50 Semanas de Rock - Frank Zappa

Olha, o cara podia até ter idéias revolucionárias e geniais, como muita gente fala por aí, mas dizer que ele fazia música boa, sei não. Achei Frank Zappa quase tão chato quanto Focus, mas é um pouco melhor.

Aliás, melhor não: menos ruim, isso sim.

Baixei três discos dele com base em uma enquete de uma comunidade Orkutiana, na qual os fãs votaram para escolher os melhores discos. Baixei os que encabeçaram a lista com boa vantagem.

Grand Wazoo e Apostrophe, pelamordeDeus, não chatos até dizer chega. Sabe quando ao invés de fazer música com início-meio-fim, o cara inventa história, misturando instrumentos, movimentos sem ritmo definido, e sons desconexos? Pois é, não consegui pensar outra coisa destes dois. St. Alfonzo's Pancake Breakfast é uma das coisas mais estranhas que já ouvi na vida.

O disco que salva um pouco a lavoura é Hot Rats, no qual temos um pouquinho de rock de qualidade: Willie the Pimp e The Gumbo Variations têm solos de guitarra interessantes, mas é só.

É uma pena, pois eu esperava muito mais dele.

Não recomendo ouvir, mas se ainda assim quiserem tentar, no Submarino e no Mercado Livre há discos dele à venda. Comprem entrando por aqui que eu ganho uma comissãozinha.

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Veja as outras bandas que fazem parte das 50 semanas

Concurso de Contos do Lendo.org

Há mais de um mês o site Lendo.org abriu um concurso de contos. Um dos 51 inscritos fui eu. Esta semana saiu o resultado e o papai aqui não faturou nem mesmo o décimo lugar, mas não é por isso que eu não vou divulgar o resultado: a publicação de um e-book com os dez primeiros.

Visite o Lendo.org e baixe a sua cópia do livro Aumente um Ponto. Eu ainda não li mas promete estar muito bom.

50 Semanas de Rock - Foo Fighters

Para conhecer os Foo Fighters contei com a inestimável ajuda do meu amigo Thiago Verde, que volta e meia dá as caras por aqui. O sujeito é fã dos caras e me conseguiu os mp3 de dois dos três discos que ouvi. Fica aqui então, logo de cara, o agradecimento.

Pois bem. Foo Fighters é diferente de todas as outras bandas que já ouvi até agora. Eles não fazem um rock com pitadas de jazz ou blues, como Alice Cooper e Eric Clapton; eles não fazem um rock melódico e quase-pop, como Beach Boys ou Eagles; eles não são o rock antigo de Elvis Presley e Chuck Berry; eles não são revolucionários e marcantes como Beatles e Black Sabbath; e não são chatos como Focus e Creed. Eles são o que são e, pelo menos até aqui, incomparáveis e únicos, com seu rock às vezes mais gritado que cantado.

(Nossa, relendo este parágrafo parece até que achei eles a melhor banda de todas)

Não, eles não são a melhor banda que ouvi até aqui, mas não são a pior. Dois dos discos que ouvi são de estúdio (The Colour and the Shape e There is Nothing Left to Lose) e um é ao vivo, numa coletânea acústica (Skin and Bones).

The Colour and the Shape traz duas das músicas que mais gostei: a balada See You e a foderosa Hey, Johnny Park!, que tem um início de arrebentar. Já There is Nothing Left to Lose traz a ótima Next Year, que tem uma virada de bateria depois de um final falso que é um orgasmo.

Mas o melhor está, sem sombra de dúvidas, em Skin and Bones, onde, ao vivo, os caras mostram que são fodas. Só a primeira música, Razor, já vale o disco, com o seu crescendo genial no final. Coisa de profissional que sabe o que faz. Mais não pára por aí, porque o disco ainda traz ótimas versões de My Hero, Next Year, Best of You e Everlong. Entre solos aqui e ali, o de gaita em Another Round é uma delícia.

Enfim, Foo Fighters não é uma banda que me chame muito a atenção, mas tem algumas músicas que são muito boas - muito boas mesmo. Com certeza vou querer conhecer alguma coisa a mais deles e vou passar a acompanhar os seus futuros lançamentos. Recomendo, sem dúvidas.

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Confira a lista das bandas que estão nas 50 Semanas

O Pecado de Todos Nós - Capítulo Dois - Parte Um

(capítulo um, parte cinco)

Duas vezes durante o mês de janeiro caiu um pouco de chuva, pesada de granizo. Mas o riacho congelou-se sob lâminas de gelo até restar apenas um estreito leito gelado. O rio próximo a Abourville desceu ao nível mais baixo da sua história. Houve queixas de todos os lados porque o nível das águas continuava a baixar e os governos municipais aconselhavam as pessoas a economizarem a água. O Texas estava seco como um osso, mas, como diziam os fazendeiros uns aos outros, o Texas sempre fora seco. Não se chegou a sentir maiores preocupações até que os Estados do centro-oeste declararam estado de emergência. Isso aconteceu em princípios de fevereiro, e ainda não nos sentimos verdadeiramente alarmados. Teríamos uma primavera muito úmida, dizíamos uns aos outros.

Washington não dizia nada. Não se realizava conferência alguma; os jornais não noticiavam nada além de uma seca anormal. A chuvosa Inglaterra gozava de um "tempo incrivelmente seco e ameno" e "o povo se aproveitava disso para passear". Na Itália, o calor parecia o de verão e a Riviera, a despeito das crescentes ameaças de guerra, estava apinhada. Havia histórias engraçadas de robustos escandinavos tomando banho nas praias, embora reclamassem que preferiam esquiar, se ao menos nevasse. A Índia estava sofrendo uma seca, mas desde quando a Índia não sofria uma seca?

As chuvas da primavera e do princípio do verão não haviam chegado à América do Sul: os meses de novembro, dezembro, janeiro e fevereiro nunca haviam sido tão secos em toda a História. Não sabíamos então que as grandes companhias frutícolas dos Estados Unidos estavam bastante preocupadas com as colheitas tropicais nas repúblicas do sul. De além a cortina de ferro da Rússia e países satélites não chegava notícia alguma - a princípio.

O Japão congratulava-se porque as chamadas enchentes da primavera não tinham vindo em fevereiro. O Vale do Ohio estava feliz porque o rio não estava enchendo. Cincinnati esqueceu-se de olhar para suas pontes e gozava de um sol extraordinariamente quente. Os homens espalhavam-se em enxames pelas regiões mais baixas do Rio Mississippi e alegravam-se porque naquele ano não teriam de fazer barragens contra as enchentes.

Foi somente muito depois que viemos a saber que todos os oásis dos desertos tinham-se transformado em areais intermináveis, em que as palmeiras desfaziam-se em pó, as áreas verdes mirravam e desapareciam sob um Sol que nunca empalidecia. Mais tarde, também, tivemos notícia de que os mares recuavam e que os rios diminuíam cada vez mais de volume.

Mas tudo isso foi muito depois, conforme devem saber. Por enquanto havia ainda poucos indícios do que estava para vir.

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Continua...
O início

Resultado do Concurso de Microcontos

Terminou nesta quarta feira o concurso dos microcontos do site Simplicíssimo. Depois de uma vitória folgada na primeira fase e um empate heróico na semifinal, acabei desistindo de lutar pela vitória na final, pois quando fui ver o primeiro e o segundo colocados já tinham passado de duzentos votos cada.

Finda a votação, fiquei em terceiro lugar, com 22 votos, bem distante dos 423 da segunda colocada e ainda mais longe do vencedor e seus incríveis 1.062 votos. Não pensem que fiquei triste, pois não estou. Ficar em terceiro entre oitenta está mais do que bom.

Agradeço a todo mundo que ajudou nas primeiras fases e que votou em mim na última. Conto com vocês na próxima.

Crônica: Nome Artístico

Você já ouviu falar de uma tal de Avril Lavigne? É uma cantorazinha de rock que fez sucesso no começo da década passada. Ela tinha uma música chamada Sk8er Boy, que contava a história de uma garota patricinha que namorava um rapaz que adorava andar de skate, mas daí ela terminou o romance porque achava que ele era muito largado, que ele não teria futuro.

Depois de um tempo, ele começou a fazer sucesso como cantor, sendo que uma das suas músicas de maior sucesso era uma em que ele falava de uma garota que o tinha deixado por causa do seu jeito. Além disso, a música falava da namorada dele na época do estrelato, o que fazia a ex se sentir uma bosta, porque, cacete, era ela quem poderia estar ao lado dele nos shows.

Na época eu ouvi bastante essa música, achava legal, mas nunca imaginei que poderia acontecer comigo. Pois é, aconteceu.

Há muito tempo atrás eu namorei um rapaz, ele era balconista de farmácia, fazia faculdade de direito e, nas horas vagas, tinha vãs pretensões de ser escritor e pianista. Apesar de ele ser um cara até gente boa, nossas diferenças me fizeram terminar o nosso namoro. Deixei ele e suas vontades bobas pra lá, fechei a porta atrás de mim e nunca mais o vi ou ouvi falar dele. Isso até semana passada.

Navegando a esmo pela internet, acabei caindo no seu site, e descobri que ele já lançou três livros, dois CDs e está chamando bastante atenção. Fuxicando um pouco mais no site, li um relato de como ele escolheu seu nome artístico. Resumindo bem a história, ele adotou o sobrenome da esposa, na época ainda namorada.

E estou agora me sentindo como a garota da música! Puts, podia ser eu. Devia ser eu! Sueli, minha melhor amiga, diz que, como sempre, só estou prestando atenção no dinheiro que os homens têm, mas não! Estou só refletindo em como minha vida poderia ser diferente: eu estaria casada com um homem bem sucedido, e não com um Zé Mané que tem um trabalho medíocre de contador de selos em um cartório do interior.

Imagine se nós continuamos o namoro e ele adota o meu sobrenome como nome artístico quando vai lançar o primeiro livro! Já pensou a Maria Rita apresentando a banda?

- E no piano... Carlos Frossard!

Aí ele iria no Jô e contaria a história do seu nome artístico:

- Ah, o Frossard é da minha esposa, olha ela ali ó. Beijo, querida, te amo!

Na minha mente, Carlos Frossard soa muito melhor do que o nome que ele usa, o nome daquelazinha. Onde já se viu? Carlos Solvon! Isso parece até nome de remédio para gripe! Coisa feia!

Acho que vou ao próximo show da Maria Rita, sempre gostei dela mesmo...


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Leia outras crônicas:
Um Começo
Tocaiado
Carta de Despedida a um Amigo à Beira da Morte
O Namoro da Minha Melhor Amiga

50 Semanas de Rock - Focus

Vamos deixar as coisas claras desde o início porque, sinceramente, Focus já me encheu: sim, os caras são músicos excelentes e mandam muito bem nos seus instrumentos, mas, pelamordeDeus, vai fazer música chata assim lá no show do Calypso.

Sério: os caras são fodas tocando. O baterista deve ter servido de inspiração para o Neil Peart, do Rush, porque o solo de bateria em Eruption é fodão, isso só pra citar um. O cara da guitarra, então, só falta fazer a bichinha falar.

Isso sem falar no flautista, que esse sim eu quero saber quem é e quero ouvir mais coisas dele, porque sempre que a flauta entrava na música eu pedia a Deus para que nunca mais parasse, de tão bonito que era.

Birth posso dizer que é a melhor música: o cara da flauta dá show e a música me remete a várias outras: o tema do trailer de Chrono Cross, jogo do Playstation 1; Down Under, do Man at Work, ao vivo no Brasil; e Mercy Street do Peter Gabriel. Só ouvindo as quatro pra entender, mas fica a garantia que é bom.

Mas aí vem o porém: eles não fazem música boa. A música deles é chata, longa, maçante, repetitiva. Vale a pena para ouvir uma vez só e nada mais. Menos Birth, claro. Eu praticamente só ouvi uma vez cada um dos três cds que baixei.

A maior curiosidade de todas foi o tendepá que as músicas fizeram no meu mp3 player: ou o contador de tempo ia muito devagar ou ia muito rápido: algumas músicas ficaram marcadas com apenas 17 segundos e outras com duas horas e meia. Mó loucura.

Ah, outro detalhe: teve uma música, já não lembro mais qual, em que achei que eles fossem tocar Funeral for a Friend, do Elton John, tamanha a semelhança do início.

Enfim, fora o flautista e Birth, Focus é, pra mim, completamente descartável.

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Veja a lista das bandas que fazem parte das 50 semanas de rock

Olha mãe, aprendi a usar o wordart!!



Como se não bastasse o abuso do wordart, ainda detonaram com a facilidade de leitura.

Quando eu digo que cursinho de informática não adianta pra muita coisa, tem gente que não acredita: o sujeito aprende um recursozinho qualquer e já sai achando que aquilo é o melhor que há e sai usando a torto a direito.

A Música que Elton John fez para a Princesa Diana

Todo mundo conhece a música de Elton John chamada Candle in the Wind 97, que foi sucesso no mundo todo há pouco mais de uma década. Mas poucos conhecem a história por trás dela ou o significado da sua letra.

A primeira coisa que poucos sabem é que existe uma versão anterior dela, do ano de 1973, chamada apenas Candle in the Wind. Esta versão original, lançada no disco Goodbye Yellow Brick Road, é meio que um tributo a Marilyn Monroe. Como vocês verão mais adiante, a letra é um fã dela falando de como gostaria de tê-la conhecido, e lamentando a sua morte.

Apesar de ser uma homenagem póstuma, a versão original não carrega em si nenhuma carga de tristeza ou lamento. A coisa mudou quando em 1997 a princesa Diana morreu, e Bernie Taupin (o autor da letra original) a reescreveu para que Elton pudesse homenagear a amiga. Aí sim a letra e a melodia receberam tons escuros e a música tornou-se uma das mais famosas da história.

Não consigo esquecer quando uma amiga minha veio me pedir o cd emprestado para poder colocá-la para tocar no casamento de uma amiga, quando esta fosse entrar na igreja. De nada adiantaram meus esforços para convencê-la de que não tinha cabimento colocar uma música fúnebre na entrada de um casamento. Lá foi a moça casar ao som de versos tristes.

E aí vem outra coisa que muitos desconhecem: esta nova versão não toca mais nas rádios, muito menos faz parte das coletâneas do Elton John, e tampouco ele a canta em seus shows. Tudo o que se ouve e vende por aí é a versão original. Também, pudera, Elton John e Diana eram grandes amigos e com certeza ninguém gostaria de ficar cantarolando por aí uma música feita para o funeral de um grande amigo.

Para efeito de comparação, seguem aí as traduções livres das duas músicas. Vejam como a versão de 97 é muito mais densa e pesada. Se a original fala de sentimentos fictícios, que talvez pudessem acontecer, a nova fala de acontecimentos reais, que todos nós vimos (e vemos) até hoje, o que dá a ela muito mais força.

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Candle in the Wind, versão original:
Adeus Norma Jean, mesmo que eu nunca tenha te conhecido. Você conseguia se manter calma quando todos em volta estavam agitados. Eles surgiram do nada e inventaram histórias para você, te deram um trabalho chato e te fizeram até mudar de nome. A solidão foi um dos papéis mais duros pelos quais você passou: Hollywood criou uma estrela e a dor foi o preço que você pagou. E mesmo quando você morreu, ainda assim a imprensa te rodeou, e tudo o que puderam falar foi que "Marilyn foi encontrada nua". E, pra mim, parece que você viveu sua vida como uma vela ao vento, sem saber onde se abrigar quando a chuva caía. Eu gostaria de ter te conhecido, mas eu era apenas um garoto: sua vida acabou muito antes de sua história. Adeus Norma Jean. Um adeus do garoto sentado na vigésima segunda fila, o garoto que vê em você muito mais do que um símbolo sexual, muito mais do que a Marilyn Monroe.

Candle in the Wind 97:
Adeus rosa inglesa. Que você floresça sempre em nossos corações. Você era a alegria que se instalava onde vidas eram perdidas. Você lutou por nosso país e sussurrou aos que sentiam dor. Agora você está nos céus e as estrelas escrevem seu nome. Perdemos um amor, e os dias estão vazios sem seu sorriso. Mas sempre carregaremos esta tocha em nome da filha dourada da nossa nação. E mesmo que tentemos não chorar, a verdade nos leva às lágrimas. Não há palavras que expressem a alegria que você nos deu enquanto vivia. Adeus rosa inglesa, de um país perdido sem seu espírito. Você nem imagina o quanto sentiremos falta da força de sua compaixão. E, para mim, parece que você viveu sua vida como uma vela ao vento, sem enfraquecer quando o sol se punha ou quando a chuva caía. Suas pegadas sempre estarão por aqui, pelos campos verdes da Inglaterra. Sua vida durou muito menos que sua história, que será eterna.

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Outros artigos meus sobre Elton John:
Coisas do Elton John que tô vendendo
Os Discos de Elton John
Como me tornei fã de Elton John
10 Grandes Momentos ao Vivo de Elton John

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Campeonato dos Micro Contos: Cheguei à final

Gente, agradeço a todo mundo que me ajudou na votação da semi final, que foi super barra pesada, e que me levou à grande final, depois de um empate eletrizante.

Peço então que votem no meu micro conto na final do campeonato:

Cliquem aqui e na página que abrir cliquem em Grupo 21 (fase III - FINAL) para ver as opções. Selecionem o meu e votem. Depois disso, mandem email para todo mundo, pedindo uma força. Esta votação vai até 15/04

Eu sei que tenho as leitoras mais maravilhosas das redondezas e vocês não vão me deixar perder esta, não é?

A casa agradece.

O Pecado de Todos Nós - Capítulo Um - Parte Cinco

(capítulo um, parte quatro)

Logo depois, notamos a ausência de jornais e revistas na casa. Meu pai havia cancelado todas as assinaturas. Por fim, ele nem queria ouvir o rádio. Ficava sentado sozinho na sala, com a Bíblia nas mãos, e embora nenhum filho ou neto tivesse jamais temido interrompê-lo em qualquer momento, agora não tinham coragem de fazê-lo. Era como se ele se tivesse afastado de todos nós para viver em contemplação. Até mamãe, a quem ele era tão apegado, deixava-o sozinho junto à lareira. O rosto dela perdera toda a sua alegria.

Mas meu pai era lavrador, afinal de contas. Possuíamos uma fazenda de tamanho razoável, de cerca de 280 hectares, gado e um caminhão. Meu irmão Edward e eu não gostávamos da cidade nem da vida de cidade, e desde meninos considerávamos como certo que, mesmo casados, continuaríamos na fazenda. Edward e eu havíamos prestado serviço militar - eu na Coréia, ele na Europa. Nós nos alistáramos. Meu pai aceitara as guerras com o fatalismo do homem do campo. Afinal, haveria sempre as estações e o Sol - e Deus. Eram essas as verdades eternas que homem algum jamais poderia destruir.

Tínhamos, na fazenda, dois colonos e suas famílias e meu pai e eu dirigíamos as coisas com muito sucesso. Meu irmão Edward não podia ajudar-nos muito. Ficara cego na Europa, em 1945.

Edward nunca fora abençoado - ou amaldiçoado - com uma excessiva imaginação. Era calmo e prático como a nossa mãe. Depois de um período de treinamento, como sempre tivera jeito para a mecânica, aprendeu a consertar as máquinas da fazenda. Assim, embora pouca coisa pudesse fazer na terra, mantinha-se ocupado e era bastante feliz. Ele sua esposa Lucy e os dois filhos ocupavam dois dos grandes quartos de dormir nos fundos da enorme casa de madeira, enquanto Jena, eu e nosso último filho ocupávamos os dois quartos da frente. Meu pai aceitou filosoficamente a cegueira de Edward, assim nos pareceu até a minha volta da Coréia. Então, eu o surpreendia olhando para Edward, e seu rosto bondoso, largo e forte se contraia e ele se virava sem dizer uma palavra. Um dia, pouco depois de minha volta, enquanto eu narrava minhas experiências no acampamento de prisioneiros, ele me disse:

- Sim, somos todos estranhos uns para os outros, e é por isso que nos detestamos tanto e queremos nos matar. Pete, não comente comigo sobre a guerra nunca mais.

No Natal compramos um aparelho de televisão, mas logo descobrimos que não devíamos contar as notícias a papai. Ele deixou bem claro que não queria informações. No entanto, ele às vezes dizia numa voz em que havia uma nova aspereza:

- Bem, e quantas bombas de hidrogênio, nós, ou eles, explodimos recentemente? Vejamos, Pete, seu filho deverá estar preparado daqui a uns 17 anos, não é? E os seus, Ed, em menos do que isso, hein? É melhor terem mais filhos depressa; vamos precisar deles.

No entanto, ele não abandonou o trabalho e conversava bastante bem sobre colheitas e gado. Assim, achamos que aquela amargura não passava de uma fase má e iria passar.

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Continua...
O início

50 Semanas de Rock - Eric Clapton

Como eu já conheço um pouco do passado de Eric Clapton - leia-se Layla, Wonderful Tonight, Cocaine e outras - foquei minhas audições nos lançamentos mais recentes dele: From the Cradle, Pilgrim e Riding With the King (este um trabalho com B. B. King).

Das músicas destes discos, algumas eu já conhecia pois tenho um cd duplo de um show do Eric - One More Car, One More Rider - mas muita coisa foi novidade pra mim.

Dá pra ver claramente que ele hoje é muito mais blues e jazz do que rock, e o que não falta em suas músicas são guitarras fuderosamente bem tocadas. Do disco From the Cradle posso destacar Five Long Years, Hoochie Coochie Man e a regravação de Sinner's Prayer.

Pilgrim não fica atrás e tem uma série de músicas maravilhosas: My Father's Eyes, River of Tears, Born in Time, Sick and Tired e She's Gone. Por fim, Riding With the King é simplesmente espetacular: impossível não viajar com Marry You, Ten Long Years, Help the Poor e, principalmente, Hold On I'm Coming, na qual as guitarras praticamente batem um longo papo.

Ouvir esta música com fones de ouvido é uma experiência única: em cada fone sai o som de uma guitarra diferente, e eles tocam alternando uma e outra. Isso resulta em um ping pong orgásmico em seu ouvido.

Como já falei, estes discos têm muito de jazz e blues, e servem para duas atividades completamente antagônicas: primeiro, são o tipo de disco que você tem que botar pra ouvir do início ao fim, prestando atenção; e segundo, são o tipo de disco que você bota pra tocar como fundo musical, daqueles que você não tem que dar muita atenção para perceber sua beleza.

É uma pena Eric Clapton andar tão esquecido da mídia.

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Veja a lista das bandas que fazem parte das 50 semanas de rock

O Concurso de Micro-Contos Continua

Eu passei para a segunda fase do concurso dos micro contos, e agora estou no grupo 19

Depois de clicar neste link aí é preciso clicar em "grupo 19" para que as opções apareçam.

Esta votação vai até dia oito de abril, e vocês podem votar todo dia!

Agradeço muito a vocês, ainda mais se fizerem propaganda.

Botando o Computador para Dormir

Imagine, querida leitora, que você esteja no seu computador lendo algum artigo interessante na internet e ouvindo uma bela música no seu computador quando, de repente, precisa sair às pressas de casa. Ou então que você esteja digitando algo no seu notebook e precise fechá-lo para poder deixar o lugar onde está.

Não seria bom poder desligar o computador e, quando ligá-lo novamente, poder encontrá-lo exatamente como ele estava antes? E quando digo exatamente, é exatamente mesmo: como se nem mesmo você tivesse desligado a criança.

Pois saiba que isso existe, e se chama hibernação.

Com este recurso você pode inclusive desligar o computador da tomada e levá-lo para outro lugar e ao ser religado ele estará do mesmo jeito: janelas abertas no mesmo lugar, cursor piscando no mesmo lugar e, dependendo do programa, até mesmo a música continua a tocar do ponto onde parou. Como extra, o tempo que o computador leva para ligar costuma diminuir bastante.

Para fazer isso no Windows é simples: quando você clicar em Iniciar-Desligar e aparecer aquela janela com as opções de desligamento ("Em Espera / Desativar / Reiniciar"), mantenha pressionada a tecla shift que o botão Em Espera se transforma em Hibernar. Daí é só clicar nele enquanto ainda aperta shift que o computador vai dormir.

Tem gente que pensa que isso é igual ao stand by, mas não é. Com o stand by, se você desligar o computador da tomada corre até o risco de perder os seus dados. Com o hibernar, a luz pode acabar ou você pode levar o computador para outro país que quando ligá-lo novamente tudo ainda estará como antes.

De lambuja, saiba que é possível configurar o botão de desligar do seu computador para que, quando você aperte-o, o computador hiberne automaticamente, ao invés de desligar normalmente.

Para isso, faça o seguinte: clique em Iniciar - Painel de Controle - Opções de Energia - Avançado. Na janela à qual você chegou há uma opção que diz "Ao pressionar o botão para ligar / desligar o computador:" junto com uma caixa de opções. Basta escolher "hibernar" e clicar em ok.

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Outros artigos meus sobre informática

Emprego Novo

Não que eu esteja reclamando, mas é um pouco frustrante fazer prova de concurso para cargo de analista de sistemas, superior completo, com questões de rede, análise, projeto, gerência, segurança, bancos de dados e linguagens de programação, ser aprovado, tomar posse e então descobrir que suas atividades principais serão consertar computador velho, reinstalar programas de terceiros e configurar teclados para usar o cedilha.