Feliz Endereço Velho

Graças às mudanças da política de uso do kit.net e do Blogger, o Sarcófago voltará, a partir de primeiro de janeiro, ao seu endereço antigo. Então, já podem atualizar seus caderninhos e agendas: a partir do primeiro dia do ano que está em trabalho de parto, o endereço volta a ser www.sarcofago.blogger.com.br.

Grandes abraços, até lá e um 2004 tudo de bom pra todo mundo.

Feliz Natal

Bem, gente, neste dia 24, por motivos óbvios, não estarei por perto. Então desejo a todos, desde já, um noite de natal de muita paz. Que esta data inspire a todos para seguirem os ensinamentos de paz, união e compreensão trazidas por Jesus em Seu nascimento. Um grande abraço a todos.

Ah, sim, não deixem de fazer um favor a si mesmo: leiam o texto sobre Natal que a Trinity postou. O melhor texto que li este ano.

Quando o Difícil é ser Diferente

Quer uma vida mole? Seja comum. Seja igual aos outros. Faça o que todo mundo faz. Deste modo, dá pra perceber os erros dos outros e evitá-los. Dá pra saber quais atitudes são válidas e quais não são. Agindo assim não haverá necessidade de testar as situações, ver se dá pé ou não. Não há nada novo, apenas uma reprodução do que acontece com o resto do povo. Você, no final das contas, vai acabar gostando de Leka e de sertanejo, vai rejeitar a Alca e só usar roupa da moda, mas não vai ter muitos problemas para se relacionar com o resto da turma.

Agora tente ser diferente. Ser diferente é difícil. Haja força de vontade, haja convicção, para se manter preso aos seus ideais, às suas idéias, às suas vontades, aos seus interesses. Ser diferente exige paciência para aturar a falta de compreensão dos outros.

Grande parte do povo com quem convivemos não tem respeito pelas opiniões, gostos e escolhas dos outros. Muitos podem até demonstrar um certo respeito quando estão junto com os "diferentes", mas é só virarem as costas que o veneno escorre e a chuva de críticas jorra. Falsidade pouca é bobagem. Hipocrisia pouca é bobagem.

Remar contra a corrente às vezes é muito chato.

Ser diferente às vezes dói.

Um Pouco do Melhor de 2003 - Parte Final

Para finalizar a série de posts, cá estão as músicas do disco 2 do cd que gravei.

Speechless (Michael Jackson): Em maio dei uma passeada nas Lojas Americanas de Niterói e voltei de lá com alguns cds. De um deles, Invincible, do Michael Jackson, saiu uma pérola que não tocou nas rádios. Speechless é um crescendo impressionante, simplesmente imperdível. Como bem disse uma amiga minha: é pra deixar sem palavras.

Vapor Barato / Flor da Pele (Gal Costa e Zeca Baleiro): Da mesma leva dos cds da Americanas, um dueto ao vivo de uma "dinossaura" da MPB e um dos melhores da nova geração, misturando um antigo sucesso e uma nova obra prima. Música pra ouvir no ônibus vendo a paisagem passar, definitivamente.

Latitude (Elton John): Meu ídolo não poderia ficar de fora. Saída do cd Made in England, de 1995, tem um ritmo genial, além de uma letra muito inspirada, falando sobre as distâncias entre as pessoas.

500 Miles (Peter, Paul & Mary): A vovó do disco, da década de 60, redescoberta graças à dica do meu colega Omar.

Il Diavolo e L'Angelo (Andrea Bocelli): Passeando por Nova Friburgo, descobri uma lojinha que tinha uns cds bem baratos em promoção. De um dos que comprei, sai uma música pop na voz deste grande tenor. Mais uma imperdível.

Jezebel (Sade): Outra das antigas, mas que ganhou lugar cativo. Uma levada jazz deliciosa bastou para levá-la ao topo das paradas de sucesso.

You Can't Take Me (Bryan Adams): Parte da trilha sonora do desenho Spirit, é mais uma daquelas músicas com letra forte que me fazem tremer.

Você Não Me Ensinou a Te Esquecer (Caetano Veloso): O filme Lisbela e o Prisioneiro causou um alvoroço nas minhas caixas de som, colocando de uma vez só duas músicas pra tocar sem parar. Primeiro esta que acabou se encaixando perfeitamente na situação que eu estava passando, mas que, como outras, já não faz tanto sentido assim.

Espumas ao Vento (Elza Soares): Outra do filme Lisbela e o Prisioneiro, ganhou lugar de destaque graças à sua marcação forte. Além do que, apesar de tosca, a Elza tem uma voz incrível.

Pensando em Você (Moska): Mandei por telefone para a Sueli e então... bem... precisa de mais motivos?

Circle of Life (Circle of Stars): Gravação da minha música favorita na voz dos apresentadores dos programas da Disney nos Estados Unidos, veio como bônus no DVD do Rei Leão e caiu de para quedas no topo da lista.

Are You Ready for Love? (Elton John): Nova participação do meu ídolo. Foi número 1 na Inglaterra por volta de setembro, mas só um tempo depois conseguiu chegar ao topo por aqui. É uma música muito velha que recebeu uma leve remixada.

Why? (Annie Lennox): Versão ao vivo, voz e piano, deste sucesso das rádios de verdade. Quando assisti a apresentação em um dvd na casa de um amigo, caí de joelhos. É uma interpretação carregadíssima que é pra ser aplaudida de pé.

Tout L'or Des Hommes (Celine Dion): Para fechar o cd, Celine ganha outra participação graças ao seu novo cd em francês. É diferente ouvi-la em sua língua natal, mas ela é maravilhosa até debaixo d'água.

Pois bem, aí estão as músicas que marcaram meu ano. Será que combinamos em alguma coisa? Continuem comentando!

Um Pouco do Melhor de 2003 - Parte 2

Dando continuidade à descrição do cd com o título acima, vamos então às outras sete faixas do disco 1.

Aspiration (Klutz): Mais uma das porradas deste mestre da música instrumental. Com um começo que engana, é uma música pra lá de agitada.

Tristesse (Milton Nascimento e Maria Rita): Um encontro de grandes vozes. Apesar da letra à la dor-de-cotovelo, tem uma melodia linda. Outra das minhas favoritas.

I'm with You (Avril Lavigne): Fez muito sucesso por aqui por causa da letra, mas hoje em dia ela não faz tanto sentido assim. De qualquer maneira, continua sendo uma bela música.

Monts et Mervellies (Louisa Baileche): Achada por pura sorte enquanto passeava pelos canais da Sky, é a representante francesa no Festival Europeu da Canção. Se não me engano, acabou em 18º lugar, bem menos do que merecia.

Everyway That I Can (Sertab Erener): Na mesma leva da música francesa, esta fez parte do mesmo Festival. Achei por pura sorte também. Não lembro direito, mas acho que é polonesa, apesar de ser cantada em inglês.

Could it Be Any Harder (The Calling): Clipe, letra, voz, melodia e ritmo. Tudo nesta música me enlouqueceu, e se fosse em vinil, ele furaria de tanto que eu ouvi. Definitivamente, mais uma das minhas favoritas.

Imbranato (Tiziano Ferro): Diversificando os idiomas, entra um italiano na lista. Uma letra linda de matar, uma voz de arrebentar e um clipe pra lá de bem feito.

Um Pouco do Melhor de 2003

Não, não vou fazer nenhuma retrospectiva. O título aí de cima é o nome de um cd que estou a ponto de gravar. Ano passado, empolgado com meu gravador de cds, resolvi dar um cd como presente de natal para uma amiga (beijo, Mony). Gravei então um cd com as músicas que eu mais tinha ouvido durante o ano de 2002: "Um pouco do melhor de 2002". O resultado foi tão bom que desde o início do ano venho prestando atenção e separando as grandes músicas que escutei. Não são necessariamente músicas lançadas em 2003, mas sim aquelas que fizeram sucesso no meu radinho.

Hoje fui então fazer a organização das faixas para gravar o cd, e quando dei por mim tinha mais de uma hora e quarenta de músicas. Resultado: o cd acabou sendo duplo. Nacionais e internacionais, antiquíssimas e recém lançadas, famosas ou desconhecidas, nesses dois discos estão as músicas que marcaram meu ano. Vou então compartilhar com vocês, faixa a faixa, o que estará gravado nestes cds. Como são 28 músicas, dividirei tudo em três posts, sendo este aqui o primeiro deles. Reparem que quando falo que foram um "sucesso", não digo nas rádios, mas sim aqui em casa.

Comentem, baixem as músicas, escutem, comentem de novo.

Nós (Cássia Eller): Eu conheço esta música desde 1996, mas como só no início deste ano comprei o cd, ela acabou entrando como uma faixa bônus.

Twilight (Vanessa Carlton): Na verdade, um sucesso do ano passado que não entrou no outro cd e acabou caindo aqui. Versão ao vivo, voz e piano. Pena que a Vanessa tenha sumido da mídia.

Velha Infância (Tribalistas): Outro sucesso de 2002 que acabou caindo aqui por falta de espaço no ano passado. Apesar de ter tocado muito nas rádios em 2003, esta eu conhecia e adorava desde quando o cd foi lançado.

Ten Days (Celine Dion): Primeiro sucesso de 2003, saiu do cd A New Day Has Come, que já tinha rendido à Celine uma participação no disco do ano passado. É bem diferente do estilo dela, meio rock-balada, e por isso ganhou a disputa entre as outras 15 músicas suas que tentaram um lugar ao sol.

Sete Vidas (Adriana Mezzadri): Tema da mini série global A Casa das Sete Mulheres, é uma das minhas favoritas. Já comentei bastante sobre ela aqui no Sarcófago na época da série.

Shit on the Radio (Nelly Furtado): Música desconhecida na mídia, mas com uma letra que me balançou. Adoro letras fortes, e esta aqui é da porrada.

And All that Jazz (Filme Chicago): Tema de abertura do filme Chicago, é um show de jazz com mais de seis minutos. O filme foi tão bom que assisti três vezes no cinema. A música é tão boa que toca direto até hoje sem enjoar.

Árvore de Natal

Puxa, é hora de montar a árvore de natal para enfeitar a sala... onde é que estão as coisas mesmo, hein? Hm... a base está aqui... as bolas estão, hm... na porta da esquerda, na parte de cima do guarda roupas... isso, aqui estão. E onde foi que eu coloquei os ramos? Ah, aqui, achei.

Puxa, já passou um ano desde que montei esta árvore da última vez. Acho que ano passado montei na véspera, dia 22 ou 23, se não me engano. Que relaxado. Mas desta vez não... vou montar com pelo menos 10 dias de antecedência. Não é o melhor, mas tá bom também, afinal de contas, ninguém vai passar o natal aqui em casa mesmo...

Bom, os ramos já estão colocados, é hora das bolas... uma, duas... puxa, o ano já está acabando... quanta coisa aconteceu... dá até pra imaginar que cada bola desta árvore vai ser uma lembrança boa que está sendo mostrada num belo mural. Bem, se fosse assim eu precisaria de uma árvore bem maior.

Cinco, seis... como foi bom aquele janeiro... eu ainda trabalhava em casa e não deu muito serviço, era quase que férias, deu pra curtir bastante... ainda mais com meu teclado novo, como eu fiquei empolgado, tocava sem parar! Doze meses depois cá estou eu tendo aulas de música e tocando bem melhor do que eu imaginei que estaria.

Nove, dez... puxa, que bolinha diferente, ela pode representar abril, vida nova. Foi quando eu comecei a trabalhar fora depois de uns anos. Gente nova, ambiente novo, tudo diferente, animação, motivação... esta merece lugar de destaque.

Doze, treze... esta bola está meio embaçada... é bonita, mas pode ficar um pouco mais escondida... o que ela representaria? Meu aniversário, talvez... é, vai servir... convidei uns chegados e só uns pingados vieram, mas os que vieram são pessoas importantes e é isso que importa. Esta não pode ficar de fora.

Ai! Oh, esta bola tinha que quebrar na minha mão e me cortar? Essa ferida deve demorar pra cicatrizar... bem, 2003 teve seus maus momentos também, não? Separações, despedidas... tudo bem, eu supero... o que seria do prazer se não houvesse a dor... ex-bolinha pegando expresso direto para a lata de lixo!

Quinze, dezesseis... ei, quem botou esta bola aqui? Eu não lembro dela! Hm... uma surpresa.. algo desconhecido... mas muito bonita! Eu não esperava encontrá-la aqui, surgiu do nada, mas gostei muito dela, vai merecer um lugar de destaque. Que fique então pendurada bem aqui de frente. Bolas de natal podem ter nome? Se podem, esta se chama Sueli.

Dezessete, dezoito... hm, eu lembro desta bolinha... parecia que ia ficar linda na árvore mas ficou meio fora de sintonia... era só uma promessa. Hi hi hi, no início do ano eu prometi tanta coisa... caminhar, ler, perder a barriga... é: a bola que não chegou a ser o que eu esperava vai lembrar as promessas de início de ano que eu era pra ter cumprido, mas fingi que esqueci.

Vinte e uma, vinte e epa! Ai, ai, epa! Ufa, quase caiu... imagina se eu quebro mais uma?! Eu não iria me perdoar! Depois de tanta luta pra impedir que ela quebrasse, vai lembrar perfeitamente as minhas provas na faculdade: quando eu pensava que me daria mal consegui dar a volta por cima. Tudo bem que passei por uma recuperação, mas saí dela por cima da carne seca.

Faltam duas... falta uma... pronto! Todos os meus momentos pendurados nesta árvore. Agora o pisca-pisca. Enrola daqui... puxa dali... passa por cima... liga e... voilá! Estrelas que piscaram na minha vida. Uma centena de luzes, uma centena de pessoas especiais. Todas aquelas que tornaram possíveis aqueles momentos. Tanto os felizes quando os tristes.

Que ela fique aí até o ano que vem chegar. Janeiro é hora de desmontar esta árvore e partir para colecionar outras lembranças para a próxima. Enquanto isso, que os meus momentos fiquem ali à mostra para que eu me lembre deles, para que eu me lembre que 2003 foi um grande ano, tão brilhante e bonito quanto uma árvore de natal.

Porta Retratos

Gosto muito de escrever, sabia? Tem até uns loucos por aí que dizem que eu escrevo bem... coitados. Mas o fato é que gostando de escrever, escrevo. E costumo escrever quando vem na telha. Não é em um momento apropriado, tipo "bom, agora eu vou sentar para escrever". As idéias simplesmente surgem do nada e eu fico remoendo aquelas sensações, aquelas vontades, até conseguir ter um lápis e um papel na mão ou então um teclado de computador ao meu alcance.

E então acontece de sair um texto grande em questão de minutos, como se eu já soubesse todas aquelas palavras de cor e salteado e não precisasse pensar em nada, apenas reproduzir o que já estava pronto. E até me assusto com isso às vezes. Mas escrevo. E o que escrevo geralmente é uma reprodução de um momento que estou vivendo.

Portanto, meus textos retratam o que amo. Retratam o que ouço. Retratam o que vejo. Ou, no mínimo, retratam o que sonho, ou o que eu julgo possível de acontecer. Mas que ninguém vá pensar que basta ler tudo o que já escrevi para saber quem sou hoje. Como acabei de falar, cada texto é um instantâneo de um certo ponto no tempo, e assim como meu rosto nas fotos que estão em meus álbuns de fotografias já mudou, o Mário que escreveu os textos de um ano atrás já não é mais o mesmo.

Se minhas idéias não mudaram de direção, ao menos podem ter mudado de intensidade. Tanto para mais quanto para menos.

Ou seja, que ninguém pense que um texto inflamado seja indicação de que eu sou sempre daquele jeito, às vezes ele não passa de uma válvula de escape para sensações que habitam em mim graças a um certo acontecimento.

Acontece com meus textos exatamente o que acontece nas fotos. Uma foto em que estamos chorando não indica que somos pessoas deprimidas. Uma foto em que estamos assustados não indica que somos pessoas com medo da vida. Uma foto em um momento de raiva não quer dizer que somos poços de ira prontos par revidar no primeiro que cruzar nosso caminho.

Já aconteceu de eu publicar um texto vários dias depois de tê-lo escrito. E, no momento de publicá-lo, ver que ele já nem fazia tanto sentido assim, e as sensações que me levaram a pôr aquelas palavras numa folha de papel já há muito tempo tinham se dissipado, mas mesmo assim o texto seguiu em frente e chegou às suas telas.

Depois de pensar nisso tudo, cheguei à melhor definição para o Sarcófago: por ser uma coleção tão grande de instantâneos de emoções, sensações e lembranças, ele não passa de um grande porta retratos de minha vida.