Uma armadilha que aprendi a identificar e na qual cada vez caio menos.
No início do ano, ansioso pelo lançamento de um filme, um amigo disse que estava doido para que dezembro chegasse logo.
Em dezembro, ele reclamava que o ano tinha passado rápido demais.
Elton John: 70, 50 e 20 anos
Hoje Elton John faz 70 anos de vida. Começou na música ainda na infância, estudou na Academia Real Britânica, tocou em bandas de apoio de outros artistas até se lançar em carreira solo no final dos anos 60. Além do seu trabalho lançando discos de estúdio, sua vida sempre foi dedicada à música. Trabalhou na composição de diversas trilhas sonoras para filmes (O Rei Leão, O Caminho para o El Dorado, entre outros) e peças de teatro (Billy Elliot, Aida, Lestat). E também apoiou e ajudou a impulsionar diversos artistas. Leon Russell, Brandi Carlile, Lady Gaga, James Blunt, 2Cellos e Ed Sheeran são apenas alguns.
Mas ele não se envolveu apenas com música. No final dos anos setenta, financiou e tornou-se o presidente do time inglês de futebol Watford. Conseguiu levar a equipe à primeira divisão do campeonato inglês. No início dos anos noventa, fundou a EJAF, uma fundação para angariar fundos para auxílio dos portadores de AIDS. Até hoje já arrecadou mais de duzentos milhões de dólares.
Também neste ano, Elton John completa 50 anos de parceria com o letrista Bernie Taupin, uma das mais duradouras da história da música. Foram unidos por puro acaso, após ambos responderem ao anúncio de uma gravadora. Passaram alguns poucos anos escrevendo músicas para outros artistas até decidirem seguir seus instintos e Elton iniciar sua carreira solo.
Tiveram sua fase áurea na primeira metade dos anos setenta, lançando um sucesso atrás de outro. Se afastaram um pouco na virada pros anos oitenta, quando ambos trabalharam com outros parceiros. Mas desde Too Low for Zero, lançado em 1983, praticamente todos os discos de estúdio do Elton John são frutos dessa parceria.
Por fim, este ano marca também os 20 anos desde que conheci sua música. No início, tudo era apenas admiração pelas músicas do filme O Rei Leão. Mas bastaram poucos anos para que sua obra se tornasse uma constante na minha vida. É grande o saudosismo quando ouço os primeiros discos dele que comprei.
Para quem já pensou em viajar para os Estados Unidos para ver um show dele por conta de sua ausência dos palcos brasileiros, me sinto privilegiado por já ter tido a oportunidade de assisti-lo quatro vezes. E o quinto show está virando a esquina, já na semana que vem. Se há uma coisa da qual eu poderia reclamar, é da falta de variedade em seu setlist. Há algumas músicas que eu adoraria ver ao vivo, como Indian Sunset e Circle of Life, mas reconheço que minha cota já foi gasta e que tudo o que vier é lucro.
Comecei a conhecer o seu trabalho quando seu sucesso de público chegava ao fim. Ele continua enchendo plateias onde quer que vá, mas o que ele faz não é mais parte do panorama musical há muito tempo. Seus discos recentes até conseguiram chegar perto do topo nas listas dos mais vendidos na semana de lançamento, mas vejo que isso acontece muito mais por excesso de propaganda do que por expectativa de público.
Hoje acumulo na minha prateleira mais de 60 discos com seu nome na capa. São discos de estúdio, trilhas sonoras, coletâneas, registros de shows. Tenho também muitos livros, vinis e dvds. É uma obra tão grande, da qual gosto tanto, que faz dele o único artista que consigo ouvir sempre sem precisar dar um tempo de vez em quando.
Sei que sua carreira está chegando ao fim, ele mesmo já vem falando isso há alguns anos. Por isso, torço para que ele ainda lance alguns outros discos antes de parar de vez. Entendo que não vamos ter um novo Goodbye Yellow Brick Road ou um novo Honky Chateau, mas já fico bem satisfeito se ele seguir na linha do que fez no último. Se pudesse ter um pedido atendido, gostaria que ele e a banda registrassem em estúdio músicas no estilo do que eles têm feito ao vivo em Levon.
Muita gente me pergunta porque eu gosto tanto de suas músicas. Eu não sei responder. Não escolhi isso. Parece que fui escolhido por elas. Já aconteceu de eu me perguntar se estava exagerando no gosto, tentando representar o papel de fã mesmo sem gostar tanto assim. Aí botava o Tumbleweed Connection ou o Sleeping With the Past pra tocar e via que não. Gosto muito mesmo, e pronto. Mesmo que me aconselhem a não gostar tanto.
Como sempre, fica o desejo de que ele ainda tenha uma vida longa e produtiva pela frente.
***
Para celebrar os 70 anos do velho, uma playlist com 70 músicas dele.
Alguns outros artigos que já escrevi sobre o Elton John:
Sobre o disco The Union, com Leon Russell
O 3000-ésimo show do Elton John
A Música que Elton John fez para a Princesa Diana
Como me tornei fã de Elton John
10 Músicas de Elton John que você precisa conhecer
Tradução da Entrevista que dei ao Elton John All Song List
Tradução de Entrevista que Elton John deu a um jornal
Mas ele não se envolveu apenas com música. No final dos anos setenta, financiou e tornou-se o presidente do time inglês de futebol Watford. Conseguiu levar a equipe à primeira divisão do campeonato inglês. No início dos anos noventa, fundou a EJAF, uma fundação para angariar fundos para auxílio dos portadores de AIDS. Até hoje já arrecadou mais de duzentos milhões de dólares.
Também neste ano, Elton John completa 50 anos de parceria com o letrista Bernie Taupin, uma das mais duradouras da história da música. Foram unidos por puro acaso, após ambos responderem ao anúncio de uma gravadora. Passaram alguns poucos anos escrevendo músicas para outros artistas até decidirem seguir seus instintos e Elton iniciar sua carreira solo.
Tiveram sua fase áurea na primeira metade dos anos setenta, lançando um sucesso atrás de outro. Se afastaram um pouco na virada pros anos oitenta, quando ambos trabalharam com outros parceiros. Mas desde Too Low for Zero, lançado em 1983, praticamente todos os discos de estúdio do Elton John são frutos dessa parceria.
Por fim, este ano marca também os 20 anos desde que conheci sua música. No início, tudo era apenas admiração pelas músicas do filme O Rei Leão. Mas bastaram poucos anos para que sua obra se tornasse uma constante na minha vida. É grande o saudosismo quando ouço os primeiros discos dele que comprei.
Para quem já pensou em viajar para os Estados Unidos para ver um show dele por conta de sua ausência dos palcos brasileiros, me sinto privilegiado por já ter tido a oportunidade de assisti-lo quatro vezes. E o quinto show está virando a esquina, já na semana que vem. Se há uma coisa da qual eu poderia reclamar, é da falta de variedade em seu setlist. Há algumas músicas que eu adoraria ver ao vivo, como Indian Sunset e Circle of Life, mas reconheço que minha cota já foi gasta e que tudo o que vier é lucro.
Comecei a conhecer o seu trabalho quando seu sucesso de público chegava ao fim. Ele continua enchendo plateias onde quer que vá, mas o que ele faz não é mais parte do panorama musical há muito tempo. Seus discos recentes até conseguiram chegar perto do topo nas listas dos mais vendidos na semana de lançamento, mas vejo que isso acontece muito mais por excesso de propaganda do que por expectativa de público.
Hoje acumulo na minha prateleira mais de 60 discos com seu nome na capa. São discos de estúdio, trilhas sonoras, coletâneas, registros de shows. Tenho também muitos livros, vinis e dvds. É uma obra tão grande, da qual gosto tanto, que faz dele o único artista que consigo ouvir sempre sem precisar dar um tempo de vez em quando.
Sei que sua carreira está chegando ao fim, ele mesmo já vem falando isso há alguns anos. Por isso, torço para que ele ainda lance alguns outros discos antes de parar de vez. Entendo que não vamos ter um novo Goodbye Yellow Brick Road ou um novo Honky Chateau, mas já fico bem satisfeito se ele seguir na linha do que fez no último. Se pudesse ter um pedido atendido, gostaria que ele e a banda registrassem em estúdio músicas no estilo do que eles têm feito ao vivo em Levon.
Muita gente me pergunta porque eu gosto tanto de suas músicas. Eu não sei responder. Não escolhi isso. Parece que fui escolhido por elas. Já aconteceu de eu me perguntar se estava exagerando no gosto, tentando representar o papel de fã mesmo sem gostar tanto assim. Aí botava o Tumbleweed Connection ou o Sleeping With the Past pra tocar e via que não. Gosto muito mesmo, e pronto. Mesmo que me aconselhem a não gostar tanto.
Como sempre, fica o desejo de que ele ainda tenha uma vida longa e produtiva pela frente.
Para celebrar os 70 anos do velho, uma playlist com 70 músicas dele.
Alguns outros artigos que já escrevi sobre o Elton John:
Sobre o disco The Union, com Leon Russell
O 3000-ésimo show do Elton John
A Música que Elton John fez para a Princesa Diana
Como me tornei fã de Elton John
10 Músicas de Elton John que você precisa conhecer
Tradução da Entrevista que dei ao Elton John All Song List
Tradução de Entrevista que Elton John deu a um jornal
Das Explicações
"E se eu estiver num restaurante com minha esposa e meus filhos e na mesa ao lado estiverem dois homens e eles se beijarem? Como eu explico isso pros meus filhos?"
Primeiro, você não precisa explicar nada. A vida é deles e você não tem nada com isso. Mas se os filhos perguntarem, que tal essa explicação?
"Assim como eu e sua mãe gostamos um do outro e nos beijamos, aqueles caras ali também se gostam e por isso se beijam."
Primeiro, você não precisa explicar nada. A vida é deles e você não tem nada com isso. Mas se os filhos perguntarem, que tal essa explicação?
"Assim como eu e sua mãe gostamos um do outro e nos beijamos, aqueles caras ali também se gostam e por isso se beijam."
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