Há alguns anos eu tomei conhecimento de um site americano que permitia aos seus usuários trocarem livros. Me pareceu, à época, a melhor invenção de todos os tempos daquela semana.
Como eu sempre tive muitos livros em casa, muitos deles lidos apenas uma vez, eu sempre pensava em uma maneira de me livrar de sua presença. Um site que me permitisse enviar aqueles livros para quem os quisesse ler e então receber outro em troca era uma ideia tão boa que eu não fazia ideia de como não tinha me ocorrido antes.
Infelizmente, o site era só para americanos e eu fiquei a ver navios.
Até o mês passado.
Eis que entrou no ar o brasileiríssimo Trocando Livros, que segue a mesma ideia do site americano: você se cadastra, cadastra os livros dos quais quer se desfazer e os envia a quem pedir. Para cada livro que você enviar, ganha o direito de pedir outro. Simples assim.
E funciona. Eu já enviei oito livros para vários cantos do país e já recebi oito aqui em casa, vindos de Santa Catarina e São Paulo, de Manaus e Recife. Alguns livros usados, mas outros em tão perfeito estado que parecem ter-me sido enviados diretamente das editoras. E se você não tiver nenhum livro para enviar, pode comprar créditos do site para poder começar a pedir.
Os livros que você enviar não serão mais seus. Quem os receber poderá fazer o que quiser com eles depois, seja guardar ou trocar novamente, assim como serão seus os livros que você receber.
Claro que as leitoras desconfiadas vão achar que ninguém vai mandar livro nenhum, que vão mandar um bolo de papel rascunho, ou um caderno velho, mas prefiro confiar na honestidade de quem gosta de ler. A única coisa que já me aconteceu foi pedir um livro e a pessoa não confirmar o envio. Neste caso, simplesmente recebi de volta o crédito e pude pedir outro livro.
Há ainda duas outras vantagens do troca-troca: primeiro você gasta menos com livros, porque tem que pagar apenas o envio pelos correios, que raramente custam mais do que cinco Reais. Depois, contribui para a conservação do meio ambiente, pois ao trocar livro você não cria a necessidade de produção de mais papel.
E aí, querida leitora, vai continuar aí juntando bolor em livros que nunca mais vai ler? Vai lá, troque-os!
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