Olha, dois caras entraram pela janela dos fundos e ainda não saíram.
Mas, poxa, todo mundo sabe que tartarugas não falam. Como é que eu iria dar ouvidos pra Clarice? Muito menos acreditar nela. Entrei.
Mal tranquei a porta da sala ouvi os passos atrás de mim e, antes de poder me virar já estava recebendo ordens.
Nem pense em gritar e fala pra gente onde está.
Onde está o que?, eu pensei. Mas eu sabia o que eles queriam.
Com duas armas apontadas pro meu rosto, não havia como negar ou enrolar.
No quarto de empregada, dentro do guarda roupas, no fundo falso, dentro de um baú trancado. A chave ficava na cozinha, colada com durex na parte de fora da gaveta de talheres, por trás. Dentro do baú, tinha um fundo falso.
Iam publicar na internet e todo mundo iria conhecer.
O livro de receitas da minha avó, de onde eu tirava as receitas secretas do meu restaurante, que tanto faziam sucesso.
Não faziam mais tanto sucesso e a clientela caiu. Só não fechei o restaurante porque consegui inventar uma inédita e deliciosa sopa de tartaruga.
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