Cada um dos casos tem detalhes interessantíssimos e incríveis, mas o que mais me chamou a atenção foi o do homem sem memória. Vou contar uma passagem da sua história intenção de dar a vocês um motivo de ler o resto do livro.
Este homem adquiriu seu problema de memória por conta de um problema no cérebro. Ele ainda tinha lembranças de tudo o que tinha acontecido até certo momento de sua vida, mas a partir dali sua memória tornava-se cada vez mais frágil, até o ponto em que nem mesmo se lembrava do que havia acontecido alguns minutos antes.
Fã da banda Grateful Dead, o paciente lembrava de todas as suas músicas que tinham sido lançadas até que sua memória começasse a falhar. Sabendo disso, Oliver certa vez levou o sujeito a um show da banda. Durante a apresentação, ele se empolgou freneticamente quando suas músicas favoritas tocavam, mas estranhou as músicas que tinham sido lançadas depois de sua perda de memória. Sobre uma delas, disse ele:
- Esta música não faz o estilo do Grateful Dead. Deve ser experimental. É isso: é a música do futuro!
Vejam que ele não estava tão errado assim: se sua memória ainda estava em um ponto anterior ao do lançamento daquelas músicas, então elas eram, sim, as músicas do futuro. Terminado o show, voltaram para o hospital ainda ouvindo Grateful Dead no carro, uma tentativa de Oliver para manter a memória do show ainda viva na mente de seu paciente.
Na manhã seguinte, Oliver encontrou-se com o paciente e perguntou-lhe sobre o Grateful Dead. Sua resposta não poderia ser mais decepcionante:
- Puxa, há muito tempo eu não os vejo ao vivo.
Em seguida, Oliver colocou para tocar no rádio uma das músicas novas da banda, uma daquelas que o paciente tinha estranhado durante o show. Ao ouvir a música, o paciente disse, para surpresa de Oliver, que já a tinha ouvido. Oliver quis saber onde.
- Eu... eu não lembro.
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