Filme: Parte de Mim

Hoje chegou à grande tela Parte de Mim, o primeiro curta metragem com a minha assinatura.

A ideia inicial do que se tornaria o curta nasceu como exercício da disciplina de Teoria e Prática das Narrativas, no curso de Cinema e Audiovisual da UFF. A proposta do professor Maurício era filmarmos um plano sequência - um filme de uma tomada só, sem cortes. Como simples exercício, a ideia ficou um pouco complexa e o grupo resolveu fazer outra coisa. Daí nasceu Fuga, que publiquei há umas semanas. Mas a vontade tirar o roteiro do papel permaneceu. Reunimos a equipe durante as férias e o resultado é este que está aí.

Como cinema não é uma coisa que se faz sozinho, e ele foi feito a doze mãos, nada mais justo dizer que Parte de Mim é nosso filme. E é a esse time especial que esteve comigo que eu gostaria de agradecer.

Obrigado ao João Pedro Benício por fazer tanto nos bastidores. Sem sua ajuda, tudo seria bem mais complicado. O cuidado em manter a mesa sempre arrumada, a atenção constante aos detalhes, o apoio na correria por trás da câmera... as coisas sairiam bem diferentes se você não estivesse lá. E graças a você temos imagens dos bastidores!

Obrigado ao Dudu Cabral por dar corpo e voz às ideias que estavam só na minha cabeça. Por dedicar seu tempo a um projeto trabalhoso, sem muito espaço pra erro, e fazer isso tão bem. Você foi demais! Só de ver o vídeo da passagem de texto já me fez ver que tínhamos tudo para fazer bonito.

Obrigado à Dayse Richffer também por dar corpo e voz às minhas ideias. Que trabalho lindo que você fez, você foi maravilhosa! Achar espaço na agenda para estar com a gente, entre ensaios de peças e dublagens, foi um carinho enorme. E obrigado também por abrir as portas da sua casa pra nós, uma generosidade sem tamanho.

Obrigado à Marianna Mendes que pensou em tudo que eu seria incapaz de pensar, e por colocar significado em detalhes que pra mim passariam batido. Assistir ao filme e ver o tanto de coisa que tem o seu dedo por trás dá uma satisfação enorme. Foi ótimo ter você comigo nessa aventura.

E por fim, mas não menos importante, muito obrigado ao João Victor Lopes, que comprou minha ideia e embarcou nessa viagem comigo. Cara, se não fosse por você, por seus contatos e por sua ação, eu acho que o projeto ainda estaria no papel. E obrigado por me ensinar o tanto de coisa que eu não sabia dar nome. Valeu mesmo!

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O Dudu Cabral, a Dayse Richffer e o João Victor Lopes produzem conteúdo falando de cinema e séries, então fica o convite para que minhas leitoras conheçam o trabalho deles. A Dayse faz o Clube do Sofá, o Dudu faz o DUDUflicks e o João Victor faz o Portal Geração Z. Acompanhem, porque essa turma faz bonito.

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Taí, então, Parte de Mim. Que seja o primeiro de muitos.

Música: Valsa para Iris

Valsa para Iris é uma composição minha para a trilha sonora do meu primeiro curta-metragem, Parte de Mim. O curta estreia no final do mês, em 28/09, no PAM! - Panorama Artístico de Macacu.


Eu e a Religião - Parte VI

Este artigo é a sexta e última parte de um longo ensaio sobre minha relação com a religião. No anterior eu conto como a religião faz parte da minha vida. Pra concluir a série, aqui eu descrevo como levo minha vida.

Parte VI - Filosofia


Como estamos sempre tentando arranjar explicações pras coisas que não conseguimos entender, na falta de explicações simples, preenchemos as lacunas com coisas espetaculares sem pestanejar. E daí, como a gente tem uma forte tendência a ignorar novas evidências e abandonar crenças, a gente acaba se prendendo a ideias inválidas e ultrapassadas. Por fim, como terminamos amarrados a crenças das mais diversas, a gente acaba por deixar ver as coisas com clareza.

Acho que essa é, então, a minha religião. A tentativa eterna de ver com clareza. De perceber quando os instintos enganam, quando a ansiedade comanda, quando a visão é embaçada pelo desconhecimento. Como sei que tenho diversos pontos cegos, me preparo para antecipar os seus efeitos. Aprendi que o mundo que enxergamos é, em grande parte, fruto de nossas próprias interpretações. E que eu sou o maior responsável por aquilo que sinto, portanto evito sempre terceirizar a responsabilidade pelas minhas emoções.

Como não acredito em vida após a morte, me preocupo com a vida hoje. Busco levar uma vida leve e serena, sem remoer o passado nem ansiar pelo futuro. E viver cada vez mais no agora, sem esperar por dias perfeitos que caibam nos meus sonhos.

Aquela mescla de filosofias que citei lá no início, que em um momento achei ser um caminho que não levava a lugar nenhum, hoje vejo que nada mais é do que a construção diária do meu código moral pessoal. Aprendi que nossa moral e nossos valores são construídos com o passar do tempo. E não há nada errado com isso. Amadureço, tenho contato com outras culturas, outros pensamentos, questiono minhas certezas e devagarzinho vou melhorando minha visão de mundo.

Passei a ver que religiões não são uma jornada a ser percorrida. A vida é a jornada. Religiões são os veículos que podem nos ajudar a percorrer o caminho. Esses veículos podem trazer segurança, ajudar a seguir em frente, a superar obstáculos, facilitar em certos trechos mais difíceis.

Há quem prefira veículos grandes e espaçosos onde cabe todo mundo. Há quem prefira veículos simples que dão mais possibilidade de apreciar a paisagem.

E há quem prefira ir a pé.