Das Emoções

Até poucos anos atrás, antes d'eu aprender a lidar melhor com minhas emoções e antes d'eu aprender a meditar, eu vivenciava meus sentimentos e as situações como se fossem uma montanha russa. Mais ou menos assim:


Normalmente, as pessoas pensam que estas mudanças vão transformar a vida em um mar de rosas. Como se elas fossem virar o gráfico de humor todo pra cima em direção à felicidade extrema e constante. Assim:


Só que o que vi acontecer não foi isso. O que mudou foi a minha capacidade de estar consciente dos momentos. Ao invés de ficar sendo jogado de um lado para o outro, à mercê dos acontecimentos, passei a vivenciar com muito mais clareza as coisas pelas quais passo. O que aconteceu foi que tudo se aproximou do meio. Não no sentido de tornar tudo monótono e sem graça mas sim de tornar mais sereno porque há a visão de que tudo é passageiro. E mesmo que as coisas sejam menos exageradas, elas são vivenciadas com mais intensidade. Isso é que fez a maior diferença.


Ainda existem momentos de muita excitação, de alegria desenfreada ou de raiva inflamada. O lance não é passar por momentos ruins pensando tenho que arranjar uma maneira de ser feliz no meio desta merda toda. Nada disso. O lance é pensar olha, tá dando merda, mantenha a calma e o equilíbrio e faça o que der pra fazer, sem ser conivente, porque logo logo isso acaba.

Micro-conto: O Medo de Kátia

Kátia morria de medo do escuro. Sempre que ia se deitar, apagava a luz e ia para o seu lado na cama passando por cima do marido. Um dia ele levantou assim que ela apagou a luz. Ela só parou de gritar quando assinou os documentos do divórcio.