Eis que termina 2010, um ano excelente pra minha vida. Se não consegui fazer tudo o que queria, tudo o que fiz me trouxe imensa satisfação. Se 2011 for no mesmo nível, dar-me-ei por satisfeito.
Agradeço às minhas leitoras pela audiência e desejo a todas um 2011 porreta.
Disco: The Union, de Elton John e Leon Russell
No final de novembro chegou às lojas brasileiras The Union, o novo disco de Elton John. Antes de partir para minha opinião sobre ele, cabe compartilhar com minhas leitoras sua história.
***
Nos anos 60, quando Elton John ainda não era Elton John e lutava para conseguir trabalho como músico, um certo Leon Russell começava a fazer bastante sucesso. Leon Russell tocou em Woodstock e trabalhou nas bandas de Eric Clapton, George Harrison e Joe Cocker, só pra citar alguns dos grandes, além de ter uma sólida carreira solo.
Além de guitarrista talentoso, era pianista de mão cheia e sabia muito bem ganhar o público quando estava em cima do palco. Por conta disso, Leon Russell era o ídolo de Elton John. Eu, que já vi dezenas de entrevistas do Elton e li várias matérias e livros sobre ele, sempre o ouvi dizendo que seu grande ídolo era o Leon, influenciando seu jeito de tocar e de se apresentar.
Na segunda apresentação de Elton John nos Estados Unidos, no início dos anos 70, lá estava Leon Russell para assistir a promissora estrela. Pouco tempo depois, quando Elton John já era um grande sucesso, os dois chegaram a se apresentar juntos, com Elton abrindo os shows do Leon.
Pouco tempo depois os depois se afastaram, Elton John tornou-se o fenômeno que tomou conta da primeira metade dos anos 70 e Leon Russell afastou-se dos holofotes, sem fazer sucesso desde então, sendo esquecido pela mídia. Nunca mais se falaram.
Dando um salto no tempo, chegamos a 2008. Elton era o convidado especial de um programa de entrevistas encabeçado por Elvis Costello. Costello perguntou a Elton quem eram os seus ídolos, e o nome de Leon Russell veio à tona. Pouco tempo depois, o esposo do Elton John, David Furnish, sem conhecer nada de Leon Russell, comprou alguns de seus discos para ouvir.
Em novo salto no tempo, vamos para 2009. Elton e o esposo estão na África a passeio e um disco de Leon Russell começa a tocar no iPod de David. A saudade bateu forte e Elton John resolve ligar para Leon. Mas mesmo depois da ligação ele não se deu por satisfeito: Elton achou uma injustiça muito grande o fato de Leon ter sido esquecido, e que merecia um lugar no Rock’n’Roll Hall of Fame.
Ligou então para o produtor T Bone Burnett (que já produziu Brandi Carlile, B.B. King, Elvis Costello e Counting Crows), contou para ele toda a história que estou compartilhando aqui com vocês e perguntou se ele gostaria de produzir um disco feito por Elton e por Leon. Tendo sua resposta positiva, Leon recebeu uma nova ligação de Elton, com o convite para a gravação do disco.
Deu no que deu.
***
Se quiser, ouça a história como contada por Elton John em pessoa:
***
The Union não é um disco só de Elton John, nem só de Leon Russel, mas um disco de ambos, uma nova força musical que têm influencia dos dois e que produz algo diferente de tudo que Elton John já tenha feito. Algo como Fagner e Zeca Baleiro fizeram quando gravaram juntos.
I guess we’re not good old Yellow Brick Road anymore.
Quando minha cópia finalmente chegou, me larguei no sofá para ouvir o disco todo de cabo a rabo e, devo admitir, a primeira audição foi esquisita. Esquisita porque eu não conhecia a voz de Leon Russell, esquisita porque nunca tinha ouvido um Elton John tão gospel, esquisita porque achei que haviam poucas guitarras.
(Parêntese: tenho ouvido músicas da época em que Leon Russell fez sucesso. Lembra um pouco o rock de Raul Seixas, na voz e no estilo.)
Mas não me entendam mal. Por esquisito não quero dizer ruim. Era apenas diferente. Hoje, depois de ouvir o disco algumas dezenas de vezes, já dá pra falar sem medo que The Union pode figurar com orgulho entre os dez melhores trabalhos do Elton John, ao lado de grandes discos como Goodbye Yellow Brick Road, Songs From the West Coast e Captain Fantastic and the Brown Dirt Cowboy.
Em todas as entrevistas que deu para falar do disco, Elton John sempre falou de Leon Russell com a reverência e o respeito característicos de fã, e isso também fica visível no disco: a primeira faixa - If It Wasn’t For Bad - fica por conta de Leon Russell, assim como a última - In the Hands of Angels.
A maior parte das músicas foi escrita a oito mãos por Elton John, Leon Russell, T Bone Burnett e Bernie Taupin (o parceiro musical de Elton John desde o início de sua carreira). Uma exceção especial à regra é a última música do disco, a já citada In the Hands of Angels, escrita e composta apenas por Leon Russell como um agradecimento a Elton John. Nos vocais, Elton e Leon trocam versos em várias músicas. Só em algumas faixas apenas um dos dois fica à frente o tempo todo. Como convidados do disco, aparecem Neil Young em Gone to Shiloh e Brian Wilson em When Love is Dying.
The Union traz grandes baladas, excelentes rocks e outras músicas que têm um quê de gospel, de jazz, de country. A última vez em que um disco de Elton John tinha vocalistas como as que trabalharam em The Union foi há mais de uma década, em The Big Picture.
Recentemente, em uma entrevista, Elton John falou que já não tem mais como competir no mundo da música pop, e seu principal interesse agora é fazer a música que gosta, sem se preocupar com paradas de sucesso. Se for para fazer mais discos como The Union, que assim o faça, porque o resultado foi fantástico.
Lá fora o disco foi lançado em quatro versões diferentes: cd normal com 14 músicas, box de cd com 16 músicas + dvd com making of, vinil e download. Comprei o box de cd + dvd e é aqui que tenho algo a reclamar do disco: primeiro pela nojenta e frágil embalagem de papelão. Custa botar tudo numa caixa de acrílico?!
Segundo porque o dvd é uma piada, com seus seis minutos de duração. Sim, isso mesmo, querida leitora, SEIS minutos. Tudo bem que ano que vem eles vão lançar a edição completa e que queriam dar só um gostinho para quem comprasse o disco, mas pera-lá, né? No site do Elton John eles disponibilizaram uma dúzia de entrevistas com o Elton e com o Leon sobre o disco nos últimos meses. Não poderiam ter incluído pelo menos estas entrevistas em alta qualidade no dvd?
(Um alerta: as lojas online nacionais anunciam o disco nacional com 16 músicas, mas ele tem só 14. Não se enganem.)
Um ponto interessante do cd, e acho que TODO cd devia ter isso por lei, é ele ter um longo texto de apresentação - 4 páginas - escrito pelo Elton John, contando a história do disco. Muito bacana mesmo, e que dá mais valor ao objeto em si. Além disso, colocando o cd computador é possível acessar um site exclusivo onde se pode baixar mais vídeos mostrando mais dos bastidores do disco (são os mesmos que eu falei que poderiam ser incluídos no dvd).
Depois de tantas audições, as minhas favoritas já estão aparecendo: If it Wasn’t for Bad, Hey Ahab, Gone to Shiloh, Hearts Have Turned to Stone, The Best Part of the Day, A Dream Come True e I Should have Sent Roses.
Se há algo a reclamar das músicas, eu acho que algumas se estendem demais no final sem muitas variações. Acho que em alguns momentos uns riffs de piano ou de guitarra soariam muito bem.
No fim das contas, The Union foi escolhido pela Rolling Stone como o terceiro melhor disco do ano e chegou ao terceiro lugar na lista dos mais vendidos nos Estados Unidos (ficando entre os dez mais durante um mês). Nada mau para quem disse que não tinha mais chances de chegar às paradas de sucesso.
Pra colocar a cereja no bolo, Leon Russell acabou de ser indicado para entrar no Rock’n’Roll Hall of Fame. Missão cumprida.
***
Gostou do artigo? Compre The Union no Submarino entrando aqui pelo Sarcófago que eu ganho uma comissão.
Nos anos 60, quando Elton John ainda não era Elton John e lutava para conseguir trabalho como músico, um certo Leon Russell começava a fazer bastante sucesso. Leon Russell tocou em Woodstock e trabalhou nas bandas de Eric Clapton, George Harrison e Joe Cocker, só pra citar alguns dos grandes, além de ter uma sólida carreira solo.
Além de guitarrista talentoso, era pianista de mão cheia e sabia muito bem ganhar o público quando estava em cima do palco. Por conta disso, Leon Russell era o ídolo de Elton John. Eu, que já vi dezenas de entrevistas do Elton e li várias matérias e livros sobre ele, sempre o ouvi dizendo que seu grande ídolo era o Leon, influenciando seu jeito de tocar e de se apresentar.
Na segunda apresentação de Elton John nos Estados Unidos, no início dos anos 70, lá estava Leon Russell para assistir a promissora estrela. Pouco tempo depois, quando Elton John já era um grande sucesso, os dois chegaram a se apresentar juntos, com Elton abrindo os shows do Leon.
Pouco tempo depois os depois se afastaram, Elton John tornou-se o fenômeno que tomou conta da primeira metade dos anos 70 e Leon Russell afastou-se dos holofotes, sem fazer sucesso desde então, sendo esquecido pela mídia. Nunca mais se falaram.
Dando um salto no tempo, chegamos a 2008. Elton era o convidado especial de um programa de entrevistas encabeçado por Elvis Costello. Costello perguntou a Elton quem eram os seus ídolos, e o nome de Leon Russell veio à tona. Pouco tempo depois, o esposo do Elton John, David Furnish, sem conhecer nada de Leon Russell, comprou alguns de seus discos para ouvir.
Em novo salto no tempo, vamos para 2009. Elton e o esposo estão na África a passeio e um disco de Leon Russell começa a tocar no iPod de David. A saudade bateu forte e Elton John resolve ligar para Leon. Mas mesmo depois da ligação ele não se deu por satisfeito: Elton achou uma injustiça muito grande o fato de Leon ter sido esquecido, e que merecia um lugar no Rock’n’Roll Hall of Fame.
Ligou então para o produtor T Bone Burnett (que já produziu Brandi Carlile, B.B. King, Elvis Costello e Counting Crows), contou para ele toda a história que estou compartilhando aqui com vocês e perguntou se ele gostaria de produzir um disco feito por Elton e por Leon. Tendo sua resposta positiva, Leon recebeu uma nova ligação de Elton, com o convite para a gravação do disco.
Deu no que deu.
Se quiser, ouça a história como contada por Elton John em pessoa:
The Union não é um disco só de Elton John, nem só de Leon Russel, mas um disco de ambos, uma nova força musical que têm influencia dos dois e que produz algo diferente de tudo que Elton John já tenha feito. Algo como Fagner e Zeca Baleiro fizeram quando gravaram juntos.
I guess we’re not good old Yellow Brick Road anymore.
Quando minha cópia finalmente chegou, me larguei no sofá para ouvir o disco todo de cabo a rabo e, devo admitir, a primeira audição foi esquisita. Esquisita porque eu não conhecia a voz de Leon Russell, esquisita porque nunca tinha ouvido um Elton John tão gospel, esquisita porque achei que haviam poucas guitarras.
(Parêntese: tenho ouvido músicas da época em que Leon Russell fez sucesso. Lembra um pouco o rock de Raul Seixas, na voz e no estilo.)
Mas não me entendam mal. Por esquisito não quero dizer ruim. Era apenas diferente. Hoje, depois de ouvir o disco algumas dezenas de vezes, já dá pra falar sem medo que The Union pode figurar com orgulho entre os dez melhores trabalhos do Elton John, ao lado de grandes discos como Goodbye Yellow Brick Road, Songs From the West Coast e Captain Fantastic and the Brown Dirt Cowboy.
Em todas as entrevistas que deu para falar do disco, Elton John sempre falou de Leon Russell com a reverência e o respeito característicos de fã, e isso também fica visível no disco: a primeira faixa - If It Wasn’t For Bad - fica por conta de Leon Russell, assim como a última - In the Hands of Angels.
A maior parte das músicas foi escrita a oito mãos por Elton John, Leon Russell, T Bone Burnett e Bernie Taupin (o parceiro musical de Elton John desde o início de sua carreira). Uma exceção especial à regra é a última música do disco, a já citada In the Hands of Angels, escrita e composta apenas por Leon Russell como um agradecimento a Elton John. Nos vocais, Elton e Leon trocam versos em várias músicas. Só em algumas faixas apenas um dos dois fica à frente o tempo todo. Como convidados do disco, aparecem Neil Young em Gone to Shiloh e Brian Wilson em When Love is Dying.
The Union traz grandes baladas, excelentes rocks e outras músicas que têm um quê de gospel, de jazz, de country. A última vez em que um disco de Elton John tinha vocalistas como as que trabalharam em The Union foi há mais de uma década, em The Big Picture.
Recentemente, em uma entrevista, Elton John falou que já não tem mais como competir no mundo da música pop, e seu principal interesse agora é fazer a música que gosta, sem se preocupar com paradas de sucesso. Se for para fazer mais discos como The Union, que assim o faça, porque o resultado foi fantástico.
Lá fora o disco foi lançado em quatro versões diferentes: cd normal com 14 músicas, box de cd com 16 músicas + dvd com making of, vinil e download. Comprei o box de cd + dvd e é aqui que tenho algo a reclamar do disco: primeiro pela nojenta e frágil embalagem de papelão. Custa botar tudo numa caixa de acrílico?!
Segundo porque o dvd é uma piada, com seus seis minutos de duração. Sim, isso mesmo, querida leitora, SEIS minutos. Tudo bem que ano que vem eles vão lançar a edição completa e que queriam dar só um gostinho para quem comprasse o disco, mas pera-lá, né? No site do Elton John eles disponibilizaram uma dúzia de entrevistas com o Elton e com o Leon sobre o disco nos últimos meses. Não poderiam ter incluído pelo menos estas entrevistas em alta qualidade no dvd?
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Um ponto interessante do cd, e acho que TODO cd devia ter isso por lei, é ele ter um longo texto de apresentação - 4 páginas - escrito pelo Elton John, contando a história do disco. Muito bacana mesmo, e que dá mais valor ao objeto em si. Além disso, colocando o cd computador é possível acessar um site exclusivo onde se pode baixar mais vídeos mostrando mais dos bastidores do disco (são os mesmos que eu falei que poderiam ser incluídos no dvd).
Depois de tantas audições, as minhas favoritas já estão aparecendo: If it Wasn’t for Bad, Hey Ahab, Gone to Shiloh, Hearts Have Turned to Stone, The Best Part of the Day, A Dream Come True e I Should have Sent Roses.
Se há algo a reclamar das músicas, eu acho que algumas se estendem demais no final sem muitas variações. Acho que em alguns momentos uns riffs de piano ou de guitarra soariam muito bem.
No fim das contas, The Union foi escolhido pela Rolling Stone como o terceiro melhor disco do ano e chegou ao terceiro lugar na lista dos mais vendidos nos Estados Unidos (ficando entre os dez mais durante um mês). Nada mau para quem disse que não tinha mais chances de chegar às paradas de sucesso.
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Faz-me Rir, Google V
Vejam só algumas das pesquisas esquisitas que trouxeram visitantes ao Sarcófago recentemente.
Primeiro, algumas maneiras diferentes de escrever nomes de gente famosa. Será que vocês conseguem adivinhar? weltondon, jhon lenny e mayrylyn mour.
E tem também as buscas inusitadas:
oque o cara do sarcofago ten nas mãos
Livros para vender! Comprem, pelamor de Deus!
como se escreve tira copia cheroques
Sempre me surpreendo com os jeitos inusitados que as pessoas arranjam para escrever certas palavras. É com X, mané!
gleatest hets disco de elton jones
Que tipo de música teria num disco destes?
kero houvir musicas de helton dion
Compra um disco, então! Começa com uma coletânea que você vai se divertir. Ou então um gleatest hets, sei lá.
a musica que jhon lenny fez para a princesa Dayane
Imagine a cena: Diana morre e o pessoal do castelo manda buscar o Chico Xavier aqui no Brasil para poder psicografar uma letra ditada pelo John Lennon. Seria o primeiro funeral espírita mundialmente famoso. Não foi o John Lennon não, mané. Foi o Elton John.
usando cráse
Sobre crase, eu escrevi este artigo que dá algumas dicas. Mas acho melhor você aprender sobre o acento agudo primeiro.
o que que dizer a letra a no teclado
Quer dizer que você é um Animal Analfabeto. Sério, não sei que tipo de estado mental leva uma pessoa a ter esse tipo de dúvida.
regra de degitaçáo
Primeira regra: lembre-se sempre da boa ortografia. Depois, leia este meu artigo.
***
Leia outros Faz-me Rir, Google: parte I, parte II, parte III, parte IV.
Primeiro, algumas maneiras diferentes de escrever nomes de gente famosa. Será que vocês conseguem adivinhar? weltondon, jhon lenny e mayrylyn mour.
E tem também as buscas inusitadas:
oque o cara do sarcofago ten nas mãos
Livros para vender! Comprem, pelamor de Deus!
como se escreve tira copia cheroques
Sempre me surpreendo com os jeitos inusitados que as pessoas arranjam para escrever certas palavras. É com X, mané!
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Que tipo de música teria num disco destes?
kero houvir musicas de helton dion
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a musica que jhon lenny fez para a princesa Dayane
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usando cráse
Sobre crase, eu escrevi este artigo que dá algumas dicas. Mas acho melhor você aprender sobre o acento agudo primeiro.
o que que dizer a letra a no teclado
Quer dizer que você é um Animal Analfabeto. Sério, não sei que tipo de estado mental leva uma pessoa a ter esse tipo de dúvida.
regra de degitaçáo
Primeira regra: lembre-se sempre da boa ortografia. Depois, leia este meu artigo.
Leia outros Faz-me Rir, Google: parte I, parte II, parte III, parte IV.
Músicos Clássicos
Estou escrevendo um artigo sobre grandes nomes da música clássica onde comento sua cronologia e influência nas obras uns nos outros. Os nomes presentes na lista até o momento são os seguintes: Pachelbel, Vivaldi, Bach, Mozart, Beethoven, Rossini, Schubert, Mendelssohn, Chopin, Schumann, Wagner, Brahms, Tchaikovsky, Mahler, Ravel, Villa-Lobos e Strauss.
As minhas leitoras têm interesse em incluir algum nome na lista?
As minhas leitoras têm interesse em incluir algum nome na lista?
Disco: Jô Soares e o Sexteto
Um dos discos mais antigos da minha coleção é o primeiro que o Jô Soares gravou com o seu Sexteto, lançado no fim da década de 90.
Recheado de canções de jazz e blues, o disco é uma delícia de se ouvir, seja pela competência dos músicos, seja pelo excelente repertório escolhido para a apresentação, seja pelo bom humor do Jô e suas explicações para as músicas.
Recentemente, na minha busca pela desaceleração da vida, acabei redescobrindo-o e cada vez que o ouço descubro mais um detalhe interessante que o torna ainda mais agradável para os meus ouvidos.
Instigado por tantos comentários do Jô sobre as versões originais das músicas, a maioria delas vindas lá dos anos 20 e 30, parti para o YouTube em busca de vídeos da época. Com o resultado das buscas, montei então uma playlist com as músicas que fazem parte do disco, a maioria delas são as versões citadas pelo Jô. As faixas são as seguintes:
Summertime, versão lírica original
Summertime, versão jazz na voz espetacular de Ella Fritzgerald
Sudwest Funk, na voz de Donald Byrd
Night in Tunisia, com Dizzy Gillespie
Let’s Get Lost, com Chet Baker
Blues Walk, com Lou Donaldson
Stormy Monday, com T-Bone Walker
On the Sunny Side of the Street, com Tommy Dorsey
St. James Infirmary, com Louis Armstrong
Makin’ Whoopee, com Eddie Cantor
Caravan, com Duke Ellington
You Ought to Be in Pictures, com Guy Lombardo
One Meat Ball, a versão original de Um Croquete, com Josh White
De bônus, incluí também Don’t Be That Way, com Benny Goodman. Esta não faz parte do disco, mas é citada pelo Jô como a música que estava sendo tocada no primeiro show de jazz feito no Carnegie Hall, exatamente no momento em que ele, o Jô, nascia.
Se a leitora não quer ver todos os vídeos, recomendo fortemente a segunda versão de Summertime, porque Ella Fritzgerald tem uma voz ímpar; Stormy Monday, porque T-Bone Walker faz a guitarra falar; e Caravan, porque o estilo dos músicos é impagável.
Recheado de canções de jazz e blues, o disco é uma delícia de se ouvir, seja pela competência dos músicos, seja pelo excelente repertório escolhido para a apresentação, seja pelo bom humor do Jô e suas explicações para as músicas.
Recentemente, na minha busca pela desaceleração da vida, acabei redescobrindo-o e cada vez que o ouço descubro mais um detalhe interessante que o torna ainda mais agradável para os meus ouvidos.
Instigado por tantos comentários do Jô sobre as versões originais das músicas, a maioria delas vindas lá dos anos 20 e 30, parti para o YouTube em busca de vídeos da época. Com o resultado das buscas, montei então uma playlist com as músicas que fazem parte do disco, a maioria delas são as versões citadas pelo Jô. As faixas são as seguintes:
Summertime, versão lírica original
Summertime, versão jazz na voz espetacular de Ella Fritzgerald
Sudwest Funk, na voz de Donald Byrd
Night in Tunisia, com Dizzy Gillespie
Let’s Get Lost, com Chet Baker
Blues Walk, com Lou Donaldson
Stormy Monday, com T-Bone Walker
On the Sunny Side of the Street, com Tommy Dorsey
St. James Infirmary, com Louis Armstrong
Makin’ Whoopee, com Eddie Cantor
Caravan, com Duke Ellington
You Ought to Be in Pictures, com Guy Lombardo
One Meat Ball, a versão original de Um Croquete, com Josh White
De bônus, incluí também Don’t Be That Way, com Benny Goodman. Esta não faz parte do disco, mas é citada pelo Jô como a música que estava sendo tocada no primeiro show de jazz feito no Carnegie Hall, exatamente no momento em que ele, o Jô, nascia.
Se a leitora não quer ver todos os vídeos, recomendo fortemente a segunda versão de Summertime, porque Ella Fritzgerald tem uma voz ímpar; Stormy Monday, porque T-Bone Walker faz a guitarra falar; e Caravan, porque o estilo dos músicos é impagável.
Poço do Samambaia
O Poço do Samambaia fica no bairro da Boa Vista, perto do Centro de Cachoeiras de Macacu/RJ.
Quando eu era criança, parecia muito distante e era uma aventura ir lá. Hoje, com a degradação do rio Boa Vista, é comum termos que ir até ele para poder usufruir de água limpa.
Veja esta foto também.
Declaração de Culpa
Eu digo que não sou racista, mas, em uma rua escura, quanto mais escura for a pele de quem vem em sentido contrário, maior o meu receio.
Eu digo que não sou homofóbico, mas se pudesse evitar que minha filha nascesse lésbica, evitaria.
Digo que não tenho vários preconceitos, mas pratico vários deles em detalhes do que faço todos os dias.
Tratar bem as pessoas negras ou homossexuais que conheço não é prova de não ter preconceito. A prova é dada quando lidamos com as pessoas que não conhecemos. E é aí que o preconceito aflora com pressão.
Sei que tem gente pior que eu, mas isso não é razão para me sentir limpo dos meus pecados.
Eu também sou culpado. Eu sou parte do problema.
E não quero mais ser!
Eu digo que não sou homofóbico, mas se pudesse evitar que minha filha nascesse lésbica, evitaria.
Digo que não tenho vários preconceitos, mas pratico vários deles em detalhes do que faço todos os dias.
Tratar bem as pessoas negras ou homossexuais que conheço não é prova de não ter preconceito. A prova é dada quando lidamos com as pessoas que não conhecemos. E é aí que o preconceito aflora com pressão.
Sei que tem gente pior que eu, mas isso não é razão para me sentir limpo dos meus pecados.
Eu também sou culpado. Eu sou parte do problema.
E não quero mais ser!
Livro: Por Um Fio, de Dráuzio Varella
Um dos melhores livros que li este ano foi Por Um Fio, do Dr. Dráuzio Varella, e recomendo fortemente sua leitura a todas as minhas leitoras. Nele estão reunidas algumas dezenas de histórias de pacientes e parentes de pacientes à beira da morte. São histórias de cura ou não, com finais felizes ou tristes. Não necessariamente respectivamente, diga-se de passagem.
Uma coisa que reparei durante a leitura é que ao final das histórias, o Sr. Varella não dá nenhuma lição de moral. Terminando a história com a morte ou a cura do paciente, ele simplesmente segue para a próxima, sem desperdiçar tempo.
A moral de todas as histórias só chega mesmo no final do livro, e é uma conclusão à qual eu já tinha chegado na metade da leitura. É neste ponto que o livro mostra realmente a que veio e a leitura se torna ainda mais recomendável.
Se a leitora ainda não teve o prazer de lê-lo, vá e faça isso antes de continuar lendo este artigo, porque os comentários aí embaixo são pra compartilhar minha opinião com quem já leu, e entregam algumas das surpresas do livro.
A moral da história é mais uma questão filosófica. A proximidade da morte leva todos a um estado de espírito completamente diferente de tudo o que já vivenciaram. Para muitas pessoas, as doentes ou as que as acompanham, este é um momento de redescoberta da própria vida, onde os valores são revistos.
Aí entra a grande questão: será que é possível, através de um esforço consciente, alcançarmos este estado de espírito e revisão radical de valores sem que seja preciso passar por momentos de dor e privação?
Pode parecer que sim, mas a rotina acaba por nos deixar acomodados e manter este estado de espírito torna-se um exercício hercúleo. É difícil parar para prestar atenção aos detalhes da vida quando tudo à nossa volta exige agilidade e respostas imediatas.
Não é tarefa fácil fazer disso um hábito, mas cabe a nós mesmo exercitar esta atitude ao longo da vida.
Ou você prefere cair doente para começar a pensar assim?
***
Uma coisa que reparei durante a leitura é que ao final das histórias, o Sr. Varella não dá nenhuma lição de moral. Terminando a história com a morte ou a cura do paciente, ele simplesmente segue para a próxima, sem desperdiçar tempo.
A moral de todas as histórias só chega mesmo no final do livro, e é uma conclusão à qual eu já tinha chegado na metade da leitura. É neste ponto que o livro mostra realmente a que veio e a leitura se torna ainda mais recomendável.
Se a leitora ainda não teve o prazer de lê-lo, vá e faça isso antes de continuar lendo este artigo, porque os comentários aí embaixo são pra compartilhar minha opinião com quem já leu, e entregam algumas das surpresas do livro.
A moral da história é mais uma questão filosófica. A proximidade da morte leva todos a um estado de espírito completamente diferente de tudo o que já vivenciaram. Para muitas pessoas, as doentes ou as que as acompanham, este é um momento de redescoberta da própria vida, onde os valores são revistos.
Aí entra a grande questão: será que é possível, através de um esforço consciente, alcançarmos este estado de espírito e revisão radical de valores sem que seja preciso passar por momentos de dor e privação?
Pode parecer que sim, mas a rotina acaba por nos deixar acomodados e manter este estado de espírito torna-se um exercício hercúleo. É difícil parar para prestar atenção aos detalhes da vida quando tudo à nossa volta exige agilidade e respostas imediatas.
Não é tarefa fácil fazer disso um hábito, mas cabe a nós mesmo exercitar esta atitude ao longo da vida.
Ou você prefere cair doente para começar a pensar assim?
Gostou do texto? Então compre o livro no Submarino que eu ganho uma comissão.
Poço do Samambaia
O Poço do Samambaia fica no bairro da Boa Vista, perto do Centro de Cachoeiras de Macacu/RJ.
Quando eu era criança, parecia muito distante e era uma aventura ir lá. Hoje, com a degradação do rio Boa Vista, é comum termos que ir até ele para poder usufruir de água limpa.
Veja esta foto também.
Planos para 4 Anos - Continuação
No início de outubro, logo depois das eleições, eu publiquei uma lista de coisas que eu gostaria de ver sendo feitas pelos políticos eleitos. Tive algumas reações adversas e este post bota a conversa para rodar.
Sobre a legalização das drogas, uma leitora anônima perguntou:
Faço outra pergunta: porque proibir o cigarro e o álcool? Primeiro que isso só iria criar mais dois mercados gigantescos de contrabando, porque proibição legal não é impedimento para que as pessoas consumam. O alto número de usuários das drogas ilegais é prova disso.
Depois, por que é que o Estado deve se intrometer na liberdade da pessoa em escolher o que ela come-fuma-cheira-injeta? Sim, eu sei que as drogas fazem mal e causam dependência, levando a crises e crimes, e é por isso que eu não uso. Eu nunca usei drogas porque sei que fazem mal, não porque o Estado mandou. Se por um acaso o governo proibisse a cerveja, nunca que eu iria deixar de beber uma Heineken de vez em quando.
O Thiago Verde comentou que a liberação “potencializa a punição pra quem sair da linha por estar drogado”, coisa com a qual concordo. Dirigir embriagado ou chapado teriam a mesma punição.
***
Sobre a instituição da pena de morte, a leitora anônima perguntou:
Não, não acho, mas é claro que a coisa não sai de um dia pro outro né? Não basta apenas falar que, “olha só, de hoje em diante, estuprou, morreu”. Claro que é preciso criar toda uma estrutura jurídica para evitar que inocentes sejam punidos. Mas que é urgente termos punições mais exemplares, ah, isso é.
Já o Thiago Verde comentou:
Dependendo do crime, pode até ser. Ao invés de ficar trancafiado em uma cela com outras 74 pessoas, o sujeito poderia ir trabalhar pro governo.
***
Sobre o fim de gratuidades obrigatórias, a leitora anônima falou:
Tenho que confessar que falei um pouco sem saber como a coisa realmente funciona. Não sei se as empresas de ônibus recebem algum retorno do governo por conta das gratuidades que são obrigadas a carregar. Mas se não receberem, é uma grande sacanagem.
Quando eu trabalhava no cartório (e o Thiago Verde tá aí pra confirmar isso), a gente era obrigado a fazer alguns serviços de graça sem receber nenhum benefício disso. O cartório gastava tempo, material e pessoal para obedecer ordens do Defensor Público e não recebia nada em troca.
***
Sobre a legalização do aborto, disse a leitora anônima:
Aqui você exagerou, mocinha. Talvez eu tenha me expressado mal, mas é claro que não estou propondo um libera-geral. Como o Thiago Verde comentou, “até uma certa fase da gravidez, não vejo problema”. O problema aqui é estabelecer esta certa fase.
Já falei sobre isso aqui no Sarcófago e, relendo o texto, vi que minha opinião ainda não está formada. Claro que um aborto aos sete meses de gravidez é assassinato, mas acho que no primeiro mês não é. O problema é o meio do caminho, que ainda permanece envolto em uma bruma acinzentada e espessa.
***
Sobre a flexibilização das leis trabalhistas, o Thiago Verde disse que
Já a leitora anônima disse que
Nos dois casos, os dois argumentos caem no caso de atrapalhar a vida de quem anda direito para poder botar na linha um ou outro baderneiro. É como agia (age?) a Corregedoria do Rio de Janeiro ao criar controles absurdos do trabalho nos cartório só porque alguns tabeliães não prestavam conta direito e roubavam. É velho caso de os inocentes cumprirem a pena.
Não dar liberdade para que empresas e empregados discutam certos pontos de suas relações porque haverão empresas que vão explorar funcionários é o mesmo que aumentar o condomínio por causa dos inadimplentes. De novo: é o justo pagando pelo pecado do safado.
Gente, é claro que deveria haver fiscalização e limites para evitar que empregadores escravizem seu empregados, mas a flexibilização é justa e necessária.
***
No restante dos assuntos, a leitora desconhecida e o Thiago Verde concordaram comigo. Um comentário interessante ficou por conta do Thiago:
São coisas tão importantes de serem aprendidas quanto senos, reações químicas e a história do Brasil.
E vocês, o que pensam?
Sobre a legalização das drogas, uma leitora anônima perguntou:
“Legalização das drogas com base na liberação de cigarro e álcool, não seria o caso de proibir essas duas também?”
Faço outra pergunta: porque proibir o cigarro e o álcool? Primeiro que isso só iria criar mais dois mercados gigantescos de contrabando, porque proibição legal não é impedimento para que as pessoas consumam. O alto número de usuários das drogas ilegais é prova disso.
Depois, por que é que o Estado deve se intrometer na liberdade da pessoa em escolher o que ela come-fuma-cheira-injeta? Sim, eu sei que as drogas fazem mal e causam dependência, levando a crises e crimes, e é por isso que eu não uso. Eu nunca usei drogas porque sei que fazem mal, não porque o Estado mandou. Se por um acaso o governo proibisse a cerveja, nunca que eu iria deixar de beber uma Heineken de vez em quando.
O Thiago Verde comentou que a liberação “potencializa a punição pra quem sair da linha por estar drogado”, coisa com a qual concordo. Dirigir embriagado ou chapado teriam a mesma punição.
Sobre a instituição da pena de morte, a leitora anônima perguntou:
“Você acha que o nosso sistema jurídico é capaz dessa responsabilidade sem matar só pobre e até inocentes deixando livres os endinheirados?”
Não, não acho, mas é claro que a coisa não sai de um dia pro outro né? Não basta apenas falar que, “olha só, de hoje em diante, estuprou, morreu”. Claro que é preciso criar toda uma estrutura jurídica para evitar que inocentes sejam punidos. Mas que é urgente termos punições mais exemplares, ah, isso é.
Já o Thiago Verde comentou:
“Tem muito crimezinho que podia ser aliviado... um furto por exemplo... coisa pequena, tem pena alternativa q resolve.”
Dependendo do crime, pode até ser. Ao invés de ficar trancafiado em uma cela com outras 74 pessoas, o sujeito poderia ir trabalhar pro governo.
Sobre o fim de gratuidades obrigatórias, a leitora anônima falou:
“Gratuidades são justificadas e as empresas de ônibus são compensadas enquanto os aposentados não são compensados de uma vida de trabalho com aposentadoria de salário irrisório. E estudantes, você diria que pais pobres mandariam o filho pra escola se tivessem que pagar transporte?”
Tenho que confessar que falei um pouco sem saber como a coisa realmente funciona. Não sei se as empresas de ônibus recebem algum retorno do governo por conta das gratuidades que são obrigadas a carregar. Mas se não receberem, é uma grande sacanagem.
Quando eu trabalhava no cartório (e o Thiago Verde tá aí pra confirmar isso), a gente era obrigado a fazer alguns serviços de graça sem receber nenhum benefício disso. O cartório gastava tempo, material e pessoal para obedecer ordens do Defensor Público e não recebia nada em troca.
Sobre a legalização do aborto, disse a leitora anônima:
“Legalizar o aborto devido a estupros apenas (sem falar da pílula do dia seguinte) seria liberar um procedimento arriscado que adolescentes usariam sem medida e teriam a saúde prejudicada. Você acha certo liberar a matança de fetos por escolha pra todo mundo porque existe o estupro?”
Aqui você exagerou, mocinha. Talvez eu tenha me expressado mal, mas é claro que não estou propondo um libera-geral. Como o Thiago Verde comentou, “até uma certa fase da gravidez, não vejo problema”. O problema aqui é estabelecer esta certa fase.
Já falei sobre isso aqui no Sarcófago e, relendo o texto, vi que minha opinião ainda não está formada. Claro que um aborto aos sete meses de gravidez é assassinato, mas acho que no primeiro mês não é. O problema é o meio do caminho, que ainda permanece envolto em uma bruma acinzentada e espessa.
Sobre a flexibilização das leis trabalhistas, o Thiago Verde disse que
“acho complicado... patrão ia montar.. afinal, se um não quiser ganhar SÓ X, outro vai querer...”
Já a leitora anônima disse que
“Flexibilizar leis trabalhistas com base nos bons acordos feitos entre as partes ferraria com todos os que tem maus patrões. O patrão pode tudo, ele que paga, ou nem isso se as leis forem flexíveis demais. Que tal a volta dos turnos de 16 horas? O empregado teria outra escolha? Seria demitido e entra alguém que aceite.”
Nos dois casos, os dois argumentos caem no caso de atrapalhar a vida de quem anda direito para poder botar na linha um ou outro baderneiro. É como agia (age?) a Corregedoria do Rio de Janeiro ao criar controles absurdos do trabalho nos cartório só porque alguns tabeliães não prestavam conta direito e roubavam. É velho caso de os inocentes cumprirem a pena.
Não dar liberdade para que empresas e empregados discutam certos pontos de suas relações porque haverão empresas que vão explorar funcionários é o mesmo que aumentar o condomínio por causa dos inadimplentes. De novo: é o justo pagando pelo pecado do safado.
Gente, é claro que deveria haver fiscalização e limites para evitar que empregadores escravizem seu empregados, mas a flexibilização é justa e necessária.
No restante dos assuntos, a leitora desconhecida e o Thiago Verde concordaram comigo. Um comentário interessante ficou por conta do Thiago:
“Aulas o dia inteiro: seria ótimo, mesclar o ensino convencional, com aulas profissionalizantes, cultura, esportes, aulas de caráter doméstico, tanto pra homem quanto pra mulher, ensinar a cozinhar, a entender uma rede elétrica.”
São coisas tão importantes de serem aprendidas quanto senos, reações químicas e a história do Brasil.
E vocês, o que pensam?
Crônica: Pastores Podem Casar
A crônica abaixo faz parte do meu livro Trabalho em Cartório Mas Sou Escritor. O que você está esperando para presentar uma amiga com literatura independente?
***
Com dois meses de vida eu fui batizada. Em meados de 1964 a pequena Michele, euzinha, passou a ser filha de Deus, deixando de ser criatura. Passei minha infância dentro da igreja. Minha mãe, que Deus a tenha, era muito religiosa, e me levava todos os domingos à missa da manhã. Ela também ia à igreja durante a semana, algumas vezes, mas não me levava junto.
Lá com os meus dez ou onze anos comecei a ter aulas de catecismo para fazer a primeira comunhão, mas achei tudo tão chato e enfadonho que pedi para sair. Brincar era muito mais divertido do que decorar orações longuíssimas. Minha mãe ficou muito triste mas não me forçou a nada. "Um dia você é que vai correr atrás de Deus", foi o que ela disse.
O tempo passou e eu cresci. Quando já estava na casa dos vinte anos, minha mãe morreu e eu voltei à igreja, buscando algum conforto. Santa profecia, Moisés!
Neste meu retorno, frequentei a igreja durante um ano até que tive vontade de voltar a fazer o catecismo para, finalmente, fazer a primeira comunhão. Foi aí que chegou à nossa paróquia o padre Chkristóhphens, vulgo Cristóvão. Vinha de algum canto da Europa e era um padre maravilhoso.
Com maravilhoso eu me refiro aos seus cabelos loiros e sedosos, aos seus olhos azuis da cor de um céu de primavera, aos seus dentes alinhados, branquíssimos como uma nuvem. Maravilhoso era seu um metro e noventa de altura, e aqueles braços fortes, longos, lânguidos. Aquele andar de quem parece não pisar no chão. E aquela voz... ah, aquela voz!
Quando ele vinha falar com a gente do amor de Deus, da mensagem de Jesus, do Sagrado Coração de Maria, tudo o que eu ouvia era o meu amor, a mensagem que eu queria lhe dar e o meu coração palpitando cada vez mais rápido. Certa vez eu quase fiz a besteira de beijá-lo. Sei lá o que me impediu.
Com muito custo, fui dissimulando essa minha paixão juvenil e terminei a catequese. No dia da primeira comunhão, tive que confessar pela primeira vez. E logo com ele! Eu me sentia a pior das pecadoras, mas não podia ajoelhar no confessionário, pedir a bênção e contar ao padre que eu estava apaixonada justo por ele. Ah, isso não, ou eu seria condenada à lapidação em praça pública.
Então lá fui eu, ajoelhei, pedi a bênção e confessei que comia demais, que só pensava em dinheiro, que adorava sexo, que desejava os namorados das minhas amigas. Só não confessei que estava louca para beijá-lo ali mesmo, na sacristia.
Cumprido o ritual, tomei a minha primeira comunhão. Amargurada, chorei baldes. Todo mundo achou lindo, pensando que eu estava emocionada, mas a verdade é que eu estava arrependida de estar ali. Sabendo que não poderia continuar assim, e com a absoluta certeza de que jamais teria minha paixão saciada, resolvi me afastar daquela igreja.
Saía da minha cidade todo domingo e ia à missa em outro município! Mas cometi a heresia de me apaixonar pelo padre de lá também. Meu caso era irremediável. Então saí de vez da igreja católica.
Hoje sou evangélica. Não fui para a Assembleia de Deus porque deixei de amar Nossa Senhora ou por deixar de ser devota de São Leopoldo mas, sabe como é, pastores podem casar.
***
Com dois meses de vida eu fui batizada. Em meados de 1964 a pequena Michele, euzinha, passou a ser filha de Deus, deixando de ser criatura. Passei minha infância dentro da igreja. Minha mãe, que Deus a tenha, era muito religiosa, e me levava todos os domingos à missa da manhã. Ela também ia à igreja durante a semana, algumas vezes, mas não me levava junto.
Lá com os meus dez ou onze anos comecei a ter aulas de catecismo para fazer a primeira comunhão, mas achei tudo tão chato e enfadonho que pedi para sair. Brincar era muito mais divertido do que decorar orações longuíssimas. Minha mãe ficou muito triste mas não me forçou a nada. "Um dia você é que vai correr atrás de Deus", foi o que ela disse.
O tempo passou e eu cresci. Quando já estava na casa dos vinte anos, minha mãe morreu e eu voltei à igreja, buscando algum conforto. Santa profecia, Moisés!
Neste meu retorno, frequentei a igreja durante um ano até que tive vontade de voltar a fazer o catecismo para, finalmente, fazer a primeira comunhão. Foi aí que chegou à nossa paróquia o padre Chkristóhphens, vulgo Cristóvão. Vinha de algum canto da Europa e era um padre maravilhoso.
Com maravilhoso eu me refiro aos seus cabelos loiros e sedosos, aos seus olhos azuis da cor de um céu de primavera, aos seus dentes alinhados, branquíssimos como uma nuvem. Maravilhoso era seu um metro e noventa de altura, e aqueles braços fortes, longos, lânguidos. Aquele andar de quem parece não pisar no chão. E aquela voz... ah, aquela voz!
Quando ele vinha falar com a gente do amor de Deus, da mensagem de Jesus, do Sagrado Coração de Maria, tudo o que eu ouvia era o meu amor, a mensagem que eu queria lhe dar e o meu coração palpitando cada vez mais rápido. Certa vez eu quase fiz a besteira de beijá-lo. Sei lá o que me impediu.
Com muito custo, fui dissimulando essa minha paixão juvenil e terminei a catequese. No dia da primeira comunhão, tive que confessar pela primeira vez. E logo com ele! Eu me sentia a pior das pecadoras, mas não podia ajoelhar no confessionário, pedir a bênção e contar ao padre que eu estava apaixonada justo por ele. Ah, isso não, ou eu seria condenada à lapidação em praça pública.
Então lá fui eu, ajoelhei, pedi a bênção e confessei que comia demais, que só pensava em dinheiro, que adorava sexo, que desejava os namorados das minhas amigas. Só não confessei que estava louca para beijá-lo ali mesmo, na sacristia.
Cumprido o ritual, tomei a minha primeira comunhão. Amargurada, chorei baldes. Todo mundo achou lindo, pensando que eu estava emocionada, mas a verdade é que eu estava arrependida de estar ali. Sabendo que não poderia continuar assim, e com a absoluta certeza de que jamais teria minha paixão saciada, resolvi me afastar daquela igreja.
Saía da minha cidade todo domingo e ia à missa em outro município! Mas cometi a heresia de me apaixonar pelo padre de lá também. Meu caso era irremediável. Então saí de vez da igreja católica.
Hoje sou evangélica. Não fui para a Assembleia de Deus porque deixei de amar Nossa Senhora ou por deixar de ser devota de São Leopoldo mas, sabe como é, pastores podem casar.
Coleção Chico Buarque
Chegou semana passa às bancas do Rio de Janeiro o primeiro volume da Coleção Chico Buarque, que reúne em vinte edições os principais discos daquele que considero o maior nome da MPB. Cada volume traz um dos cds do Chico Buarque e um livro muito bem acabado com informações diversas sobre a obra e o período em que foi lançado, além de ficha técnica completa e letras das músicas.
Este primeiro volume traz o disco espetacular Chico Buarque, de 1978. São tantas músicas boas que parece até um disco da série Perfil ou coisa parecida: tem Cálice (trabalho maravilhoso com Milton Nascimento e MPB-4), Trocando em Miúdos, O Meu Amor, Homenagem ao Malandro, Até o Fim, Pedaço de Mim (com Zizi Possi), Tanto Mar e Apesar de Você.
E o preço, então, é pra nem pensar duas vezes: só R$ 8,00. Simplesmente imperdível. Esta semana o disco Construção dá sequência à coleção. Para quem gosta de música de qualidade, é um prato cheio. Se você quer saber mais, é só visitar o site da Coleção cujo link está logo ali acima.
Este primeiro volume traz o disco espetacular Chico Buarque, de 1978. São tantas músicas boas que parece até um disco da série Perfil ou coisa parecida: tem Cálice (trabalho maravilhoso com Milton Nascimento e MPB-4), Trocando em Miúdos, O Meu Amor, Homenagem ao Malandro, Até o Fim, Pedaço de Mim (com Zizi Possi), Tanto Mar e Apesar de Você.
E o preço, então, é pra nem pensar duas vezes: só R$ 8,00. Simplesmente imperdível. Esta semana o disco Construção dá sequência à coleção. Para quem gosta de música de qualidade, é um prato cheio. Se você quer saber mais, é só visitar o site da Coleção cujo link está logo ali acima.
Cara Nova
Para as leitoras que acompanham o Sarcófago pelo RSS ou pelo email, o blog está de cara nova. Depois de tanto tempo com o mesmo layout e as mesmas cores, resolvi mudar um pouco. Ainda faltam uns acertos aqui e outros ali, mas já está bem arrumado.
Agora ele tem algumas coisas que o layout antigo não tinha, como por exemplo a possibilidade de twittar ou mandar por email uma postarem diretamente do artigo. O que cês acharam?
Aos poucos vou terminando de arrumar a casa.
Agora ele tem algumas coisas que o layout antigo não tinha, como por exemplo a possibilidade de twittar ou mandar por email uma postarem diretamente do artigo. O que cês acharam?
Aos poucos vou terminando de arrumar a casa.
Good Evening New York City, de Paul McCartney
Como sempre, nas últimas semanas eu comecei a conhecer um pouco mais de um artista em cuja obra eu já devia ter mergulhado há muito tempo: Paul McCartney. Tudo graças à sua vinda ao Brasil.
Tendo visto algumas imagens do show que ele fez em Porto Alegre e também a lista de músicas que fazem parte do seu DVD mais recente, comprei o box Good Evening New York City, com a gravação dos três primeiros shows da atual turnê, Up and Coming, que acabou de passar pelo Brasil.
Pra resumir, o show é absurdamente espetacular. Muita sacanagem ele não ter vindo ao Rio de Janeiro.
O box está à venda no Submarindo por apenas R$ 49,90. Vale a pena e você ainda ajuda seu blogueiro favorito.
Tendo visto algumas imagens do show que ele fez em Porto Alegre e também a lista de músicas que fazem parte do seu DVD mais recente, comprei o box Good Evening New York City, com a gravação dos três primeiros shows da atual turnê, Up and Coming, que acabou de passar pelo Brasil.
Pra resumir, o show é absurdamente espetacular. Muita sacanagem ele não ter vindo ao Rio de Janeiro.
O box está à venda no Submarindo por apenas R$ 49,90. Vale a pena e você ainda ajuda seu blogueiro favorito.
Conheçam Alex Varanese
Imagine se MP3 players, PSPs, netbooks e telefones celulares existissem na década de 70.
O artista Alex Varanese não só imaginou como também criou peças publicitárias anunciando estes produtos. E não só os anúncios foram feitos levando em consideração o estilo e linguagem da época: os aparelhos também foram “atualizados” para 1977.
O resultado do experimento é um conjunto de imagens interessantíssimas e de visual impecável. Pra quem conhece um pouco dos anúncios de produtos tecnológicos da época, vai ser como uma viagem no tempo.
Para quem não conhece o trabalho do Alex Varanese, o site do cara vale a visita. Tem bastante coisa interessante por lá.
O artista Alex Varanese não só imaginou como também criou peças publicitárias anunciando estes produtos. E não só os anúncios foram feitos levando em consideração o estilo e linguagem da época: os aparelhos também foram “atualizados” para 1977.
O resultado do experimento é um conjunto de imagens interessantíssimas e de visual impecável. Pra quem conhece um pouco dos anúncios de produtos tecnológicos da época, vai ser como uma viagem no tempo.
Para quem não conhece o trabalho do Alex Varanese, o site do cara vale a visita. Tem bastante coisa interessante por lá.
Landscapes
Já falei antes por aqui que adoro vídeos que servem pura e simplesmente para serem contemplados. Eis aqui mais um para a lista. Novamente, a recomendação é assistir em tela cheia com as luzes apagadas.
Landscapes: Volume One from dustin farrell on Vimeo.
Pergunte!
Que tal me perguntar alguma coisa?
O formspring é um site que serve apenas pra isso. O pessoal pergunta e o sujeito responde. Vai lá me perguntar algo: é só acessar minha página.
O formspring é um site que serve apenas pra isso. O pessoal pergunta e o sujeito responde. Vai lá me perguntar algo: é só acessar minha página.
Autor convidado: Aderbal Perrucho
Aderbal Perrucho é um camarada meu lá de Cachoeiras de Macacu que tira umas fotos estupidamente lindas e que agora resolveu dar uma de poeta. E não é que na primeira o cara fez bonito? Perguntei se poderia trazer pra cá e ele gostou da idéia. Lá vai, então, seu quase haicai:
Sentimento & Vento
Tento diferenciar, mas não consigo
Não podemos tocá-los, muito menos controlá-los
Ambos surgem em nossas vidas sem avisar
Em alguns momentos são as melhores coisas do mundo
E em outros... impiedosos!
Sentimento & Vento
Tento diferenciar, mas não consigo
Não podemos tocá-los, muito menos controlá-los
Ambos surgem em nossas vidas sem avisar
Em alguns momentos são as melhores coisas do mundo
E em outros... impiedosos!
Desabafo
Sinceramente, eu devo ser muito burro mesmo.
Já conversei com um monte de gente já e todo mundo que é mole baixar filme + legenda pela internet e assistir no computador, sem problemas. Mas, puta merda, até hoje eu só consegui ver filme com legenda certinho-certinho uma vez.
Eita porra difícil!
Já conversei com um monte de gente já e todo mundo que é mole baixar filme + legenda pela internet e assistir no computador, sem problemas. Mas, puta merda, até hoje eu só consegui ver filme com legenda certinho-certinho uma vez.
Eita porra difícil!
4 Artigos
Seguem abaixo quatro artigos extremamente interessantes que li por aí nos últimos dias. Compartilho com minhas leitoras porque acho que todos valem a lida:
Série sobre racismo, do Alex Castro.
Cada vez que leio um de seus textos sobre racismo, passo a ver mais o quanto sou racista quando acho que não sou. Com certeza o Alex me ajuda a tentar ser uma pessoa melhor. Se você se acha racista, pode até se sentir ofendida se não gosta de opiniões diferentes da sua. Se você não se acha racista, eles vão abrir os seus olhos para a verdade.
"Não é preciso muitos dados e gráficos. Se você chega numa cadeia ou no fórum, e todos os juízes e advogados são brancos, e todos os réus são negros; se você chega num hospital, e todos os médicos são brancos, mas todos os faxineiros são negros; se você chega numa empresa e toda a diretoria é branca, mas a moça do café e o rapaz da xerox e o ascensorista são negros; então esse é um país racista."
***
Queridos Jovens, de Lola Aronovich
Um belo esporro da Lola nos jovens que depois da eleição de Dilma caíram de pau pessoal do nordeste, acusando-os de burros, de não saber votar e sentenciando-os à morte.
"(...) o que mais me chocou dos tweets de vocês foi mesmo vocês não desconfiarem que são preconceituosos. Vocês não veem nada de mais em querer que uma bomba acabe com todos os estados daqui, em dizer que nordestino é tudo vagabundo, em torcer pra que uma enchente, ou uma seca, nos mande pro inferno. Vocês se divertiram à beça culpando os nordestinos por elegerem o PT, um partido que vocês detestam. Mas já ficou provado que Dilma venceria mesmo sem o voto do Nordeste."
***
A liberdade de expressão e o preconceito contra os nordestinos, do The Pompeia Times.
Ainda sobre o tema de preconceito contra os nordestinos. Não conheço o blog, mas o texto garante a visita.
"É preciso derrotar essas ideias racistas na sociedade e punir todas as suas manifestações, dando exemplo de que nós não toleramos essas abominações. Mas nós sabemos que as leis têm poder limitado _e, mesmo derrotadas, essas ideias permanecem, como vírus, adormecidas, congeladas, em algum lugar. É um trabalho constante, permanente, chato, de formiga. Mas que deve ser feito, e tem de ser feito por cada uma das pessoas que acredita que a civilização é um negócio legal."
***
The Keyboard Cult, de Jeff Atwood
O sempre esperto Jeff nos chama atenção para a importância da qualidade de um periférico de pouco glamour: o teclado do computador.
"Mechanical keyboards were already becoming rare even before the internet, so I'd wager many people now reading this can't possibly know the difference between a typical cheap membrane keyboard and a fancy mechanical model because they've never had the opportunity to try one!"
Série sobre racismo, do Alex Castro.
Cada vez que leio um de seus textos sobre racismo, passo a ver mais o quanto sou racista quando acho que não sou. Com certeza o Alex me ajuda a tentar ser uma pessoa melhor. Se você se acha racista, pode até se sentir ofendida se não gosta de opiniões diferentes da sua. Se você não se acha racista, eles vão abrir os seus olhos para a verdade.
"Não é preciso muitos dados e gráficos. Se você chega numa cadeia ou no fórum, e todos os juízes e advogados são brancos, e todos os réus são negros; se você chega num hospital, e todos os médicos são brancos, mas todos os faxineiros são negros; se você chega numa empresa e toda a diretoria é branca, mas a moça do café e o rapaz da xerox e o ascensorista são negros; então esse é um país racista."
Queridos Jovens, de Lola Aronovich
Um belo esporro da Lola nos jovens que depois da eleição de Dilma caíram de pau pessoal do nordeste, acusando-os de burros, de não saber votar e sentenciando-os à morte.
"(...) o que mais me chocou dos tweets de vocês foi mesmo vocês não desconfiarem que são preconceituosos. Vocês não veem nada de mais em querer que uma bomba acabe com todos os estados daqui, em dizer que nordestino é tudo vagabundo, em torcer pra que uma enchente, ou uma seca, nos mande pro inferno. Vocês se divertiram à beça culpando os nordestinos por elegerem o PT, um partido que vocês detestam. Mas já ficou provado que Dilma venceria mesmo sem o voto do Nordeste."
A liberdade de expressão e o preconceito contra os nordestinos, do The Pompeia Times.
Ainda sobre o tema de preconceito contra os nordestinos. Não conheço o blog, mas o texto garante a visita.
"É preciso derrotar essas ideias racistas na sociedade e punir todas as suas manifestações, dando exemplo de que nós não toleramos essas abominações. Mas nós sabemos que as leis têm poder limitado _e, mesmo derrotadas, essas ideias permanecem, como vírus, adormecidas, congeladas, em algum lugar. É um trabalho constante, permanente, chato, de formiga. Mas que deve ser feito, e tem de ser feito por cada uma das pessoas que acredita que a civilização é um negócio legal."
The Keyboard Cult, de Jeff Atwood
O sempre esperto Jeff nos chama atenção para a importância da qualidade de um periférico de pouco glamour: o teclado do computador.
"Mechanical keyboards were already becoming rare even before the internet, so I'd wager many people now reading this can't possibly know the difference between a typical cheap membrane keyboard and a fancy mechanical model because they've never had the opportunity to try one!"
Retorno das Férias
Voltei esta semana das minhas férias. Volto cheio de fotos para compartilhar, cansado de tanto andar pelas praias do Ceará, trocentos e-mails e comentários para responder e satisfeito com a vitória de Dilma. Logo logo vou postar por aqui as respostas para alguns dos comentários deixados.
Mercado Popular de Fortaleza
Vista parcial do grande mercadāo popular de Fortaleza, um shopping gigante de artezanato cearense. Tem de tudo um pouco: roupas, bolsas, lembranças e comidas típicas.
Roda Gigante
Roda gigante de brinquedo exposta na exposição Brinquedos no Centro Cultural Dragão do Mar, em Fortaleza/CE.
Reserva Ecológica do Guapiaçu
Esta é a sede da Regua, uma ONG que trabalha na preservação e restauração da Mata Atlântica de uma região de Cachoeiras de Macacu. Depois que eu voltar das férias tem mais fotos.
Dia da Criança
Trupe Em Nós fazendo a alegria da garotada na festa do dia das crianças no centro de Cachoeiras de Macacu.
Disco: Glória, de Fernanda Brum
Glória, o mais novo disco de Fernanda Brum, é excelente, e segue a linha pop/rock do disco anterior, Cura-me. O ponto mais interessante e surpreendente do disco, pra mim, é a faixa Pavão Pavãozinho. Música de protesto em disco evangélico é algo extremamente inusitado.
Fernanda está de parabéns por incluir em seu disco uma letra que diga que está na hora do Senado acordar e que cite promessas esquecidas de outros carnavais. Fantástico.
Fernanda está de parabéns por incluir em seu disco uma letra que diga que está na hora do Senado acordar e que cite promessas esquecidas de outros carnavais. Fantástico.
Verdes Terras Cachoeirenses
Este visual esverdeado é uma coisas das quais mais sinto falta quando estou na paisagem acizentada do Rio de Janeiro.
Culto ao Amador
O segundo livro que li este ano foi O Culto ao Amador, de Andrew Keen, cuja ideia principal é a de que a internet está acabando com o valor dos profissionais e nivelando por baixo a percepção do público sobre o que é bom, útil ou correto, em áreas como o jornalismo, a literatura, a música e a educação. A princípio, me parecia que Keen era apenas um chorão dono de alguma empresa que vinha perdendo espaço no mercado para as novas mídias, mas com o andar da carruagem fui vendo que ele está certo.
Realmente, ele tem razão quando diz que, hoje, é dada a uma informação de fonte amadora, várias vezes, muito mais importância do que a uma informação vinda de um profissional. E também quando diz que hoje nós damos muito mais atenção ao banal e superficial, sob a máscara da agilidade necessária aos tempos modernos, do que a assuntos importantes e abordagens profundas.
Como exemplo, ele cita os vídeos caseiros com versões simplórias e ridículas de canções de sucesso contra produções bem feitas e acabadas que requerem o trabalho de profissionais; os blogs onde anônimos publicam análises sobre a bolsa de valores contra sites de agências especializadas; os sites dedicados a ensinar alguma coisa contra os cursos profissionalizantes; a Wikipédia contra a Brittanica. Eu acrescento à lista a pirataria de filmes contra a experiência de assisti-los no cinema.
Um outro ponto citado por ele é o fato de que o excesso de informação e a facilidade de obtê-las está nos levando a buscar apenas aquelas que batem com a nossa opinião. Tenho certeza de que minhas leitoras mais espertas já viram o problema por trás disso: um anestesiamento do pensamento, que leva ao desconhecimento e ao descaso com outras facetas das situações, outras possibilidades e outras formas de pensar. O que conduz, enfim, à intolerância e à incapacidade de dialogar.
E diz mais: o excesso de informação gratuita leva à associação de que ela não tem dono, e cita o que chama de cleptomaníacos intelectuais: gente que pega conteúdo de outros e passa a divulgar como seu como se não houvessem implicações legais aí.
Por fim, ele nos passa uma ideia extremamente importante: a de que a informação grátis na verdade não é grátis. Não que ela seja paga com a publicidade que vemos nos sites, mas sim com o nosso bem mais valioso: nosso tempo. Pois, afinal de contas, passamos a maior parte dele filtrando o que realmente vale a pena.
É um livro que dá o que pensar, sem dúvida. De lá pra cá diminui muito a quantidade de bobagem que consumo na internet. Não que as piadas e vídeos sacanas do YouTube devam ser esquecidos, mas não podem tomar mais tempo que as notícias sobre o Brasil e o mundo ou um pouco mais de conhecimento sobre história.
***
Compre o livro no Submarino e ajude este blog a se manter.
Compre um dos meus livros e ajude este blog a se manter.
   
Realmente, ele tem razão quando diz que, hoje, é dada a uma informação de fonte amadora, várias vezes, muito mais importância do que a uma informação vinda de um profissional. E também quando diz que hoje nós damos muito mais atenção ao banal e superficial, sob a máscara da agilidade necessária aos tempos modernos, do que a assuntos importantes e abordagens profundas.
Como exemplo, ele cita os vídeos caseiros com versões simplórias e ridículas de canções de sucesso contra produções bem feitas e acabadas que requerem o trabalho de profissionais; os blogs onde anônimos publicam análises sobre a bolsa de valores contra sites de agências especializadas; os sites dedicados a ensinar alguma coisa contra os cursos profissionalizantes; a Wikipédia contra a Brittanica. Eu acrescento à lista a pirataria de filmes contra a experiência de assisti-los no cinema.
Um outro ponto citado por ele é o fato de que o excesso de informação e a facilidade de obtê-las está nos levando a buscar apenas aquelas que batem com a nossa opinião. Tenho certeza de que minhas leitoras mais espertas já viram o problema por trás disso: um anestesiamento do pensamento, que leva ao desconhecimento e ao descaso com outras facetas das situações, outras possibilidades e outras formas de pensar. O que conduz, enfim, à intolerância e à incapacidade de dialogar.
E diz mais: o excesso de informação gratuita leva à associação de que ela não tem dono, e cita o que chama de cleptomaníacos intelectuais: gente que pega conteúdo de outros e passa a divulgar como seu como se não houvessem implicações legais aí.
Por fim, ele nos passa uma ideia extremamente importante: a de que a informação grátis na verdade não é grátis. Não que ela seja paga com a publicidade que vemos nos sites, mas sim com o nosso bem mais valioso: nosso tempo. Pois, afinal de contas, passamos a maior parte dele filtrando o que realmente vale a pena.
É um livro que dá o que pensar, sem dúvida. De lá pra cá diminui muito a quantidade de bobagem que consumo na internet. Não que as piadas e vídeos sacanas do YouTube devam ser esquecidos, mas não podem tomar mais tempo que as notícias sobre o Brasil e o mundo ou um pouco mais de conhecimento sobre história.
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Bichano
Enquanto estou de férias, vou mandando algumas fotos para o blog. Em novembro a programação volta ao normal.
Falta de Educação
Você se dá conta de que as coisas estão indo de mal a pior quando os auto-falantes do cinema já não pedem mais para que as pessoas desliguem os celulares, mas os coloquem em modo silencioso.
Nos últimos meses tenho ido muito ao cinema, teatro e apresentações de música clássica, e a educação do povo (ou a falta dela) está cada vez pior. É gente conversando no celular, andando pra lá e pra cá, falando, ouvindo música sem parar, o tempo todo.
Nem mesmo as apresentações da Orquestra Sinfônica Brasileira no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, ambiente conhecido por ser frequentado por gente centrada e educada, está a salvo deste mal.
Infelizmente, não vejo chances de melhora, pois é como sempre pensei: coisas boas não conseguem influenciar coisas ruins, mas o inverso existe. Basta uma gota de mijo em uma garrafa d'água para que esta se torne imbebível. Mas uma gota d'água em uma garrafa de mijo não deixa nada limpo.
A única solução que me vem à mente é impraticável: resposta rápida, violenta e exemplar: deixou o telefone tocar no meio de uma cena importante no teatro, expulsão sumária da sala e um celular em pedaços.
Mas não dá. É como os direitos humanos: quem anda direito se fode na mão de quem anda errado. E quem anda errado não pode cumprir a pena que merece.
Nos últimos meses tenho ido muito ao cinema, teatro e apresentações de música clássica, e a educação do povo (ou a falta dela) está cada vez pior. É gente conversando no celular, andando pra lá e pra cá, falando, ouvindo música sem parar, o tempo todo.
Nem mesmo as apresentações da Orquestra Sinfônica Brasileira no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, ambiente conhecido por ser frequentado por gente centrada e educada, está a salvo deste mal.
Infelizmente, não vejo chances de melhora, pois é como sempre pensei: coisas boas não conseguem influenciar coisas ruins, mas o inverso existe. Basta uma gota de mijo em uma garrafa d'água para que esta se torne imbebível. Mas uma gota d'água em uma garrafa de mijo não deixa nada limpo.
A única solução que me vem à mente é impraticável: resposta rápida, violenta e exemplar: deixou o telefone tocar no meio de uma cena importante no teatro, expulsão sumária da sala e um celular em pedaços.
Mas não dá. É como os direitos humanos: quem anda direito se fode na mão de quem anda errado. E quem anda errado não pode cumprir a pena que merece.
Planos para 4 Anos
Sei que é difícil isso tudo acontecer, mais eis uma pequena lista de coisas que eu gostaria que os eleitos ontem fizessem nos próximos 4 anos.
Legalizar as drogas. Se o tabaco e o álcool são liberados, porque não a maconha e o LSD?
Legalizar o casamento homossexual. Apesar de achar estranho homem com homem e mulher com mulher, entendo que não há mal nenhum em duas pessoas do mesmo sexo se amarem ao ponto de quererem construir uma vida juntos. É papel do Estado garantir este direito a todos.
Instituir a pena de morte e punições físicas. Roubou? Perde um dedo. Roubou de novo? Perde outro. Estuprou e matou uma criança de cinco anos? Morre, teu filho da puta. E o pessoal dos Direitos Humanos que vá para a casa do caralho, porque direitos humanos são para humanos, não para animais irracionais.
Fim de gratuidades obrigatórias. Obrigar empresas de ônibus a carregar idosos de graça sem uma compensação é absurdo. E todo tipo de coisa do mesmo nível.
Legalização do aborto. Só é contra quem nunca teve uma filha engravidada por conta de um estupro.
Flexibilização das leis trabalhistas. Por que o empregado e o empregador não podem assinar contratos que definem formas, regras e horário de trabalho livremente? Se ambos concordam, o que diabos o governo tem com isso?
Políticas de transporte para diminuir carros nas ruas. Aumentar oferta e qualidade de transporte público, tornar mais difícil ter um carro, tornar mais difícil ter carteira de motorista e tornar mais fácil perde-la.
Políticas agressivas de proteção ambiental. Não podemos deixar o meio ambiente ir pro saco. Ponto.
Aulas o dia inteiro. A criança entra na escola às sete e sai às seis. Esportes e cultura no currículo.
E mais outras coisitas que a gente sempre quer: diminuição de impostos, melhor saúde, melhor gasto do dinheiro público, etc. e tal.
E vocês, o que esperam?
Legalizar as drogas. Se o tabaco e o álcool são liberados, porque não a maconha e o LSD?
Legalizar o casamento homossexual. Apesar de achar estranho homem com homem e mulher com mulher, entendo que não há mal nenhum em duas pessoas do mesmo sexo se amarem ao ponto de quererem construir uma vida juntos. É papel do Estado garantir este direito a todos.
Instituir a pena de morte e punições físicas. Roubou? Perde um dedo. Roubou de novo? Perde outro. Estuprou e matou uma criança de cinco anos? Morre, teu filho da puta. E o pessoal dos Direitos Humanos que vá para a casa do caralho, porque direitos humanos são para humanos, não para animais irracionais.
Fim de gratuidades obrigatórias. Obrigar empresas de ônibus a carregar idosos de graça sem uma compensação é absurdo. E todo tipo de coisa do mesmo nível.
Legalização do aborto. Só é contra quem nunca teve uma filha engravidada por conta de um estupro.
Flexibilização das leis trabalhistas. Por que o empregado e o empregador não podem assinar contratos que definem formas, regras e horário de trabalho livremente? Se ambos concordam, o que diabos o governo tem com isso?
Políticas de transporte para diminuir carros nas ruas. Aumentar oferta e qualidade de transporte público, tornar mais difícil ter um carro, tornar mais difícil ter carteira de motorista e tornar mais fácil perde-la.
Políticas agressivas de proteção ambiental. Não podemos deixar o meio ambiente ir pro saco. Ponto.
Aulas o dia inteiro. A criança entra na escola às sete e sai às seis. Esportes e cultura no currículo.
E mais outras coisitas que a gente sempre quer: diminuição de impostos, melhor saúde, melhor gasto do dinheiro público, etc. e tal.
E vocês, o que esperam?
Olhando para o alto
Eis aí a bela visão do teto do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, como visto da primeira fila da plateia.
Eu tenho medo do Google
Eu já falei antes que eu tenho medo do Google. Mas agora os caras foram longe de mais!
O GOOGLE STREET VIEW PASSOU EM PAPUCAIA, PORRAAA!
O GOOGLE STREET VIEW PASSOU EM PAPUCAIA, PORRAAA!
Sobre regras eleitorais (com update)
Com a proximidade das eleições, começamos a receber uma penca de e-mails com supostas declarações de repórteres e políticos, com discursos de protesto e denúncias e também regras absurdas sobre o processo eleitoral brasileiro. Normalmente, apago tudo sem ler, mas acabo lendo uma coisa ou outra, seja em e-mails, seja em fóruns.
Em dúvida sobre as regras que o pessoal anda espalhando por aí, fui ao site do TSE e mandei um email perguntando sobre a veracidade das mesmas. Imaginem como fiquei surpreso ao receber uma resposta menos de 24 horas depois. Compartilho com minhas leitoras o que aprendi, pois acho importante que o assunto fique o mais claro possível para todos nós que vamos ajudar a decidir os rumos do país no próximo domingo.
Cancelamento de eleições por falta de gente votando
Errado. O que existe é que, de acordo com a resolução n.º 23.218, se houver mais de 50% de votos nulos nas eleições para presidente ou governador, novas eleições deverão ser convocadas em um prazo de 20 a 40 dias.
UPDATE: O leitor Alexandre Custódio me lembrou que o email fala também que as novas eleições serão com candidatos diferentes, sem nenhum dos que participaram nas primeiras. Isso também e errado. A lei não fala nada sobre isso.
Votos brancos vão para o candidato mais bem colocado, portanto é melhor anular
Errado. Tanto os votos brancos quanto os nulos são considerados inválidos, conforme as leis 9.504/97 e 4.737/65, respectivamente, e não são contados na totalização. As duas nomenclaturas vêm da época em que o voto no Brasil era em papel: o voto em branco era quando o eleitor não escrevia nada na cédula, e o voto nulo era quando o eleitor escrevia alguma bobagem na cédula ou votava em um número ou candidato inexistente.
O que acontece, na verdade, é que votos inválidos dão mais chance de vitória aos candidatos com mais votos, pois o percentual que eles têm dos votos válidos aumenta. Isso fica mais fácil de entender com um exemplo: vamos supor que um candidato precise de 70% dos votos para se eleger no 1º turno, que hajam 3 candidatos e 10 eleitores.
Se 5 eleitores votarem no candidato A e os outros 5 escolherem o caminho fácil da alienação, seja anulando ou votando em branco, o candidato A seria eleito com 100% dos votos válidos. Mas se estes 5 eleitores dessem 3 votos para o candidato B e 2 votos para o candidato C, o candidato A teria apenas 40% dos votos válidos, indo para o 2º turno com o candidato B, que teria 30%.
Ficam as lições: primeiro, que pedir informação ao TSE funciona que é uma beleza. Segundo, se tiver que repassar um email para sua lista de contatos, que seja com um link para este artigo. E terceiro, eu sei que está em cima da hora, mas vá pesquisar sobre os candidatos, faça sua escolha e vote em alguém, para o bem da democracia.
***
FONTES: Email que me foi enviado pelo TSE em 10/09 e Glossário Eleitoral Brasileiro.
Em dúvida sobre as regras que o pessoal anda espalhando por aí, fui ao site do TSE e mandei um email perguntando sobre a veracidade das mesmas. Imaginem como fiquei surpreso ao receber uma resposta menos de 24 horas depois. Compartilho com minhas leitoras o que aprendi, pois acho importante que o assunto fique o mais claro possível para todos nós que vamos ajudar a decidir os rumos do país no próximo domingo.
Cancelamento de eleições por falta de gente votando
Errado. O que existe é que, de acordo com a resolução n.º 23.218, se houver mais de 50% de votos nulos nas eleições para presidente ou governador, novas eleições deverão ser convocadas em um prazo de 20 a 40 dias.
UPDATE: O leitor Alexandre Custódio me lembrou que o email fala também que as novas eleições serão com candidatos diferentes, sem nenhum dos que participaram nas primeiras. Isso também e errado. A lei não fala nada sobre isso.
Votos brancos vão para o candidato mais bem colocado, portanto é melhor anular
Errado. Tanto os votos brancos quanto os nulos são considerados inválidos, conforme as leis 9.504/97 e 4.737/65, respectivamente, e não são contados na totalização. As duas nomenclaturas vêm da época em que o voto no Brasil era em papel: o voto em branco era quando o eleitor não escrevia nada na cédula, e o voto nulo era quando o eleitor escrevia alguma bobagem na cédula ou votava em um número ou candidato inexistente.
O que acontece, na verdade, é que votos inválidos dão mais chance de vitória aos candidatos com mais votos, pois o percentual que eles têm dos votos válidos aumenta. Isso fica mais fácil de entender com um exemplo: vamos supor que um candidato precise de 70% dos votos para se eleger no 1º turno, que hajam 3 candidatos e 10 eleitores.
Se 5 eleitores votarem no candidato A e os outros 5 escolherem o caminho fácil da alienação, seja anulando ou votando em branco, o candidato A seria eleito com 100% dos votos válidos. Mas se estes 5 eleitores dessem 3 votos para o candidato B e 2 votos para o candidato C, o candidato A teria apenas 40% dos votos válidos, indo para o 2º turno com o candidato B, que teria 30%.
Ficam as lições: primeiro, que pedir informação ao TSE funciona que é uma beleza. Segundo, se tiver que repassar um email para sua lista de contatos, que seja com um link para este artigo. E terceiro, eu sei que está em cima da hora, mas vá pesquisar sobre os candidatos, faça sua escolha e vote em alguém, para o bem da democracia.
FONTES: Email que me foi enviado pelo TSE em 10/09 e Glossário Eleitoral Brasileiro.
Intenções de Voto
Eu já tenho três candidatos.
Para presidente vou votar na Dilma. Apesar de não concordar com a forma de governo do Lula, acho que o que ele fez melhorou a vida da população mais pobre e colocou a economia brasileira no eixo. Por ter acompanhado e trabalhado junto com ele durante todo esse processo, vejo Dilma como uma pessoa capacitada para continuar neste caminho.
Para governador do Rio de Janeiro vou votar no Fernando Gabeira. Acho que suas idéias e jeito diferente de pensar farão bem para o Estado.
Para deputado estadual vou votar em Carlos Minc, que tem trabalho ativo na área ambiental, tendo inclusive levado benefícios para o meu município, Cachoeiras de Macacu.
Só me falta decidir em dois candidatos para senador e outro para deputado federal. Se votasse em Brasília, votaria no Cristovam Buarque para senador. Três decisões complicadas.
Para presidente vou votar na Dilma. Apesar de não concordar com a forma de governo do Lula, acho que o que ele fez melhorou a vida da população mais pobre e colocou a economia brasileira no eixo. Por ter acompanhado e trabalhado junto com ele durante todo esse processo, vejo Dilma como uma pessoa capacitada para continuar neste caminho.
Para governador do Rio de Janeiro vou votar no Fernando Gabeira. Acho que suas idéias e jeito diferente de pensar farão bem para o Estado.
Para deputado estadual vou votar em Carlos Minc, que tem trabalho ativo na área ambiental, tendo inclusive levado benefícios para o meu município, Cachoeiras de Macacu.
Só me falta decidir em dois candidatos para senador e outro para deputado federal. Se votasse em Brasília, votaria no Cristovam Buarque para senador. Três decisões complicadas.
Uma Carta para Elton John
O Thomas Waleczka, do TheEltonNewsBlog, está com um projeto interessante: um livro que será escrito por fãs de todo mundo que, quando completado, será enviado para o Elton John. Então, em parceria com o brasileiro EltonMania, o livro veio parar no Brasil.
Me inscrevi para participar e fui sorteado com mais alguns vinte e poucos fãs e tive direito a um espaço no livro. Então, se tudo der certo, em alguns meses Elton John lerá a seguinte carta:
Dear Elton John,
It's a great pleasure to have a chance to be in touch you, Sir. I wonder if you'll remember it, but on your show on Rio de Janeiro on 2009 I was front row, in the center of the stage, holding a Brazilian flag.
I've been a fan of your work since 1997. Even though I had already heard some of your songs before that time, like Don't Let the Sun Go Down on Me and Sacrifice, it was the songs from The Lion King that put me in touch with your music. Since then, I've always been discovering and collecting every piece of music you've produced.
I know that the social and physical distances do not allow this to come true, but I'd love to be a friend of yours. Not because you're an idol, but because you, like me, love music. We share the strong desire to always discover new music and new artists. I'm sure there's a lot of Brazilian music that you have never heard about that you'd love to give a listen.
Some friends tell me I'm too crazy for your music, but that's something I didn't choose. I didn't choose to enjoy your songs. It feels like your music has chosen me. It just happens that almost everything that you've ever written and composed sounds so great to me that I just can't stop hearing it. I also really love when you play obscure catalogue songs on your shows.
My favourite albums, in running order, are The Lion King Soundtrack, Goodbye Yellow Brick Road, Songs From the West Coast, The Big Picture, Captain Fantastic and the Brown Dirt Cowboy and Made in England.
I should also say that I deeply admire you for all you do to those who need help, being the EJAF the greatest example of it. Please keep up this amazing work.
Thank you for playing Skyline Pigeon here in Brazil and thank you for everything you've done. Your music plays an important role in my life.
Come back soon!
Cheers from Brazil,
Mário Marinato
Me inscrevi para participar e fui sorteado com mais alguns vinte e poucos fãs e tive direito a um espaço no livro. Então, se tudo der certo, em alguns meses Elton John lerá a seguinte carta:
Dear Elton John,
It's a great pleasure to have a chance to be in touch you, Sir. I wonder if you'll remember it, but on your show on Rio de Janeiro on 2009 I was front row, in the center of the stage, holding a Brazilian flag.
I've been a fan of your work since 1997. Even though I had already heard some of your songs before that time, like Don't Let the Sun Go Down on Me and Sacrifice, it was the songs from The Lion King that put me in touch with your music. Since then, I've always been discovering and collecting every piece of music you've produced.
I know that the social and physical distances do not allow this to come true, but I'd love to be a friend of yours. Not because you're an idol, but because you, like me, love music. We share the strong desire to always discover new music and new artists. I'm sure there's a lot of Brazilian music that you have never heard about that you'd love to give a listen.
Some friends tell me I'm too crazy for your music, but that's something I didn't choose. I didn't choose to enjoy your songs. It feels like your music has chosen me. It just happens that almost everything that you've ever written and composed sounds so great to me that I just can't stop hearing it. I also really love when you play obscure catalogue songs on your shows.
My favourite albums, in running order, are The Lion King Soundtrack, Goodbye Yellow Brick Road, Songs From the West Coast, The Big Picture, Captain Fantastic and the Brown Dirt Cowboy and Made in England.
I should also say that I deeply admire you for all you do to those who need help, being the EJAF the greatest example of it. Please keep up this amazing work.
Thank you for playing Skyline Pigeon here in Brazil and thank you for everything you've done. Your music plays an important role in my life.
Come back soon!
Cheers from Brazil,
Mário Marinato
Slava's Snowshow
Há alguns anos, quando fiz o EJC na igreja católica lá de Cachoeiras de Macacu, achei o Encontro tão sensacional que achei necessário criar uma nova expressão para definir o quão bom ele foi. Disse, à época, que o Encontro tinha sido estrombelo folosfático. Entenda-se que se uma coisa é estrombelo folosfática ela é sensacional, espetacular, incomparável, maravilhosa, boa pra cacete, foda demais, du caralho, one-of-a-kind e mais alguns bons adjetivos que a leitora queira adicionar à lista.
Por alguns anos o EJC permaneceu como o único evento da minha vida a receber dito título, até que em janeiro de 2009 o show de Elton John acrescentou-se à pequena lista. Eis que mês passado um terceiro evento conseguiu a façanha: o espetáculo teatro-circence Slava's Snowshow, do qual participei - não apenas assisti - no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
Slava é um palhaço russo conhecido mundialmente que já criou espetáculos para o Cirque du Soleil e trouxe para o Brasil pela segunda vez o seu Snowshow. Estava navegando por um site de ingressos quando a propaganda do espetáculo me chamou a atenção, assisti a uns vídeos no YouTube e não pude resistir: comprei meu ingresso no mesmo dia. E melhor: na primeira fila, de cara pro palco.
Tendo visto os vídeos, eu sabia um pouco do que estava por vir, já que os palhaços descem do palco e vão para o meio da plateia, mas nada poderia me preparar para o palhaço que me chamou para ir ao palco ajuda-lo com uma cadeira. Mais divertido, impossível. Lindo, engraçado e emocionante, Slava's Snowshow é um espetáculo de palhaços que bota a plateia pra brincar o tempo todo. Até mesmo no intervalo rolaram brincadeiras.
E quando tudo acaba e você pensa que está na hora de ir embora, repara que o Slava desceu do palco para falar com a plateia e que todos os palhaços continuam andando por lá, e que você pode continuar por ali brincando e tirando fotos com eles. Acredito que, como eu, muitos dos adultos que estavam lá sentiam-se com sete anos de idade novamente.
Torço para eles voltem mais uma vez, pois o espetáculo é mais do que apenas uma apresentação, mais do que um circo: é uma experiência, algo do qual você se sente parte, deseja que não acabe nunca, e que, quando você deixa o local, quer que comece tudo de novo.
***
Outros links:
Este usuário postou no YouTube vários vídeos da apresentação em que fui.
No meu Flickr tem algumas fotos que tirei lá.
Um vídeo que filmei no final da apresentação.
Por alguns anos o EJC permaneceu como o único evento da minha vida a receber dito título, até que em janeiro de 2009 o show de Elton John acrescentou-se à pequena lista. Eis que mês passado um terceiro evento conseguiu a façanha: o espetáculo teatro-circence Slava's Snowshow, do qual participei - não apenas assisti - no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
Slava é um palhaço russo conhecido mundialmente que já criou espetáculos para o Cirque du Soleil e trouxe para o Brasil pela segunda vez o seu Snowshow. Estava navegando por um site de ingressos quando a propaganda do espetáculo me chamou a atenção, assisti a uns vídeos no YouTube e não pude resistir: comprei meu ingresso no mesmo dia. E melhor: na primeira fila, de cara pro palco.
Tendo visto os vídeos, eu sabia um pouco do que estava por vir, já que os palhaços descem do palco e vão para o meio da plateia, mas nada poderia me preparar para o palhaço que me chamou para ir ao palco ajuda-lo com uma cadeira. Mais divertido, impossível. Lindo, engraçado e emocionante, Slava's Snowshow é um espetáculo de palhaços que bota a plateia pra brincar o tempo todo. Até mesmo no intervalo rolaram brincadeiras.
E quando tudo acaba e você pensa que está na hora de ir embora, repara que o Slava desceu do palco para falar com a plateia e que todos os palhaços continuam andando por lá, e que você pode continuar por ali brincando e tirando fotos com eles. Acredito que, como eu, muitos dos adultos que estavam lá sentiam-se com sete anos de idade novamente.
Torço para eles voltem mais uma vez, pois o espetáculo é mais do que apenas uma apresentação, mais do que um circo: é uma experiência, algo do qual você se sente parte, deseja que não acabe nunca, e que, quando você deixa o local, quer que comece tudo de novo.
Outros links:
Este usuário postou no YouTube vários vídeos da apresentação em que fui.
No meu Flickr tem algumas fotos que tirei lá.
Um vídeo que filmei no final da apresentação.
Usando Crase
Quando meu livro estava passando pelo processo de revisão antes da primeira edição ser lançada, meu editor me elogiou por saber usar crase. Em todo o livro, ele encontrou apenas um erro. Como eu tenho meu jeito de saber se devo usar crase ou não nas situações em que surgem dúvidas, resolvi compartilhar com minhas leitoras meus macetes.
Claro que as minhas leitoras são espertas o suficiente para saber o básico sobre artigos e jamais escreveriam atrocidades como à casa é verde, à eleição é em outubro ou à minha mãe é linda. Mas há casos em que rola dúvida sim. Então vejamos.
Quando a dúvida é em relação à crase no singular, como esta aí que acabei de usar, a primeira coisa a ter em mente é: quando NÃO usar. Aí é simples: não se usa crase no singular antes de nomes masculinos. Tudo isso aí embaixo está errado:
Agradeço à Deus.
Entreguei à meu pai.
De terça à domingo.
Falou à todo mundo.
Lembrem-se: a crase tem, subentendida, o artigo “a”, usado para referenciar coisas femininas. Logo, se não faz sentido dizer a meu pai tem olhos azuis, a domingo é um dia de descanso, não é certo meter uma crase antes deles.
Segunda coisa: não se usa crase no singular antes de nomes femininos no plural. Exemplos de erros:
Agradeço à minhas primas.
Falou à pessoas carentes.
A explicação aqui é a mesma: se não faz sentido dizer a minhas primas moram em Brasília, a pessoas são mal-educadas, também não é certo meter uma crase antes.
Mas e se a palavra que vem depois do “a” for feminina no singular? Como faço para saber se devo usar crase ou não? Simples: eu troco a palavra feminina por uma masculina e vejo como deveria ficar o “a”. Se sou obrigado a usar “ao”, então preciso usar “à”. Se não sou obrigado a usar “ao”, então não preciso usar crase. Vejamos alguns exemplos:
Vou a escola todos os dias. Na dúvida, troco escola por curso, e fica assim: vou ao curso todos os dias. Se preciso usar ao, então preciso usar à. A frase certa é: Vou à escola todos os dias.
Gabriel entendeu a razão da briga. Na dúvida, troco razão por motivo, e fica assim: Gabriel entendeu o motivo da briga. Se não preciso usar ao, então não preciso usar à. A frase já está certa.
A noite, sempre tomo vinho. Na dúvida, troco noite por fim do dia, e fica assim: Ao fim do dia, sempre tomo vinho. Se preciso usar ao, então preciso à. A frase certa é: À noite, sempre tomo vinho.
Uso os mesmos raciocínios para o caso de crase no plural:
Chamei as minhas amigas para passear. Na dúvida, troco minhas amigas por meus amigos e fica assim: Chamei os meus amigos para passear. Se não preciso usar aos, então não preciso usar às. A frase já está certa.
Contei as minhas amigas tudo o que aconteceu. Na dúvida, novamente troco minhas amigas por meus amigos e fica assim: Contei aos meus amigos tudo o que aconteceu. Se preciso usar aos, então preciso usar às. A frase certa é: Contei às minhas amigas tudo o que aconteceu.
Há um caso em que é permitido, sim, usar crase no singular antes de um nome masculino: bacalhau à Gomes de Sá. Isso acontece porque há, subentendido entre o à e o Gomes, a palavra “moda”. Por isso a crase. Mas é um caso raro.
Eis aí então os meus macetes. Se eu lembrar de mais algum, complemento o post. Alguém mais tem dúvida?
***
Claro que as minhas leitoras são espertas o suficiente para saber o básico sobre artigos e jamais escreveriam atrocidades como à casa é verde, à eleição é em outubro ou à minha mãe é linda. Mas há casos em que rola dúvida sim. Então vejamos.
Quando a dúvida é em relação à crase no singular, como esta aí que acabei de usar, a primeira coisa a ter em mente é: quando NÃO usar. Aí é simples: não se usa crase no singular antes de nomes masculinos. Tudo isso aí embaixo está errado:
Agradeço à Deus.
Entreguei à meu pai.
De terça à domingo.
Falou à todo mundo.
Lembrem-se: a crase tem, subentendida, o artigo “a”, usado para referenciar coisas femininas. Logo, se não faz sentido dizer a meu pai tem olhos azuis, a domingo é um dia de descanso, não é certo meter uma crase antes deles.
Segunda coisa: não se usa crase no singular antes de nomes femininos no plural. Exemplos de erros:
Agradeço à minhas primas.
Falou à pessoas carentes.
A explicação aqui é a mesma: se não faz sentido dizer a minhas primas moram em Brasília, a pessoas são mal-educadas, também não é certo meter uma crase antes.
Mas e se a palavra que vem depois do “a” for feminina no singular? Como faço para saber se devo usar crase ou não? Simples: eu troco a palavra feminina por uma masculina e vejo como deveria ficar o “a”. Se sou obrigado a usar “ao”, então preciso usar “à”. Se não sou obrigado a usar “ao”, então não preciso usar crase. Vejamos alguns exemplos:
Vou a escola todos os dias. Na dúvida, troco escola por curso, e fica assim: vou ao curso todos os dias. Se preciso usar ao, então preciso usar à. A frase certa é: Vou à escola todos os dias.
Gabriel entendeu a razão da briga. Na dúvida, troco razão por motivo, e fica assim: Gabriel entendeu o motivo da briga. Se não preciso usar ao, então não preciso usar à. A frase já está certa.
A noite, sempre tomo vinho. Na dúvida, troco noite por fim do dia, e fica assim: Ao fim do dia, sempre tomo vinho. Se preciso usar ao, então preciso à. A frase certa é: À noite, sempre tomo vinho.
Uso os mesmos raciocínios para o caso de crase no plural:
Chamei as minhas amigas para passear. Na dúvida, troco minhas amigas por meus amigos e fica assim: Chamei os meus amigos para passear. Se não preciso usar aos, então não preciso usar às. A frase já está certa.
Contei as minhas amigas tudo o que aconteceu. Na dúvida, novamente troco minhas amigas por meus amigos e fica assim: Contei aos meus amigos tudo o que aconteceu. Se preciso usar aos, então preciso usar às. A frase certa é: Contei às minhas amigas tudo o que aconteceu.
Há um caso em que é permitido, sim, usar crase no singular antes de um nome masculino: bacalhau à Gomes de Sá. Isso acontece porque há, subentendido entre o à e o Gomes, a palavra “moda”. Por isso a crase. Mas é um caso raro.
Eis aí então os meus macetes. Se eu lembrar de mais algum, complemento o post. Alguém mais tem dúvida?
Deborah Colker - 4x4
Há algumas semanas fui ao Teatro João Caetano, ali no Centro do Rio de Janeiro, acompanhar a esposa para ver a apresentação 4x4 da Cia. de Dança Deborah Colker. Sinceramente, eu pensava que iria achar tudo um saco, mas enganei-me redondamente. A parada é espetaculamente legal e interessante.
Eles estão se apresentando lá até o início de setembro em temporada popular, com ingressos abaixo de R$ 30,00 e vale muito a pena. Estou quase indo de novo. Incrível a capacidade daquele pessoal de dançar em perfeita sincronia sem sequer estarem se vendo, como no primeiro ato, Canto, e também a precisão milimétrica da dança entre dezenas de vasos espalhados no palco, como no último ato, Vasos.
Se a leitora gosta de dança, faça um favor a si mesma e vá. Tenho certeza de que não vai se arrepender. Segue aí embaixo um trailer do DVD da apresentação. Se você está pensando em ir, não assista para não acabar com as surpresas. Mas se está em dúvida, assista e veja como é sensacional.
Eles estão se apresentando lá até o início de setembro em temporada popular, com ingressos abaixo de R$ 30,00 e vale muito a pena. Estou quase indo de novo. Incrível a capacidade daquele pessoal de dançar em perfeita sincronia sem sequer estarem se vendo, como no primeiro ato, Canto, e também a precisão milimétrica da dança entre dezenas de vasos espalhados no palco, como no último ato, Vasos.
Se a leitora gosta de dança, faça um favor a si mesma e vá. Tenho certeza de que não vai se arrepender. Segue aí embaixo um trailer do DVD da apresentação. Se você está pensando em ir, não assista para não acabar com as surpresas. Mas se está em dúvida, assista e veja como é sensacional.
A Morte da Vovó
Há mais de três anos, lá em 2007, quando eu ainda trabalhava e morava em Cachoeiras de Macacu, não tinha feito pós-graduação e a crise mundial ainda não tinha explodido e detonado com as bolsas em tudo quanto é canto, eu criei o blog Vovó Viu a Rede. Como eu expliquei na época, criei o blog como forma de compartilhar meus estudos sobre redes de computadores, escrevendo em uma linguagem simples e fácil de ser compreendida.
Apesar de não ser um estouro de sucesso, o blog me rendeu, e ainda rende, bons elogios. Gente de tudo quanto é canto, inclusive da África, já apareceu na minha caixa de entrada com comentários positivos sobre meus artigos. Semana passada recebi, inclusive, um comentário aqui no Sarcófago, do leitor Daniel Josac, pergutando o motivo de eu ter parado de escrever. Foi sua pergunta que motivou este texto aqui.
Infelizmente a vida segue rumos inesperados e as coisas não continuam pra sempre como gostaríamos. Quando vim para Niterói vi meu tempo livre diminuir consideravelmente. Horário de trabalho maior, distância de casa maior, trânsito insuportavelmente caótico e obrigações do matrimônio impedira-me de continuar estudando e escrevendo como antes.
Apesar de prazeroso, o trabalho com o Vovó Viu a Rede tomava muito tempo (ou vocês acham que escrever aqueles textos era coisa de dez, quinze minutos?). Daí, como sempre temos que fazer escolhas em nossas vidas, tive que escolher parar de escrever para o blog. Parei, inclusive, de estudar sobre redes. O livro que comprei está guardado desde então. Inicialmente, pensei que seria apenas um afastamento temporário e que com o tempo eu poderia me reorganizar e voltar a escrever, mas as coisas não saíram como eu esperava.
É uma pena, eu sei. Eu também não gostei de abandonar minha cria, que foi tão bem recebida pela comunidade de TI, mas teve que acabar. Deixo o blog no ar pois sei que ainda ajuda a muitos que procuram informações sobre o assunto, agradeço a todas pelos elogios e pela companhia, mas fica o aviso: a vovó morreu. Longa vida a ela.
Apesar de não ser um estouro de sucesso, o blog me rendeu, e ainda rende, bons elogios. Gente de tudo quanto é canto, inclusive da África, já apareceu na minha caixa de entrada com comentários positivos sobre meus artigos. Semana passada recebi, inclusive, um comentário aqui no Sarcófago, do leitor Daniel Josac, pergutando o motivo de eu ter parado de escrever. Foi sua pergunta que motivou este texto aqui.
Infelizmente a vida segue rumos inesperados e as coisas não continuam pra sempre como gostaríamos. Quando vim para Niterói vi meu tempo livre diminuir consideravelmente. Horário de trabalho maior, distância de casa maior, trânsito insuportavelmente caótico e obrigações do matrimônio impedira-me de continuar estudando e escrevendo como antes.
Apesar de prazeroso, o trabalho com o Vovó Viu a Rede tomava muito tempo (ou vocês acham que escrever aqueles textos era coisa de dez, quinze minutos?). Daí, como sempre temos que fazer escolhas em nossas vidas, tive que escolher parar de escrever para o blog. Parei, inclusive, de estudar sobre redes. O livro que comprei está guardado desde então. Inicialmente, pensei que seria apenas um afastamento temporário e que com o tempo eu poderia me reorganizar e voltar a escrever, mas as coisas não saíram como eu esperava.
É uma pena, eu sei. Eu também não gostei de abandonar minha cria, que foi tão bem recebida pela comunidade de TI, mas teve que acabar. Deixo o blog no ar pois sei que ainda ajuda a muitos que procuram informações sobre o assunto, agradeço a todas pelos elogios e pela companhia, mas fica o aviso: a vovó morreu. Longa vida a ela.
Os Anéis da Terra
Vejam só que vídeo interessante recebi do C@T. Um artista fez uma simulação de como seria se o nosso planeta tivesse anéis como Saturno. Interessantíssimas as imagens de como seria o céu de várias cidades pelo mundo.
Anima Mundi 2010
Desde muito tempo, quando morava ainda em Cachoeiras de Macacu, eu acompanhava pelo jornal O Globo as edições do Anima Mundi, sempre com muita vontade de um dia poder assistir às apresentações. Mas a distância e o medo de vir ao Rio de Janeiro sempre me impediram de fazê-lo.
Eis que este ano saciei a vontade e encarei seis sessões em três dias. Duas sessões foram de curtas feitos por crianças em escolas de animação. Nada espetacular, mas ainda assim trabalhos importantes, pois servem para incentivar novas produções e para descobrir grandes animadores por este mundo afora. Alguns dos curtas são absolutamente sem graça, mas outros são até divertidos, como Paola Poule Pondeuse, a história da galinha que trabalhava em uma fábrica de ovos.
Outra sessão foi a de curtas que concorriam a prêmios nesta edição do Anima Mundi. Um ou outro sem graça mas a maioria legal: Amourette, um stop motion de dois bonecos de madeira fazendo sexo sobre uma lixa; Little Quentin, que tem uma idéia semelhante à abertura de Toy Story 3; Un Tour de Manege, com história mais ou menos mas visual impecável; A Lost and Found Box of Human Sensation, lindo, sobre a perda de entes queridos; Paraphernalia, a história de um menino e seu robô de estimação; e Operatatatata, uma hilária história de suspense. Não percam este último.
A quarta sessão foi uma coletânea de curtas dos 18 anos do Anima Mundi. Só um curta ruim e o resto muito bom: Qualquer Nota, com uma música bem diferente; O Monge e o Peixe, que, acredito eu, poderia se chamar O Monge Maconhado e o Peixe, bem louco e divertido; Atama-Yama, sobre um japa em cuja cabeça nasceu uma árvore; Guide Dog, engraçado pra cacete; Father and Daughter, muito simples e muito bonito; The Cat Came Back, de chorar de rir e com música grudenta; Vida Maria, uma crítica à realidade das crianças nordestinas; Lapsus, hilário, com uma freira e seu eterno Oh, my God!; e O Velho e o Mar, uma das animações com visual mais bonitos que já vi. Neste último, cada quadro do filme é como um quadro destes que a gente pendura na parede da sala.
As outras duas sessões foram longa-metragens: The Apple & The Worm é a história de uma maçã de exposição que descobre ter uma lagarta dentro de si. Ela parte então em busca de uma cura para sua doença, contando para isso com a ajuda de uma maçã deformada com cara de pera e uma cereja que adora cantar. Bem divertido.
Já a outra animação, Mary & Max, é absurdamente legal, bonita, engraçada e emocionante. Conta a história de Mary Dinkle e Max Horowitz. Ela uma menininha australiana, ele um novaiorquino solteirão e solitário. Entre Mary e Max nasce uma grande amizade depois que eles começam a trocar cartas e descobrir interesses em comum, como chocolates e desenhos animados. Procurem este filme, pois vale a pena. Penso até em comprar o DVD.
A única coisa que tenho a reclamar é da absurda falta de educação dos cariocas. A quantidade de gente andando, brincando e conversando no celular durante as sessões é irritante até o talo. Enquanto víamos The Apple & The Worm, o que não faltou foi gente zanzando no Odeon tapando a nossa visão das legendas. Acho que as salas de cinema têm que trocar o aviso Desligue o celular por Desligue a porra do celular, sua filha da puta mal educada ou por Quem não desligar o celular tem a mãe na zona.
Fora isso, termino o Anima Mundi feliz e satisfeito por ter participado. Quem nunca foi não sabe o que está perdendo.
A maioria dos links acima levam para o YouTube, onde a leitora poderá assistir aos curtas na íntegra, o que é altamente recomendado. Coloco direto aí embaixo o trailer legendado de Mary & Max. Não percam.
E que venha o Anima Mundi 2011.
Eis que este ano saciei a vontade e encarei seis sessões em três dias. Duas sessões foram de curtas feitos por crianças em escolas de animação. Nada espetacular, mas ainda assim trabalhos importantes, pois servem para incentivar novas produções e para descobrir grandes animadores por este mundo afora. Alguns dos curtas são absolutamente sem graça, mas outros são até divertidos, como Paola Poule Pondeuse, a história da galinha que trabalhava em uma fábrica de ovos.
Outra sessão foi a de curtas que concorriam a prêmios nesta edição do Anima Mundi. Um ou outro sem graça mas a maioria legal: Amourette, um stop motion de dois bonecos de madeira fazendo sexo sobre uma lixa; Little Quentin, que tem uma idéia semelhante à abertura de Toy Story 3; Un Tour de Manege, com história mais ou menos mas visual impecável; A Lost and Found Box of Human Sensation, lindo, sobre a perda de entes queridos; Paraphernalia, a história de um menino e seu robô de estimação; e Operatatatata, uma hilária história de suspense. Não percam este último.
A quarta sessão foi uma coletânea de curtas dos 18 anos do Anima Mundi. Só um curta ruim e o resto muito bom: Qualquer Nota, com uma música bem diferente; O Monge e o Peixe, que, acredito eu, poderia se chamar O Monge Maconhado e o Peixe, bem louco e divertido; Atama-Yama, sobre um japa em cuja cabeça nasceu uma árvore; Guide Dog, engraçado pra cacete; Father and Daughter, muito simples e muito bonito; The Cat Came Back, de chorar de rir e com música grudenta; Vida Maria, uma crítica à realidade das crianças nordestinas; Lapsus, hilário, com uma freira e seu eterno Oh, my God!; e O Velho e o Mar, uma das animações com visual mais bonitos que já vi. Neste último, cada quadro do filme é como um quadro destes que a gente pendura na parede da sala.
As outras duas sessões foram longa-metragens: The Apple & The Worm é a história de uma maçã de exposição que descobre ter uma lagarta dentro de si. Ela parte então em busca de uma cura para sua doença, contando para isso com a ajuda de uma maçã deformada com cara de pera e uma cereja que adora cantar. Bem divertido.
Já a outra animação, Mary & Max, é absurdamente legal, bonita, engraçada e emocionante. Conta a história de Mary Dinkle e Max Horowitz. Ela uma menininha australiana, ele um novaiorquino solteirão e solitário. Entre Mary e Max nasce uma grande amizade depois que eles começam a trocar cartas e descobrir interesses em comum, como chocolates e desenhos animados. Procurem este filme, pois vale a pena. Penso até em comprar o DVD.
A única coisa que tenho a reclamar é da absurda falta de educação dos cariocas. A quantidade de gente andando, brincando e conversando no celular durante as sessões é irritante até o talo. Enquanto víamos The Apple & The Worm, o que não faltou foi gente zanzando no Odeon tapando a nossa visão das legendas. Acho que as salas de cinema têm que trocar o aviso Desligue o celular por Desligue a porra do celular, sua filha da puta mal educada ou por Quem não desligar o celular tem a mãe na zona.
Fora isso, termino o Anima Mundi feliz e satisfeito por ter participado. Quem nunca foi não sabe o que está perdendo.
A maioria dos links acima levam para o YouTube, onde a leitora poderá assistir aos curtas na íntegra, o que é altamente recomendado. Coloco direto aí embaixo o trailer legendado de Mary & Max. Não percam.
E que venha o Anima Mundi 2011.
Diversão em Alta Velocidade
Depois da vergonha de Felipe Massa na semana passada, este final de semana Rubinho nos brindou com um grande momento de diversão durante a corrida de Fórmula 1.
O pega dele com Schumacher foi sensacional. Seria muito bom se houvessem vários desse tipo nas corridas.
Se você não viu, vê aí os vídeos da primeira tentativa e da ultrapassagem.
Foram umas cinco voltas de pura emoção.
O pega dele com Schumacher foi sensacional. Seria muito bom se houvessem vários desse tipo nas corridas.
Se você não viu, vê aí os vídeos da primeira tentativa e da ultrapassagem.
Foram umas cinco voltas de pura emoção.
Micro-Conto
Reclamava muito que, apesar de tê-lo nas mãos, seu namorado era uma pedra de gelo. Depois de muito esforço, quando ele finalmente se derreteu, escapou por entre seus dedos.
Hoje Ângela reclama da solidão.
Hoje Ângela reclama da solidão.
DC Universe
DC Universe Online é um jogo que vai sair para PC e PS3. Não tenho a mínima idéia de sua qualidade, mas o trailer é uma das coisas mais fodas que vi recentemente. É assim que eu gostaria de ver um filme de super-heróis. Nem precisa ter gente de verdade, esta computação gráfica já está espetacular o suficiente para me arrastar para o cinema umas três vezes.
Vergonha em Alta Velocidade
Vergonha em Alta VelocidadeOito anos depois da cena vergonhosa que Rubens Barrichelo protagonizou em um GP na Áustria, entregando sua vitória para o Schumacher, eis que Felipe Massa faz a mesma presepada. Eu teria de vergonha de me entregar assim. Como se não bastasse a imagem de vendido, mostrou ao mundo que é o segundo piloto da Ferrari, sem tanta importância assim.
Ah, é o contrato, diriam alguns. Pois bem, então é mais vendido ainda, por assinar um documento que imponha a condição de enfiar o rabo entre as pernas quando o chefe mandar mesmo quando se está ganhando.
Está ficando sem graça assitir Fórmula 1.
Ah, é o contrato, diriam alguns. Pois bem, então é mais vendido ainda, por assinar um documento que imponha a condição de enfiar o rabo entre as pernas quando o chefe mandar mesmo quando se está ganhando.
Está ficando sem graça assitir Fórmula 1.
Anima Mundi 2010
Se vocês ainda não foram ver nada do Anima Mundi 2010, vão, porque tem muita coisa legal. Estou pegando duas sessões todo dia e tô gostando muito de tudo. Semana que vem trago pra vocês alguns vídeos que vi e estou encontrando no YouTube.
Presentes Oficiais
Há quase um ano eu comentei por aqui sobre minha aparição no site oficial do Elton John, dizendo que iria receber um presente ainda desconhecido. Vários meses depois, o pacote chegou aqui em casa: uma camisa e o tour book do show The Red Piano. Bacana demais, com certeza.
Pedindo Licença
Esta semana um sujeito foi lá na empresa consertar o roteador e, ao tirar uma peça nova da caixa, me pediu licença para jogar a caixa fora na minha lixeira. Me diz: pra que pedir licença pra isso? O que ele esperava que eu dissesse?
- "Ah, não! A lixeira de visita é aquela lá perto da mesa da secretária!"?
- "Ah, não! A lixeira de visita é aquela lá perto da mesa da secretária!"?
Pérolas
As leitoras com boa memória que acompanham este blog vão lembrar que no início do ano eu contei aqui a absurda história do funcionário do Detran de Cachoeiras de Macacu que me sugeriu subornar um policial rodoviário.
Eu, ingenuamente, achei que este ano não chegaria a ouvir outra bobagem deste nível, mas eis que o inesperado aconteceu e no final de maio ouvi outra pérola tão boa quanto. E, pior, vejam só, novamente dita por um funcionário do Detran, desta vez do Rio de Janeiro.
Tudo começou há mais de dois anos, quando eu ainda trabalhava na Prefeitura de Nova Friburgo e fiz um concurso do Detran para o cargo de administrador de dados, empolgado por estar fazendo aquela minha pós de segunda categoria e por já estar querendo um emprego que pagasse mais. Concurso feito, resultado anunciado, fiquei em 11º lugar. Como eram apenas duas vagas, esqueci do assunto.
Daí que em maio recebo um telegrama dizendo que deveria me apresentar no Detran do Rio para assumir o cargo. Pelo que eu lembrava, o salário já não valia mais a pena, por ser menor do que o meu atual, o que me tirava todo o ânimo de tomar posse. Além do que, duvido que um emprego público vá me proporcionar tanto aprendizado, desafio e satisfação quanto o que tenho na SolutionTech.
De qualquer maneira, eu fiquei interessado em obter mais informações sobre o cargo porque, sei lá, vai que fosse para trabalhar lá em Cachoeiras, fazendo meio expediente, e que o salário tivesse sido modificado e pulado para uns dez contos por mês. Aí sim a coisa mudaria de figura e eu daria tchau para a SolutionTech. Com uma pontinha de dó, mas daria. Ainda assim, no fundo eu sabia que nada tinha mudado e que o emprego seria realmente uma bosta (afinal de contas, se eu era o 11º em para ser chamado para um par de vagas, é porque muita gente já tinha desistido). E mais: como eu já passei por três empregos públicos em minha vida profissional, sei muito bem que não é de se esperar que no Detran o trabalho seja gratificante.
Durante três dias tentei, em vão, encontrar as pessoas citadas no telegrama para obter as informações: fui em vários horários e nunca encontrei ninguém. Ou ainda não tinham chegado (às 9:30), ou estavam no almoço (entre 11:00 e 16:00), ou já tinham ido embora (às 17:00), ou estavam em reunião (em qualquer outro horário).
Só consegui falar com alguém no dia para o qual a posse estava marcada. Quando finalmente consegui falar com o tal do Jorge, fiz a ele todas as perguntas que queria: local de trabalho, vale alimentação (menor do que o meu atual), vale transporte (menor do que o meu atual), horário, outros benefícios e, finalmente, o salário. Como eu imaginei, este realmente era o mesmo valor de antes.
Quando eu falei que não estava interessado, Jorge ficou todo assustado e começou a tentar me convencer de que valia a pena ir trabalhar lá, dizendo que eu poderia trabalhar nas blitzes da Lei Seca para tirar um extra se o chefe do departamento onde eu fosse trabalhar me liberasse.
- É duzentos Reais se for fora do município do Rio!
Como lá na SolutionTech nós temos um aumento anual graças ao sindicato, perguntei ao Jorge se lá no Detran tinha alguma política de aumentos frequentes. (Sim, eu sei que não tem, porque é empresa pública, e lá não tem dessas coisas, mas prefiro perguntar as coisas do que assumir uma resposta como óbvia). Eis que Jorge manda a pérola:
- Ah, isso não tem não. Aumento é só quando o Governador libera e mesmo assim a gente tem que fazer uma grevezinha de vez em quando.
Decidido de vez a ir embora, ainda ouvi do Jorge antes do elevador fechar:
- Não desiste não, cara. Até as cinco você pode vir e tomar posse!
Então tá.
Eu, ingenuamente, achei que este ano não chegaria a ouvir outra bobagem deste nível, mas eis que o inesperado aconteceu e no final de maio ouvi outra pérola tão boa quanto. E, pior, vejam só, novamente dita por um funcionário do Detran, desta vez do Rio de Janeiro.
Tudo começou há mais de dois anos, quando eu ainda trabalhava na Prefeitura de Nova Friburgo e fiz um concurso do Detran para o cargo de administrador de dados, empolgado por estar fazendo aquela minha pós de segunda categoria e por já estar querendo um emprego que pagasse mais. Concurso feito, resultado anunciado, fiquei em 11º lugar. Como eram apenas duas vagas, esqueci do assunto.
Daí que em maio recebo um telegrama dizendo que deveria me apresentar no Detran do Rio para assumir o cargo. Pelo que eu lembrava, o salário já não valia mais a pena, por ser menor do que o meu atual, o que me tirava todo o ânimo de tomar posse. Além do que, duvido que um emprego público vá me proporcionar tanto aprendizado, desafio e satisfação quanto o que tenho na SolutionTech.
De qualquer maneira, eu fiquei interessado em obter mais informações sobre o cargo porque, sei lá, vai que fosse para trabalhar lá em Cachoeiras, fazendo meio expediente, e que o salário tivesse sido modificado e pulado para uns dez contos por mês. Aí sim a coisa mudaria de figura e eu daria tchau para a SolutionTech. Com uma pontinha de dó, mas daria. Ainda assim, no fundo eu sabia que nada tinha mudado e que o emprego seria realmente uma bosta (afinal de contas, se eu era o 11º em para ser chamado para um par de vagas, é porque muita gente já tinha desistido). E mais: como eu já passei por três empregos públicos em minha vida profissional, sei muito bem que não é de se esperar que no Detran o trabalho seja gratificante.
Durante três dias tentei, em vão, encontrar as pessoas citadas no telegrama para obter as informações: fui em vários horários e nunca encontrei ninguém. Ou ainda não tinham chegado (às 9:30), ou estavam no almoço (entre 11:00 e 16:00), ou já tinham ido embora (às 17:00), ou estavam em reunião (em qualquer outro horário).
Só consegui falar com alguém no dia para o qual a posse estava marcada. Quando finalmente consegui falar com o tal do Jorge, fiz a ele todas as perguntas que queria: local de trabalho, vale alimentação (menor do que o meu atual), vale transporte (menor do que o meu atual), horário, outros benefícios e, finalmente, o salário. Como eu imaginei, este realmente era o mesmo valor de antes.
Quando eu falei que não estava interessado, Jorge ficou todo assustado e começou a tentar me convencer de que valia a pena ir trabalhar lá, dizendo que eu poderia trabalhar nas blitzes da Lei Seca para tirar um extra se o chefe do departamento onde eu fosse trabalhar me liberasse.
- É duzentos Reais se for fora do município do Rio!
Como lá na SolutionTech nós temos um aumento anual graças ao sindicato, perguntei ao Jorge se lá no Detran tinha alguma política de aumentos frequentes. (Sim, eu sei que não tem, porque é empresa pública, e lá não tem dessas coisas, mas prefiro perguntar as coisas do que assumir uma resposta como óbvia). Eis que Jorge manda a pérola:
- Ah, isso não tem não. Aumento é só quando o Governador libera e mesmo assim a gente tem que fazer uma grevezinha de vez em quando.
Decidido de vez a ir embora, ainda ouvi do Jorge antes do elevador fechar:
- Não desiste não, cara. Até as cinco você pode vir e tomar posse!
Então tá.
Falando da Copa
Primeiro eu andei atarefado para escrever, depois andei desanimado, e por fim veio a Copa. Seja lá o que fosse que eu escrevesse, com certeza seria ofuscado pelo interesse supremo da nação. Logo, tirei férias. Mas eis que volto, queridas leitoras, e volto falando da Copa.
Infelizmente não pude ver muitos jogos, e dos poucos que vi apenas um número bem pequeno deles me empolgou. Pra mim, de longe, os melhores foram os jogos da Alemanha: o primeiro contra a Austrália, o das oitavas contra a Inglaterra, o das quartas contra a Argentina (este não porque foi contra os Hermanos, mas sim porque foi um jogaço de futebol, digno de Copa) e o da disputa pelo terceiro lugar contra o Uruguai. O primeiro da Argentina, contra a Nigéria, também foi muito bom. O primeiro tempo do Brasil e Holanda também foi bom demais.
De resto, um monte de jogo chochos e chatos, inclusive aquela final arrastada onde ninguém merecia ganhar merda nenhuma. Pelo menos temos um novo nome no clube dos campeões.
Agora é só esperar por 2014, da qual eu vou querer estar o mais perto possível, conforme já falei por aqui antes. Se tiver Argélia e Emirados Árabes Unidos no Maraca, lá vou eu feliz da vida.
E você, leitora, o que achou da Copa do Mundo?
Infelizmente não pude ver muitos jogos, e dos poucos que vi apenas um número bem pequeno deles me empolgou. Pra mim, de longe, os melhores foram os jogos da Alemanha: o primeiro contra a Austrália, o das oitavas contra a Inglaterra, o das quartas contra a Argentina (este não porque foi contra os Hermanos, mas sim porque foi um jogaço de futebol, digno de Copa) e o da disputa pelo terceiro lugar contra o Uruguai. O primeiro da Argentina, contra a Nigéria, também foi muito bom. O primeiro tempo do Brasil e Holanda também foi bom demais.
De resto, um monte de jogo chochos e chatos, inclusive aquela final arrastada onde ninguém merecia ganhar merda nenhuma. Pelo menos temos um novo nome no clube dos campeões.
Agora é só esperar por 2014, da qual eu vou querer estar o mais perto possível, conforme já falei por aqui antes. Se tiver Argélia e Emirados Árabes Unidos no Maraca, lá vou eu feliz da vida.
E você, leitora, o que achou da Copa do Mundo?
Logorama
Espetacular. Um curta-metragem policial cheio de logotipos bem feito pra cacete. Não percam. Tem legendas em inglês.
Mário Balzaquiano Marinato
Hoje este escritor que vos fala completa 30 anos. Muito bem vividos, diga-se de passagem. Vivi tudo o que quis, já realizei vários sonhos e tenho orgulho de dizer que sempre fui otimista e de fazer as coisas que tive vontade, mesmo quando tudo e todos eram contra.
Gostaria de agradecer pessoalmente a todas as pessoas que me ajudaram a chegar até aqui, mas este é um objetivo difícil tanto por questões de distância quanto de tempo. De qualquer maneira, gostaria de deixar registrados meus agradecimentos a Mary Muniz, Juciara Rocha, Omar Barbosa, Thiago Verde, Catherine Beltrão, Jonathan Queiroz, Douglas Azevedo, Nayhara Fraga, Zé Luiz Martinez, Reynaldo Barbosa, Kildary Klein, Warllen Ribeiro, Anderson Macedo, Aprígio Bezerra, Fernando Akito e Alex Frem. Todas estas pessoas de uma forma ou de outra me influenciaram ou me ensinaram tantas coisas que não faço idéia de como retribuir. Sem contar, é claro, com minha incrível e sempre-a-postos família. Obrigados eternos a todos!
Obrigado também a todas as minhas leitoras que me acompanham aqui no Sarcófago durante estes oito anos de existência. Vocês são lindas.
Em 30 anos conheci lugares espetaculares, li livros inesquecíveis, fui a shows catarsiantes e conversei com pessoas pra lá de interessantes. Já escrevi um livro, já passei em concurso em primeiro lugar, já fiz teatro infantil, aprendi a tocar teclado, me converti à religião que tanto critiquei, me formei e trabalho na profissão que escolhi desde criança... muitas coisas que fazem de minha vida tudo o que eu queria que ela fosse.
Claro que tive minha cota de sofrimentos, mas nenhum deles me fez esquecer que a tristeza é passageira. Sempre segui em frente.
Que venham os próximos 70!
Gostaria de agradecer pessoalmente a todas as pessoas que me ajudaram a chegar até aqui, mas este é um objetivo difícil tanto por questões de distância quanto de tempo. De qualquer maneira, gostaria de deixar registrados meus agradecimentos a Mary Muniz, Juciara Rocha, Omar Barbosa, Thiago Verde, Catherine Beltrão, Jonathan Queiroz, Douglas Azevedo, Nayhara Fraga, Zé Luiz Martinez, Reynaldo Barbosa, Kildary Klein, Warllen Ribeiro, Anderson Macedo, Aprígio Bezerra, Fernando Akito e Alex Frem. Todas estas pessoas de uma forma ou de outra me influenciaram ou me ensinaram tantas coisas que não faço idéia de como retribuir. Sem contar, é claro, com minha incrível e sempre-a-postos família. Obrigados eternos a todos!
Obrigado também a todas as minhas leitoras que me acompanham aqui no Sarcófago durante estes oito anos de existência. Vocês são lindas.
Em 30 anos conheci lugares espetaculares, li livros inesquecíveis, fui a shows catarsiantes e conversei com pessoas pra lá de interessantes. Já escrevi um livro, já passei em concurso em primeiro lugar, já fiz teatro infantil, aprendi a tocar teclado, me converti à religião que tanto critiquei, me formei e trabalho na profissão que escolhi desde criança... muitas coisas que fazem de minha vida tudo o que eu queria que ela fosse.
Claro que tive minha cota de sofrimentos, mas nenhum deles me fez esquecer que a tristeza é passageira. Sempre segui em frente.
Que venham os próximos 70!
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