Comprar, Jogar Fora, Comprar

Seguindo a dica do Alex Castro, assisti recentemente ao documentário Comprar, Jogar Fora, Comprar, que trata da obsolescência programada. Nele se aprende que este mal já existe há muito mais tempo que se imagina, desde o começo do século passado, quando fábricas de lâmpadas pediram a seus engenheiros para criarem lâmpadas que durassem menos.

Mas não fica só aí. Ele fala da obsolescência programada em roupas, aparelhos eletrônicos, veículos. Cita também o grande descarte de materiais eletrônicos de várias partes do mundo em países da África, sob a falsa etiqueta de venda de produtos de segunda mão.

Com pouco menos de uma hora de duração, vale a pena e dá o que pensar.

Comprar, tirar, comprar from Dinero Libre on Vimeo.

Corrente do Preconceito

À guisa de piada, dessas que todo mundo fica repassando indiscriminadamente por email, enchendo a caixa postal de gente de bobagem, recebi uma mensagem sob o título de “Sinais do Apocalipse”. Diz a mensagem:

SINAIS DO APOCALIPSE
Lázaro Ramos... galã.
Sandy... devassa.
Faustão... magro.
Silvio Santos... pobre.
Dilma... fazendo omelete na Ana Maria Braga.
Tiririca... na Comissão de Educação
Maluf e Collor na Comissão da Reforma Política...
Genoíno na Assessoria de ética do Governo...
Lula dando palestras em Universidades...

Parte disso aí realmente tem ares de piada, mas será que sou só eu que vejo pouco humor em várias dessas afirmações, mas muito preconceito, racismo e discriminação? Deixe-me me explicar.

Lázaro Ramos... galã.

Por que Lázaro não pode ser galã? Só pode ser porque é negro, afinal de contas as revistas por aí já andam anunciando isso. “O primeiro galã negro”, dizem elas. Achar que isso é sinal do apocalipse é sinal de racismo, é sinal de que a opinião da pessoa é a de que só brancos de olhos azuis podem ser galã, mas negros não.

Sandy... devassa.

Por que Sandy não pode ser devassa? Só pode ser porque mulher deve ser certinha e recatada, uma imagem que acabou se formando em torno da Sandy. Achar que isso é sinal de do apocalipse é sinal de machismo, e ainda deixa uma ponta de ofensa com a Sandy, dando a entender que agora ela é safada e sem moral.

Faustão... magro.

Por que Faustão não pode ser magro? Afinal de contas, se todo mundo faz dieta, por que o Faustão não pode fazer? Difícil entender como isso pode ser engraçado em uma sociedade onde o bonito é o magro. É como diz a Lola: gordo não pode ter amor, sexo e amizade. Agora, nem mesmo emagrecer.

Tiririca... na Comissão de Educação

Tiririca tinha o direito de se candidatar e o brasileiro tem o direito de votar em quem quiser. Votar em alguém em sinal de protesto e ficar revoltado porque mais de um milhão de pessoas pensaram do mesmo jeito é sinal de burrice, de preguiça para pesquisar um candidato que preste. Além disso, que mal há em Tiririca fazer parte da Comissão? Com certeza, é por conta das acusações de analfabetismo, das quais foi absolvido. Em adição a isso, se ele realmente tem dificuldades com o Português, é um bom membro para a Comissão, porque pode mostrar onde o país errou em educá-lo. Se ele tiver problemas com a nossa língua, pode ser porque matava aula ou porque as escolas onde estudou não tinham condições de ensiná-lo adequadamente, fruto da precariedade do sistema educacional brasileiro, que paga mal a seus professores e abandona escolas à própria sorte ou as transforma em curral de votos.

Lula dando palestras em Universidades...

Aqui temos puro preconceito elitista contra quem não pôde estudar e veio de baixo. Lula pode não ter curso superior, mas chegou onde chegou legalmente, com o apoio do povo. Claro que ele errou, e muito, mas também acertou bastante e é respeitado no mundo todo por seu trabalho no Brasil. O ex-presidente é um exemplo de superação e conquista que deveria servir de exemplo e não de pretexto para piadas preconceituosas.

Enfim, achar que estas coisas são sinais de apocalipse é na verdade, um sinal de que ainda temos muito o que caminhar para que nossa sociedade fique, um dia, livre das mazelas do preconceito.

Iron Maiden no Rio de Janeiro

Ouço Iron Maiden desde criança. Ouvir suas músicas faz com que eu me sinta na década de 80, com menos de dez anos de idade. E apesar de ter me afastado de sua música durante um bom tempo, sempre gostei de ouvir seus acordes pesados. Uma das melhores notícias ano passado foi a do seu show no Rio de Janeiro, a acontecer em março de 2011. Ingresso comprado, era só questão de esperar.

Eis então que no dia 27 de março, o grande dia, eu e meus camaradas Kildary e Roberto nos aventuramos em direção à Barra da Tijuca para o show no HSBC Arena. Infelizmente, um dia de pura desorganização jogado fora.

Não por culpa nossa, mas da Arena. Primeiro, as filas quilométricas e lentas. Era fila que não acabava mais. Quando finalmente conseguimos entrar, o show de abertura já tinha acabado. (Bom, pelo menos é o que parece, porque até hoje eu não sei com certeza se o show aconteceu).

Enfim acomodados, era questão de esperar o show, que ainda demorou bastante para começar. E quando finalmente começou, explosão de adrenalina, emoção e... interrupção na primeira música. Logo no início do show a grade de proteção caiu e Bruce parou de cantar.

Insatisfeitos e confusos, esperamos uns 20 minutos até que Bruce voltou ao palco para dizer que o show tinha sido cancelado e transferido para o dia seguinte. Acho que xinguei em três minutos o que xingo em um mês. Tristes, putos e frustrados, voltamos para casa.

Na segunda feira, seguimos de volta para a Barra - no Bonde do Iron, como o próprio motorista do ônibus o chamou - com o medo de não chegarmos a tempo, dado o trânsito caótico e falta de ônibus no Rio de Janeiro. Felizmente, chegamos bem (não rápido, mas bem) e vimos que a Arena fez a lição de casa, e a entrada foi o que deveria ter sido no dia anterior.

E enfim, tivemos o show que merecíamos. Espetacular, recheado de músicas fodásticas, o show foi memorável. Como já falaram por aí, a banda continua com um gás invejável, sem dar o mínimo sinal de cansaço.

Apesar de apresentar algumas músicas que eu não conhecia, saídas de alguns de seus discos mais novos (mas ainda assim boas até o osso), o show em nenhum momento perdeu minha atenção. E como em qualquer show que se preze, sua sequência final, incluindo o bis, foi matadora.

Tudo começou com The Evil that Men Do, que contou com a participação do Eddie passeando pelo palco. Eu só fui descobrir que ele é um robô controlado à distância no dia seguinte. Em seguida foi a vez de Fear of the Dark, onde a banda ficou com a plateia na palma da mão e, finalmente, Iron Maiden, que trouxe a grande surpresa da noite: o Eddie gigante que surgiu por trás do palco. Impressionante, enfim. Seguiu-se o bis, pra terminar de incendiar de vez o lugar: The Number of the Beast, Hallowed Be Thy Name e Running Free. Uma sequência para fã nenhum botar defeito.

Fim de show, rumamos de volta para casa cansados e satisfeitos. Eu, em particular, passaria por tudo novamente. Melhor que isso só se eles voltassem ainda este ano para o Rock in Rio.

A partir de então, era questão de esperar por Ozzy.

Tristeza na OSB (com Atualização)

Há três anos tenho a alegria de assistir aos concertos da OSB no Theatro Municipal do Rio de Janeiro e na Sala Cecília Meireles. A qualidade de seus músicos, convidados, repertório e surpresas sempre me fizeram sair dos concertos extremamente satisfeito.

Mas o que aconteceu no último dia 09 de abril me deixou extremamente triste. Nunca imaginei ver uma cena como a que vi no Theatro Municipal. Pouco me importa de quem é a culpa e quem tem a razão: é triste e desanimador.

Desde que recebemos o programa deste ano e compramos os ingressos para a série Topázio, estávamos ansiosos pelo primeiro concerto, que teria a participação da grande bailarina Ana Botafogo, a ser apresentado neste sábado.

Descobri que havia alguma coisa errada com a OSB na quarta feira da semana passada, quando, xeretando o jornal do cara ao meu lado na barca, li uma nota dizendo que “terra treme na OSB”, informando que a Ana Botafogo tinha cancelado sua participação.

Assim que cheguei ao trabalho fui procurar por mais notícias sobre o que poderia estar acontecendo, e só então me dei conta de que a coisa estava feia: ao que parecia, o maestro e diretor artístico Roberto Minczuk tinha obrigado os músicas a prestar novas provas de habilidade como forma de avaliação para continuarem como membros da Orquestra. Insatisfeitos, muitos músicos teriam se rebelado e então, depois de mais algumas discussões, demitidos.

Procurando um pouco mais, descobri que outros artistas convidados também tinham cancelado suas participações, não apenas a Ana Botafogo: Nelson Freire e Cristina Ortiz eram dois dos grandes nomes que deixariam de abrilhantar as apresentações. Preocupado com a situação (afinal, como uma orquestra pela metade pode se apresentar?), liguei para o Theatro Municipal e me confirmaram que o concerto ocorreria. Então, lá fomos nós.

Chegando à frente do Theatro, encontrei uma manifestação dos músicos demitidos. Distribuíam panfletos que contavam sua versão da história, dando o endereço de páginas para divulgação de notícias sobre o imbróglio. Conversando com um dos músicos, cujo nome infelizmente me esqueci, descobri que o problema se arrasta há mais de três meses. Com ele, descobri que a orquestra que iria tocar era formada pelos músicos remanescentes e por parte da OSB Jovem.

Deixando toda a confusão do lado de fora, entramos. A orquestra entrou aplaudida e tomou seus lugares. Só que quando o Roberto Minczuk entrou as vaias de muitos vieram com força, misturadas com aplausos de outros. Ele fez sinais de agradecimento aos aplausos e virou-se para a orquestra, sinalizando para prepararem-se para tocar.

E então veio o pior: a maior parte da orquestra levantou e saiu do palco, deixando o maestro com apenas um punhado de músicos. Estes chegaram-se mais perto dele, mas com as vaias cada vez mais eufóricas, este retirou-se do palco, para não mais voltar. (veja tudo aqui)

Foi então que os músicos voltaram e um deles começou a falar com a plateia, mas o som de seu microfone foi cortado. Ele ainda tentou falar alto o suficiente, mas o barulho do público não nos deixou ouvir o que ele dizia. Ao que nos parece, ele chegou a ler uma carta-manifesto, mas duvido que alguém além da primeira fila tenha conseguido escutar. (leia aqui a carta). Depois disso, os músicos deixaram definitivamente o palco e os funcionários da casa pediram ao público para se retirar. Lá fora, mais protestos e gritaria.

Sinceramente, não sei quem tem a razão, nem sei qual é a história real por trás disso tudo. Me parece correto que o Roberto Minczuk queira aumentar o nível de qualidade da Orquestra, mas não dá pra saber se sua atitude foi certa ou não. É difícil saber quem tem a razão quando os dois lados contam versões diferentes da mesma história. (leia aqui uma entrevista do Roberto para a Folha de São Paulo)

Futuros concertos já foram cancelados e tenho medo do rumo que a discussão pode tomar.

Só sei que foi triste, muito triste, decepcionante e frustrante. Uma cena impensável, lastimável. Perde o Roberto Minczuk, que tem sua carreira manchada por uma história como esta; perde a OSB, que pode perder apoio e patrocinadores; perdem os músicos, que podem ou ficar desempregados ou ficar em um emprego desestruturado e caótico; e perdemos nós espectadores, que deixamos de ouvir a maravilhosa música que a OSB tem nos proporcionado nos últimos anos.

Torço para que tudo acabe bem.

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ATUALIZAÇÃO: O blog Comissão de Músicos da OSB publicou a carta que foi lida à plateia no Theatro Municipal.

DVD Michael Jackson’s Vision

Comprei recentemente o box de DVD’s Vision, que reúne todos os clipes gravados por Michael Jackson. De cara, posso desmentir essa alegação de que TODOS os clipes estão lá, porque o curta metragem Ghosts não está, pelo menos não na íntegra. Pra mim isso foi bem brochante, porque era uma das coisas que eu mais esperava no box, já que minha fita de VHS foi para o lixo há tempos.

Fora isso, o box é excelente. Desde a embalagem: uma capa cheia de efeitos especiais que só a tendo na mão para entender, um livro com muitas fotos dos clipes e, claro, muita música boa. Tudo o que há de bom está lá: de She’s Out of My Life a Earth Song, de Thriller a They Don’t Care About Us. Tem até uns bônus da época dos Jackson 5. A nata está mesmo no primeiro disco, que traz os clipes das músicas que fazem parte dos discos Off the Wall, Thriller e Bad, mas o resto não é de se jogar fora, porque tem muita coisa boa de Dangerous e HIStory.

Por estarem praticamente na ordem cronológica de lançamento, dá pra acompanhar com precisão a ascensão e declínio da qualidade de Michael como músico e dançarino, e também seu clareamento e posterior monstrificação.

É assustador pensar que o cara que canta She’s Out of My Life - negro e com nariz de batata - é o mesmo que canta Rock My World - branco como casca de ovo e com um nariz deformado. Eu nunca tinha visto o clipe de Rock My World e, sinceramente, me assustei com a cara do Michael nele: absurdamente deformado, parecendo estar usando uma máscara.

Além de servir como o exemplo perfeito de como Michael Jackson se mutilou fisicamente, o clipe de Rock My World mostra que ele já não era o mesmo dançarino de antes. Quando vi o filme This Is It, parecia até que ele estava em boa forma, mas aqui ele parece mais uma caricatura de si próprio, como se fosse uma outra pessoa tentando imitar os seus passos, sem conseguir. De todos os clipes, é onde Michael Jackson está mais lento e sem vigor.

Arrisco a dizer que, se a carreira de Michael Jackson tivesse começado com o disco Blood on the Dance Floor, sua fama passaria longe do que era. Sou fã do sujeito e gosto muito de tudo o que ele fez no início de usa carreira solo, mas não dá pra fechar os olhos e negar que seus últimos trabalhos não passam de uma sombra de tudo o que ele já tinha sido capaz de fazer.

Apesar das divagações, o box é uma excelente pedida. Perfeito para você deixar rolando durante um encontro de amigos em casa.



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Sobre Direitos Humanos

Há tempos uma frase fácil de me ouvir falando é que "direitos humanos são para humanos". Sempre defendi a punição violenta para bandidos, principalmente os que cometem atos contra crianças e mulheres. Nunca gostei de ver esse pessoal dos direitos humanos defendendo bandido.

Mas estou mudando, graças à Lola. Se você ainda não conhece o blog da Lola, saiba que está deixando de ler uma das melhores mentes que já conheci. O feed do blog dela é leitura obrigatória aqui em casa.

Pois bem, em novembro de 2010 ela publicou uma resenha sobre Tropa de Elite 2, e algumas de suas frases me fizeram parar para pensar sobre minhas próprias opiniões:

"Defender tortura e execuções sumárias e tirar sarro da defesa de direitos humanos são, sim, ideias fascistas, e perigosas."

"A direita acredita que a criminalidade é causada unicamente por escolhas individuais, não por problemas sociais, que bandido bom é bandido morto."

Incomodado com as afirmações da Lola, e com uma sincera vontade de entender o que a levava a pensar de forma tão diferente da minha, deixei um comentário por lá, o qual foi atenciosamente respondido, e que acabou me levando a uma conclusão que nunca pensei à qual chegaria.

Depois dessa breve conversa, hoje tenho consciência da necessidade das organizações de direitos humanos, mesmo que nem sempre concorde com o seu trabalho, pois continuo achando que estuprador tem mais é que sofrer mesmo. Mas que alguma coisa mudou, ah mudou.

Segue abaixo nossa conversa. Acho que é construtiva, principalmente para quem não gosta do pessoal que defende os direitos humanos como eu.

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Primeiro comentário meu para a Lola:

Lola,

Tenho uma pergunta a fazer, mas, por favor, não entenda-a como uma pergunta-desafio ou uma pergunta-vamos-ver-como-ela-se-explica-agora, mas sim como uma pergunta de alguém que pensa diferente de você, mas que está se perguntando "será que estou pensando errado?" e deseja se entender melhor.

Vamos lá então: sei que a criminalidade é causada, também, por problemas sociais, mas você acha mesmo que isso é motivo para que bandidos não sejam punidos exemplarmente? (E me corrija se eu entendi errado, mas a impressão que tive, pelo texto, é de que é isso que você pensa).

Saudações,

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Resposta da Lola:

Mario, acho que criminosos devem ser punidos pelos crimes que cometem (não sei muito bem o que vc quer dizer por "exemplarmente". Acho que a lei deve ser aplicada). Mas acho que prisão não é apenas punição, castigo, exílio (da sociedade), mas tb reabilitação. Acredito que a pessoa pode mudar. E as nossas prisões são ótimas em punir, já que as condições de vida são péssimas, mas não reabilitam. E a gente sabe que não é só assassino e estuprador que tá na cadeia. Tem preso que cometeu crimes menores e tá lá, aprendendo com os outros. Isso é péssimo pra todo mundo.

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Minha resposta à Lola

Oi, Lola.

Puta merda, eu ia escrever um comentário respondendo ao seu, mas só de pensar nos meus argumentos a ficha caiu e vi que, ora ora, eu estou errado! Você acabou de salvar uma alma, Lola! ;o) Obrigado!

Sempre fui contra essa turma de direitos humanos porque sempre tive o pensamento de que "bandido bom é bandido morto". Dizia eu: "quem é a favor de direitos humanos o é até que tenha uma criança da família estuprada".

Mas, Deus, não dá pra ser radical assim, e direitos humanos não é só isso. Não é porque dentro da cadeia há vários bandidos perigosos que a polícia tem o direito de chegar lá trucidando todo mundo, porque TEM GENTE INOCENTE LÁ. É hipocrisia falar que não tem, porque a Justiça brasileira é falha e bota gente que não merecia na cadeia (enquanto quem merecia está solto).

Claro que não vou mudar da água pro vinho de uma hora pra outra, e ainda vou continuar achando que pra certos crimes não deveria haver perdão ou chance de reabilitação (e aqui entra o lance da punição exemplar, que já já eu explico), mas o meu parágrafo anterior já é uma prova de que meu pensamento mudou de uma forma tão radical que eu julgava impossível.

Sobre a punição exemplar, quero dizer justiça rápida e certa aliada a algo meio "olho por olho, dente por dente". Imagino que a falta de impunidade e penas como trabalhos forçados, mutilação (que tal arrancar o indicador de quem matou com uma arma de fogo?) e até mesmo a pena de morte colocariam medo em quem pensa em cometer um crime. Claro que isso não seria pra todo mundo, de jeito nenhum! Mas que tem gente que merece, ah isso tem.

Enfim, direitos humanos sim! (Na hora certa, mas sim!)

Novamente, obrigado por plantar essa semente e por fazê-la germinar. Não sei se vira um jequitibá, mas se não morrer seca já vou estar no lucro.

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Resposta da Lola:

Ô Mário, que bom ouvir isso! Fico muito feliz mesmo. Bom, eu sou radicalmente contra a pena de morte, até porque ela não funciona. Eu pensava que EUA era o único país rico a aplicar a pena de morte, mas me falaram que no Japão ela ainda existe, em alguns casos. Mesmo assim, ela não funciona. É caríssima (custa muito mais caro executar uma pessoa, por causa dos mil e um recursos judiciários, do que mantê-la na cadeia pro resto da vida) e não faz a criminalidade baixar. Tanto que, apesar d'ela ser aplicada em boa parte dos estados americanos, os EUA tem a maior população carcerária do planeta. Entendo perfeitamente que eu, como indivíduo, possa querer que um criminoso que faça algo errado a um dos meus familiares ou amigos sofra e morra, mas um estado não pode se basear nos meus desejos. A justiça tem que ter cabeça fria. A polícia tem que ter cabeça fria. E o papel da polícia não é executar uma pena! A polícia não tem poder de juiz. Numa democracia, uma pessoa precisa ser julgada antes de ser condenada. E isso é BOM, inclusive porque evita muitos abusos (imagine se alguém te acusasse de alguma coisa e vc não tivesse direito de defesa. Imagine se a polícia já chegasse matando e matasse um dos seus). Portanto, direitos humanos são importantíssimos numa sociedade. Não é bom pra ninguém viver num país em que um monte de gente esteja na cadeia. Por isso o serviço PREVENTIVO da polícia é até mais importante que o de prender. E pra isso precisamos de policiais mais humanos, que convivam com a comunidade, que sejam respeitados por ela.
Bom, Mário, abração! Bom papear contigo!