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Recebi um spam na ante-véspera do natal. Meu celular fez o favor de explicar o que era. Ele sabe das coisas.
Sobre Cachoeiras de Macacu
Estou morando fora de Cachoeiras de Macacu há pouco mais de três anos. Visito com certa frequência minha cidade natal mas coisa rara é eu passar mais do que três dias por lá, e mais raro ainda se forem dias úteis, ao invés de um feriadão esticado. Neste último mês de novembro tirei férias e pude passar vários dias na terrinha e o que vi, infelizmente, me desagradou.
Os problemas que encontrei pela cidade não têm um culpado só: são resultado da má administração governamental, ineficiência do comércio e falta de educação do seu povo. Não quero apontar dedos na cara de ninguém e tampouco citar nomes, mas há fatos que impedem que Cachoeiras de Macacu seja um lugar agradável de se viver e transitar que são impossíveis de não serem listados.
Começando pela rua onde moro, a Manoel Delfim Sarmento, não dá pra entender porque ela ainda não recebeu novas tubulações para esgoto e escoamento de águas e asfaltamento. Neste período em que estive em Cachoeiras, um pequeno trecho do calçamento foi recolocado porque os paralelepípedos estavam soltos e a obra foi coberta por terra.
Porra, gente, TERRA!
Pra uma cidade que tem jornal que diz que a cidade está virando uma metrópole, ter uma rua de terra batida no centro da cidade é no mínimo vergonhoso. E no dia seguinte veio a chuva e tínhamos então lama. Como se já não bastasse os pedestres terem que se proteger da água arremessada pelos carros ao passarem nas imensas poças que se formam, foi preciso se proteger também do lamaçal que se formou.
Além deste problema, quem anda pela Manoel Delfim Sarmento enfrenta plantas grandes demais que não são podadas, mecânicas que colocam suas latas de lixo no meio da calçada e motoristas que estacionam em local proibido.
Andando pelo comércio do Centro, tem-se uma profusão tão grande de atitudes de lojistas que fica difícil citar tudo. Tem loja que espalha seus produtos pelas calçadas, como se estas fossem vitrines; tem mercado que quer subverter as leis da física e colocar dois corpos em um só lugar, pois só isso explica a insistência em colocar oito caixas em um lugar onde só deveriam haver três; tem prestadora de serviço que passa a oferecer um plano mais barato com mais vantagens sem te avisar, e você continua pagando o plano pior e mais caro; tem papelaria que não tem envelope pra vender (veja bem, não é um papel especial caro e raro, é um estropício de um envelope); tem bar que tem bolinho de bacalhau no cardápio e que acha que eu confundo o gosto de batata salgada com o gosto de peixe; tem empresa de ônibus que cancela um horário porque o ônibus quebra, ao invés de colocar outro no lugar. Ao lado de tudo isso, tem o povo que acha que os canteiros de plantas são lixeira.
Há um bom tempo eu escrevi uma crônica ironizando o excesso de carros de som que rodam no Centro: temos carros de funerária, de lojas, de festas, de igrejas, e agora temos como contribuintes da poluição sonora caixas de som espalhadas pelos postes e os adolescentes que ouvem funk em seus carros compartilhando seu gosto musical com todos os que estão à volta. Pra botar a cereja no bolo, vi um cara vendendo CD na rua, ambulando por aí com uma caixa de som enorme! E tudo isso, claro, em volumes muito acima do aceitável. Na época em que eu morava em Cachoeiras, cheguei a perguntar ao pessoal da Prefeitura se não havia como fiscalizar isso e fui informado de que eles não tinham o equipamento para medir o volume do som dos carros.
Continuando: enquanto a praça de cima recebeu uma bela maquiagem e ficou agradável de se visitar, a praça de baixo fica à mercê dos mendigos que a transformaram em casa. E ainda tem o lamentável estado do chafariz feito de cano de PVC!
Na parte de serviços públicos, o Detran continua uma beleza, conforme já contei por aqui antes. Estive lá para resolver uma pendenga e conversei com três funcionárias: cada uma me informou um procedimento diferente.
Pra fechar, ainda não vejo em Cachoeiras uma política que aproveite o potencial de turismo que nosso município tem. A região do Parque dos Três Picos está um pouco melhor, mas ainda está mundo longe de tudo o que o município tem a oferecer. Falta, por exemplo, fiscalização contra crimes ambientais: a estrada no Valério que leva ao antigo hotel escondido lá nas montanhas está cheia de garrafões d'água jogados pelos morros abaixo.
A Boa Vista, como outro exemplo, só se degrada. Quando eu era criança, o normal era ir no terceiro poço, cansativo era ir no Três Pedras e aventura radical era ir no Samambaia e no Tenebroso. Hoje, para conseguir tomar um banho em águas tranquilas e limpas, é preciso começar no Três Pedras. O ambiente bucólico perdeu a vez para bares que colocam cadeiras dentro do rio. E falando em Boa Vista, a excelente ideia do encontro de esportes radicais que chegou a ter duas ou três edições e acontecia aos pés da Pedra do Colégio foi deixada de lado. Parece que ideias de governos anteriores, mesmo as ótimas, devem ser sempre descartadas.
Mas nem tudo são trevas: há coisas boas acontecendo. E aqui eu cito nomes, que são merecidos: tem o meu camarada Wellington Jesus e sua trupe lutando para levar cultura para o povo; tem o meu chapa Ramon Fraga e muitos outros levando a arte da fotografia para a cidade; tem o progresso do asfalto que finalmente chegou ao Guapiaçu; a cidade concorre para hospedar delegações nas Olimpíadas de 2016; o esgoto que é lançado no Rio Macacu começa a dar esperanças de ser tratado; o mercado Veneza mostra que respeita os clientes e dá espaço para os clientes circularem; a Rota 116 colocou pontes para pedestres ao lado das pontes que não têm acostamento; a estrada que leva a Parada Modelo foi finalmente recapeada.
Depois de três anos, enfim, me parece que minha querida cidade regrediu. Fico na torcida de que as eleições do ano que vem tragam novos ares e esperanças, fazendo Cachoeiras voltar a merecer o título de paraíso das águas cristalinas.
Os problemas que encontrei pela cidade não têm um culpado só: são resultado da má administração governamental, ineficiência do comércio e falta de educação do seu povo. Não quero apontar dedos na cara de ninguém e tampouco citar nomes, mas há fatos que impedem que Cachoeiras de Macacu seja um lugar agradável de se viver e transitar que são impossíveis de não serem listados.
Começando pela rua onde moro, a Manoel Delfim Sarmento, não dá pra entender porque ela ainda não recebeu novas tubulações para esgoto e escoamento de águas e asfaltamento. Neste período em que estive em Cachoeiras, um pequeno trecho do calçamento foi recolocado porque os paralelepípedos estavam soltos e a obra foi coberta por terra.
Porra, gente, TERRA!
Pra uma cidade que tem jornal que diz que a cidade está virando uma metrópole, ter uma rua de terra batida no centro da cidade é no mínimo vergonhoso. E no dia seguinte veio a chuva e tínhamos então lama. Como se já não bastasse os pedestres terem que se proteger da água arremessada pelos carros ao passarem nas imensas poças que se formam, foi preciso se proteger também do lamaçal que se formou.
Além deste problema, quem anda pela Manoel Delfim Sarmento enfrenta plantas grandes demais que não são podadas, mecânicas que colocam suas latas de lixo no meio da calçada e motoristas que estacionam em local proibido.
Andando pelo comércio do Centro, tem-se uma profusão tão grande de atitudes de lojistas que fica difícil citar tudo. Tem loja que espalha seus produtos pelas calçadas, como se estas fossem vitrines; tem mercado que quer subverter as leis da física e colocar dois corpos em um só lugar, pois só isso explica a insistência em colocar oito caixas em um lugar onde só deveriam haver três; tem prestadora de serviço que passa a oferecer um plano mais barato com mais vantagens sem te avisar, e você continua pagando o plano pior e mais caro; tem papelaria que não tem envelope pra vender (veja bem, não é um papel especial caro e raro, é um estropício de um envelope); tem bar que tem bolinho de bacalhau no cardápio e que acha que eu confundo o gosto de batata salgada com o gosto de peixe; tem empresa de ônibus que cancela um horário porque o ônibus quebra, ao invés de colocar outro no lugar. Ao lado de tudo isso, tem o povo que acha que os canteiros de plantas são lixeira.
Há um bom tempo eu escrevi uma crônica ironizando o excesso de carros de som que rodam no Centro: temos carros de funerária, de lojas, de festas, de igrejas, e agora temos como contribuintes da poluição sonora caixas de som espalhadas pelos postes e os adolescentes que ouvem funk em seus carros compartilhando seu gosto musical com todos os que estão à volta. Pra botar a cereja no bolo, vi um cara vendendo CD na rua, ambulando por aí com uma caixa de som enorme! E tudo isso, claro, em volumes muito acima do aceitável. Na época em que eu morava em Cachoeiras, cheguei a perguntar ao pessoal da Prefeitura se não havia como fiscalizar isso e fui informado de que eles não tinham o equipamento para medir o volume do som dos carros.
Continuando: enquanto a praça de cima recebeu uma bela maquiagem e ficou agradável de se visitar, a praça de baixo fica à mercê dos mendigos que a transformaram em casa. E ainda tem o lamentável estado do chafariz feito de cano de PVC!
Na parte de serviços públicos, o Detran continua uma beleza, conforme já contei por aqui antes. Estive lá para resolver uma pendenga e conversei com três funcionárias: cada uma me informou um procedimento diferente.
Pra fechar, ainda não vejo em Cachoeiras uma política que aproveite o potencial de turismo que nosso município tem. A região do Parque dos Três Picos está um pouco melhor, mas ainda está mundo longe de tudo o que o município tem a oferecer. Falta, por exemplo, fiscalização contra crimes ambientais: a estrada no Valério que leva ao antigo hotel escondido lá nas montanhas está cheia de garrafões d'água jogados pelos morros abaixo.
A Boa Vista, como outro exemplo, só se degrada. Quando eu era criança, o normal era ir no terceiro poço, cansativo era ir no Três Pedras e aventura radical era ir no Samambaia e no Tenebroso. Hoje, para conseguir tomar um banho em águas tranquilas e limpas, é preciso começar no Três Pedras. O ambiente bucólico perdeu a vez para bares que colocam cadeiras dentro do rio. E falando em Boa Vista, a excelente ideia do encontro de esportes radicais que chegou a ter duas ou três edições e acontecia aos pés da Pedra do Colégio foi deixada de lado. Parece que ideias de governos anteriores, mesmo as ótimas, devem ser sempre descartadas.
Mas nem tudo são trevas: há coisas boas acontecendo. E aqui eu cito nomes, que são merecidos: tem o meu camarada Wellington Jesus e sua trupe lutando para levar cultura para o povo; tem o meu chapa Ramon Fraga e muitos outros levando a arte da fotografia para a cidade; tem o progresso do asfalto que finalmente chegou ao Guapiaçu; a cidade concorre para hospedar delegações nas Olimpíadas de 2016; o esgoto que é lançado no Rio Macacu começa a dar esperanças de ser tratado; o mercado Veneza mostra que respeita os clientes e dá espaço para os clientes circularem; a Rota 116 colocou pontes para pedestres ao lado das pontes que não têm acostamento; a estrada que leva a Parada Modelo foi finalmente recapeada.
Depois de três anos, enfim, me parece que minha querida cidade regrediu. Fico na torcida de que as eleições do ano que vem tragam novos ares e esperanças, fazendo Cachoeiras voltar a merecer o título de paraíso das águas cristalinas.
Os Melhores Discos de 2011 - Parte 1
Nunca na minha vida ouvi tanta música quanto em 2011, e isto se deve, principalmente, à influência dos excelentes blogs Collector's Room e Blog do Maia, que me apresentaram uma penca de bandas novas. Foram tantas recomendações e tantos downloads que nem eu mesmo consegui acompanhar o ritmo, e uma das minhas resoluções de ano novo, que adiantei para primeiro de dezembro, foi limitar a quantidade de música que eu baixo, para poder curtir melhor o que eu conseguir.
Dos discos lançados este ano, eu ouvi pouco mais de trinta, e aqui fica a seleção dos 10 melhores. De todos, apenas dois são de artistas que eu já conhecia, sinal claro do grande número de descobertas que fiz. Sinistro é que agora no final do ano pulularam as listas de melhores discos por todos os cantos, e a quantidade de discos citadas em várias que eu não conhecia é absurda. 2012 vai começar com novas descobertas.
Logo logo vem a parte dois. (Veja também a parte 3).
E para vocês, quais foram os melhores discos do ano?
Forevermore - Whitesnake
Já tinha ouvido falar do Whitesnake várias vezes mas nunca tinha escutado nada da banda. Depois de tanto ouvir falar que era bom, fui experimentar. Este disco é recheado do início ao fim de bons rockões. Pura pauleira no ouvido. Dica do Collector's Room. Uma boa faixa é Whipping Boy Blues.
Heritage - Opeth
Já tinha ouvido algumas poucas coisas do Opeth, por conta de um camarada do trabalho, e nunca gostei, porque tinha vocais guturais, mesmo que o instrumental fosse bom. Quando soube que o novo trabalho deles não tinha os vocais guturais, tendendo pro progressivo, quis experimentar e gostei muito do que ouvi. Uma boa faixa é Haxprocess.
The King is Dead - The Decemberists
Taí uma banda da qual eu nunca tinha ouvido falar, mas como ouvi falar muito bem do disco, fui atrás pra ver como era. Com um rock indie e lembrando um pouco o folk, a banda garantiu o lugar na lista. Excelente som. Mais uma dica do Collector's Room. A dica aqui é Down By the Water.
Live at Benaroya Hall - Brandi Carlile
O primeiro nome conhecido da lista é o da Brandi, que soltou este ano um cd ao vivo dos bons, junto com uma orquestra sinfônica. Recheado com suas melhores músicas e algumas surpresas pelo caminho, o disco me ganhou na primeira audição. Um dos melhores momentos é Dreams.
Overlook - Maria Taylor
Difícil não gostar da voz e das levadas das músicas de Maria Taylor. Uma coisa meio folk meio rock que agrada muito aos ouvidos. Dica do Blog do Maia. Uma boa faixa é Bad Idea.
Play the Blues - Wynton Marsalls e Eric Clapton
O outro nome da lista lançou um disco que mostra mais uma faceta de seu talento inesgotável. Belas canções em arranjos de blues não têm como dar errado, e o disco é uma delícia de se ouvir. A versão deles para Layla é simplesmente sensacional.
Unconditional - Ana Popovic
Uma guitarrista sérvia que toca blues rock? Pela descrição achei estranho, mas o som que a moça tira da guitarra joga por terra qualquer dúvida sobre a qualidade de seu disco. Uma voz potente e riffs matadores fazem deste um disco que agrada fácil. Outra dica do Blog do Maia. Não deixe de ouvir Business as Usual.
Superheavy
Supergrupo formado, entre outros, por Mick Jagger e Joss Stone. Tem rock, soul, pop e reggae, tudo junto e misturado, num caldeirão que gostei muito. Se é pra ouvir alguma coisa, ouça Common Ground.
2 - Black Country Communion
É difícil um supergrupo formado por Jason Bonham, filho do baterista do Led Zeppelin, Joe Bonamassa, bluesman discípulo de B. B. King e Glenn Hughes, vocalista do Deep Purple, fazer alguma coisa ruim, e o segundo disco deles não deixa nada a desejar. Animal. Mais uma dica do Collector's Room. Man in the Middle é uma porrada daquelas.
Don't Explain - Beth Hart e Joe Bonamassa
O melhor do ano é, de longe, Don't Explain. Beth e Joe se juntaram para regravar grandes pérolas do blues e fizeram um disco sensacional. Beth tem um vozeirão do cacete e Joe Bonamassa toca guitarra fácil demais. A melhor faixa é I'll Take Care of You.
Dos discos lançados este ano, eu ouvi pouco mais de trinta, e aqui fica a seleção dos 10 melhores. De todos, apenas dois são de artistas que eu já conhecia, sinal claro do grande número de descobertas que fiz. Sinistro é que agora no final do ano pulularam as listas de melhores discos por todos os cantos, e a quantidade de discos citadas em várias que eu não conhecia é absurda. 2012 vai começar com novas descobertas.
Logo logo vem a parte dois. (Veja também a parte 3).
E para vocês, quais foram os melhores discos do ano?
Forevermore - Whitesnake
Já tinha ouvido falar do Whitesnake várias vezes mas nunca tinha escutado nada da banda. Depois de tanto ouvir falar que era bom, fui experimentar. Este disco é recheado do início ao fim de bons rockões. Pura pauleira no ouvido. Dica do Collector's Room. Uma boa faixa é Whipping Boy Blues.
Heritage - Opeth
Já tinha ouvido algumas poucas coisas do Opeth, por conta de um camarada do trabalho, e nunca gostei, porque tinha vocais guturais, mesmo que o instrumental fosse bom. Quando soube que o novo trabalho deles não tinha os vocais guturais, tendendo pro progressivo, quis experimentar e gostei muito do que ouvi. Uma boa faixa é Haxprocess.
The King is Dead - The Decemberists
Taí uma banda da qual eu nunca tinha ouvido falar, mas como ouvi falar muito bem do disco, fui atrás pra ver como era. Com um rock indie e lembrando um pouco o folk, a banda garantiu o lugar na lista. Excelente som. Mais uma dica do Collector's Room. A dica aqui é Down By the Water.
Live at Benaroya Hall - Brandi Carlile
O primeiro nome conhecido da lista é o da Brandi, que soltou este ano um cd ao vivo dos bons, junto com uma orquestra sinfônica. Recheado com suas melhores músicas e algumas surpresas pelo caminho, o disco me ganhou na primeira audição. Um dos melhores momentos é Dreams.
Overlook - Maria Taylor
Difícil não gostar da voz e das levadas das músicas de Maria Taylor. Uma coisa meio folk meio rock que agrada muito aos ouvidos. Dica do Blog do Maia. Uma boa faixa é Bad Idea.
Play the Blues - Wynton Marsalls e Eric Clapton
O outro nome da lista lançou um disco que mostra mais uma faceta de seu talento inesgotável. Belas canções em arranjos de blues não têm como dar errado, e o disco é uma delícia de se ouvir. A versão deles para Layla é simplesmente sensacional.
Unconditional - Ana Popovic
Uma guitarrista sérvia que toca blues rock? Pela descrição achei estranho, mas o som que a moça tira da guitarra joga por terra qualquer dúvida sobre a qualidade de seu disco. Uma voz potente e riffs matadores fazem deste um disco que agrada fácil. Outra dica do Blog do Maia. Não deixe de ouvir Business as Usual.
Superheavy
Supergrupo formado, entre outros, por Mick Jagger e Joss Stone. Tem rock, soul, pop e reggae, tudo junto e misturado, num caldeirão que gostei muito. Se é pra ouvir alguma coisa, ouça Common Ground.
2 - Black Country Communion
É difícil um supergrupo formado por Jason Bonham, filho do baterista do Led Zeppelin, Joe Bonamassa, bluesman discípulo de B. B. King e Glenn Hughes, vocalista do Deep Purple, fazer alguma coisa ruim, e o segundo disco deles não deixa nada a desejar. Animal. Mais uma dica do Collector's Room. Man in the Middle é uma porrada daquelas.
O melhor do ano é, de longe, Don't Explain. Beth e Joe se juntaram para regravar grandes pérolas do blues e fizeram um disco sensacional. Beth tem um vozeirão do cacete e Joe Bonamassa toca guitarra fácil demais. A melhor faixa é I'll Take Care of You.
Micro-conto: Homem Voador
Por três anos enfrentou a fila das barcas no Rio de Janeiro. Todos os dias ficou quarenta minutos esperando para pegar a condução que o levaria ao outro lado da Baía da Guanabara. Todos os dias ficou preso no meio da profusão de gente nas filas. Um dia se cansou e levantou voo. Só pousou quando chegou em sua rua, em Icaraí.
O 3000-ésimo show do Elton John
Há cerca de dois meses, Elton John fez seu show de número 3000. Seu site oficial publicou um artigo sobre isso, escrito por John Higgins. Trago aqui uma tradução livre.
***
Quando subiu ao palco do The Colosseum no Caesars Palace, em Las Vegas, no último 8 de outubro, Elton John alcançou uma marca que outros grandes nomes da música, como Paul McCartney, U2, The Rolling Stones, Bruce Springsteen, Madonna e até mesmo o viajante Grateful Dead nunca alcançaram: fazer sua apresentação pública de número 3000. Entre seus contemporâneos, só Bob Dylan fez mais shows.
A produção de Elton John compilou uma lista de shows que começa em 25 de março de 1970, no Revolution Club em Londres. Cobrindo 41 anos de shows em pequenos clubes, em estádios lotados, em turnês recordistas e em tempos de crise, a conta inclui não apenas os shows exclusivos dele, mas também dezenas de concertos beneficentes e eventos nos quais ele se apresentou (Live Aid, por exemplo). Basicamente, se uma pessoa comum pudesse comprar um ingresso sabendo que iria ver Elton John, o show entrou na conta.
A marca daquele sábado, apelidada de EJ3K, fala por si só de toda a energia e sucesso de um artista em uma indústria que não é bem conhecida por valorizar estes atributos. Enquanto muitos outros que começaram dos anos 70 pra trás já há muito tempo penduraram as chuteiras, Elton John continuou cruzando o planeta com a velocidade de uma bola de pingue pongue em uma mesa no final do campeonato. O motivo? Bem, com certeza não é por conta da comida dos aviões.
"A coisa mais importante para mim é poder tocar minha música ao vivo. É a melhor coisa pra mim, é o que mais me diverte", Elton John disse. E dá pra ver que é verdade. Seus shows levaram sua música e presença de palco para 74 países, alguns dos quais mudaram de nome (e até de organização política) entre suas visitas. Ele esteve também em todos os continentes, exceto a Antártida. No fim dos anos 70 e início dos anos 80, as turnês de Elton John alcançaram o bloco comunista e outras áreas raramente visitadas por artistas ocidentais. Nos últimos anos, ele partiu para visitar algumas pequenas cidades da América do Norte e da Europa, dando aos fãs a oportunidade de vê-lo sem ter que viajar centenas de quilômetros e competir por um lugar com o público das grandes cidades: em julho de 2008 ele alcançou a marca de tocar em todos os estados americanos quando se apresentou em Vermont.
"Do fim do mundo para sua cidade" não é apenas um verso de uma música. É a definição de EJ3K.
E talvez este seja o melhor exemplo de sua dedicação aos milhões de fãs esperando para vê-lo: desde meados dos anos 90, Elton John tem feitos múltiplas turnês. Nenhum outro artista que faça isto vem à mente com facilidade. Uma olhada rápida na coluna "tipo de turnê" no banco de dados mostra turnês simultâneas de solo, em dupla com o percussionista Ray Cooper, com a banda, do Face to Face (com Billy Joel), com Leon Russel (seu colaborador no último disco, The Union) e do espetáculo The Red Piano. E por ter muitas músicas à disposição, seus shows normalmente passam de duas horas. Muitas vezes, têm mais de três.
A marca de 3000 shows, o que dá um show por dia durante oito anos, é ainda mais impressionante se você considerar que Elton John parou de fazer shows três vezes durante sua carreira. Primeiro ele anunciou sua aposentadoria dos shows em novembro de 1977 - e retornou 18 meses depois para fazer mais shows do já tinha feito antes em um período de apenas 11 meses. Em seguida, depois de uma extenuante turnê mundial nos anos 80, teve que fazer uma cirurgia nas cordas vocais, e por isso não fez turnês entre dezembro de 1986 e setembro de 1988 - mas ainda assim se apresentou em alguns concertos beneficentes neste período. Por fim, por motivos de saúde, ficou um ano e meio longe dos palcos no início dos anos 90.
Mas fora estes quatro anos e meio longe dos palcos, Elton John tocou e tocou e tocou. Do Coliseu de Roma ao Colosseum em Las Vegas. Da The Electric Factory na Filadélfia à Cidade do Rock no Rio de Janeiro. Do Roundhouse em Londres ao Madison Square Garden em Nova Iorque. Ele tocou sozinho, com bandas com mais de uma dúzia de músicos e com orquestras e coros. Ele tocou junto com Fotheringay (um grupo inglês de folk rock dos anos 70) e Carlos Santana. Ele teve seus shows abertos por James Blunt, Kiki Dee e Quarterflash. Ele abriu e encerrou o Concert for Diana em 2007. Ele tocou em pianos armário, de cauda e elétricos. Ele tocou em pianos pretos, brancos e vermelhos. Ele nem chegou a tocar piano, e só cantou em shows como o Concerto pela Floresta Amazônica (com Sting, Tom Jobim, Caetano Veloso e Gilberto Gil).
Ele compartilhou o palco com John Lennon, Jim Carrey, Stevie Wonder, Axl Rose, Jon Bon Jovi, Debbie Gibson, Tina Turner, Tom Jones, Lionel Richie, Eric Clapton, Shirley Bassey, George Michael e muitos outros. Ele regravou músicas de outros artistas, como Imagine de John Lennon, Sand and Water de Beth Nielsen Chapman, A Song for You de Leon Russel e The Show Must Go On do Queen. Ele já chegou a tocar à tarde e à noite, no mesmo dia, e já começou shows depois da meia noite. Ele já cantou Your Song no início dos shows em algumas turnês e no final do show em outras. Ele já tocou 13 noites consecutivas no mesmo lugar (no Hammersmith Odeon de Londres em 1982) e fez shows com 48 horas entre eles em cidades que ficam mais 7000 km distantes uma da outra (Londes e Stillwater, em Oklahoma, em 1972). Ele tocou músicas que ainda não tinham sido lançadas, fez turnê quando não tinha disco para promover, e em 2005 tocou o disco Captain Fantastic and the Brown Dirt Cowboy inteiro ao comemorar seus 30 anos de lançamento.
Sim, dá pra dizer que ele tocou bastante.
Aqui estão alguns números interessantes do banco de dados:
Total de shows: 3000 (entre 25 de março de 1970 e 08 de outubro de 2011)
Países com mais shows:
Estados Unidos – 1608
Inglaterra – 497
Austrália – 138
Alemanha – 133
Canadá – 102
Cidades com mais shows:
Las Vegas – 272
Londres – 159
Nova Iorque – 145
Los Angeles – 135
Sydney, Australia – 51
Casas com mais shows:
The Colosseum do Caesars Palace, em Las Vegas – 251
Madison Square Garden, em Nova Iorque – 62
Sydney Entertainment Centre, na Austrália – 33
Wembley Arena, em Londres – 30
Hammersmith Odeon, em Londres – 27
Shows por década:
1970s – 616
1980s – 537
1990s – 590
2000s – 1064
2010s – 193 (e contando)
Deve-se chamar atenção para o fato de que Elton John, que está com 64 anos de idade, não dá sinais de que esteja cansando. Na verdade, é o contrário que acontece. Entre os anos 2000 e 2009, ele tocou quase o dobro do que nas décadas anteriores. Seu ritmo continua bem alto: nos últimos dez anos, sua média é de um show a cada três dias e meio. Olhando para frente, como ele sempre faz, Elton John acabou de iniciar sua turnê The Million Dollar Piano (que vai ficar três anos em Las Vegas), vai fazer uma turnê na Austrália no fim do ano e já começou a anunciar shows de verão para 2012 na Inglaterra.
Nesse ritmo, talvez seja hora de começar a fazer planos para comemorar o EJ4K em 2021.
***
Outros artigos sobre o Elton John aqui no Sarcófago:
A música que Elton John fez para a princesa Diana
Crítica do disco The Union
Tradução de entrevista para um site sobre o Elton John
Os Discos de Elton John
Quando subiu ao palco do The Colosseum no Caesars Palace, em Las Vegas, no último 8 de outubro, Elton John alcançou uma marca que outros grandes nomes da música, como Paul McCartney, U2, The Rolling Stones, Bruce Springsteen, Madonna e até mesmo o viajante Grateful Dead nunca alcançaram: fazer sua apresentação pública de número 3000. Entre seus contemporâneos, só Bob Dylan fez mais shows.
A produção de Elton John compilou uma lista de shows que começa em 25 de março de 1970, no Revolution Club em Londres. Cobrindo 41 anos de shows em pequenos clubes, em estádios lotados, em turnês recordistas e em tempos de crise, a conta inclui não apenas os shows exclusivos dele, mas também dezenas de concertos beneficentes e eventos nos quais ele se apresentou (Live Aid, por exemplo). Basicamente, se uma pessoa comum pudesse comprar um ingresso sabendo que iria ver Elton John, o show entrou na conta.
A marca daquele sábado, apelidada de EJ3K, fala por si só de toda a energia e sucesso de um artista em uma indústria que não é bem conhecida por valorizar estes atributos. Enquanto muitos outros que começaram dos anos 70 pra trás já há muito tempo penduraram as chuteiras, Elton John continuou cruzando o planeta com a velocidade de uma bola de pingue pongue em uma mesa no final do campeonato. O motivo? Bem, com certeza não é por conta da comida dos aviões.
"A coisa mais importante para mim é poder tocar minha música ao vivo. É a melhor coisa pra mim, é o que mais me diverte", Elton John disse. E dá pra ver que é verdade. Seus shows levaram sua música e presença de palco para 74 países, alguns dos quais mudaram de nome (e até de organização política) entre suas visitas. Ele esteve também em todos os continentes, exceto a Antártida. No fim dos anos 70 e início dos anos 80, as turnês de Elton John alcançaram o bloco comunista e outras áreas raramente visitadas por artistas ocidentais. Nos últimos anos, ele partiu para visitar algumas pequenas cidades da América do Norte e da Europa, dando aos fãs a oportunidade de vê-lo sem ter que viajar centenas de quilômetros e competir por um lugar com o público das grandes cidades: em julho de 2008 ele alcançou a marca de tocar em todos os estados americanos quando se apresentou em Vermont.
"Do fim do mundo para sua cidade" não é apenas um verso de uma música. É a definição de EJ3K.
E talvez este seja o melhor exemplo de sua dedicação aos milhões de fãs esperando para vê-lo: desde meados dos anos 90, Elton John tem feitos múltiplas turnês. Nenhum outro artista que faça isto vem à mente com facilidade. Uma olhada rápida na coluna "tipo de turnê" no banco de dados mostra turnês simultâneas de solo, em dupla com o percussionista Ray Cooper, com a banda, do Face to Face (com Billy Joel), com Leon Russel (seu colaborador no último disco, The Union) e do espetáculo The Red Piano. E por ter muitas músicas à disposição, seus shows normalmente passam de duas horas. Muitas vezes, têm mais de três.
A marca de 3000 shows, o que dá um show por dia durante oito anos, é ainda mais impressionante se você considerar que Elton John parou de fazer shows três vezes durante sua carreira. Primeiro ele anunciou sua aposentadoria dos shows em novembro de 1977 - e retornou 18 meses depois para fazer mais shows do já tinha feito antes em um período de apenas 11 meses. Em seguida, depois de uma extenuante turnê mundial nos anos 80, teve que fazer uma cirurgia nas cordas vocais, e por isso não fez turnês entre dezembro de 1986 e setembro de 1988 - mas ainda assim se apresentou em alguns concertos beneficentes neste período. Por fim, por motivos de saúde, ficou um ano e meio longe dos palcos no início dos anos 90.
Mas fora estes quatro anos e meio longe dos palcos, Elton John tocou e tocou e tocou. Do Coliseu de Roma ao Colosseum em Las Vegas. Da The Electric Factory na Filadélfia à Cidade do Rock no Rio de Janeiro. Do Roundhouse em Londres ao Madison Square Garden em Nova Iorque. Ele tocou sozinho, com bandas com mais de uma dúzia de músicos e com orquestras e coros. Ele tocou junto com Fotheringay (um grupo inglês de folk rock dos anos 70) e Carlos Santana. Ele teve seus shows abertos por James Blunt, Kiki Dee e Quarterflash. Ele abriu e encerrou o Concert for Diana em 2007. Ele tocou em pianos armário, de cauda e elétricos. Ele tocou em pianos pretos, brancos e vermelhos. Ele nem chegou a tocar piano, e só cantou em shows como o Concerto pela Floresta Amazônica (com Sting, Tom Jobim, Caetano Veloso e Gilberto Gil).
Ele compartilhou o palco com John Lennon, Jim Carrey, Stevie Wonder, Axl Rose, Jon Bon Jovi, Debbie Gibson, Tina Turner, Tom Jones, Lionel Richie, Eric Clapton, Shirley Bassey, George Michael e muitos outros. Ele regravou músicas de outros artistas, como Imagine de John Lennon, Sand and Water de Beth Nielsen Chapman, A Song for You de Leon Russel e The Show Must Go On do Queen. Ele já chegou a tocar à tarde e à noite, no mesmo dia, e já começou shows depois da meia noite. Ele já cantou Your Song no início dos shows em algumas turnês e no final do show em outras. Ele já tocou 13 noites consecutivas no mesmo lugar (no Hammersmith Odeon de Londres em 1982) e fez shows com 48 horas entre eles em cidades que ficam mais 7000 km distantes uma da outra (Londes e Stillwater, em Oklahoma, em 1972). Ele tocou músicas que ainda não tinham sido lançadas, fez turnê quando não tinha disco para promover, e em 2005 tocou o disco Captain Fantastic and the Brown Dirt Cowboy inteiro ao comemorar seus 30 anos de lançamento.
Sim, dá pra dizer que ele tocou bastante.
Aqui estão alguns números interessantes do banco de dados:
Total de shows: 3000 (entre 25 de março de 1970 e 08 de outubro de 2011)
Países com mais shows:
Estados Unidos – 1608
Inglaterra – 497
Austrália – 138
Alemanha – 133
Canadá – 102
Cidades com mais shows:
Las Vegas – 272
Londres – 159
Nova Iorque – 145
Los Angeles – 135
Sydney, Australia – 51
Casas com mais shows:
The Colosseum do Caesars Palace, em Las Vegas – 251
Madison Square Garden, em Nova Iorque – 62
Sydney Entertainment Centre, na Austrália – 33
Wembley Arena, em Londres – 30
Hammersmith Odeon, em Londres – 27
Shows por década:
1970s – 616
1980s – 537
1990s – 590
2000s – 1064
2010s – 193 (e contando)
Deve-se chamar atenção para o fato de que Elton John, que está com 64 anos de idade, não dá sinais de que esteja cansando. Na verdade, é o contrário que acontece. Entre os anos 2000 e 2009, ele tocou quase o dobro do que nas décadas anteriores. Seu ritmo continua bem alto: nos últimos dez anos, sua média é de um show a cada três dias e meio. Olhando para frente, como ele sempre faz, Elton John acabou de iniciar sua turnê The Million Dollar Piano (que vai ficar três anos em Las Vegas), vai fazer uma turnê na Austrália no fim do ano e já começou a anunciar shows de verão para 2012 na Inglaterra.
Nesse ritmo, talvez seja hora de começar a fazer planos para comemorar o EJ4K em 2021.
Outros artigos sobre o Elton John aqui no Sarcófago:
A música que Elton John fez para a princesa Diana
Crítica do disco The Union
Tradução de entrevista para um site sobre o Elton John
Os Discos de Elton John
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