Pela primeira vez fiz isso com um livro: li duas vezes seguidas, de uma tacada só, em menos de um mês. Mas foi preciso isso para sacar os detalhes que se escondem nas linhas de Budapeste. Pequeno, dá até pra ler num domingo de chuva. Legal mesmo.
Como se não bastasse criar uma história fácil de acompanhar, Chico ainda inventa de botar uma reviravolta nas últimas páginas que me deixaram atordoado da primeira vez. O que acontece é algo como O Sexto Sentido, onde nas cenas finais do filme todo o resto passa a fazer outro sentido.
José Costa é um ghost-writer, um escritor que escreve pros outros levarem a fama. Discursos políticos, trabalhos de faculdade, livros, matérias para jornais, tudo no anonimato. Um dia ele recebe um convite para ir a uma convenção mundial de ghost-writers e, na volta, é obrigado a passar uma noite em Budapeste.
De volta ao Brasil, aborrecimentos com a mulher e o sócio levam-no de volta a Budapeste. Lá, aborrecimentos levam-no de volta ao Brasil, onde aborrecimentos levam-no de volta a Budapeste, e ele fica nestas indas e vindas até que a reviravolta aconteça.
Na segunda lida vi que a reviravolta do livro lembra muito O Mundo de Sofia, que em sua metade exige um distanciamento da história para entender o que se passa, levando-nos ao ponto de duvidar de nós mesmos. Chega a ser Matrix.
Chico arrebentou nesse livro. Nele, há uma linha muito tênue entre ficção e realidade, a qual está muito bem escondida. Tanto pela leveza da escrita quanto pela capacidade de criar uma história tão cheia de camadas, seu Francisco está de parabéns. É o melhor livro do ano até aqui.
Em seguida... tentando entender Budapeste
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