Quando comecei a ler o novo livro do Jô achei que toparia com algo parecido com O Homem que Matou Getúlio Vargas, mas me enganei. Apesar de também misturar verdade com ficção de um jeito que você fica sem saber ao certo onde uma começa e a outra termina, Assassinatos não tem o humor do outro livro.
Mas não é ruim, deixemos isso claro desde já. É uma história bem muito bem contada, que é divertida, mas não engraçada, e cheia de mistérios e reviravoltas.
Ambientado na década de 20, o livro narra as aventuras e desventuras do detetive Machado Machado na investigação dos Crimes do Penacho, como ficam conhecidos os tais assassinatos na Academia. Tudo começa quando um certo marmanjo escreve um livro chamado Assassinatos na Academia Brasileira de Letras e, graças a ele, consegue uma posição entre os imortais.
Aclamado pelo público e pela crítica, no dia da posse, na hora do discurso, ele cai morto. Um par de dias depois, durante o seu enterro, outro imortal morre. Dias depois outro. Então, Machado Machado, que não acredita em coincidências, resolve investigar o caso, onde todos são suspeitos: uma marquesa que trai o marido, um marido traído, um político corrupto, um padre e até mesmo um alfaiate anão, entre muitos outros.
No desenrolar da história, com a ajuda de um amigo, Machado Machado acaba descobrindo que o que está matando os imortais é um tipo de veneno, que eles não sabem qual é e tampouco como é ministrado às vítimas. E daí até a solução do mistério, páginas correm deliciosamente.
Uma coisa que não gostei no livro é que Jô escreve frases em francês, inglês, espanhol, italiano, latim... e muitas vezes a gente fica boiando no sentido das coisas, porque ele não se dá o trabalho de traduzir tudo.
De qualquer maneira, é um livro assaz legal, que dá pra divertir bem com todas as suas tramóias.
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