Falar Inglês

Na área de informática, muita informação boa que se encontra por aí está em inglês. Apesar de muitos bons programas já terem versões em português, os grandes fóruns, as documentações mais atualizadas, os melhores livros, todos estão na língua da rainha. Só para citar um exemplo, dois livros de informática que tenho não têm versão em português, e tive que importá-los. O que seria de mim sem o inglês?

Parêntese: antes que digam que sou um abastado que tenho dinheiro a rodo para gastar com livros importados, saibam que já importei um livro que, com o frete, saiu mais barato que uma edição nacional.

Voltando ao assunto, daí vem a pergunta: profissionais de informática têm obrigação de falar inglês? E, principalmente, professores de cursos de tecnologia têm obrigação de falar inglês?

Não nego que uma pessoa possa trabalhar, conseguir um bom emprego e se dar bem nele sem falar inglês, mas eu vejo o domínio do idioma como uma coisa básica, que todos os que são da área deveriam buscar aprender.

Pergunto isso porque há uns meses estava eu tendo aula de modelagem de dados na pós graduação quando a professora leu "having" falando "rêivin" e não "révin", e também leu "Blake" como se fosse "black".

Confesso que fiquei perplexo quando vi minha professora falando errado. Primeiro porque ela é (ou deveria ser) uma pessoa altamente qualificada, já que está dando aula em uma pós graduação, e segundo porque, puta merda, em se tratando do "having", ela está lidando com sua ferramenta de trabalho! O mínimo que se espera é que ela fale o nome certo das coisas. Ao falar errado uma coisa tão básica, ela propaga o erro para os seus alunos, que correm o risco de saírem por aí repetindo a bobagem.

O que me parece pior é que as pessoas simplesmente não querem aprender a falar inglês, argumentando que é difícil, que acham chato, ou simplesmente que não conseguem, por mais que tentem. Pra mim, saber falar inglês é obrigação de quem está numa área em que todo o material original produzido está nesta língua.

Tradução da Entrevista no Elton John All Song List

Como me pediram lá no Orkut, aqui está a tradução da entrevista que dei ao blog Elton John All Song List:

O Dia do Fanático: Um dos maiores fãs do mundo... Mário Marinato

Este domingo temos um convidado especial. Ele é do país do qual temos falado esta semana, é claro. E é um dos maiores. Seus pensamentos, seus comentários sobre Elton, bem construídos e explicados de forma interessante: Mário Marinato. Bem vindo ao AllSongsList e obrigado por aceitar o convite.

Mas primeiro... você poderia nos contar, por favor, quem é você e de onde você é?


Eu sou Mário Marinato, da cidade de Cachoeiras de Macacu, no Estado do Rio de Janeiro. Sou analista de sistemas e escritor, já tendo publicado dois livros. Tenho 28 anos, sou recém-casado e, inspirado por Elton John, estudo teclado.

Legal! Quando você se tornou um fanático? Você lembra da primeira vez que ouviu Elton John? O que o faz comprar sua música?

Tudo começou quando vi O Rei Leão pela primeira vez, dois anos depois de seu lançamento. Naquela época eu tinha 16 anos. Eu adorei as músicas e quando descobri que havia um disco à venda, eu comprei o meu assim que pude. Quando levei o cd para o trabalho, um colega disse que tinha um cd do Elton John em casa: era o Love Songs, de 1995. Nós escutamos e eu gostei tanto dele que comprei-o também. Algumas semanas depois o mesmo cara pegou com um amigo outro disco do Elton John: desta vez era o The Very Best of Elton John, de 1990, que eu gostei ainda mais e comprei também! Alguns meses depois The Big Picture foi lançado e eu logo comprei o meu. Até hoje, este é um dos meus discos favoritos.

Em 1997, graças ao que aconteceu à Diana e ao grande sucesso da música Candle in the Wind 1997, um canal de TV brasileiro exibiu dois especiais com dezenas de clipes do Elton, os quais eu assisti, é claro. E então, dois clipes realmente me deixaram animado: o primeiro foi o de Believe, porque esta era uma música que eu tinha gostado quando tinha ouvido a primeira vez, mas nunca tinha me preocupado em saber quem cantava. O outro foi a versão de Your Song da turnê australiana de 1986. Eu adorei o jeito que Elton John mudou a música nos últimos versos e decidi que tinha que ver o show completo. Alguns meses depois eu consegui vê-lo e então cheguei à conclusão de que as suas músicas eram tudo o que eu queria ouvir para o resto da minha vida.

Desde então, meu encanto e admiração por seu trabalho só cresceram. Eu acho que ele é um excelente pianista, músico, cantor, showman e compositor. Não há outro artista cujas canções me emocionem tanto. Ele tem tantos discos, tantas músicas, e eu raramente não gosto de alguma. Eu gosto até mesmo de Victim of Love, que é um disco que muitos acham que é o seu pior.

Uau!! Qual é o seu item relacionado ao Elton que você mais gosta, por ser difícil de conseguir ou pela alegria que sentiu ao consegui-lo?

Bem, há duas coisas que sou feliz por ter: a primeira é o disco d'O Rei Leão. Eu gosto demais dele e nunca o emprestaria a alguém. A outra coisa é a versão de luxo do DVD Elton 60, que eu comprei na Amazon.com, porque aqui no Brasil só foi lançada uma versão simples. Foi caro, mas valeu cada centavo.

Ah, o que podemos encontrar no seu site sobre o Elton, em www.therocketman.hpg.com.br?

No meu site você encontra uma biografia, letras de todos os seus discos, algumas fotos e as traduções dos livretos que vêm com os discos. Eu não o atualizo desde 2002 porque muita coisa mudou na minha vida e não tive mais tempo para isso. Ainda assim, tenho planos de fazer uma grande atualização nele, deixando-o com um visual mais claro e limpo, com novas tecnologias e até mesmo mudá-lo de endereço.

Esperamos por isso. Certo. Como foi ver Elton pela primeira vez e a quantos shows você já foi? Você já ficou na primeira fila?

Ver Elton pela primeira vez? Oh, Deus, eu nunca o vi ao vivo! A primeira vez que ele veio ao Brasil foi em 1995, quando eu nem sabia quem ele era (e mesmo que soubesse, eu era muito novo para ir). Felizmente, há dois shows dele agendados aqui no Brasil para janeiro próximo, e meu ingresso para o show no Rio de Janeiro já está comprado! Como não há lugares marcados e os que chegarem primeiro pegarão os melhores lugares, vou tentar chegar lá cedo e ficar o mais perto possível do palco. Se você conseguir ver algum vídeo do show, procure por uma bandeira do Brasil: pode ser a minha! Será um sonho realizado e não consigo descrever como estou ansioso!

Você vai se divertir, com certeza!!! Como é ser um fanático no seu país? Quais são as preferências musicais do brasileiro? Qual é o lugar do Elton lá?

Quando o assunto é comprar discos é muito difícil, porque seus os não estão em catálogo. Se você quiser, por exemplo, Goodbye Yellow Brick Road ou Caribou, você tem que comprar discos usados ou importar. Nos últimos anos, com o avanço da internet aqui e com o surgimento de sites como o Orkut, eu pude fazer muitos amigos e compartilhar opiniões e histórias, o que é muito bom.

Sobre o gosto musical do brasileiro, acho que na média ele está piorando. A qualidade da música tocada nas rádios e na TV geralmente é fraca, musical e liricamente falando. Artistas como Elton John, Celine Dion e Andrea Bocelli estão lentamente perdendo seu espaço, ano após ano. Muitas pessoas os vêem como velharias e música ruim.

Só para te dar um exemplo, o último disco de estúdio do Elton, The Captain & The Kid, teve uma prensagem inicial de apenas 5000 cópias! Nas rádios que ainda tocam suas músicas, você geralmente ouve apenas as mesmas sete ou oito músicas: Skyline Pigeon, You Gotta Love Someone, Rocket Man, Sacrifice, I Guess That's Why They Call it the Blues, Don't Let the Sun Go Down on Me, Little Jeannie e Nikita. Eu gostaria muito que eles tocassem algumas de suas músicas mais novas, como Tinderbox, Original Sin ou I Can't Keep This From You.

Entendo... Elton fez muito sucesso no Brasil entre 1972 e 1975, e seus lançamentos alcançaram as paradas. Skyline Pigeon, The Ballad of Danny Bailey (1909-34), Goodbye Yellow Brick Road, One Day at a Time... todas fizeram sucesso. Há lançamentos especiais, edições especiais de discos, no Brasil? Que coletânea você recomendaria? Como você avalia o sucesso de Elton no Brasil, mesmo que, infelizmente, ele não tenha ido aí muitas vezes?

Nos anos 70 e 80, houveram alguns lançamentos especiais, inclusive coletâneas. Há uma, chamada A Arte de Elton John, que incluía até mesmo algumas músicas não tão famosas assim, como Chameleon, Donner Pour Donner e I Heard it Through the Gravepine. Mas recentemente nós não temos visto nenhuma edição especial. Alguns de seus discos mais recentes eu importei porque suas versões especiais não foram lançadas aqui: Songs From the West Coast, Greatest Hits 1970-2002 e Peachtree Road. E é isso que eu vou fazer com o DVD The Red Piano, porque sua edição brasileira não vai incluir o CD bônus.

Há duas coletâneas recentes que eu recomendo a quem quer comprar um disco do Elton John: a primeira é Greatest Hits 1970-2002, que inclui a maioria de suas melhores canções. A outra é The Rocket Man, seu último disco, que teve uma versão específica para o Brasil, incluindo Skyline Pigeon, seu maior sucesso por aqui.

Como sua gravadora não o promove aqui, muitas pessoas pensam que ele já morreu! Outros me perguntam se ele é daquele tipo de artista que faz apenas um ou dois shows por ano. Espero que depois dos shows de janeiro as pessoas prestem mais atenção nele e que as rádios toquem mais suas músicas.

Esperamos que sim!!! Recentemente soubemos dos novos projetos de Elton para o ano que vem, e foi uma surpresa ver como ele está em forma, preparando concertos com uma orquestra, com Billy Joel ou Ray Cooper, e, ao contrário do que pensávamos, ele está novamente pensando em gravar um novo disco. Que tipo de disco você espera e que tipo de show você acha que ele deveria fazer, incluindo o formato do show e seu set-list preferido?

Eu adoraria ter um disco de rock. Ouçam o que ele fez com Ann Wilson na nova versão de Where To Now, St. Peter? e você vai ver como ele pode fazer isso bem. Que tal um novo 17-11-70? Eu adoraria ouvir músicas como The Wasteland, I'm Still Standing e Love is a Cannibal tocadas por uma banda de baixo-piano-bateria.

Se eu pudesse definir o set-list de um show ao estilo 17-11-70, eu incluiria muitos de seus rocks: The Wasteland, I'm Still Standing, The Bitch is Back, 16th Century Man, Pain, Street Kids, Grey Seal, Lady Samantha, January, Levon, Crocodile Rock, Saturday Night's Alright for Fighting, I Just Can't Wait to Be King, Hard Luck Story, Meal Ticket, Pinball Wizard e, é claro, Love Lies Bleeding / Funeral for a Friend.

Este com certeza seria um ótimo set-list. Olhando para trás, Elton e Bernie fizeram músicas de vários estilos, do pop puro ao rock clássico, passando pelo country, reggae ou disco. Qual seria o segredo de seu sucesso mundial? Porque, afinal, eles fizeram pelo menos uma música clássica a cada ano. Qual o papel de Bernie no sucesso de Elton?

Eu nunca serei capaz de explicar seu segredo. É uma das coisas que acontecem uma vez na vida: apenas acontece e você só tem que agradecer por ter a oportunidade de ouvir o som que vem dali. É incrível como eles podem fazer uma música do nada, em poucos minutos, e quando ouve, você já sabe que é algo memorável.

Mesmo que muitas pessoas nem saibam que Bernie exista, com certeza ele tem um papel importante nesta história. Para aqueles que têm sorte e entendem as letras, é muito legal pegar na mão de Bernie e viajar para os mundos imaginários aonde ele te leva. Indian Sunset, Ticking e Turn the Lights Out When You Leave são alguns dos melhores exemplos de sua criatividade incrível. Como escritor, eu dou muito valor ao que Bernie consegue fazer com as palavras, mesmo que às vezes eu não consiga entender o que ele quis dizer (The Emperor New Clothes e The One são bons exemplos disso).

Finalmente, você poderia me dizer suas cinco canções favoritas, para a minha lista?

Como todo mundo diz, é um pouco difícil fazer isso, mas aqui estão elas:
1 - Circle of Life
2 - Believe
3 - Don't Let the Sun Go Down on Me
4 - I Don't Wanna Go On With You Like That
5 - Someone Saved My Life Tonight

Muito obrigado. Você gostaria de falar alguma coisa a mais, ou dar uma sugestão, ou dar um recado aos outros fãs?

Uma última coisa que quero dizer é que gosto muito do seu blog! Adoro ler as entrevistas e as histórias sobre os discos e as músicas. Foi um prazer ser entrevistado para o Dia do Fanático. Continue assim!!

O prazer foi meu em te entrevistar, e estou feliz que você goste do blog. Obrigado pelas palavras gentis, e curta seu primeiro show, Mário. Eu realmente gostei desta conversa. Se cuide.

Entrevista com o Mário

O blog Elton John All Song List dedicou uma semana para falar do Brasil e eu fui entrevistado. Acho que vocês vão gostar de ler.

Se quiserem, posso traduzir aqui.

Crônica: Sem Escalas

- Filho, venha cá com o seu pai.
- Diga aí, Deus.
- Respeito, rapaz.
- Desculpe, meu Senhor, mas é que eu já estou praticando o vocabulário da minha morada terrestre.
- Sim, eu sei, e é sobre isso que quero lhe falar.
- Pois não, meu pai. O que se passa?
- Aconteceu um problema lá embaixo. A sua futura mãe terrestre, como você sabe, não estava muito feliz por ter engravidado.
- Sim, eu sei.
- Então ela e o namorado tomaram uma decisão problemática. Ela optou por um aborto.
- Hein?!
- E isso significa que você não vai mais nascer.
- Puxa, Deus, não tem como arranjar outro bebê para eu encarnar?
- Você sabe que não, filho...
- E o que vai ser de mim, então?
- Bem, vou fazer contigo assim como faço com os outros que sofrem do mesmo mal: te mandar para o paraíso, sem escalas. Você perde os prazeres de ser gente mas também não corre o risco de ir parar na morada de Lúcifer.
- Tudo bem, então. Mas, explique-me uma coisa, meu Pai.
- Diga filho.
- Por que não usar teu poder para impedir estas coisas?
- Ora meu, filho, apesar de muitos acharem que não, o livre-arbítrio também tem seu lado ruim...

Um Retorno?

Pois bem, depois de umas semanas sem atualização, cá estou de volta à frente de um teclado. As leitoras que me conhecem e que sabem da minha vida podem testemunhar a meu favor pois conhecem o motivo que me manteve afastado nos últimos dias: o matrimônio.

Sim, no último sábado eu e a patroa unimo-nos. Por isso, não tenho tido tempo para mais nada a não ser agitar os preparativos para o casório e as consequentes mudanças. Mas agora parece que as coisas estão começando a se acomodar em seus devidos lugares, e eu passando a me acostumar com a nova rotina.

Acho que não vai ser mais possível manter o ritmo de atualizações que eu vinha mantendo este ano, de praticamente um post a cada dia útil, mas acredito que não vou mais abandonar o Sarcófago por tanto tempo assim.

Vou tentar manter uma certa frequência, três posts por semana talvez, mas é certo que o blog vai receber um pouco menos de atenção, para que eu possa dar mais atenção às coisas que realmente importam: a casa e a patroa.

Os trechos do livro O Pecado de Todos Nós continuam, os artigos sobre informática continuam, uma leva de novas crônicas vem por aí, e sigamos em frente.