Quando você resolve que vai jogar futebol, você tem que se adequar às regras do jogo. Ganha quem faz mais gols, onze jogadores de cada lado e ninguém pode pôr a mão na bola. Aí pergunto: faz sentido você sair do campo de futebol, ir pruma quadra de vôlei e dizer que as jogadoras estão jogando errado porque estão colocando a mão na bola? Claramente, não é sensato. As regras do futebol valem pra quem está jogando futebol, e enquanto o futebol está sendo jogado. Não há nada intrinsecamente errado em colocar a mão na bola.
Assim deveriam funcionar as religiões. Quando você se liga a uma, as regras dela devem ser um guia para a sua vida e das pessoas que compartilham dela com você. Não faz sentido cobrar das outras pessoas que elas ajam da mesma forma se elas não estão no mesmo campo.
Houve uma época em que eu via as religiões como uma jornada a ser percorrida, mas não são. A vida é a jornada. Religiões são os veículos que podem nos ajudar a percorrer o caminho. Esses veículos podem trazer segurança, ajudar a seguir em frente, a superar obstáculos, facilitar em certos trechos mais difíceis. Há quem prefira veículos grandes e espaçosos onde cabe todo mundo. Há quem prefira veículos simples que dão mais possibilidade de apreciar a paisagem. E há quem prefira ir a pé.