Hot-Sites Diante do Trono

Se você, assim como eu, gosta do trabalho do Ministério de Louvor Diante do Trono, vai gostar da lista de links aí embaixo. Desde o lançamento de Esperança, em 2004, o site do grupo sempre oferece uma área especial para os novos discos - são os chamados hot-sites.

Com o tempo e o lançamento de novos discos estes hot-sites perdem o destaque e, como infelizmente não há links nem no próprio site do grupo, acabam ficando esquecidos. Mas lá fui eu fuxicar e encontrei vários deles, cheios de fotos, links, vídeos, matérias, entrevistas e outros badulaques para divertir qualquer um por horas.

Se você já conhece o trabalho deles, divirta-se. Se não conhece, já não era sem tempo.

Fartem-se, então:

Esperança, 2004.
Ainda Existe uma Cruz, 2005.
Por Amor de Ti, Oh Brasil, 2006.
Por Amor de Ti, Oh Brasil, 2006. (outro link)
Príncipe da Paz, 2007.
A Canção do Amor, 2008.
Tempo de Festa, 2007. (Comemorativo dos 10 anos do grupo)
Com Intensidade, 2008. (Comemorativo dos 10 anos do grupo)
Sem Palavras. (Coletânea instrumental)
DVD Preciso de Ti, 2001.

Enquanto Elton John não chega...

... eu vou me divertindo com minhas últimas aquisições:



Don't Shoot Me I'm Only the Piano Player, Honky Chateau e Caribou foram lançados em 1973, 1972 e 1974, respectivamente, e, sozinhos, dariam um belo Greatest Hits: bastam estes três discos para ouvir Honky Cat, Rocket Man, Mona Lisas and Mad Hatters, Daniel, Crocodile Rock, High Flying Bird, The Bitch is Back e Don't Let the Sun Go Down on Me, entre outras ótimas que não fizeram tanto sucesso.

E só pra lembrar, faltam 34 dias!

Como Nasce Uma Expressão

Como lá na repartição todo mundo era solteiro e ficava fora de casa o dia inteiro, todos os quinze funcionários davam o endereço de lá para suas correspondências, ao invés de dar o endereço de casa. Todo dia sempre chegava alguma coisa.

De todos nós, o André Delgado era o que mais recebia cartas e pacotes. Daí a gente sabia: quando chegava muita coisa num dia só, a gente já sabia: era coisa pra Dé Del.

Como Me Organizei Para Estudar

Desde que escrevi um texto sobre autodidatismo, muita gente tem chegado aqui no Sarcófago procurando por maneiras de se organizar para estudar. Para ajudar esta turma, aqui está o modo como eu me organizei. Claro que eu não cheguei a este formato logo de cara: como quase tudo o que faço, as idéias foram surgindo aos poucos e sendo melhoradas gradativamente, até se tornarem o que são.

Com a minha mudança de emprego e de cidade, e ainda mais com o casamento, não é mais possível seguir estes horários, mas ainda assim acho que vale a pena compartilhar.

A primeira coisa que fiz foi definir as minhas áreas de estudo, como se fossem cursos, ou então matérias diferentes em uma faculdade. Foram quatro: pós-graduação, qualidade de projeto, qualidade de código e redes.

Pós-graduação não inclui apenas as matérias que estudo regularmente no curso, mas também a leitura do blog The Database Programmer e do livro Data Access Patterns, duas fontes excelentes de informação útil. Além disso, qualquer outra pesquisa relacionada com banco de dados entra nesta área.

Em qualidade de projeto estão englobados os estudos em três livros diferentes, todos eles tratando de assuntos relacionados a análise de sistemas e o desenvolvimento de soluções mais elegantes e eficientes: o essencial e obrigatório Design Patterns, mais o Explicando Padrões de Projeto e o Multi-Paradigm Design.

Já em qualidade de código, como o próprio nome já dá a dica, estão os meus estudos visando a melhoria da minha capacidade de programar. Não é apenas uma questão de aprender mais macetes das linguagens que conheço, mas principalmente de aprender métodos de escrever código mais claro e mais organizado, o que transcende linguagens. Para isso uso os livros Code Complete e Refatoração.

Por fim, em redes estão os meus estudos de redes de computadores com o livro que comprei e a criação de textos para o Vovó Viu a Rede.

Depois de definir estas áreas de estudo, parti para ver quanto tempo eu tinha disponível para estudar. Dei uma analisada e vi que poderia tirar duas horas e meia por dia, quatro dias por semana, para estudar, o que dava um total de dez horas semanais de estudo.

Em seguida defini a importância de cada área e distribuí o tempo de cada uma delas. A pós, claro, pegou mais tempo: 50%, ou cinco horas. Qualidade de código e qualidade de projeto pegaram, cada uma, 20% do tempo, ou duas horas. Por fim, os estudos de rede pegaram os 10% restantes, uma hora (o que explica o ritmo lento de posts no Vovó Viu a Rede).

Estas horas foram então distribuídas pela semana e eu procurava sempre seguir minha organização. Claro que não era sempre que eu conseguia, e tampouco eu tomava isso como uma lei a ser seguida à risca: chopes com amigos sempre tinham vez.

Enquanto eu ainda morava em Cachoeiras e trabalhava em Nova Friburgo, eu tinha bastante tempo de sobra para outras coisas e, portanto, estes horários de estudos funcionavam bem. Hoje, morando em Niterói e trabalhando no Rio de Janeiro, já não está tão fácil assim e preciso me reorganizar. Mas espero que meu exemplo ajude aos que chegam aqui no Sarcófago procurando por maneiras de alinhar seus horários.

Bueiro Botando Água Pelo Ladrão

É isso que acontece quando a rede de escoamento de água não aguenta o tranco:



Há uma explicação aqui.

Faz-me Rir, Google

Segue aqui uma nova coletâneas de pérolas que fazem alguns gênios caírem de para-quedas aqui no Sarcófago.

Primeiro, mais alguns jeitos de escrever Elton John: Eltom Johm, eltonjon, elton dhon, Elthon Jhon.

Depois, uma das melhores pérolas. Da outra vez que fiz uma coletânea dessas, eu escrevi o nome de Michael Jackson de um jeito diferente, todo errado. E teve uma sujeita que chegou aqui procurando exatamente isso: maicon géquiçon. Terrível.

Agora a nata da nata:

Musica toca no interior da princesa Diana
Como assim? O cara conseguiu confundir enterro com interior? Eu não acredito! O que você quer está aqui, filho.

celine john é irmã de elton john?
Sim, assim como o Bryan Adams faz parte da Família Adams, aquela do filme.

como abrir firma para outra pessoa
Taí mais um que não entende patavinas de cartório. Se pra abrir firma a pessoa tem que deixar a própria assinatura lá no cartório, como é que outra pessoa vai fazer isso? Só pode estar querendo ser preso por falsidade ideológica.

como escrever em espanhol no teclado brasileiro
Muchacho, o espanhol e o português usam o mesmo alfabeto, é só apertar as teclas na ordem certa.

como e o nome daqueles coraçoes que seguem a setinha do mouse
O nome dos corações seria corações, seu viadinho.

Baixar cd Elton John grates
Isso é fácil de encontrar. Procure nas comunidades sobre o Elton John no Orkut que você encontra fácil. Tem como baixar dicionários também!

Molusco onde eles vivem?
Na água! Já o Lula Molusco é vizinho do Bob Esponja que, por sua vez, mora num abacaxi.

loja da vivo em Cachoeiras de Macacu
Nem queira. Só me aborreci por lá. É uma das lojas que me fazem ter certeza de que Cachoeiras tem um comércio merda. Ainda vou contar essa história.

emoçao para setinha do mause
Alugue Titanic ou A Lista de Schindler para ela assistir. Tenho certeza de que ela ficará emocionada. Mas ficará ainda mais se você aprender um pouco de ortografia brasileira e americana.

como fazer para trabalhar em um cartório
Não faça isso pra sua vida! NÃO FAÇA ISSO PRA SUA VIDA! Vá ser gari, puta, limpador de bunda de elefante, mas isso não! Ninguém merece a Corregedoria!

como inserir caracteres junto ao nome para o perfil no orkut
Sua besta, se você já digitou seu nome, já sabe como inserir caracteres!

porno cachoeiras de macacu
Compre material de construção na Sanitária Cachoeirense. É uma putaria que só, de fazer a Bruna Surfistinha corar.

http://www.como se escreve vovo em japones/
Puts, essa foi genial! Vou lançar o site www.eusouumabestaquadrada.com.br e ficar milionário com ele!

elton john sempre foi gay?
Não, antes de nascer ele ainda não tinha se decidido sobre o assunto.

loja de materiais de construção em cachoeiras de macacu
Outro que quer sofrimento para a própria vida. Como tem masoquista nesse mundo! Faz isso não, rapaz!

livro adicional eletrônico tem que enviar final de semana?
Na minha época de cartório tinha sim, mas graças a Deus não tenho mais que sofrer com as gracinhas da Corregedoria. Portanto, que se dane.

red tube com vovós
Tarado! Indecente! Gerontofilíaco!!! Pelo menos eu aprendi que esta palavra existe.

topologia o qué
Acabamos de assistir à criação de uma nova contração na grafia do português. Depois da crase, agora você pode juntar duas letras "E" em uma só e colocar o acento. O qué muito prático.

como colocar mais caracteres no word
Esse deve ser irmão do cara que quer saber como escrever em espanhol no teclado em português e primo do cara que quer colocar uma letra depois do nome no Orkut.

Falar Inglês

Na área de informática, muita informação boa que se encontra por aí está em inglês. Apesar de muitos bons programas já terem versões em português, os grandes fóruns, as documentações mais atualizadas, os melhores livros, todos estão na língua da rainha. Só para citar um exemplo, dois livros de informática que tenho não têm versão em português, e tive que importá-los. O que seria de mim sem o inglês?

Parêntese: antes que digam que sou um abastado que tenho dinheiro a rodo para gastar com livros importados, saibam que já importei um livro que, com o frete, saiu mais barato que uma edição nacional.

Voltando ao assunto, daí vem a pergunta: profissionais de informática têm obrigação de falar inglês? E, principalmente, professores de cursos de tecnologia têm obrigação de falar inglês?

Não nego que uma pessoa possa trabalhar, conseguir um bom emprego e se dar bem nele sem falar inglês, mas eu vejo o domínio do idioma como uma coisa básica, que todos os que são da área deveriam buscar aprender.

Pergunto isso porque há uns meses estava eu tendo aula de modelagem de dados na pós graduação quando a professora leu "having" falando "rêivin" e não "révin", e também leu "Blake" como se fosse "black".

Confesso que fiquei perplexo quando vi minha professora falando errado. Primeiro porque ela é (ou deveria ser) uma pessoa altamente qualificada, já que está dando aula em uma pós graduação, e segundo porque, puta merda, em se tratando do "having", ela está lidando com sua ferramenta de trabalho! O mínimo que se espera é que ela fale o nome certo das coisas. Ao falar errado uma coisa tão básica, ela propaga o erro para os seus alunos, que correm o risco de saírem por aí repetindo a bobagem.

O que me parece pior é que as pessoas simplesmente não querem aprender a falar inglês, argumentando que é difícil, que acham chato, ou simplesmente que não conseguem, por mais que tentem. Pra mim, saber falar inglês é obrigação de quem está numa área em que todo o material original produzido está nesta língua.

Tradução da Entrevista no Elton John All Song List

Como me pediram lá no Orkut, aqui está a tradução da entrevista que dei ao blog Elton John All Song List:

O Dia do Fanático: Um dos maiores fãs do mundo... Mário Marinato

Este domingo temos um convidado especial. Ele é do país do qual temos falado esta semana, é claro. E é um dos maiores. Seus pensamentos, seus comentários sobre Elton, bem construídos e explicados de forma interessante: Mário Marinato. Bem vindo ao AllSongsList e obrigado por aceitar o convite.

Mas primeiro... você poderia nos contar, por favor, quem é você e de onde você é?


Eu sou Mário Marinato, da cidade de Cachoeiras de Macacu, no Estado do Rio de Janeiro. Sou analista de sistemas e escritor, já tendo publicado dois livros. Tenho 28 anos, sou recém-casado e, inspirado por Elton John, estudo teclado.

Legal! Quando você se tornou um fanático? Você lembra da primeira vez que ouviu Elton John? O que o faz comprar sua música?

Tudo começou quando vi O Rei Leão pela primeira vez, dois anos depois de seu lançamento. Naquela época eu tinha 16 anos. Eu adorei as músicas e quando descobri que havia um disco à venda, eu comprei o meu assim que pude. Quando levei o cd para o trabalho, um colega disse que tinha um cd do Elton John em casa: era o Love Songs, de 1995. Nós escutamos e eu gostei tanto dele que comprei-o também. Algumas semanas depois o mesmo cara pegou com um amigo outro disco do Elton John: desta vez era o The Very Best of Elton John, de 1990, que eu gostei ainda mais e comprei também! Alguns meses depois The Big Picture foi lançado e eu logo comprei o meu. Até hoje, este é um dos meus discos favoritos.

Em 1997, graças ao que aconteceu à Diana e ao grande sucesso da música Candle in the Wind 1997, um canal de TV brasileiro exibiu dois especiais com dezenas de clipes do Elton, os quais eu assisti, é claro. E então, dois clipes realmente me deixaram animado: o primeiro foi o de Believe, porque esta era uma música que eu tinha gostado quando tinha ouvido a primeira vez, mas nunca tinha me preocupado em saber quem cantava. O outro foi a versão de Your Song da turnê australiana de 1986. Eu adorei o jeito que Elton John mudou a música nos últimos versos e decidi que tinha que ver o show completo. Alguns meses depois eu consegui vê-lo e então cheguei à conclusão de que as suas músicas eram tudo o que eu queria ouvir para o resto da minha vida.

Desde então, meu encanto e admiração por seu trabalho só cresceram. Eu acho que ele é um excelente pianista, músico, cantor, showman e compositor. Não há outro artista cujas canções me emocionem tanto. Ele tem tantos discos, tantas músicas, e eu raramente não gosto de alguma. Eu gosto até mesmo de Victim of Love, que é um disco que muitos acham que é o seu pior.

Uau!! Qual é o seu item relacionado ao Elton que você mais gosta, por ser difícil de conseguir ou pela alegria que sentiu ao consegui-lo?

Bem, há duas coisas que sou feliz por ter: a primeira é o disco d'O Rei Leão. Eu gosto demais dele e nunca o emprestaria a alguém. A outra coisa é a versão de luxo do DVD Elton 60, que eu comprei na Amazon.com, porque aqui no Brasil só foi lançada uma versão simples. Foi caro, mas valeu cada centavo.

Ah, o que podemos encontrar no seu site sobre o Elton, em www.therocketman.hpg.com.br?

No meu site você encontra uma biografia, letras de todos os seus discos, algumas fotos e as traduções dos livretos que vêm com os discos. Eu não o atualizo desde 2002 porque muita coisa mudou na minha vida e não tive mais tempo para isso. Ainda assim, tenho planos de fazer uma grande atualização nele, deixando-o com um visual mais claro e limpo, com novas tecnologias e até mesmo mudá-lo de endereço.

Esperamos por isso. Certo. Como foi ver Elton pela primeira vez e a quantos shows você já foi? Você já ficou na primeira fila?

Ver Elton pela primeira vez? Oh, Deus, eu nunca o vi ao vivo! A primeira vez que ele veio ao Brasil foi em 1995, quando eu nem sabia quem ele era (e mesmo que soubesse, eu era muito novo para ir). Felizmente, há dois shows dele agendados aqui no Brasil para janeiro próximo, e meu ingresso para o show no Rio de Janeiro já está comprado! Como não há lugares marcados e os que chegarem primeiro pegarão os melhores lugares, vou tentar chegar lá cedo e ficar o mais perto possível do palco. Se você conseguir ver algum vídeo do show, procure por uma bandeira do Brasil: pode ser a minha! Será um sonho realizado e não consigo descrever como estou ansioso!

Você vai se divertir, com certeza!!! Como é ser um fanático no seu país? Quais são as preferências musicais do brasileiro? Qual é o lugar do Elton lá?

Quando o assunto é comprar discos é muito difícil, porque seus os não estão em catálogo. Se você quiser, por exemplo, Goodbye Yellow Brick Road ou Caribou, você tem que comprar discos usados ou importar. Nos últimos anos, com o avanço da internet aqui e com o surgimento de sites como o Orkut, eu pude fazer muitos amigos e compartilhar opiniões e histórias, o que é muito bom.

Sobre o gosto musical do brasileiro, acho que na média ele está piorando. A qualidade da música tocada nas rádios e na TV geralmente é fraca, musical e liricamente falando. Artistas como Elton John, Celine Dion e Andrea Bocelli estão lentamente perdendo seu espaço, ano após ano. Muitas pessoas os vêem como velharias e música ruim.

Só para te dar um exemplo, o último disco de estúdio do Elton, The Captain & The Kid, teve uma prensagem inicial de apenas 5000 cópias! Nas rádios que ainda tocam suas músicas, você geralmente ouve apenas as mesmas sete ou oito músicas: Skyline Pigeon, You Gotta Love Someone, Rocket Man, Sacrifice, I Guess That's Why They Call it the Blues, Don't Let the Sun Go Down on Me, Little Jeannie e Nikita. Eu gostaria muito que eles tocassem algumas de suas músicas mais novas, como Tinderbox, Original Sin ou I Can't Keep This From You.

Entendo... Elton fez muito sucesso no Brasil entre 1972 e 1975, e seus lançamentos alcançaram as paradas. Skyline Pigeon, The Ballad of Danny Bailey (1909-34), Goodbye Yellow Brick Road, One Day at a Time... todas fizeram sucesso. Há lançamentos especiais, edições especiais de discos, no Brasil? Que coletânea você recomendaria? Como você avalia o sucesso de Elton no Brasil, mesmo que, infelizmente, ele não tenha ido aí muitas vezes?

Nos anos 70 e 80, houveram alguns lançamentos especiais, inclusive coletâneas. Há uma, chamada A Arte de Elton John, que incluía até mesmo algumas músicas não tão famosas assim, como Chameleon, Donner Pour Donner e I Heard it Through the Gravepine. Mas recentemente nós não temos visto nenhuma edição especial. Alguns de seus discos mais recentes eu importei porque suas versões especiais não foram lançadas aqui: Songs From the West Coast, Greatest Hits 1970-2002 e Peachtree Road. E é isso que eu vou fazer com o DVD The Red Piano, porque sua edição brasileira não vai incluir o CD bônus.

Há duas coletâneas recentes que eu recomendo a quem quer comprar um disco do Elton John: a primeira é Greatest Hits 1970-2002, que inclui a maioria de suas melhores canções. A outra é The Rocket Man, seu último disco, que teve uma versão específica para o Brasil, incluindo Skyline Pigeon, seu maior sucesso por aqui.

Como sua gravadora não o promove aqui, muitas pessoas pensam que ele já morreu! Outros me perguntam se ele é daquele tipo de artista que faz apenas um ou dois shows por ano. Espero que depois dos shows de janeiro as pessoas prestem mais atenção nele e que as rádios toquem mais suas músicas.

Esperamos que sim!!! Recentemente soubemos dos novos projetos de Elton para o ano que vem, e foi uma surpresa ver como ele está em forma, preparando concertos com uma orquestra, com Billy Joel ou Ray Cooper, e, ao contrário do que pensávamos, ele está novamente pensando em gravar um novo disco. Que tipo de disco você espera e que tipo de show você acha que ele deveria fazer, incluindo o formato do show e seu set-list preferido?

Eu adoraria ter um disco de rock. Ouçam o que ele fez com Ann Wilson na nova versão de Where To Now, St. Peter? e você vai ver como ele pode fazer isso bem. Que tal um novo 17-11-70? Eu adoraria ouvir músicas como The Wasteland, I'm Still Standing e Love is a Cannibal tocadas por uma banda de baixo-piano-bateria.

Se eu pudesse definir o set-list de um show ao estilo 17-11-70, eu incluiria muitos de seus rocks: The Wasteland, I'm Still Standing, The Bitch is Back, 16th Century Man, Pain, Street Kids, Grey Seal, Lady Samantha, January, Levon, Crocodile Rock, Saturday Night's Alright for Fighting, I Just Can't Wait to Be King, Hard Luck Story, Meal Ticket, Pinball Wizard e, é claro, Love Lies Bleeding / Funeral for a Friend.

Este com certeza seria um ótimo set-list. Olhando para trás, Elton e Bernie fizeram músicas de vários estilos, do pop puro ao rock clássico, passando pelo country, reggae ou disco. Qual seria o segredo de seu sucesso mundial? Porque, afinal, eles fizeram pelo menos uma música clássica a cada ano. Qual o papel de Bernie no sucesso de Elton?

Eu nunca serei capaz de explicar seu segredo. É uma das coisas que acontecem uma vez na vida: apenas acontece e você só tem que agradecer por ter a oportunidade de ouvir o som que vem dali. É incrível como eles podem fazer uma música do nada, em poucos minutos, e quando ouve, você já sabe que é algo memorável.

Mesmo que muitas pessoas nem saibam que Bernie exista, com certeza ele tem um papel importante nesta história. Para aqueles que têm sorte e entendem as letras, é muito legal pegar na mão de Bernie e viajar para os mundos imaginários aonde ele te leva. Indian Sunset, Ticking e Turn the Lights Out When You Leave são alguns dos melhores exemplos de sua criatividade incrível. Como escritor, eu dou muito valor ao que Bernie consegue fazer com as palavras, mesmo que às vezes eu não consiga entender o que ele quis dizer (The Emperor New Clothes e The One são bons exemplos disso).

Finalmente, você poderia me dizer suas cinco canções favoritas, para a minha lista?

Como todo mundo diz, é um pouco difícil fazer isso, mas aqui estão elas:
1 - Circle of Life
2 - Believe
3 - Don't Let the Sun Go Down on Me
4 - I Don't Wanna Go On With You Like That
5 - Someone Saved My Life Tonight

Muito obrigado. Você gostaria de falar alguma coisa a mais, ou dar uma sugestão, ou dar um recado aos outros fãs?

Uma última coisa que quero dizer é que gosto muito do seu blog! Adoro ler as entrevistas e as histórias sobre os discos e as músicas. Foi um prazer ser entrevistado para o Dia do Fanático. Continue assim!!

O prazer foi meu em te entrevistar, e estou feliz que você goste do blog. Obrigado pelas palavras gentis, e curta seu primeiro show, Mário. Eu realmente gostei desta conversa. Se cuide.

Entrevista com o Mário

O blog Elton John All Song List dedicou uma semana para falar do Brasil e eu fui entrevistado. Acho que vocês vão gostar de ler.

Se quiserem, posso traduzir aqui.

Crônica: Sem Escalas

- Filho, venha cá com o seu pai.
- Diga aí, Deus.
- Respeito, rapaz.
- Desculpe, meu Senhor, mas é que eu já estou praticando o vocabulário da minha morada terrestre.
- Sim, eu sei, e é sobre isso que quero lhe falar.
- Pois não, meu pai. O que se passa?
- Aconteceu um problema lá embaixo. A sua futura mãe terrestre, como você sabe, não estava muito feliz por ter engravidado.
- Sim, eu sei.
- Então ela e o namorado tomaram uma decisão problemática. Ela optou por um aborto.
- Hein?!
- E isso significa que você não vai mais nascer.
- Puxa, Deus, não tem como arranjar outro bebê para eu encarnar?
- Você sabe que não, filho...
- E o que vai ser de mim, então?
- Bem, vou fazer contigo assim como faço com os outros que sofrem do mesmo mal: te mandar para o paraíso, sem escalas. Você perde os prazeres de ser gente mas também não corre o risco de ir parar na morada de Lúcifer.
- Tudo bem, então. Mas, explique-me uma coisa, meu Pai.
- Diga filho.
- Por que não usar teu poder para impedir estas coisas?
- Ora meu, filho, apesar de muitos acharem que não, o livre-arbítrio também tem seu lado ruim...

Um Retorno?

Pois bem, depois de umas semanas sem atualização, cá estou de volta à frente de um teclado. As leitoras que me conhecem e que sabem da minha vida podem testemunhar a meu favor pois conhecem o motivo que me manteve afastado nos últimos dias: o matrimônio.

Sim, no último sábado eu e a patroa unimo-nos. Por isso, não tenho tido tempo para mais nada a não ser agitar os preparativos para o casório e as consequentes mudanças. Mas agora parece que as coisas estão começando a se acomodar em seus devidos lugares, e eu passando a me acostumar com a nova rotina.

Acho que não vai ser mais possível manter o ritmo de atualizações que eu vinha mantendo este ano, de praticamente um post a cada dia útil, mas acredito que não vou mais abandonar o Sarcófago por tanto tempo assim.

Vou tentar manter uma certa frequência, três posts por semana talvez, mas é certo que o blog vai receber um pouco menos de atenção, para que eu possa dar mais atenção às coisas que realmente importam: a casa e a patroa.

Os trechos do livro O Pecado de Todos Nós continuam, os artigos sobre informática continuam, uma leva de novas crônicas vem por aí, e sigamos em frente.

O Pecado de Todos Nós - Capítulo Três - Parte Cinco

(capítulo três, parte cinco)

Quando chegamos em casa naquele primeiro dia da chuva, Jean correu para mim e disse:

- Pete, os pássaros voltaram!

Nós, homens, não havíamos reparado que os pássaros tinham desaparecido, pois estávamos por demais aflitos. Mas quando olhei pela janela da sala, vi que a terra marrom estava cheia de pardais e melros e outras aves migradoras. Estavam muito ocupados, arrancando minhocas da terra e gritando ao crepúsculo úmido e saltitando por ali numa espécie de atividade febril. Não sei por que, só ao vê-los eu me animei e meu terror particular diminuiu.

Os olhos-d'água tinham reaparecido, mas não podíamos deixar o gado ir beber neles. Como se impostas por alguma força malévola as pragas continuavam a crescer, exibindo flores estranhas, vermelhas e amarelas, e imensos espinhos. Abundavam nos olhos-d'água, envenenando-os. Naquela noite, levamos o gado até ao riacho turbulento e deixamos que bebessem até se fartarem, vigiando-o com cajados pesados, com medo de que quisessem comer as ervas. Mas não foi preciso afastá-los. Eles olhavam para as ervas com o mesmo medo que nós, e se amontoavam para evitar pisar nelas.

As chuvas continuaram. Quando cessavam, por uma ou mais horas, sentia-se um cheiro estranho na terra. Pairava no ar como uma neblina mortal. Saímos para procurar a origem. Eram as ervas que o desprendiam, e quando nos aproximamos mais - elas agora estavam invadindo os nossos gramados, além dos campos - o cheiro nos sufocava, obrigando-nos a tapar o nariz. Era a própria essência da corrupção. Víamos o colorido daquelas flores monstruosas e de suas folhas espinhentas e de um verde escuro até onde a vista alcançava. Quando, depois de uma semana mais ou menos, as gavinhas compridas e esfiapadas alcançaram as nossas janelas, balançando-se como tentáculos, Jean soltou um grito de horror e ela e minha mãe e Lucy juntaram as crianças em volta de si, protegendo-as com seus corpos.

Dez de nossas melhores vacas morreram em uma só noite, quando as ervas alcançaram as paredes de nossa casa e os nossos estábulos. A metade de nossas galinhas morreu, sem motivo aparente. Depois cavalos adoeceram, e morreram antes do amanhecer. Os porcos olhavam para seus cochos e davam as costas. Podia-se ver as costelas em seus corpos esqueléticos.

Os jornais mencionaram, de passagem, que houvera uma infestação de pragas "naquela região".

Não sabíamos então que essas ervas daninhas tinham aparecido em todos os países, no mundo inteiro. "No entanto", disse um porta-voz, "os arados e um cultivo vigoroso as destruirão. Os botânicos estão intrigados. Amostras estão sendo enviadas às pressas para Washington. Mas isso aconteceu apenas nesta região".

***


Continua...
O início

Piada: Obama e McCain na Barbearia

De algum jeito, John McCain e Barack Obama foram parar na mesma barbearia.

Lá sentados, com um barbeiro atendendo a cada candidato, não se falou palavra. Os barbeiros temiam iniciar qualquer conversa pois poderia descambar para discussão política.

Terminaram a barba de seus clientes mais ou mesmo ao mesmo tempo. O barbeiro que tinha McCain em sua cadeira estendeu o braço para pegar a loção pós-barba, no que foi interrompido rapidamente por seu cliente.

— Não obrigado, minha esposa Cindy vai sentir o cheiro e pensar que eu estava num puteiro — disse McCain.

O segundo barbeiro virou-se para Obama.

— E o senhor? — indagou.

E Obama respondeu:

— Vá em frente, minha esposa Michelle não sabe como é o cheiro dentro de um puteiro.

***


Recebi do C@T

Elton John

Como tem gente que não acredita que eu tenho muita coisa do Elton John, e até mesmo que eu não seja realmente fã do cara, bem... aí está:





Vinis: Duets, Greatest Hits, Captain Fantastic and the Brown Dirt Cowboy, Too Low for Zero, Leather Jackets, Ice on Fire, Sleeping With the Past, Reg Strikes Back, Rock of the Westies, Live in Australia

DVDs: Goodbye Yellow Brick Road, Dream Ticket, One Night Only, Watford 2006, Two Rooms, Elton in 2002, To Russia With Elton, Barcelona, Elton 60

CDs, primeira fila: Empty Sky, Elton John, Tumbleweed Connection, 17/11/1970, Madman Across the Water, Honky Chateau, Don't Shoot Me I'm Only the Piano Player, Goodbye Yellow Brick Road, Captain Fantastic and the Brown Dirt Cowboy, Rock of the Westies, Here and There, Greatest Hits Volume 2, A Single Man, The Complete Thom Bell Sessions, Victim of Love, 21 at 33

CDs, segunda fila: Too Low for Zero, Ice on Fire, Live in Australia, Reg Strikes Back, Sleeping With the Past, The Very Best of Elton John, The One, Rare Masters, Two Rooms, Duets, The Lion King, The Lion King on Bradway, Made in England, Love Songs, Tributo a Elton John

CDs, terceira fila: The Big Picture, single Candle in the Wind 1997, Aida, Aida Demo, The Muse, The Road to El Dorado, One Night Only, Songs From the West Coast, single I Want Love, Greatest Hits 1970-2002, Peachtree Road, The Captain and the Kid, Live from Rose Theater, Rocket Man, Elton 60.

Não estão aí a camisa, dois pôsteres e o mouse pad.

Os Trapalhões Profetas

Vi esta no blog do Virunduns. Em um programa de 25 anos atrás Os Trapalhões fizeram uma brincadeira no tempo, numa esquete que mostrava como seria a vida deles em 2008.

O "repórter" que apresenta o vídeo é um pouco sensacionalista mas, ainda assim, o vídeo é impressionante. Confiram:

Pérolas dos Meus Colegas de Trabalho Geniais

- Mário, minha impressora deu problema e parou de imprimir.
- Tá com papel?
- Ih, não.

***


Leia mais histórias dos meus colegas de trabalho geniais

Mosaico Textual do Sarcófago

A convite do meu camarada Tiago Frossard, fui lá no site Wordle, chapei o endereço aqui do Sarcófago e tive à minha frente um mosaico com as palavras que mais usei recentemente. É este aqui ó:



O tamanho da palavra indica a quantidade de vezes em que ela aparece. Com isso, qualquer um vê que as 50 semanas de rock são o assunto mais recorrente aqui dos últimos dias.

Interessante, não?

Dúvida

Por que as pessoas não entendem que saber fazer bem uma coisa não significa ser obrigado a fazê-la?

50 Semanas de Rock - Rainbow

Eu nunca tinha ouvido falar de Rainbow até inventar essa história de 50 Semanas de Rock. Se não fosse pela valiosa opinião de amigos e desconhecidos da comunidade de rock no Orkut, ela passaria longe da lista. Graças a Deus ela entrou, porque é o tipo de som que eu gosto de ouvir.

Rainbow não tem músicas, digamos, espetaculares e históricas (como Stairway to Heaven, Sultans of Swing ou Smells Like Teen Spirit), mas ainda assim não faz feio. É o tipo de banda que desce muito bem.

Como de costume, baixei três discos. O primeiro deles foi Long Live Rock'n'Roll, que tem bons momentos: Gates of Babylon e Kill the King têm solos maneiros e L.A. Connection tem até umas porradinhas de piano, o que a faz ganhar pontos fáceis comigo.

O segundo disco, Rising, também é muito bom. Sturstruck, por exemplo, tem um solo comparável aos melhores momentos de Eric Clapton, e a frenética A Light in the Black tem um ritmo alucinate. O único problema do disco é ser muito curto: apenas seis músicas e trinta e três minutos de duração.

O terceiro e último é um greatest hits, que tem algumas músicas dos dois outros discos, e mais uma batelada de outras. Algumas boas pra caceta, como I Surrender e Catch the Rainbow. Stone Cold, então, tem um solo maravilhoso.

Como eu disse, Rainbow não tem músicas no nível de espetaculares, mas é o tipo de banda que merece ser escutada por quem curte rock. Os caras eram bons, e recomendo sem medo.

***


Veja a lista de bandas que fazem parte das 50 semanas

Estilos Musicais e Idiomas

Você já reparou que certos estilos musicais só prestam se forem cantados em uma determinada língua, e que todas as tentativas de gravá-los de outra forma sempre resulta em músicas fracas, feias e, em certos casos, até mesmo ridículas?

Samba só em português brasileiro, fado só em português de Portugal, ópera só em italiano, tango só em espanhol, ritmos africanos só em línguas africanas, cantos indígenas só em tupi guarani, e por aí vai.

50 Semanas de Rock - Raimundos

Nos idos dos meus quinze anos, aproximadamente, eu conheci os Raimundos. Seu primeiro disco, mais especificamente. E simplesmente viciei: sabia praticamente todas as letras de cabo a rabo (e ainda lembrava de muitas delas até recentemente), fiz uma cópia em fita K7 para ouvir do walkman (sim, naquele tempo ainda não haviam inventado os mp3 players, crianças), e achava tudo o máximo, principalmente por causa da quantidade de merda que eles falavam.

Eu não gostava porque o som era bom ou porque haviam solos fuderosos. Eu nem me lembrava de nada disso. Eu gostava porque eu nunca havia ouvido uma banda cantar loucuras como "do meu pau eu faço a manivela, que toca na buceta dela e tira o carro do sertão" ou refrões poéticos como "não, não é assim que se fode, não". Era pura rebeldia.

Reencontrar o primeiro disco deles - simplesmente chamado Raimundos - foi uma deliciosa viagem no tempo. Só que desta vez com ouvidos maduros, que sabem prestar atenção no que há por trás de tantos palavrões. E, rapaz, que disco Foda, assim mesmo, com f maiúsculo. Escondido sob uma montanha de putarias e besteiras está, talvez, o melhor heavy metal que já foi feito no Brasil. Aliás, com tanta baixaria o Raimundos conseguiu sintetizar com precisão a velha máxima de "sexo, drogas e rock'n'roll".

Incrível, mas consegui gostar do mesmo disco duas vezes por motivos diferentes. A mistura de rock com música nordestina ficou fenomenal. Talvez seu único pecado seja ter músicas repetidas.

O segundo disco, Lavô Tá Novo, também é muito bom, apesar de ter alguns momentos que parecem ter sido mais planejados, visando agradar a um público maior e se tornar mais comercialmente viáveis. É o caso, por exemplo, I saw you saying (That you say that you saw). Ainda assim, ele é recheado de bons rockões pesados e com letras divertidas. A que mais gostei deste disco foi Tá Querendo Desquitar. Talvez seja a minha favorita deles.

Se o segundo disco mostrava uma busca de formatos mais comerciais, o último da banda com a formação original, Só no Forevis, soou pra mim um trabalho vendido, sem um cheiro daquela coisa porra-louca do primeiro. Pra mim é um disco praticamente descartável e insosso.

Como eu gostei para caralho da banda, depois vou baixar os outros discos para ver se eles lançaram outras coisas boas como primeiro e o segundo, ou se a qualidade foi diminuindo. Mas uma coisa é certa: se você quer ouvir rock de primeira linha, ouça pelo menos os dois primeiros. Afinal de contas, se tirar deles as letras que parecem ter sido feitas para chocar, você terá a melhor banda de rock do Brasil.

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Veja a lista das bandas que fazem parte das 50 semanas

Clipes e mais Clipes

Eu não curto muito clipes, mas tenho certeza de que minhas leitoras que gostam de clipes e músicas dos anos 80 vão adorar conhecer o site 80's Music Vids

50 Semanas de Rock - Rage Against the Machine

A semana do Rage Against the Machine começou tendo um péssimo ponto contra: era minha primeira semana de vida nova no Rio de Janeiro, com casa nova, emprego novo, rotina nova, etc. e tal. No meio de tanto corre-corre, afobação e cansaço, acabei não dando muita atenção para a banda.

Apesar de ter pego seis discos da banda com meu amigo Thiago, eu só ouvi três deles, que, pra falar a verdade, nem lembro mais quais são. Acho que foram o The Battle of Los Angeles, o auto-entitulado Rage Against the Machine e o Renegades.

De qualquer maneira, o som dos caras é interessante pra caceta. É uma mistura de rock com funk americano que eu nunca tinha ouvido antes. Muito foda mesmo.

Só que, não sei se foi a correria e a tensão dos primeiros dias, ou se houve algum problema no meu mp3 player, mas o fato é que parece que passei a semana inteira ouvindo as mesmas oito ou nove músicas. E daí eu enjoei rápido. No final das contas, eu já nem queria mais ouvir nada, pois tinha a impressão que a cada esquina eu ouvia "all of which are american dreams", parte da letra de uma das músicas.

Se você nunca ouviu, recomendo com força que você procure alguma coisa deles para ouvir, porque é bom pacas. Eu mesmo, daqui a um tempo, vou ouvir de novo, para poder realmente saber quais são as músicas boas e ouvir os discos que ficaram jogados num canto do meu HD.

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Veja a relação de músicas que fazem parte das 50 semanas.

O Pecado de Todos Nós - Capítulo Três - Parte Cinco

(capítulo três, parte quatro)

Como um possante coro fazendo eco a suas palavras, ouviu-se o ruído do trovão da primavera e, de repente, o Sol desapareceu e a luz na sala tornou-se acizentada. Os fazendeiros levantaram-se e olharam para as janelas.

Lester Hartwick riu, feliz, e gritou:

- Olhem, vai chover, afinal! George, seu velho Jeremias, vai chover!

E choveu mesmo. De repente, as janelas tornaram-se cataratas prateadas e os relâmpagos faiscavam e o trovão sacudia o ar A rua lá fora desapareceu numa torrente; de alguma janela, parcialmente aberta, vinha o cheiro de terra molhada e a frescura da vida. Os fazendeiros soltaram gritos de alívio e de alegria, dando tapinhas nas costas do meu pai falando delirantemente em começar a semeadura dos campos.

A chuva caía e nós ficamos olhando, apinhando-nos nas janelas. Os riachos secos haveriam agora de correr e os rios subiriam. Olhei para o meu pai, mas ele não estava sorrindo. Ele disse:

- A terra não morrerá. A chuva salvará as árvores sem frutos, mas é tarde demais para as frutíferas. A sentença de morte ainda está conosco.

Ouvimos pelo rádio naquela noite, que a chuva caía como um dilúvio no mundo inteiro. E pela primeira vez soubemos que a seca tinha sido mundial.

Choveu durante muitos dias e os fazendeiros aravam a terra, alegres, cantando, e semeavam suas plantações e erguiam os rostos para os céus escuros e molhados. No mundo inteiro choveu e o Sol cruel desapareceu por muito tempo. As florestas se retemperaram e os rios se despejavam por toda parte.

Mas o trigo não nasceu e as árvores frutíferas, embora verdes com jade, não tinham flores, e a terra inundada não verdejou de capim. Continuou sem vida, a não ser pelos alqueires e mais alqueires cheios de ervas venenosas. As verduras não cresciam, embora as flores brotassem por toda parte - flores que nem os homens nem os animais podiam comer.

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Continua...
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Mitos da Faculdade de Análise de Sistemas: Word, Excel e Corel Draw

O que não falta por aí é gente que pensa que numa faculdade de análise de sistemas a gente aprende a mexer em Word, Excel, Corel Draw e afins. As pessoas pensam que a faculdade é um cursinho de informática mais difícil. Tem como ser mais distante da verdade do que isso?

Pois é, mas acontece.

Coisa que encontro com uma freqüência assustadora é gente - muita gente mesmo - que vem falar comigo e manda a pergunta:

- Mário, você que fez faculdade de informática, me diz aí, eu tô com um problema no meu Power Point... a animação de um slide pra outro não tá funcionando, o que pode ser?

Daí, quando eu digo que não sei mexer muito no Power Point (é sério, eu não sei mesmo), as pessoas ficam indignadas, como se minha ignorância fosse pecado:

- Pô, mas você fez faculdade e não sabe isso?

Tenho que perder um bom tempo, então, tentando explicar pro caboclo que dezenove não é vinte, que conversa de malandro não faz curva e que, em faculdade de análise de sistemas, não se estuda Power Point. E, pra piorar a situação, tem gente que sai sem entender.

Outra coisa que aconteceu foi de gente no primeiro período do curso que ficou assustada ao saber que não ia estudar este tipo de coisa. Quando fomos para o laboratório, muita gente pensou que iríamos brincar com Corel Draw ou Photoshop, e tremeram nas bases quando começamos a ver comandos de Linux.

Se você, então, pensa que faculdade de análise de sistemas é pra aprender a usar programas de escritório e de desenho, está na hora de rever seus conceitos.

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Veja outros artigos sobre a profissão e os estudos sobre análise de sistemas.

Retornando

Depois de praticamente um mês sem postar nada, hoje eu começo a voltar. Não sei se vai dar para postar todos os dias, porque como estou chupinhando a conexão de uma rede sem fio desprotegida, que sai do ar de vez em quando, às vezes passos dois ou três dias sem internet.

Além disso, tenho todo o corre-corre da vida nova, os preparativos para o meu casamento, as arrumações do apartamento em Niterói e da casa em Cachoeiras, enfim, uma pá de coisa que atrapalha o meu ritmo de postagens.

Mas espero que tudo corra bem a partir deste mês. Já tenho alguns textos prontos e muita coisa encaminhada.

E, só pra dar uma boa notícia logo de cara, há 98% de chances de rolarem dois shows do Elton John no Brasil em janeiro: um em Sampa e outro no Rio de Janeiro. Acompanhem detalhes sobre o assunto na comunidade orkutiana Elton John Forever.

50 Semanas de Rock - Pink Floyd

Por duas vezes na minha vida eu tentei ouvir Pink Floyd e não consegui. Sempre achei muito chato pra demais da conta, e as 50 Semanas de Rock eram a última chance da banda para eu ver se gostava do som dos caras.

Depois de três discos deles (Dark Side of the Moon, Wish You Were Here e The Wall) minha opinião sobre a banda melhorou bastante: os caras eram realmente bons, muito bons, mas sofriam do grave problema de inventar maluquices.

Nestas suas maluquices eles tinham um pouco do pior de tudo que já encontrei nas 50 semanas até aqui: os sons desconexos e sem sentido de Frank Zappa, o lenga lenga interminável de Focus e o excesso de solos extravagantes do Jethro Tull.

Um exemplo disso é a introdução de Time. Tudo bem que aquele monte de relógio batendo, despertando, fazendo barulho, coisa e tal, tem a ver com a música, mas não deixa de ser chato. Se não fosse por isso, Time seria ainda melhor do que já é.

Mas ao mesmo tempo a banda tem ótimos e espetaculares momentos, como The Great Gig in the Sky, Comfortably Numb, a primeira parte de Shine on You Crazy Diamond e, claro, as clássicas e famosíssimas Wish You Were Here e Another Brick in the Wall.

Outra coisa interessante dos discos deles é que suas músicas são todas interligadas, formando uma obra só, tipo o Sgt Peeper's Lonely Hearts Club Band, dos Beatles. Este é um recurso interessante, que hoje em dia não se vê mais.

Pois bem, nesta terceira tentativa até consegui gostar de Pink Floyd, mas só recomendo em doses homeopáticas, e muito bem escolhidas.

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Veja as outras bandas que fazem parte das 50 semanas

Aviso de Afastamento

Como esta semana eu vou me mudar de cidade, acredito que vou passar uns dias sem atualizar o Sarcófago. Segue então uma lista de bons sites onde vocês podem se divertir enquanto estou afastado:

Flickrs do Ramon, do André e do Marcos, camaradas aqui de Cachoeiras recheados de fotos maneiras.

Sabe as histórias dos meus colegas geniais? Pois é, o Palabras Textuales conta histórias parecidas.

Omedi, um dos melhores repositórios de bobagens e coisas interessantes que já encontrei pela rede.

Judão, tudo sobre cinema, tv, gostosas, gibis e tchananã.

Marconi Leal, dono de um blog pra lá de divertido.

Minha lista de itens compartilhados no Google Reader

Até breve, então.

Meus Colegas de Trabalho Geniais: Bola de Cristal

Depois de sair do cartório eu pensei que não teria mais boas histórias para contar. Ledo engano. Lá na Prefeitura de Nova Friburgo eu também tinha um coleguinha genial, e volta e meia vou contar alguma dele, como esta, quando ele achou que eu deveria ter uma bola de cristal na minha sala:

- Mário, dá um pulo aqui na minha sala que meu computador deu um problema.
- O que aconteceu?
- Sei lá, porra, você que é o técnico aqui.

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Leia mais histórias dos meus coleguinhas de trabalho geniais

O Pecado de Todos Nós - Capítulo Três - Parte Quatro

(capítulo três, parte três)

A princípio alguns dos homens na sala sorriram, sem jeito, diante das palavras de meu pai, mas logo os sorrisos desapareceram e eles passaram a lhe dar toda a atenção. Ele parecia grande e poderoso, ali de pé com sua fisionomia séria e melancólica iluminada pelo Sol da primavera.

- Sim, condenados à morte - disse ele, com autoridade. - Porque todos os homens do mundo são pecadores uns contra os outros, e todos contra Deus. Não se trata apenas das guerras que tivemos neste século. Nós nos esquecemos de Deus.

Meu pai ajustou o cinco e passou a mão pelo queixo barbado. Seus olhos azuis estavam vívidos - vívidos e condenadores - ao passearem lentamente por todos os rostos da sala.

- Não sou político. Sou fazendeiro, assim como vocês. Quando éramos pequeninos, levávamos a sério as palavras do pároco quando ele nos dizia que tínhamos um dever para com o nosso semelhante, e que as coisas do espírito são mais importantes do que as coisas do corpo. Todas as igrejas diziam isso a seus fiéis; todas as igrejas continuam a dizê-lo, embora os pastores se dirijam atualmente a bancos vazios. Não ouvimos mais essas coisas com nossos ouvidos. Por quê? Porque cada um de nós passou a crer que as coisas do corpo são as únicas coisas valiosas, e lutamos por elas passando por cima dos direitos de todos os outros homens. Nós nos tornamos por demais materialistas, por demais ateus. Olhem, não sou um orador. Vocês sabem a que estou-me referindo.

- E agora sacudimos as nossas bombas atômicas e de hidrogênio na cara da Rússia e ela sacode as dela na nossa cara, e ambos as fazemos explodir sobre a Terra, destruindo-a. Mas a guerra é uma coisa lucrativa. É isso que faz as cidades crescerem e prosperarem.

Os olhos de meu pai cintilavam sobre os rostos dos homens que o escutavam.

- Nos tempos de meu pai as pessoas eram felizes nos campos. Os homens cultivavam os alimentos, não fábricas de armas para assassinato. Certo, nós não tínhamos carros nas cocheiras, nem aparelhinhos em nossas casas, mas um lampião de querosene serve tão bem quanto uma lâmpada elétrica e um livro é melhor do que muita coisa que se vê na televisão.

- De que nos adiantou todo esse progresso? Trouxe-nos a paz, a segurança e o amor e a satisfação? Não. Só nos ensinou a guerra. Ensinou-nos a ter inveja de nossos irmãos. Ensinou-nos a querer possuir mais do que os nossos irmãos. Isso é materialismo; isso é ódio. Não há lugar na terra de Deus para o materialismo e o ódio e o ateísmo e a guerra. Foi por isso que fomos condenados à morte.

Ele ergueu uma de suas mãos imensas, lenta e solenemente.

- A terra há de viver. Ela não permitirá que a destruamos com as nossas bombas. Vai apenas livrar-se dos monstros que poderão, um dia muito breve, lançá-la, sem ar e sem frutos, pelo espaço afora, ou explodi-la em pedacinhos. A Terra conhece Deus e Deus está com a Terra. Ela já suportou as nossas irresponsabilidades por muito tempo; sofreu, e foi bondosa. Agora vamos morrer, pois fomos longe demais em nosso ódio e ganância.

Ele ergueu a cabeça e exclamou:

- Deus tenha piedade de nossas almas!

***


Continua...
O início

50 Semanas de Rock - Oasis

Quando fui começar a aventura das 50 semanas de rock, pedi dicas de bandas em uma comunidade de rock no Orkut, e lá rolou uma briga danada sobre qual era a maior banda de todos os tempos. Uma das citadas era o Oasis e claro que isso gerou uma expectativa danada. Eles podem não ser a melhor banda de todos os tempos, Oasis é do caralho.

Uma mistura de Beatles e Rolling Stones e uma pitada de Elton John: isto é Oasis. Por ser uma das bandas mais novas da lista eu até conhecia mais músicas deles, mesmo sem saber que eram deles, e tudo o que ouvi está de bom pra cima.

Baixei quatro discos da banda: um Greatest Hits, os de estúdio Definitely Maybe e Morning Glory, mais o Acústico MTV. Incrivelmente eu achei o Greatest Hits um pouco chato. Não sei se é porque eu estava prestando mais atenção no trabalho do que nas músicas, mas o fato é que depois de ouvi-lo duas vezes eu fiquei com um pouco de medo do que poderia vir pela frente. Sorte que me enganei. Depois eu vou tirar uma hora para escutá-lo de novo com atenção, pois tenho certeza de que vou gostar bastante.

Depois dele parti para o Definitely Maybe, que é fodão e tem ótimos momentos: desde rockões carregados, como Rock'n'Roll Star, Shakemaker e Slide Away até algumas mais pop, como Married With Children e Digsy's Dinner. Deste disco saiu a minha favorita deles, e uma das melhores que ouvi este ano: Live Forever. Gostei tanto que tenho ouvido repetidas vezes, várias vezes por dia.

Em seguida foi a vez do Acústico MTV, que não é tão pesado mas segue sendo um disco fodaço pra demais da conta, quase perfeito. Primeiro que três marcas registradas da banda estão nele: Wonderwall, Don't Look Back in Anger e Morning Glory. Estas são as músicas deles que eu já conhecia e que, puts, são boas pra demais da conta. Segundo porque Live Forever também está nele, numa versão ainda melhor que a original. Terceiro por conta da música Round Are Way, que mistura três coisas nas quais eu me amarro: gaita, piano e metais. E quarto por conta de uma situação inusitada do show: o cara foi começar a tocar uma música e tocou um acorde no violão. Bruummmm.

Nessa hora uma mulher grita empolgadíssima no meio da platéia um sonoro "yes!!". Ele pára de tocar e pergunta, rindo: Yes o quê?. A platéia cai no riso. Ele pergunta: O que é que eu vou tocar? A mulher grita de lá: Talk Tonight. E ele: Nota dez para a moça de preto ali. E a galera aplaude, rindo. E ele engata: Na verdade eu tia tocar It's Good to Be Free, mas pra não deixar você chateada eu vou tocar Talk Tonight.

Pesquisando no Orkut, descobri que as duas músicas, Talk Tonight e It's Good to Be Free, começam do mesmo jeito. Como não consegui ouvir a segunda, não sei se isso é verdade, mas que é uma ótima história, ah, isso é.

O último disco foi Morning Glory. Não sei se é porque eu o ouvi indo para o meu último dia de trabalho na Prefeitura de Nova Friburgo, mas o fato é que todas as músicas me soaram como trilha sonora de final feliz. E, pulta-quius-paril, esse disco só não é perfeito porque Live Forever não está nele, já que ele é praticamente um greatest hits: ali estão Wonderwall, Don't Look Back in Anger e Morning Glory! Isso sem contar outras que são tão boas quanto: Hey Now, Cast No Shadow e She's Electric são muito legais. É um disco imperdível.

Enfim, Oasis é muito bom. Esta foi uma das semanas mais agradáveis de todas até aqui, a ponto de eu arriscar a colocar a banda entre as dez melhores desta aventura. Se você, querida leitora, ainda não conhece, faça um favor aos seus ouvidos e escute.

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Católicos Não Aceitam Jesus

Taí uma das minhas maiores dúvidas em relação à igreja católica. Veja só: católicos crêem no poder da intercessão de mil santos e santas diferentes, católicos crêem que Maria tem o poder de interceder por nós, católicos xiitas acham que se a hóstia não for de trigo integral light ela não vale como símbolo de comunhão, católicos renovados crêem no falar em línguas, católicos rezam o Credo Apostólico dizendo que crêem em Jesus Cristo (...) nosso Senhor, etc etc etc.

Eles fazem tudo isso, mas não fazem a coisa que considero primordial e mais básica de tudo o que a Bíblia ensina: católicos não aceitam Jesus.

Está lá em João 3,16 dizendo que Deus deu seu único filho para que todo aquele que Nele crê não morra, ou seja: basta a pessoa aceitar que Jesus é o salvador e pronto. Não há fórmulas mirabolantes. Quando comecei a aprender e entender o que é o cristianismo, esta foi uma das primeiras coisas que entendi.

E aí fica a minha dúvida: porque raios os católicos não falam que se deve aceitar Jesus como o salvador? Eu acho que é pelo mesmo motivo que os evangélicos não falam em Maria, mãe de Jesus: não o fazem porque, ao fazê-lo, correm o risco de serem confundidos com "crentes fanáticos", justamente aqueles contra os quais costumam levantar suas bandeiras de guerra.

Novamente fica a pergunta: será que um bom nome para isso seria preconceito?

Respondendo ao Leitor

Recentemente um camarada me procurou pelo Orkut, dizendo que tinha lido um comentário meu em algum site (que ele não soube dizer qual), e perguntando se poderia me fazer algumas perguntas relacionadas ao trabalho de analista de sistemas. Eu disse que poderia, sim, responder. Só que, ao invés de respondê-las diretamente, resolvi trazê-las para cá:



Há quanto tempo você se formou?
Há quase dois anos. Eu me formei em dezembro de 2006, com a colação de grau em fevereiro de 2007. A propósito, até hoje não consegui obter o meu diploma.



Como foi sua entrada no mercado profissional?
Quando eu me formei, já estava trabalhando em um cartório aqui de Cachoeiras de Macacu, fazendo tanto serviços cartorários quanto desenvolvendo pequenos aplicativos para a repartição. No final de 2007 eu fiz um concurso para a Prefeitura de Nova Friburgo, para o cargo de analista de sistemas, fui aprovado e em abril de 2008 comecei a trabalhar lá.

Como eu já tinha falado aqui antes, o trabalho lá é frustrante, porque na maior parte do tempo ou eu não faço nada (e aproveito para estudar) ou eu conserto computador ou eu ensino os outros a mexer em Word e Excel. Cheguei sim a desenvolver alguns sistemas pequenos para a secretaria onde estou deixando de trabalhar, mas a verdade é que, para meus colegas de trabalho, analista de sistemas é apenas o cara que entende de computador e sabe consertar quando dá merda.

Devido a isso, há pouco mais de um mês eu comecei a conversar com vários amigos que trabalham no Rio de Janeiro, à procura de alguma colocação. Espalhei alguns currículos e acabei recebendo uma ligação de um camarada com quem eu ainda não tinha falado. Ele disse que a empresa em que ele está trabalhando estava com uma vaga aberta e perguntou sobre meu interesse. Gostei da idéia, mandei o currículo, o chefe dele gostou e marcamos uma entrevista para o dia seguinte. Entrevista feita, o cara gostou de mim e me deu a vaga. Entre a ligação do meu colega e o OK com o novo patrão foram apenas quatro dias, e começo lá dia primeiro de setembro de 2008.



Qual é a média salarial?
Esta parte fica um pouco complicada para que eu responda, porque não tenho muita experiência nem acompanho muito isso, mas pelas reportagens que ando lendo ultimamente a média tem rodado pelos R$ 2.000,00, mais benefícios. Só fuja do interior, como a Prefeitura de Nova Friburgo, por exemplo, que tem um maravilhoso salário de R$ 800,00, sem benefícios.



Quais são as dificuldades e as vantagens da profissão?
Eu acredito que a maior dificuldade é a concorrência, porque tem muita gente boa pra demais da conta espalhada por aí, e o nível de exigência pode ser muito alto. Há alguns meses eu fiz uma prova da Petrobrás e, puta merda, acho que foi a prova mais difícil que já fiz, e saí dela tenso, com os músculos doloridos. E o esforço de nada adiantou, porque fui eliminado por pontos.

As vantagens são vantagens se você gostar da área: é muito bom poder estar sempre exercitando o raciocínio, o esforço para desenvolver novas soluções, etc. Há também o fato de que muita gente da área é maluco por natureza, então o ambiente de trabalho costuma ser divertido.



A universidade te preparou para o mercado? Explique.
Primeiro uma piada: não, não preparou. Na faculdade eu aprendi sobre orientação a objetos, banco de dados e algoritmos, e quando fui ser analista de sistemas na Prefeitura de Nova Friburgo eu vi que tinha que ter aprendido a grimpar um cabo de rede, a limpar placas de vídeo e que placas de memória DRM732 só servem em placas mãe ATVXP7500S.

Agora falando sério: em parte. Posso dizer que não porque nós não fomos muito a fundo na maioria das matérias e, como já falei antes, alguns tópicos não foram bem abordados, mas também posso dizer que sim porque a faculdade me deu uma visão geral muito importante sobre o que é qualidade de software, em todos os sentidos imagináveis, e ainda me proporcionou conhecer muitas áreas importantes que compôem o trabalho de um analista de sistemas. Sem a faculdade, eu tenho certeza de que eu demoraria muito mais tempo para acumular todo o conhecimento que tenho hoje, se é que algum dia eu chegaria a tanto.

Enfim, a faculdade não entregou o peixe de bandeja, mas tampouco me ensinou a ser um grande pescador. Entretanto, me ensinou o que é uma boa vara de pescar, os tipos de linha, os tipos de anzol, quais rios são melhores, etc.



Você precisa se atualizar? Como?
Sim, sempre. Muito embora hajam conceitos e técnicas que durem bastante tempo, sempre há uma novidade na próxima esquina: uma versão nova do programa que você mais usa, um recurso novo naquele banco de dados, uma linguagem que começa a chamar atenção, etc. Além do que, quanto mais você aprende, mais você vê que sabe muito pouco e entende ainda mais a necessidade de se atualizar.

Para aprender coisas novas eu me valho de duas fontes: primeiro eu leio muitos livros. Alguns eu compro em lojas como Submarino ou Amazon (os importados são muito mais baratos) e outros eu baixo em sites de compartilhamento de arquivo (sim, a pirataria reina aqui também, porque ninguém tem dinheiro pra comprar tudo). Estou preparando um artigo sobre a minha biblioteca que estou montando em casa.

Além disso, sempre busco informações em sites de programação ou com artigos sobre o mundo da informática, como, por exemplo, Coding Horror e The Database Programmer.



Qual é sua rotina de trabalho?
Como eu já falei aí em cima, minha rotina na Prefeitura é a de estudar nas muitas horas livres, ajudar alguém a lidar com o computador ou então consertar alguma coisa que está com problema. Nada muito excitante, pra falar a verdade. Nos cinco meses que estou lá, acho que só me senti trabalhando de verdade umas seis ou sete vezes.

No meu novo emprego vou trabalhar com desenvolvimento, colocando a mão na massa. Logo, espero que seja uma rotina mais interessante.



Se você pudesse dar uma dica para quem inicia a carreira...
Nunca esqueça de seus companheiros da faculdade. Se não fosse por eles, eu não teria conseguido o emprego onde vou começar a trabalhar agora em setembro. Mantenha contato, dê um alô, troque idéias.

Mas não mantenha amizades só pra poder ser lembrado quando uma vaga surgir: encontros e chopadas fazem parte da vida, e no fim das contas esta convivência é mais importante que qualquer emprego.



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Sobre Professores Ruins

Quando vou fazer um curso, principalmente uma pós graduação, o mínimo que eu espero é que os professores sejam bem melhores que eu, e tudo o que almejo é chegar a ser tão bom quanto ou melhor que eles.

Triste é quando me vejo melhor que eles. Triste é ver um aluno afirmar uma coisa errada, perguntar para a professora se aquela afirmação está certa, e ela confirmar: sim, o que você falou está absolutamente certo!

Nestas horas eu tenho vontade de sair do curso.

50 Semanas de Rock - Nirvana

Confesso que eu esperava muito mais. Enquanto há algumas músicas excelentes e eternas (Smells Like Teen Spirit, Come as You Are e The Man Who Sold the World), há umas bombas gritadas que pra mim não têm valor nenhum (Scentless Apprentice e Tourette's). Um detalhe que chamou mais a atenção foi a introdução de Plateau, que é interessante de tão simples.

No geral, o som deles me fez lembrar muito todas essas bandas de rock que tocam na trilha sonora de Malhação.

Resumindo, o Acústico em Nova York é bom e o Nevermind também, mas sei lá, Nirvana não desceu redondo.

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Mitos da Faculdade de Análise de Sistemas: Hardware

Mais uma das coisas que o pessoal sempre pensa sobre a faculdade de análise de sistemas e que está completamente por fora da realidade é que lá se aprende sobre hardware.

Devido a isso, o que não canso de ter em volta de mim é gente que me pergunta qual é a melhor placa mãe, a Asus 74937bx ou a Intel rfxPlus2000; ou então se ele pode colocar uma memória DIMM 333 numa placa GeoForce Y2KBugFree; ou qual é o jumper que ele pode trocar para fazer um overclock na placa de som; ou, enfim, se eu sei montar um computador se me derem todas as peças soltas.

A resposta para todas as perguntas é não, não faço a mínima idéia.

Todos ficam chocados: oh, como não!? Você não fez faculdade?

Sim, eu fiz, mas lá não ensina isso. E lá vou eu, novamente, explicar que numa faculdade de análise de sistemas a gente aprende como desenvolver software, e não como consertar computador.

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Reforma de Casa: Sanitária Cachoeirense

Durante todo o tempo que está durando a reforma da minha casa, uma das experiências mais desagradáveis foi a compra de parte dos pisos na Sanitária Cachoeirense, vulga Loja do Claudinho.

Parêntese: Eu ainda vou escrever um texto sobre esta história de que aqui em Cachoeiras de Macacu todas as lojas têm razão social, nome fantasia e nome popular. Fecha parêntese.

Pois bem, sigamos em frente. Em março de 2007 eu e Sueli fomos à Amoedo, em Niterói, e compramos boa parte dos pisos e azulejos da casa, faltando apenas os da cozinha, pois não achamos nenhum a nosso gosto. Deixamos estes para comprar em Cachoeiras.

Chegando à Sanitária Cachoeirense, passamos um bom tempo olhando todas as opções do mostruário e escolhemos um piso, um azulejo e uma faixa decorativa. Apenas o azulejo estava em estoque, e os outros dois deveriam ser encomendados.

Parêntese: este é outro mal de Cachoeiras de Macacu: as lojas raramente têm os produtos para pronta entrega, e têm que encomendar tudo para chegar dali a duas, três, quatro semanas. O horror, o horror. Fecha parêntese.

Fizemos o pedido e encomendamos os pisos e as faixas decorativas. Prazo destes dois? Duas semanas. Os azulejos foram entregues em dois dias.

Passadas quatro semanas, fui à loja para saber do material e o vendedor, fazendo cara de surpreso, disse que não sabia que eu ainda não tinha recebido o material, ligou para o fornecedor e me informou que a encomenda já tinha saído da fábrica, e que seria entregue em minha casa na mesma semana. E realmente, o foi. Só que só os pisos, nada das faixas decorativas.

Voltei à loja, e perguntei das faixas. Procura daqui, procura dali, aparece o dono da loja, pedindo mil desculpas e dizendo que tinham esquecido de encomendar as faixas.

- Mas pode deixar que eu ligo pra lá hoje e até terça isso já está aqui [era uma sexta], pode ter certeza, eu te garanto, eu te dou minha palavra!

Passada a terça nada do material ter chegado e eu fui na loja. Pediram mais uma semana, e mais uma. Já puto da vida, e pronto para pedir o meu dinheiro de volta, o tal Claudinho, o dono da loja, vem falar comigo e diz que o material tinha saído da fábrica o dia anterior e que no dia seguinte ele entregaria na minha casa. Claro que o material não chegou e eu fui lá, para ouvir uma das desculpas mais esfarrapadas da história:

- Cara, você não imagina o que aconteceu! O caminhão parou na balança e ficou acima do peso, o motorista teve tirar as suas faixas para poder ficar no peso certo.

Vejam bem o tamanho a descaração: uma mínima caixinha, com 30 faixas daquelas de enfeitar parede, era a responsável por deixar acima do peso um caminhão que devia trazer algumas toneladas de material de construção. Piada, não é não? Por que, então, não trocaram o motorista e mandaram um mais magro para dirigir?!

Aí eu perdi de vez toda a minha paciência, que como vocês podem ver é bem grande, e falei com ele que eu não queria mais nada, que queria o meu dinheiro de volta e que ele deveria ir até a minha casa e pegar de volta todo o material que ele já tinha entregue.

Ele, desesperado, ficou inventando de ligar para o transportador para que eu conversasse com o cara, para resolver o assunto. Eu falei para ele - o dono da loja - que eu tinha fechado o negócio com ele, e não com o transportador, e que, portanto, não tinha nada que conversar com ninguém além dele próprio.

Foi a primeira vez que precisei falar alto dentro de uma loja para exigir meus direitos. Disse a ele que queria o dinheiro de volta naquele mesmo dia, e ele se negou. Ameacei arranjar um problema com ele na justiça e ele não cedeu. "Pode ir, pode ir, mas dinheiro hoje não tem".

Saí de lá botando fogo pelo nariz. Pouco mais de uma hora depois um funcionário da loja - sogro dele - foi lá em casa para perguntar o que tinha acontecido. Eu expliquei a situação e ele disse que o Claudinho tinha acabado de sair de Cachoeiras para ir até a fábrica para buscar pessoalmente as faixinhas, e que até o fim da noite ele as entregaria na minha casa.

E vejam como eu sou paciente: como foi uma outra pessoa que tinha vindo até minha casa, e não o Claudinho, eu cedi mais uma vez e disse que iria aguardar mais aquele dia antes de abrir um processo na justiça.

Enfim, naquela mesma noite, o cara deixou a pequena caixa, que não pesava mais de vinte quilos, lá em casa, com as minha faixas.

É ou não é muita dor de cabeça o que fazem estas lojas daqui de Cachoeiras?

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Leia outros artigos da série Reforma de Casa

Descoberta

Durante as aulas de Modelagem de Dados e SQL que tive na pós graduação (se é que aquilo se pode chamar de aula), descobri que existe uma coisa muito pior do que aula com slide: aula com pdf embaçado rolando na parede, sem que a professora saiba para qual página deve ir em seguida.

Acreditem: não há nada pior.

O Pecado de Todos Nós - Capítulo Três - Parte Três

(capítulo três, parte dois)

A Cooperativa Agropecuária não convocou nenhuma assembléia extraordinária em Arbourville para debater o que estava acontecendo. Hoje sabemos que eles, como todos os outros fazendeiros, tinham recebido ordens de Washington. Mas no dia primeiro de março convocaram sua assembléia normal, e meu pai e eu comparecemos, junto com outros granjeiros do lugar.

Fiquei horrorizado ao ver Lester Hartwick, o nosso presidente local. Da última vez em que eu vira, em janeiro, ele era um fazendeiro alegre e feliz, corado como uma pêra madura, baixinho e volumoso como um rochedo. Envelhecera em dois meses, estava mirrado e acabado, a pele tão cinzenta quanto seus cabelos grossos. Deu início à reunião com a naturalidade de sempre e remexeu nos papéis sobre a mesa. Depois olhou para nós e seu olhar parecia ausente e velado.

- Bem, amigos - disse ele - tivemos pouca sorte nesta primavera com nossas colheitas. Não tendo havido... muita... chuva... e tal. Mas ainda estamos em março, e podemos esperar que chova a qualquer momento.

Ele vacilou, parou e baixou a cabeça sobre a mesa.

Então, meu pai levantou-se.

- Les, - disse ele - você sabe perfeitamente que não vamos ter chuva nenhuma. E não me venha dizer que é só nesta região. Está acontecendo no mundo inteiro, e você sabe disso.

- Ora, George - disse Lester, mas desviou o olhar. - Como é que você pode dizer uma coisa dessas? Ah, claro, há uma seca no Texas, mas há anos que eles vêm tendo secas...

- Sei que os jornais não estão publicando nada - disse meu pai - nem as revistas agrícolas. Mas sei o que está acontecendo em todo o mundo. Como é que eu sei? - Apontou para seu peito. - Uma coisa aqui dentro me diz. Quem andou prevenindo a vocês, os presidentes das Cooperativas Agropecuárias, para ficarem calados?

Lester riu-se: sua risada era débil.

- George, você está-se parecendo com um profeta do destino. Você sabe tão bem quanto eu que em certos anos as safras não são grande coisa, mas que no ano seguinte...

- Provavelmente não haverá ano seguinte para a maioria de nós - disse meu pai. Os fazendeiros agora olhavam firmemente para ele, e não mais para Lester Hartwick. - Nós agora só temos uma corte de apelação - continuou meu pai - e não creio que a maioria de vocês tenha pensado muito nela. Ah, imagino que tenham rezado na igreja para que chova. Mas já rezaram algum dia nos seguintes termos: "Deus, tenha misericórdia de mim, pecador", como o publicado na Bíblia? Imagino que não; basta olhar para a cara de vocês. Queria saber quantos de vocês sequer conhecem a Bíblia! Queria saber quantos de vocês sabem que estamos todos sendo castigados e que fomos condenados à morte!

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Continua...
O início

50 Semanas de Rock - Nazareth

Assim que comecei a ouvir o primeiro disco que baixei do Nazareth - Hair of the Dog -, eu lembrei do que o meu primo tinha me falado quando tudo isso começou: que ele tinha comprado um greatest hits dos caras e que não tinha gostado muito do que ouviu. Pois é, ele estava certo.

Logo na metade da primeira música eu comecei a notar que alguma coisa não ia muito bem. E assim foi durante toda a audição: uma enorme sucessão de música chata atrás de música chata. O único momento melhorzinho foi quando começou a tocar a única música deles que eu conhecia: Love Hurts. Mas não demorou muito para eu me encher até mesmo dela. A coisa foi tão chata que na volta do trabalho eu ouvi outro disco que não tinha nada a ver com a história.

Com um início tão ruim da semana, eu já fui para o segundo disco - The Very Best of Nazareth - com medo do que poderia ouvir. E não de outra: nem mesmo uma coletânea deles conseguiu ter uma música aceitável. Acho que foi este o disco que eu primo comprou. Incrível como uma porcaria como My White Bicycle possa estar em uma seleção de maiores sucessos. Pela segunda vez, fiz a viagem de volta do trabalho ouvindo coisa diferente.

Depois de dois dias ouvindo tanta coisa ruim, confesso que quase desisti do último disco, o Live in Brazil. Por muito pouco mesmo eu não larguei o de lado, e não tê-lo largado foi a melhor coisa da semana, porque ao vivo até que os caras mandam bem. Até mesmo a porcaria da My White Bicycle ficou tragável.

Gravado em Curitiba, este disco traz ótimos momentos desde o início, com uma introdução maneira na bateria. Durante todo o show, o vocalista conversa muito com a platéia, e as músicas estão recheadas de bons solos de bateria e de guitarra e, claro, a platéia brasileira sempre dá um show à parte e participa bastante. É um disco bem agradável e que pretendo manter aqui na minha máquina. Claro, não é espetacular, mas quando você compara com os outros dois, é um feito e tanto um disco sair bom assim.

E é só nisso que vou ficar do Nazareth. Com certeza não vou querer ouvir mais nada deles de estúdio.

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Veja a lista de bandas que fazem parte das 50 semanas de rock

A Decadência das Trilhas Sonoras

Como amante de música, venho reparando uma coisa nos últimos tempos: a falta de filmes com trilhas sonoras marcantes, seja de músicas instrumentais ou não. Eu tenho vários de cds com trilhas sonoras e posso citar vários filmes cujas músicas marcaram gerações e que até hoje, mesmo depois de décadas se passarem, ainda são facilmente reconhecíveis por todos.

Ou será que alguém aí não conhece temas famosos como os dos filmes A Pantera Cor de Rosa, E o Vento Levou, Carruagens de Fogo, James Bond, Indiana Jones, Guerra nas Estrelas, Super-Homem, ET e Parque dos Dinossauros?

E há também músicas que fugiram das salas de exibição e ganharam as rádios, tornando-se estrondosos sucessos, reconhecidos e amados até hoje, como Pretty Woman (Uma Linda Mulher), Unchained Melody (Ghost), Over the Rainbow (O Mágico de Oz), Everything I Do (Robin Hood), I Will Always Love You (O Guarda Costas) e Singing in the Rain (Cantando na Chuva).

Reparando no que tem acontecido ultimamente, os últimos filmes que tiveram trilhas sonoras que fizeram grande sucesso já datam de cerca de dez anos! Os mais recentes que consigo me lembrar são O Rei Leão (Circle of Life, Can You Feel the Love Tonight e Hakuna Matata), Titanic (My Heart Will Go On) e Armageddon (I Don't Want to Miss a Thing). Há quanto tempo isso foi? Um filme mais recente que talvez seja uma exceção seja Moulin Rouge, de 2003, mas este é um musical e nem conta muito pra essa conversa. Ah, há outro filme mais ou menos recente com música fácil de reconhecer: Missão Impossível.

Não que as trilhas sonoras recentes sejam ruins, posto que há belos exemplos delas, como A Noiva Cadáver e Os Incríveis, mas sinto falta de um filme com uma trilha sonora daquelas de arrasar quarteirão. Não há mais filmes cujas músicas-tema você ouça e reconheça na hora de onde ela veio. Ou então que você cantarole para fazer humor em alguma situação, como eu costumo cantar o tema de Rocky quando alguém começa a discutir.

Nos velhos tempos, quando um filme fazia muito sucesso, geralmente havia pelo menos uma música que pegava o vácuo e também chamava atenção, mas e os blockbusters de hoje dia?

Eu, sinceramente, não lembro da música-tema de Homem-Aranha, Piratas do Caribe, Batman Begins, A Paixão de Cristo, Jogos Mortais ou King Kong. São todos filmes que fizeram grande sucesso, mas nenhum deles tem uma música que seja reconhecível. Há uns três ou quatro anos eu assisti a uma entrega dos Oscars, e pasmo, vi que nenhuma das músicas que estava concorrendo ao prêmio de melhor canção estava fazendo sucesso.

Sou eu que não estou assistindo a muitos filmes ou as trilhas sonoras deixaram de ter importância?

Conversas Furtadas

Estava eu no Plaza Shopping quando ouço este singelo diálogo entre duas vendedoras:

- Como é o nome do puxador de samba da Viradouro mesmo?
- Jamelão?

(o título deste post é apenas uma desculpa para apresentar a vocês o excelente e divertido blog Conversas Furtadas)

Desabafos de um Marido Traído

Recebi esta bobagem por email, enviado por um primo meu. Veio dizendo que é do Veríssimo, mas duvido que seja, porque tem mais cara de Comédia-Em-Pé do que crônica. De qualquer maneira, é assaz divertido.

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Minha esposa e eu temos o segredo para fazer um casamento durar: duas vezes por semana, vamos a um ótimo restaurante, com uma comida gostosa, uma boa bebida, e um bom companheirismo. Ela vai às terças-feiras, e eu às quintas.

Nós também dormimos em camas separadas. A dela é em Fortaleza e a minha em São Paulo.
Eu levo minha esposa a todos os lugares, mas ela sempre acha o caminho de volta. Perguntei a ela onde ela gostaria de ir no nosso aniversário de casamento. "Em algum lugar que eu não tenha ido há muito tempo!" ela disse. Então eu sugeri a cozinha.

Nós sempre andamos de mãos dadas. Se eu soltar, ela vai às compras.

Ela tem um liquidificador elétrico, uma torradeira elétrica, e uma máquina de fazer pão elétrica. Então ela disse: "Nós temos muitos aparelhos, mas não temos lugar para sentar". Daí comprei pra ela uma cadeira elétrica.

Lembrem-se, o casamento é a causa número um para o divórcio. Estatisticamente, 100 % dos divórcios começam com o casamento.

Eu me casei com a "Sra. Certa". Só não sabia que o primeiro nome dela era "Sempre".

Já faz 18 meses que não falo com minha esposa. É que não gosto de interrompê-la. Mas tenho que admitir, a nossa última briga foi culpa minha. Ela perguntou: "O que tem na TV?" E eu disse "Poeira".

No começo Deus criou o mundo e descansou. Então, Ele criou o homem e descansou. Depois, criou a mulher. Desde então, nem Deus, nem o homem, nem o Mundo tiveram mais descanso.

Quando o nosso cortador de grama quebrou, minha mulher ficava sempre me dando a entender que eu deveria consertá-lo. Mas eu sempre acabava tendo outra coisa para cuidar antes: o caminhão, o carro, a pesca, sempre alguma coisa mais importante para mim. Finalmente ela pensou num jeito esperto de me convencer. Certo dia, ao chegar em casa, encontrei-a sentada na grama alta, ocupada em podá-la com uma tesourinha de costura. Eu olhei em silêncio por um tempo, me emocionei bastante e depois entrei em casa. Em alguns minutos eu voltei com uma escova de dente e lhe entreguei. - "Quando você terminar de cortar a grama, eu disse, você pode também varrer a calçada". Depois disso não me lembro de mais nada. Os médicos dizem que eu voltarei a andar, mas mancarei pelo resto da vida.

"O casamento é uma relação entre duas pessoas na qual uma está sempre certa e a outra é o marido…"

50 Semanas de Rock - Motorhead

Seguindo a linha iniciada com o Metallica, o Motorhead faz um rock pauleira pesadão, assim como Iron Maiden, Judas Priest e Vyrus Survivor, outras três bandas que eu curto bastante. Deles, infelizmente, eu só consegui pegar dois cds e meio. Sim, dois cds e meio porque um deles estava dividido em dois downloads e eu só consegui baixar apenas um. Os inteiros são Ace of Spaces e Overkill e o outro é o Kiss of Death.

Todos os três estão recheados de rocks pauleiras, muito bons de se ouvir alto. Mas há uma coisa interessante: algumas músicas, como Dance e Bite the Bullet, têm um quê de rock antigo - estilo Chuck Berry e Little Richard - e até uma leve batida que pode te levar a dançar, e não apenas a bater cabeça.

O melhor deles é o Ace of Spades, que além de trazer o maior sucesso da banda - de mesmo nome, e que eu não conhecia, é o que traz mais músicas. Se eu fosse citar as músicas que são fodonas e que têm solos animais, iria falar todos os nomes, acho que sem exceção. Então, fica só a dica para que vocês ouçam Shoot You in the Back, que é animal.

Overkill também é muito bom, mas tem algumas musiquinhas esquisitas, especialmente as que são bônus nesta edição que eu baixei. A pior delas, pra piorar as coisas, aparece em duas versões diferentes: façam um favor a vocês mesmas e não ouçam Louie, Louie. Em contrapartida, o disco tem duas das minhas três favoritas: a faixa título e a versão instrumental bônus instrumental Tear Ya Down. Outro destaque do disco é Metropolis, fodona que só ela.

Por fim, o meio disco Kiss of Death, mesmo passando bem rápido, não causa má impressão. Por ser um disco mais recente, de 2006, dá pra notar claramente o envelhecimento na voz do vocalista, a mesma coisa que notei ao ouvir os discos de Jerry Lee Lewis. Desta metade de disco saiu outra das minhas favoritas: God Was Never on Your Side. A virada do início da música, do acústico para o pauleiro, é genial. As outras músicas seguem a linha pauleira-pra-bater-cabeça, com vocais gritados e nervosos, dos quais Trigger é um ótimo exemplo.

Incrível eu nunca ter ouvido nada do Motorhead antes quando é um tipo de rock que eu me amarro em ouvir. Com certeza vou querer ouvir mais deles e o seu som vai fazer parte das minhas playlists de hoje em diante.

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Veja a lista de bandas que fazem parte das 50 semanas de rock.