No final de fevereiro e início de março deste ano, Elton John fez uma turnê na América do Sul, incluindo cinco shows no Brasil. Infelizmente, ele não veio ao Rio de Janeiro e não pude vê-lo. Esta semana publico aqui no blog resenhas dos shows, escritas por pessoas que puderam comparecer.
A segunda delas foi escrita por Vinícius Queiroz. Goianiense, Vinícius conta como foi o show de Brasília, em 08 de março.
Antes de falar sobre um momento de muita alegria e magia quero agradecer ao meu amigo Mário por disponibilizar o seu espaço a fim de deixar-me compartilhar com seu publico um pouco da maravilhosa experiência de assistir o show de Elton John em Brasília.
Nas cercanias do Centro Internacional de Convenções do Brasil em Brasília, horas antes do show, já era possível encontrar muitos fãs ansiosos à espera da abertura dos portões, o que me causou um pouco de espanto, pois mesmo onde a maioria supostamente estaria localizada em cadeiras numeradas, os fãs ainda assim se movimentaram na porta do local, para, assim como eu, alimentar toda a energia positiva que circulava sobre aquela região. Foi com todo entusiasmo que fiz amigos e conheci muita gente apaixonada por Elton, trocando ideias, histórias e muita ansiedade.
No momento da abertura dos portões, Eu, Ana, Francisco, Edgar e Nivaldo fomos uns dos primeiros fãs a entrarem de fato no Centro Internacional. Apesar de todas as especulações sobre o local não ter estruturas adequadas para suportar o show, foi notável que a organização se esforçou para trazer a todos o que havia prometido, local bonito, não à altura do astro que iria inaugurá-lo. Foi aí que começou a busca das ditas cadeiras, até que me deparei com uma bem de frente para o banco do Grand Piano Yamaha de Sir Elton John. Era a tão sonhada cadeira, fiquei maravilhado por poder prestigiar o show a menos de 10m de Elton John. Ainda um pouco cedo, mas com tempo suficiente, fui junto com meus amigos distribuirmos todas as homenagens ao público geral. Entre essas pessoas, estavam os amigos do Elton John Forever e uma mãe e filha bastante jovens e muito simpáticas e apaixonadas por Elton que encontramos na fila do lado de fora do evento.
Com o trabalho feito, era hora de ir para meu lugar e aguardar o show que não demorou muito para começar, com uma pontualidade dificilmente vista em eventos semelhantes. Elton John mostrou que não veio para brincadeira. Muito animado, pisou no palco sobre os riffs enérgicos de Davey na já esperada The Bitch is Back levantando o público e fazendo surgir a primeira de muitas demonstrações de carinho daqueles que estavam ali para vê-lo.
Iniciado o momento tão aguardado por milhares ali presentes, era visível que Elton trazia em seu espírito toda a animação, amor e carinho que o público demonstrou nos shows dos dias anteriores feitos no Brasil em São Paulo e Porto Alegre. Ele estava trajando um terno preto com brilhantes, bordado com o título Madman Across the Water, um de seus primeiros álbuns mais aclamados no mercado fonográfico mundial, além de seus óculos azuis para combinar com sua camisa.
Foi possível perceber a afinação perfeita de seu piano no primeiro solo virtuoso no grande hit The Bitch is Back, onde ele provou que não é só um belo cantor e compositor mas também um sensacional pianista e improvisador com toda agilidade e limpeza no som que fazia em seu instrumento. No total, foram cantadas 25 músicas, que compuseram o show da turnê "40th Anniversary of the Rocket Man", onde a maioria do público cantava e dançava junto aos embalos do astro e sua grande banda, que não diferente de John souberam o acompanhar com maestria.
Músicas como Bennie and the Jets, Grey Seal, Levon, Honky Cat, The One, Daniel, Candle in the Wind, Rocket Man, Saturday Night’s Alright for Fighting, Your Song e a melancólica Goodbye Yellow Brick Road, onde todos levantaram balões amarelos durante sua execução, deixando Elton e a banda estupecidos e maravilhados com o que acontecia, incorporaram a tempestade de sucesso musical, mas foi em Crocodile Rock que o bicho pegou.
De um lado a outro, sem exceções, a energia de todos cantando o refrão junto com o Elton e milhares de placas escritas a silaba "LA" deram a tônica mágica às duas musicas que viriam para finalizar o show. O Brasil estava percebendo quem realmente é o grande e famoso Elton John, muito além de Sacrifice e Nikita e outras baladinhas românticas de grande sucesso, ele foi um dos maiores artistas do show business de seu tempo. O que os Beatles representaram em termos de influência musical e comportamento nos anos 60, Reginald Dwight (Elton John) foi o equivalente uma década seguinte. Sim, porque nos anos 70 Elton John reinou soberanamente, a ponto de representar 2% de todas as vendagens de discos no mundo.
Com um show tão exuberante e não visto igual em nenhum lugar no planeta, essas músicas se fizeram desnecessárias para o publico brasileiro, que conheceu naquele instante a mágica em forma de notas e tons musicais em um show audacioso de Elton e sua banda. Com um bis recheado da famosa Your Song, Elton se despediu de Brasília e deixou saudades com a última tecla batida de seu piano.
Ao final do show todos que assistiram ficaram maravilhados com o que tinham acabado de presenciar, profissionalismo raramente visto na música, muita criatividade e vários sucessos em um único concerto, sempre superando expectativas. Era possível ver muitas pessoas chorando de emoção.
O Sir inglês se mostrou completamente ativo e presente em um mercado musical em completa decadência que se encontra hoje, com artistas irresponsáveis e muita falta de criatividade. É por essas e outras que suas turnês geralmente estão presentes entre as 10 mais rentáveis todos os anos.
Um comentário:
Mario, quando soube que Elton viria ao Brasil, logo lembrei de vc! Pensei: Mario já deve estar se preparando para o show...Que pena que não pôde ir...Mas achei legal vc abrir espaço para outras pessoas deixarem suas impressões!
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