Ontem, antes de deitar, li em Salmos 4,9 o seguinte: "assim cumulado, deito-me e adormeço, pois só tu, Senhor, me fazes permanecer em segurança".
Como eu tenho o costume de ler umas linhas da Bíblia antes de dormir, cedo ou tarde isso acabaria acontecendo, então chamar de coincidência seria um exagero, mas foi interessante ver que a última frase do dia fazia parte da minha 'oração-de-dormir'.
Da Série Poesias Fuleiras
Durante um passeio encontrei uma menina
Seu cabelo era longo, parecia uma cortina
E foi tanta beleza que embaçou minha retina
Perguntei pelo seu nome, ela disse "eu sou Cristina"
Seu cabelo era longo, parecia uma cortina
E foi tanta beleza que embaçou minha retina
Perguntei pelo seu nome, ela disse "eu sou Cristina"
O Primeiro Dia-dos-Pais Sem Pai
Na minha família, do lado do meu pai, todos têm problemas de coração. Três tios meus operaram e quatro deles morreram de enfarto. Desde o início de 2002 sabíamos que meu pai já estava apresentando problemas com o seu, e ele já estava se tratando.
Em meados de 2004 as coisas começaram a piorar, a ponto de um dia de manhã eu ter que ligar para um colega de trabalho para que ele nos levasse às pressas para o hospital. Por sorte, foi apenas um susto.
Dias depois fui ao médico que tratava do meu pai para poder entender o que tinha acontecido. Dr. Raul me explicou que o caso dele era muito sério, e que ele precisava, urgentemente, operar. Com uma maquete de coração na mão, me mostrou que três das veias principais do meu pai estavam completamente entupidas. Para fechar o quadro crítico, encerrou dizendo que, das pessoas que estavam na mesma situação, 50% não duravam 6 meses.
Óbvio ululante, saí de lá tremendo e chorando. Conversei com a família, conversei com Sueli, e sentamos com seu Jorge para tentar convencê-lo a operar. Mas não adiantou. Ele bateu pé e disse que só operaria numa emergência, tal qual aquela de alguns dias antes. Ele tinha o medo, compreensível, de morrer na mesa de operação.
Restava-nos então escolher entre duas opções, ambas cruéis: convencê-lo a operar e correr o risco de perdê-lo na mesa, mas confiando no sucesso da operação; ou deixá-lo agir como queria e correr o risco de perdê-lo a qualquer momento, mas confiando no lado bom da porcentagem de chance de "sobrevida" dele.
E seguimos vivendo.
Numa quinta feira, 17 de março de 2005, cheguei em casa vindo da faculdade, jantei e fui para o computador navegar na internet. Era cerca de meia noite e meia quando nossa vizinha bateu na nossa porta dizendo que a polícia tinha passado em frente ao beco onde moramos para avisar que alguma coisa tinha acontecido com meu pai.
Sem saber ao certo o que estava acontecendo, ligamos para pessoas que tinham carro e iniciamos uma busca frenética em busca de notícias concretas, para dar fim às nossas dúvidas e receios. Só meia hora mais tarde, bem depois de uma da manhã, Nelcemir chegou com a notícia que não queríamos ouvir.
O início da madrugada foi feito então de avisar a família e começar desde logo os preparativos para o funeral. O dia seguinte foi, claro, o mais triste dos últimos tempos na minha vida. Foi uma tristeza que se arrastou pelos meses seguintes, me prejudicando em muitos pontos da minha já tão atribulada vida.
Na época, eu não quis que meus colegas da faculdade soubessem pois nem de longe eu queria passar por coitadinho. Me estrepei de verde e amarelo para estudar, inclusive para continuar a pôs as matérias no meu site, mas segui adiante mantendo o meu "segredo".
De início, apenas quatro colegas souberam, mas foi inevitável esconder a dor por muito tempo. Devo muito à Suelen e ao Douglas por terem me ouvido e oferecido o ombro para que eu pudesse chorar. Outro que soube e bateu um papo muito bom foi o Aprígio.
Nem mesmo no meu site eu mencionei o assunto. Apenas publiquei uma citação bíblica e escrevi um ou outro texto mais melancólico, mas não toquei diretamente no assunto.
Levei cerca de quatro meses para superar a dor. Não foram poucas as vezes em que ao chegar em casa eu me preocupava ao acender a luz para não acordá-lo. Tampouco foram poucas as vezes em que qualquer barulho na calçada me fazia pensar que era ele chegando. Ou então, ao ouvir uma música, não tivesse o impulso de chamá-lo para ouvir. E muito menos foi fácil deixar de sentir dor quando lembro daquele homem fechando o túmulo de meu pai e, ao terminar, dizer que "agora é só saudade".
Desse período, só tenho a agradecer aos amigos, à família e à Sueli pelo apoio. Como não agradecer a Cida pelo ombro na missa do dia das mães? Como não agradecer a minha tia Nice pelas gargalhadas em casa? Se não fossem eles, talvez eu não teria superado isso tão rápido.
Nesse tempo obscuro, a igreja foi outro bálsamo para acalmar minha alma abalada. Busquei muito e pedi muito para que Deus me desse a calma e a paz que eu sei que mereço. Mas também não foi fácil. No auge da dor, cheguei até mesmo a me afastar, negar o poder de Deus e perder a fé. Mas graças a Ele próprio minha fé se fortaleceu.
E por que escrever sobre isto agora? Por que pôr pra fora estes sentimentos e pensamentos só depois de tanto tempo? Pois só agora a dor passou. Só agora consigo escrever sobre meu pai sem chorar. Porque eu precisava botar tudo pra fora. Por que eu precisava. Por isso.
Em meados de 2004 as coisas começaram a piorar, a ponto de um dia de manhã eu ter que ligar para um colega de trabalho para que ele nos levasse às pressas para o hospital. Por sorte, foi apenas um susto.
Dias depois fui ao médico que tratava do meu pai para poder entender o que tinha acontecido. Dr. Raul me explicou que o caso dele era muito sério, e que ele precisava, urgentemente, operar. Com uma maquete de coração na mão, me mostrou que três das veias principais do meu pai estavam completamente entupidas. Para fechar o quadro crítico, encerrou dizendo que, das pessoas que estavam na mesma situação, 50% não duravam 6 meses.
Óbvio ululante, saí de lá tremendo e chorando. Conversei com a família, conversei com Sueli, e sentamos com seu Jorge para tentar convencê-lo a operar. Mas não adiantou. Ele bateu pé e disse que só operaria numa emergência, tal qual aquela de alguns dias antes. Ele tinha o medo, compreensível, de morrer na mesa de operação.
Restava-nos então escolher entre duas opções, ambas cruéis: convencê-lo a operar e correr o risco de perdê-lo na mesa, mas confiando no sucesso da operação; ou deixá-lo agir como queria e correr o risco de perdê-lo a qualquer momento, mas confiando no lado bom da porcentagem de chance de "sobrevida" dele.
E seguimos vivendo.
Numa quinta feira, 17 de março de 2005, cheguei em casa vindo da faculdade, jantei e fui para o computador navegar na internet. Era cerca de meia noite e meia quando nossa vizinha bateu na nossa porta dizendo que a polícia tinha passado em frente ao beco onde moramos para avisar que alguma coisa tinha acontecido com meu pai.
Sem saber ao certo o que estava acontecendo, ligamos para pessoas que tinham carro e iniciamos uma busca frenética em busca de notícias concretas, para dar fim às nossas dúvidas e receios. Só meia hora mais tarde, bem depois de uma da manhã, Nelcemir chegou com a notícia que não queríamos ouvir.
O início da madrugada foi feito então de avisar a família e começar desde logo os preparativos para o funeral. O dia seguinte foi, claro, o mais triste dos últimos tempos na minha vida. Foi uma tristeza que se arrastou pelos meses seguintes, me prejudicando em muitos pontos da minha já tão atribulada vida.
Na época, eu não quis que meus colegas da faculdade soubessem pois nem de longe eu queria passar por coitadinho. Me estrepei de verde e amarelo para estudar, inclusive para continuar a pôs as matérias no meu site, mas segui adiante mantendo o meu "segredo".
De início, apenas quatro colegas souberam, mas foi inevitável esconder a dor por muito tempo. Devo muito à Suelen e ao Douglas por terem me ouvido e oferecido o ombro para que eu pudesse chorar. Outro que soube e bateu um papo muito bom foi o Aprígio.
Nem mesmo no meu site eu mencionei o assunto. Apenas publiquei uma citação bíblica e escrevi um ou outro texto mais melancólico, mas não toquei diretamente no assunto.
Levei cerca de quatro meses para superar a dor. Não foram poucas as vezes em que ao chegar em casa eu me preocupava ao acender a luz para não acordá-lo. Tampouco foram poucas as vezes em que qualquer barulho na calçada me fazia pensar que era ele chegando. Ou então, ao ouvir uma música, não tivesse o impulso de chamá-lo para ouvir. E muito menos foi fácil deixar de sentir dor quando lembro daquele homem fechando o túmulo de meu pai e, ao terminar, dizer que "agora é só saudade".
Desse período, só tenho a agradecer aos amigos, à família e à Sueli pelo apoio. Como não agradecer a Cida pelo ombro na missa do dia das mães? Como não agradecer a minha tia Nice pelas gargalhadas em casa? Se não fossem eles, talvez eu não teria superado isso tão rápido.
Nesse tempo obscuro, a igreja foi outro bálsamo para acalmar minha alma abalada. Busquei muito e pedi muito para que Deus me desse a calma e a paz que eu sei que mereço. Mas também não foi fácil. No auge da dor, cheguei até mesmo a me afastar, negar o poder de Deus e perder a fé. Mas graças a Ele próprio minha fé se fortaleceu.
E por que escrever sobre isto agora? Por que pôr pra fora estes sentimentos e pensamentos só depois de tanto tempo? Pois só agora a dor passou. Só agora consigo escrever sobre meu pai sem chorar. Porque eu precisava botar tudo pra fora. Por que eu precisava. Por isso.
Estudos Bíblicos - Caminhando Sobre as Águas
De coisa de um ano e meio pra cá passei a buscar mais o meu encontro com Deus. E como caminho escolhi o cristianismo. Neste meio tempo, passei por fazer de extrema dúvida e até cheguei à negação completa, mas recentemente a fé foi restaurada e estou caminhando melhor.
Muita gente estranha porque eu vou em igrejas evangélicas e na igreja católica. E gosto de ambas. As igrejas evangélicas pentecostais, apesar do barulho, conseguem impor uma emoção ímpar nas orações, beirando o êxtase, o que é muito bom. As evangélicas tradicionais, como a Batista das antigas, com o seu jeitão silencioso e respeitoso, abrem espaço para reflexões profundas durante o próprio culto. Mas ambas usam os textos bíblicos para bater em cima de uma determinada tecla e mostrar o quanto Deus é poderoso. Não é sempre, mas a tendência é esta.
Já a igreja católica, com todo o seu ritualismo, me leva a uma conexão diferente com o divino. Assim como todo ser humano, também preciso de vez em quando de um ponto para fixar a atenção para atingir um estado meditativo que me permita estar em contato com Deus, logo, os rituais católicos são mais que bem vindos. E então, no momento em que saímos do ritual e o padre toma a palavra para falar sobre o evangelho do dia é que ele mostra o seu caráter educativo e informativo. Muitas vezes parece mais uma aula de catequese do que uma missa. O padre não me parece falar com a intenção de convencer ou provar nada, mas apenas de mostrar o significado nas coisas que estão na bíblia, dando às vezes uma nova luz sobre o que já conhecíamos.
E foi isso que aconteceu na missa de domingo. Todo mundo com o mínimo de conhecimento bíblico conhece a passagem em que Jesus caminha sobre as águas revoltas até perto do barco dos discípulos e manda Pedro a fazê-lo também. Pedro começa a caminhar mas, com medo dos ventos, começa a afundar. Jesus então o repreende, dizendo que Pedro tinha pouca fé.
O padre, tendo lido esta passagem fez dois comentários interessantes: primeiro, que tendo fé absoluta em Jesus podemos superar obstáculos aparentemente intransponíveis, mesmo que sejam obstáculos abstratos; segundo, que Ele tem o poder de nos dar poderes divinos, tais como caminhar sobre as águas.
Basta crer.
O trecho acima está descrito em detalhes em Mateus 14:22-33.
Muita gente estranha porque eu vou em igrejas evangélicas e na igreja católica. E gosto de ambas. As igrejas evangélicas pentecostais, apesar do barulho, conseguem impor uma emoção ímpar nas orações, beirando o êxtase, o que é muito bom. As evangélicas tradicionais, como a Batista das antigas, com o seu jeitão silencioso e respeitoso, abrem espaço para reflexões profundas durante o próprio culto. Mas ambas usam os textos bíblicos para bater em cima de uma determinada tecla e mostrar o quanto Deus é poderoso. Não é sempre, mas a tendência é esta.
Já a igreja católica, com todo o seu ritualismo, me leva a uma conexão diferente com o divino. Assim como todo ser humano, também preciso de vez em quando de um ponto para fixar a atenção para atingir um estado meditativo que me permita estar em contato com Deus, logo, os rituais católicos são mais que bem vindos. E então, no momento em que saímos do ritual e o padre toma a palavra para falar sobre o evangelho do dia é que ele mostra o seu caráter educativo e informativo. Muitas vezes parece mais uma aula de catequese do que uma missa. O padre não me parece falar com a intenção de convencer ou provar nada, mas apenas de mostrar o significado nas coisas que estão na bíblia, dando às vezes uma nova luz sobre o que já conhecíamos.
E foi isso que aconteceu na missa de domingo. Todo mundo com o mínimo de conhecimento bíblico conhece a passagem em que Jesus caminha sobre as águas revoltas até perto do barco dos discípulos e manda Pedro a fazê-lo também. Pedro começa a caminhar mas, com medo dos ventos, começa a afundar. Jesus então o repreende, dizendo que Pedro tinha pouca fé.
O padre, tendo lido esta passagem fez dois comentários interessantes: primeiro, que tendo fé absoluta em Jesus podemos superar obstáculos aparentemente intransponíveis, mesmo que sejam obstáculos abstratos; segundo, que Ele tem o poder de nos dar poderes divinos, tais como caminhar sobre as águas.
Basta crer.
O trecho acima está descrito em detalhes em Mateus 14:22-33.
Para Ana Carolina
Oi, Ana. Uma das coisas que mais gosto aqui no Sarcófago é o meu contador de acessos. Através dele, posso saber quantas páginas foram vistas no dia (uma média de 90) e a média diária de pessoas que visitaram o site e que já estiveram aqui antes (uma média de 2), entre outras coisas.
Mas o mais interessante não são os números. O melhor mesmo é a facilidade de ver como é que os leitores chegaram até aqui. Na maioria dos casos, é do Google ou outra ferramenta de busca, procurando pela banda Sarcófago, por um jogo do Mário, por um papel de parede, por partituras do Elton John, ou alguma outra coisa sobre a qual eu tenha escrito.
E de vez em quando aparece alguma coisa diferente que chama a atenção. Estes dias alguém chegou aqui clicando neste link. Como era uma origem desconhecida, cliquei pra ver.
Descobri que é o teu site. Sei que você não é a cantora, mas sim uma menina lá de Teresópolis. Não lembro de nunca ter conversado com você. Não lembro de nenhum comentário seu no Sarcófago. Mas lá está o meu site, entre os seus sites indicados. Legal.
Ana, como é que você chegou ao Sarcófago? Eu tenho uma colega na faculdade que mora em Terê, será que foi assim?
Eu tentei comentar no teu site, mas precisa ser cadastrado e eu não estava com paciência.
Então, por favor, dê o ar da graça, moça, e diga quem és tu!
Mas o mais interessante não são os números. O melhor mesmo é a facilidade de ver como é que os leitores chegaram até aqui. Na maioria dos casos, é do Google ou outra ferramenta de busca, procurando pela banda Sarcófago, por um jogo do Mário, por um papel de parede, por partituras do Elton John, ou alguma outra coisa sobre a qual eu tenha escrito.
E de vez em quando aparece alguma coisa diferente que chama a atenção. Estes dias alguém chegou aqui clicando neste link. Como era uma origem desconhecida, cliquei pra ver.
Descobri que é o teu site. Sei que você não é a cantora, mas sim uma menina lá de Teresópolis. Não lembro de nunca ter conversado com você. Não lembro de nenhum comentário seu no Sarcófago. Mas lá está o meu site, entre os seus sites indicados. Legal.
Ana, como é que você chegou ao Sarcófago? Eu tenho uma colega na faculdade que mora em Terê, será que foi assim?
Eu tentei comentar no teu site, mas precisa ser cadastrado e eu não estava com paciência.
Então, por favor, dê o ar da graça, moça, e diga quem és tu!
Tolerância Zero
Lá estou eu levando centenas de tijolos para o meu quintal quando o curioso enxerido de plantão pergunta:
- Vai fazer obra?
- Não, eu vou abrir uma loja de material de construção.
Foi irresistível. E vou fazer assim com todos os outros que perguntarem.
- Vai fazer obra?
- Não, eu vou abrir uma loja de material de construção.
Foi irresistível. E vou fazer assim com todos os outros que perguntarem.
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