Ozzy Osbourne no Rio de Janeiro

Uma das bandas de heavy metal que marcaram a minha infância, época saudosa em que eu convivia mais com meus primos mais velhos, foi o Black Sabbath. A estante empoeirada dos discos deles na casa da minha tia ainda guarda uma cópia preciosa do Paranoid.

Quando, ainda no início do ano, foi confirmado que Ozzy Osbourne viria ao Brasil e, mais importante ainda, ao Rio de Janeiro, eu já sabia que seria um evento ao qual eu não poderia faltar. Afinal de contas, não é todo dia que você tem a oportunidade de ver uma lenda do rock ao vivo.

Alguns meses de espera depois, chegado o grande dia, na semana seguinte ao show do Iron Maiden, lá fui eu novamente para a Barra da Tijuca acompanhado dos meus camaradas Kildary e Roberto, desta vez contando com a presença do Zé Renato.

Quando conseguimos tomar nossos lugares na pista do Citibank Hall, a banda de abertura da noite - Hibria - já estava tocando sua última música. O pouco que vimos nos pareceu muito bom, mas não era para vê-los que estávamos ali.

Felizmente, o show começou na hora marcada e o que tivemos foi uma hora e meia de puro rock. Ozzy pode estar velho e às parece estar cambaleando no palco, mas consegue manter o ritmo lá no alto o tempo todo.

Ao total, quinze músicas, sendo dez da carreira solo e cinco do Black Sabbath. Coincidência ou não, as cinco músicas do Black Sabbath saíram do disco Paranoid. O único porém do setlist foi o fato de haver apenas uma música do disco mais novo do Ozzy. Acho que poderiam ser incluídas pelo menos mais duas (Life Won’t Wait e Crucify, talvez). Fora isso, simplesmente fantástico.

Louco como sempre, Ozzy jogou baldes d’água e até espirrou espuma na galera que estava lá na frente. Enrolou-se na bandeira brasileira no início do show e o tempo todo pediu a participação da galera, inclusive ensaiando um “lêêêêê lê-lê-ô” junto com a galera na volta pro bis.

Antes de lascarem Rat Salad, Ozzy saiu do palco e deixou os músicos de sua banda mostrarem o que sabiam. E como sabiam! O guitarrista Gus G deu um solo memorável e ficou com a plateia na mão quando enfiou Brasileirinho no meio do solo. Já o baterista Tommy Clufetos chegou a assustar com seus bumbos duplos poderosos e me lembrou Ray Cooper no show do Elton John no Brasil em 1995, ao botar a galera pra gritar no ritmo das suas batidas. Ambos simplesmente irretocáveis.

Quando Paranoid terminou, encerrando o show, eu estava alucinado e eufórico, como meus três camaradas podem confirmar. Uma noite pra ficar na memória.

Em menos de duas semanas tive oportunidade de ver duas lendas do heavy metal: Iron Maiden e Ozzy Osbourne. Por estar no meio da plateia desta vez e tê-lo curtido o quanto pude, achei o show do Ozzy ainda melhor que o do Iron. Inesquecível.

Tomara que eu possa vê-lo novamente.


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