes dela enfiar sua mão em meu peito enquanto tapava minha boca com a outra. Acordei assustada, aliviada por ser só um sonho, mas aí vi meu relógio marcando 12:06 e ouvi a porta abrindo.
Como cresci tendo gatos e cães em casa, me acostumei a ouvir arranhões nas portas enquanto dormia. Agora que moro sozinha, não é tão legal.
Em todo o tempo em que moro sozinha nesta casa, juro por Deus que já fechei mais portas do que abri.
Uma menina ouviu sua mãe gritar por ela do andar de baixo, então levantou e foi descer as escadas. No primeiro degrau sua mãe a puxou para seu quarto e disse "também ouvi".
Ela perguntou porque eu estava respirando tão forte. Eu não estava.
Minha esposa me acordou esta noite para me dizer que havia um intruso na casa. Ela foi morta por um intruso há dois anos.
Eu acordei com o som o rádio do quarto da bebê, alguém estava ninando ela. Quando me mexi, encostei na minha esposa, dormindo ao meu lado.
Eu sempre achei que minha gata tinha um problema de visão - ela sempre parecia olhar fixo para meu rosto. Até que um dia entendi que ela estava olhando para algo atrás de mim.
Não há nada mais lindo que a gargalhada de um bebê. A não ser que seja uma da madrugada e você esteja sozinha em casa.
Livro: Universo Desconstruído
A melhor coisa que li ano passado foi o livro Universo Desconstruído, escrito por várias autoras brasileiras, organizado por Aline Valek e Lady Sybylla. Confesso não conhecer a Lady Sybylla, mas já acompanho o site da Aline há cerca de um ano e é outra recomendação de leitura que deixo aqui, além da obra em si.
O livro reúne 10 contos de ficção científica onde o feminismo serve de pano de fundo.
São histórias para todos os gostos: robôs que fazem o papel de cônjuges. Planetas distantes em guerra contra invasores. Imortalidade através da transferência de lembranças. Descoberta de vida alienígena. Cenários distópicos onde pragas dizimaram a raça humana. Compartilhamento de corpos. Misturados com tudo isso estão temas como o aborto, a influência da religião na vida das cidadãs, os direitos da mulher, a violência do machismo e a força cruel do preconceito e da misoginia.
Antes que você rejeite a ideia, achando que o livro pode querer ser didático ou caga-regras, não é nada disso. A intenção das autoras foi apenas, como disse a própria Lady Sybylla, fazer ficção científica invertendo papéis, transgredindo estereótipos, evitando a sexualização das mulheres, mostrando-as como indivíduos ativos e líderes. E só isso já é suficiente para eu perceber como o machismo já está entranhado na minha maneira de ver o mundo, porque quando várias das personagens ativas e líderes aparecem nas histórias, a imagem mental formada é quase sempre de um homem, e rolava um susto quando eu descobria que na verdade eram mulheres. Outra coisa é o estranhamento constante de ver mais personagens mulheres do que homens.
E, como meus textos no feminino sempre causam estranheza e geram comentários, sei que isso não acontece só comigo.
Pra fechar com chave de ouro, a edição digital é gratuita, com versões para kobo e kindle, mais a versão em pdf. Para baixar você só precisa publicar alguma coisa no twitter ou no facebook falando que está baixando o livro. Mas se você gostar de verdade, pode comprar a edição impressa, que também está disponível.
Meus dois contos favoritos são Eu, Incubadora (de Aline Valek), que narra a luta de Diana pelo seu direito de ter uma carreira que não seja a de mãe; e Projeto Áquila (de Gabriela Ventura), o diário de Isabel Andrade, que está internada em um manicômio por conta da loucura de outra pessoa.
Difícil parar de ler. E é tão bom que vou querer ler de novo em breve. Vai lá, vai.
O livro reúne 10 contos de ficção científica onde o feminismo serve de pano de fundo.
São histórias para todos os gostos: robôs que fazem o papel de cônjuges. Planetas distantes em guerra contra invasores. Imortalidade através da transferência de lembranças. Descoberta de vida alienígena. Cenários distópicos onde pragas dizimaram a raça humana. Compartilhamento de corpos. Misturados com tudo isso estão temas como o aborto, a influência da religião na vida das cidadãs, os direitos da mulher, a violência do machismo e a força cruel do preconceito e da misoginia.
Antes que você rejeite a ideia, achando que o livro pode querer ser didático ou caga-regras, não é nada disso. A intenção das autoras foi apenas, como disse a própria Lady Sybylla, fazer ficção científica invertendo papéis, transgredindo estereótipos, evitando a sexualização das mulheres, mostrando-as como indivíduos ativos e líderes. E só isso já é suficiente para eu perceber como o machismo já está entranhado na minha maneira de ver o mundo, porque quando várias das personagens ativas e líderes aparecem nas histórias, a imagem mental formada é quase sempre de um homem, e rolava um susto quando eu descobria que na verdade eram mulheres. Outra coisa é o estranhamento constante de ver mais personagens mulheres do que homens.
E, como meus textos no feminino sempre causam estranheza e geram comentários, sei que isso não acontece só comigo.
Pra fechar com chave de ouro, a edição digital é gratuita, com versões para kobo e kindle, mais a versão em pdf. Para baixar você só precisa publicar alguma coisa no twitter ou no facebook falando que está baixando o livro. Mas se você gostar de verdade, pode comprar a edição impressa, que também está disponível.
Meus dois contos favoritos são Eu, Incubadora (de Aline Valek), que narra a luta de Diana pelo seu direito de ter uma carreira que não seja a de mãe; e Projeto Áquila (de Gabriela Ventura), o diário de Isabel Andrade, que está internada em um manicômio por conta da loucura de outra pessoa.
Difícil parar de ler. E é tão bom que vou querer ler de novo em breve. Vai lá, vai.
Dicionário 2014 - II
Segunda postagem de um projeto literário para 2014: inventar uma palavra nova por dia.
02/01 - Desvisitar. Verbo. Visitar alguém e tua presença ser desagradável ao visitado.
03/01 - Prínfalo. Substantivo. Antigo instrumento musical mesopotâmico de som grave, semelhante a uma gaita de foles.
04/01 - Digitassinar. Verbo. Marcar com tinta a digital em um documento quando não se sabe ou não se tem condições de assinar usando uma caneta.
05/01 - Legianizar. Verbo. Em qualquer conversa sobre música, arranjar uma forma de ligar o assunto à banda Legião Urbana.
06/01 - Atricínio. Verbo. Ato de roubar uma atriz.
07/01 - Plúndia. Substantivo. Forte decepção com um show de rock progressivo do qual se esperava muita coisa.
08/01 - Zobirba. Substantivo. Forte vontade de sair de um restaurante depois de ver uma barata andando no chão.
09/01 - Ferdizunamente. Advérbio. De modo rápido e barulhento, deixando muito lixo pelo chão.
10/01 - Milozônia. Substantivo. Inteligência. Perspicácia.
11/01 - Zoxifar. Verbo. Ato de desmontar a árvore de natal ainda no dia 25 de dezembro.
***
Leia aqui a primeira parte da série
Leia aqui a terceira parte da série
02/01 - Desvisitar. Verbo. Visitar alguém e tua presença ser desagradável ao visitado.
03/01 - Prínfalo. Substantivo. Antigo instrumento musical mesopotâmico de som grave, semelhante a uma gaita de foles.
04/01 - Digitassinar. Verbo. Marcar com tinta a digital em um documento quando não se sabe ou não se tem condições de assinar usando uma caneta.
05/01 - Legianizar. Verbo. Em qualquer conversa sobre música, arranjar uma forma de ligar o assunto à banda Legião Urbana.
06/01 - Atricínio. Verbo. Ato de roubar uma atriz.
07/01 - Plúndia. Substantivo. Forte decepção com um show de rock progressivo do qual se esperava muita coisa.
08/01 - Zobirba. Substantivo. Forte vontade de sair de um restaurante depois de ver uma barata andando no chão.
09/01 - Ferdizunamente. Advérbio. De modo rápido e barulhento, deixando muito lixo pelo chão.
10/01 - Milozônia. Substantivo. Inteligência. Perspicácia.
11/01 - Zoxifar. Verbo. Ato de desmontar a árvore de natal ainda no dia 25 de dezembro.
Leia aqui a primeira parte da série
Leia aqui a terceira parte da série
Discos para o Coma
Há quase sete anos eu escrevi um texto listando alguns discos que gostaria de ficar ouvindo caso entrasse em coma. Continuo com essa ideia. Sei lá se as pessoas, quando estão em coma, conseguem ouvir alguma coisa, mas na dúvida, e depois de ver um vídeo como este aqui, achei por bem atualizar a lista.
Repetindo o pedido: se por motivo de acidente ou doença eu entrar em coma, coloquem os seguintes discos em um player e deixem tocando num volume agradável até que eu acorde ou morra.
Claridade, da Alcione
1 Fille & 4 Types, da Celine Dion
The Lion King on Broadway, do Elton John
Songs From the West Coast, do Elton John
Eu Quero ir pra Lá, da Jozyanne
Acústico, do Jorge Ben Jor
Thriller, do Michael Jackson
Vivo, do Ney Matogrosso
Stadium Arcadium, do Red Hot Chili Peppers
2002, do RPM
Música Preta Brasileira, da Sandra de Sá
Construção, do Chico Buarque
Príncipe da Paz, do Diante do Trono
Claridade, da Clara Nunes
Don't Explain, da Beth Heart e do Joe Bonamassa
Fôlego, do Felipe Catto
Pressure and Time, do Rival Sons
Random Access Memories, do Daft Punk
Sigh no More, do Mumford & Sons
The Story, da Brandi Carlile
Klutz, Musique
C_MPL_TE, do Móveis Coloniais de Acaju
Black Sabbath, do Black Sabbath
Money for Nothing, do Dire Straits
Barcelona, do Freddie Mercury e da Montserrat Caballé
Repetindo o pedido: se por motivo de acidente ou doença eu entrar em coma, coloquem os seguintes discos em um player e deixem tocando num volume agradável até que eu acorde ou morra.
Claridade, da Alcione
1 Fille & 4 Types, da Celine Dion
The Lion King on Broadway, do Elton John
Songs From the West Coast, do Elton John
Eu Quero ir pra Lá, da Jozyanne
Acústico, do Jorge Ben Jor
Thriller, do Michael Jackson
Vivo, do Ney Matogrosso
Stadium Arcadium, do Red Hot Chili Peppers
2002, do RPM
Música Preta Brasileira, da Sandra de Sá
Construção, do Chico Buarque
Príncipe da Paz, do Diante do Trono
Claridade, da Clara Nunes
Don't Explain, da Beth Heart e do Joe Bonamassa
Fôlego, do Felipe Catto
Pressure and Time, do Rival Sons
Random Access Memories, do Daft Punk
Sigh no More, do Mumford & Sons
The Story, da Brandi Carlile
Klutz, Musique
C_MPL_TE, do Móveis Coloniais de Acaju
Black Sabbath, do Black Sabbath
Money for Nothing, do Dire Straits
Barcelona, do Freddie Mercury e da Montserrat Caballé
Música: Minueto, em Sol Maior
No início do ano passado coloquei no youtube um vídeo onde tocava uma música. Hoje coloquei no SoundCloud uma nova versão dela. Dá pra ouvir online ou baixar o MP3.
Dicionário 2014 - I
Primeira postagem de um projeto literário para 2014: inventar uma palavra nova por dia.
01/01 - Assê. Pronome de tratamento pessoal. Corruptela de assuncê.
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Leia aqui a segunda parte da série
01/01 - Assê. Pronome de tratamento pessoal. Corruptela de assuncê.
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