O livro que ando lendo atualmente se chama Jerusalém, e é o primeiro da uma série de cinco ou seis, chamada Operação Cavalo de Tróia. A idéia da série é parecer um diário de um certo major que passou por algumas experiências na NASA. Digo parecer porque é tudo muito inverossímil, já que as experiências tratam de viagem no tempo, nas quais o tal major teria viajado algumas vezes para a época em que Jesus caminhou sobre a terra, tendo inclusive se juntado a ele na sua peregrinação.
No início do primeiro livro há toda uma trama onde o autor J. J. Benitez explica como foi que conseguiu ter acesso ao diário do major. É uma trama muito interessante, cheia de perseguições, bem ao estilo de Código da Vinci. Empolgante. Nesta parte, o autor conhece o major e este lhe dá várias instruções sobre como ter o diário em mãos. Benitez sai então numa corrida desenfreada contra agentes do governo americano para pôr as mãos no diário sem ser pego.
Já aí está a primeira coisa que vejo como falsa no livro. Alguém aí acredita realmente que o governo americano deixaria que segredos de estado tão supostamente importantes fossem publicados em seis edições em todo o mundo? Eu não. Acho sim que tudo não passa de jogada de publicidade do autor.
Na seqüência do livro, Benitez diz que passará a reproduzir tudo o que está no diário do major. Primeiro, explica todo o funcionamento da viagem no tempo, os testes e todos os preparativos para a primeira grande viagem, em direção aos dias da paixão de Cristo.
Encontra-se aí a segunda coisa que achei falsa no livro. A explicação para o funcionamento da viagem no tempo é a seguinte: todos sabemos que tudo é feito de átomos, certo? Pois, bem, não é. Os cientistas da NASA descobriram que tudo é formado por algo ainda menor, coisa esta que não lembro o nome. Mas, enfim, é esta coisa que forma o que somos e tudo o que nos cerca, em todo o universo.
Aí entra a idéia da quarta dimensão. Esta pequena partícula básica tem informações sobre a sua localização no espaço tridimensional, MAIS uma informação sobre em que ponto no tempo, tal como se fosse um relógio. Esta informação iria mudando constantemente para acompanhar o fluxo normal que vivemos. Cerebral, não é? É. Daí que cientistas conseguiram armar um jeito de alterar esta informação, levando as partículas para o futuro ou para o passado.
Estudando um pouco mais, os gênios da NASA conseguiam criar uma máquina que ajusta todas as partículas de uma pessoa ou de um objeto ao mesmo tempo, permitindo, assim, que alguém pudesse viajar no tempo. Interessante é, isso ninguém pode negar.
Mas furado, até onde consegui raciocinar. Se essa chave alterava apenas a posição no tempo, mas não no espaço, a pessoa ou objeto iria reaparecer em outra época exatamente no mesmo ponto no espaço. Sendo assim, iria aparecer no vácuo sideral. Por quê? Oras, a terra, a cada instante, está em um ponto diferente do universo. Se há meia hora atrás a terra não estava no mesmo lugar, universalmente falando, imagine há dois mil. Conseguiram acompanhar meu pensamento? Ou seja, pra mim, tudo não passa realmente de ficção, ao contrário do que o autor nos quer levar a pensar.
Com isso em mente, continuei encarando o livro como estava fazendo desde o início: é uma história irreal, mas durante a leitura a gente tem que se entregar à brincadeira e deixar levar. Vamos adiante.
Mais à frente na história do livro, os cientistas resolvem fazer uma expedição ao passado, indo, como já falei, aos tempos de Jesus. Pra isso, usaram jogadas de governo para conseguir fazer a viagem em Jerusalém. A explicação é lógica e sem falhas: há 2000 anos atrás não havia como ir dos Estados Unidos para Jerusalém, pois a época das grandes navegações só começaria dali a uns séculos.
Dirigiram-se, então, para a cidade santa e lá montaram o equipamento e viajaram. A partir daí temos uma seqüência de acontecimentos onde o major entra em contato com Jesus, seus apóstolos e pessoas ligadas a eles. Presencia fatos bíblicos, como a entrada de Jesus em Jerusalém montado sobre um burrico. A propósito, a exatidão com que eles chegam no dia em que realmente queriam é bem impressionante, digna de livros de ficção.
Como ainda não conheço muito das histórias da Bíblia, não sei se os relatos batem em todos os detalhes, mas no livro está tudo muito bem detalhado, interessantíssimo. Algumas diferenças ficam claras na narração, pois o próprio escritor põe um luz sobre elas. Até o ponto em que li, Jesus e seus discípulos acabam de sair de Jerusalém após o tendepá no Templo, em que Jesus acusa os mercadores de terem profanado um local sagrado.
Falta ver o que vem pela frente, o que deve ser muito interessante, pois tudo se resume a dois dias de eventos, incluindo aí a crucificação de Jesus. E ainda falta mais da metade do livro. Falo mais quando ler.
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