Nelson Gonçalves

Naquela mesa ele sentava sempre,
e me dizia sempre o que é viver melhor.
Naquela mesa ele contava histórias,
que hoje na memória eu guardo e sei de cor.

Naquela mesa ele juntava a gente,
e dizia contente o que fez de manhã.
E nos seus olhos era tanto brilho,
que mais que seu filho, eu fiquei seu fã.

Eu não sabia que doía tanto,
uma mesa num canto, uma casa, um jardim.
Se eu soubesse como dói a vida,
essa dor tão doída não doía assim.

Agora resta uma mesa na sala,
e hoje ninguém mais fala do seu bandolim.
Naquela mesa está faltando ele,
e a saudade dele está doendo em mim.

Estes são os versos de Naquela Mesa, que tanto me fazem lembrar o meu tio. Hoje eu aprendi a tocar esta música no teclado. Levei cinco dias praticando pra chegar lá, e sei que de onde ele estiver, verá que toco pra ele.

***

Este artigo foi publicado originalmente no antigo endereço do Sarcófago.

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