Paz

Se fosse apenas para nascer, crescer, reproduzir e morrer, não precisaríamos pensar. Bastaria sermos como os animais. Mas pensamos, e por isso nos fazemos perguntas existenciais. De onde viemos? Para onde vamos? O que somos? É preciso acrescentar mais uma pergunta à lista: o que deixamos? É nossa obrigação deixar uma herança para as próximas gerações. As gerações anteriores nos deixaram legados inesquecíveis: arte, ciência, pensamentos e idéias de pessoas que ninguém atualmente teve a chance de conhecer estão ao nosso redor, tornando nossa vida mais simples, mais fácil, mais bela. E o que nossa geração está deixando? Daqui a cento e cinqüenta anos, nenhuma das seis bilhões de almas que percorrem a face da terra estará aqui. Estarão aqui outros bilhões: nossos netos. E qual legado seria mais importante para eles do que a paz? Mas não basta apenas querer a paz. É preciso fazê-la. Ela nasce dentro de nós para o mundo. Logo, precisamos mais do que simplesmente esperar que ela seja nos dada pelo governo ou pela igreja ou por quem quer que seja: precisamos fazê-la crescer e florescer em nós. Passeatas, protestos e discursos inflamados servem como desabafo, mas não levam a lugar nenhum, para consertar o mundo e torná-lo um lugar de paz é preciso agir. Paz é atitude, paz é respeito pelos próximos, paz é vida, paz é amor. Temos que fazer as pazes com a paz. Chega de apenas ver a luz no fim do túnel: é preciso sair do túnel. Basta. Nós queremos paz.

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