Num país plural como o Brasil, é inadmissível haver tamanha intolerância religiosa, que se pode perceber pelos noticiários e que se pode confirmar com os dados expostos pelo texto IV. Reduzir a influência das bancadas religiosas e punir usando educação são duas ferramentas para se atingir uma maturidade social onde todos sejam respeitados.
Desde câmaras de vereadores que aprovam leis que tornam obrigatória a oração em salas de aula, passando por projetos que tentam impor a inclusão de dogmas religiosos no currículo escolar, indo até projetos federais que se justificam com base em textos bíblicos, é evidente o esforço das bancadas religiosas para impor suas crenças sobre toda a população, à revelia da laicidade do estado.
Uma segunda ferramenta para uma sociedade mais tolerante é a punição de comportamentos inadequados usando a educação e não somente a repressão. Atualmente, como exposto no texto III, a pena para a intolerância religiosa é o cerceamento da liberdade e o pagamento de multas. Entretanto, nenhum dos dois propicia uma melhor compreensão do intolerado por parte do intolerante. Dois exemplos de medidas neste sentido seriam a obrigação de participar de rodas de diálogo com praticantes da religião que foi vítima e também o comparecimento a ritos e cerimônias da mesma. Ao adotar penas sócio-educativas, que levem ao intolerante um entendimento mais claro daquele que é intolerado, é possível que ele passe a ter uma visão melhor do quanto o outro é tão humano, rico e valioso, tão digno de respeito quanto ele mesmo.
A disseminação do conhecimento acerca da realidade do outro e a redução de vozes que buscam tornar-se dominantes são, portanto, duas ferramentas na busca de uma sociedade mais livre e mais tolerante, cujas estatísticas mostrem a face de uma nação mais humana.
Outros textos meus sobre religião:
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Como Saber Se Sua Liberdade Religiosa Está Sendo Atacada
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A Terra dos Esportes