Slava's Snowshow

Há alguns anos, quando fiz o EJC na igreja católica lá de Cachoeiras de Macacu, achei o Encontro tão sensacional que achei necessário criar uma nova expressão para definir o quão bom ele foi. Disse, à época, que o Encontro tinha sido estrombelo folosfático. Entenda-se que se uma coisa é estrombelo folosfática ela é sensacional, espetacular, incomparável, maravilhosa, boa pra cacete, foda demais, du caralho, one-of-a-kind e mais alguns bons adjetivos que a leitora queira adicionar à lista.

Por alguns anos o EJC permaneceu como o único evento da minha vida a receber dito título, até que em janeiro de 2009 o show de Elton John acrescentou-se à pequena lista. Eis que mês passado um terceiro evento conseguiu a façanha: o espetáculo teatro-circence Slava's Snowshow, do qual participei - não apenas assisti - no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

Slava é um palhaço russo conhecido mundialmente que já criou espetáculos para o Cirque du Soleil e trouxe para o Brasil pela segunda vez o seu Snowshow. Estava navegando por um site de ingressos quando a propaganda do espetáculo me chamou a atenção, assisti a uns vídeos no YouTube e não pude resistir: comprei meu ingresso no mesmo dia. E melhor: na primeira fila, de cara pro palco.

Tendo visto os vídeos, eu sabia um pouco do que estava por vir, já que os palhaços descem do palco e vão para o meio da plateia, mas nada poderia me preparar para o palhaço que me chamou para ir ao palco ajuda-lo com uma cadeira. Mais divertido, impossível. Lindo, engraçado e emocionante, Slava's Snowshow é um espetáculo de palhaços que bota a plateia pra brincar o tempo todo. Até mesmo no intervalo rolaram brincadeiras.

E quando tudo acaba e você pensa que está na hora de ir embora, repara que o Slava desceu do palco para falar com a plateia e que todos os palhaços continuam andando por lá, e que você pode continuar por ali brincando e tirando fotos com eles. Acredito que, como eu, muitos dos adultos que estavam lá sentiam-se com sete anos de idade novamente.

Torço para eles voltem mais uma vez, pois o espetáculo é mais do que apenas uma apresentação, mais do que um circo: é uma experiência, algo do qual você se sente parte, deseja que não acabe nunca, e que, quando você deixa o local, quer que comece tudo de novo.


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Outros links:
Este usuário postou no YouTube vários vídeos da apresentação em que fui.
No meu Flickr tem algumas fotos que tirei lá.
Um vídeo que filmei no final da apresentação.

Usando Crase

Quando meu livro estava passando pelo processo de revisão antes da primeira edição ser lançada, meu editor me elogiou por saber usar crase. Em todo o livro, ele encontrou apenas um erro. Como eu tenho meu jeito de saber se devo usar crase ou não nas situações em que surgem dúvidas, resolvi compartilhar com minhas leitoras meus macetes.

Claro que as minhas leitoras são espertas o suficiente para saber o básico sobre artigos e jamais escreveriam atrocidades como à casa é verde, à eleição é em outubro ou à minha mãe é linda. Mas há casos em que rola dúvida sim. Então vejamos.

Quando a dúvida é em relação à crase no singular, como esta aí que acabei de usar, a primeira coisa a ter em mente é: quando NÃO usar. Aí é simples: não se usa crase no singular antes de nomes masculinos. Tudo isso aí embaixo está errado:

Agradeço à Deus.
Entreguei à meu pai.
De terça à domingo.
Falou à todo mundo.

Lembrem-se: a crase tem, subentendida, o artigo “a”, usado para referenciar coisas femininas. Logo, se não faz sentido dizer a meu pai tem olhos azuis, a domingo é um dia de descanso, não é certo meter uma crase antes deles.

Segunda coisa: não se usa crase no singular antes de nomes femininos no plural. Exemplos de erros:

Agradeço à minhas primas.
Falou à pessoas carentes.

A explicação aqui é a mesma: se não faz sentido dizer a minhas primas moram em Brasília, a pessoas são mal-educadas, também não é certo meter uma crase antes.

Mas e se a palavra que vem depois do “a” for feminina no singular? Como faço para saber se devo usar crase ou não? Simples: eu troco a palavra feminina por uma masculina e vejo como deveria ficar o “a”. Se sou obrigado a usar “ao”, então preciso usar “à”. Se não sou obrigado a usar “ao”, então não preciso usar crase. Vejamos alguns exemplos:

Vou a escola todos os dias. Na dúvida, troco escola por curso, e fica assim: vou ao curso todos os dias. Se preciso usar ao, então preciso usar à. A frase certa é: Vou à escola todos os dias.

Gabriel entendeu a razão da briga. Na dúvida, troco razão por motivo, e fica assim: Gabriel entendeu o motivo da briga. Se não preciso usar ao, então não preciso usar à. A frase já está certa.

A noite, sempre tomo vinho. Na dúvida, troco noite por fim do dia, e fica assim: Ao fim do dia, sempre tomo vinho. Se preciso usar ao, então preciso à. A frase certa é: À noite, sempre tomo vinho.

Uso os mesmos raciocínios para o caso de crase no plural:

Chamei as minhas amigas para passear. Na dúvida, troco minhas amigas por meus amigos e fica assim: Chamei os meus amigos para passear. Se não preciso usar aos, então não preciso usar às. A frase já está certa.

Contei as minhas amigas tudo o que aconteceu. Na dúvida, novamente troco minhas amigas por meus amigos e fica assim: Contei aos meus amigos tudo o que aconteceu. Se preciso usar aos, então preciso usar às. A frase certa é: Contei às minhas amigas tudo o que aconteceu.

Há um caso em que é permitido, sim, usar crase no singular antes de um nome masculino: bacalhau à Gomes de Sá. Isso acontece porque há, subentendido entre o à e o Gomes, a palavra “moda”. Por isso a crase. Mas é um caso raro.

Eis aí então os meus macetes. Se eu lembrar de mais algum, complemento o post. Alguém mais tem dúvida?



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Deborah Colker - 4x4

Há algumas semanas fui ao Teatro João Caetano, ali no Centro do Rio de Janeiro, acompanhar a esposa para ver a apresentação 4x4 da Cia. de Dança Deborah Colker. Sinceramente, eu pensava que iria achar tudo um saco, mas enganei-me redondamente. A parada é espetaculamente legal e interessante.

Eles estão se apresentando lá até o início de setembro em temporada popular, com ingressos abaixo de R$ 30,00 e vale muito a pena. Estou quase indo de novo. Incrível a capacidade daquele pessoal de dançar em perfeita sincronia sem sequer estarem se vendo, como no primeiro ato, Canto, e também a precisão milimétrica da dança entre dezenas de vasos espalhados no palco, como no último ato, Vasos.

Se a leitora gosta de dança, faça um favor a si mesma e vá. Tenho certeza de que não vai se arrepender. Segue aí embaixo um trailer do DVD da apresentação. Se você está pensando em ir, não assista para não acabar com as surpresas. Mas se está em dúvida, assista e veja como é sensacional.



A Morte da Vovó

Há mais de três anos, lá em 2007, quando eu ainda trabalhava e morava em Cachoeiras de Macacu, não tinha feito pós-graduação e a crise mundial ainda não tinha explodido e detonado com as bolsas em tudo quanto é canto, eu criei o blog Vovó Viu a Rede. Como eu expliquei na época, criei o blog como forma de compartilhar meus estudos sobre redes de computadores, escrevendo em uma linguagem simples e fácil de ser compreendida.

Apesar de não ser um estouro de sucesso, o blog me rendeu, e ainda rende, bons elogios. Gente de tudo quanto é canto, inclusive da África, já apareceu na minha caixa de entrada com comentários positivos sobre meus artigos. Semana passada recebi, inclusive, um comentário aqui no Sarcófago, do leitor Daniel Josac, pergutando o motivo de eu ter parado de escrever. Foi sua pergunta que motivou este texto aqui.

Infelizmente a vida segue rumos inesperados e as coisas não continuam pra sempre como gostaríamos. Quando vim para Niterói vi meu tempo livre diminuir consideravelmente. Horário de trabalho maior, distância de casa maior, trânsito insuportavelmente caótico e obrigações do matrimônio impedira-me de continuar estudando e escrevendo como antes.

Apesar de prazeroso, o trabalho com o Vovó Viu a Rede tomava muito tempo (ou vocês acham que escrever aqueles textos era coisa de dez, quinze minutos?). Daí, como sempre temos que fazer escolhas em nossas vidas, tive que escolher parar de escrever para o blog. Parei, inclusive, de estudar sobre redes. O livro que comprei está guardado desde então. Inicialmente, pensei que seria apenas um afastamento temporário e que com o tempo eu poderia me reorganizar e voltar a escrever, mas as coisas não saíram como eu esperava.

É uma pena, eu sei. Eu também não gostei de abandonar minha cria, que foi tão bem recebida pela comunidade de TI, mas teve que acabar. Deixo o blog no ar pois sei que ainda ajuda a muitos que procuram informações sobre o assunto, agradeço a todas pelos elogios e pela companhia, mas fica o aviso: a vovó morreu. Longa vida a ela.

Os Anéis da Terra

Vejam só que vídeo interessante recebi do C@T. Um artista fez uma simulação de como seria se o nosso planeta tivesse anéis como Saturno. Interessantíssimas as imagens de como seria o céu de várias cidades pelo mundo.

Anima Mundi 2010

Desde muito tempo, quando morava ainda em Cachoeiras de Macacu, eu acompanhava pelo jornal O Globo as edições do Anima Mundi, sempre com muita vontade de um dia poder assistir às apresentações. Mas a distância e o medo de vir ao Rio de Janeiro sempre me impediram de fazê-lo.

Eis que este ano saciei a vontade e encarei seis sessões em três dias. Duas sessões foram de curtas feitos por crianças em escolas de animação. Nada espetacular, mas ainda assim trabalhos importantes, pois servem para incentivar novas produções e para descobrir grandes animadores por este mundo afora. Alguns dos curtas são absolutamente sem graça, mas outros são até divertidos, como Paola Poule Pondeuse, a história da galinha que trabalhava em uma fábrica de ovos.

Outra sessão foi a de curtas que concorriam a prêmios nesta edição do Anima Mundi. Um ou outro sem graça mas a maioria legal: Amourette, um stop motion de dois bonecos de madeira fazendo sexo sobre uma lixa; Little Quentin, que tem uma idéia semelhante à abertura de Toy Story 3; Un Tour de Manege, com história mais ou menos mas visual impecável; A Lost and Found Box of Human Sensation, lindo, sobre a perda de entes queridos; Paraphernalia, a história de um menino e seu robô de estimação; e Operatatatata, uma hilária história de suspense. Não percam este último.

A quarta sessão foi uma coletânea de curtas dos 18 anos do Anima Mundi. Só um curta ruim e o resto muito bom: Qualquer Nota, com uma música bem diferente; O Monge e o Peixe, que, acredito eu, poderia se chamar O Monge Maconhado e o Peixe, bem louco e divertido; Atama-Yama, sobre um japa em cuja cabeça nasceu uma árvore; Guide Dog, engraçado pra cacete; Father and Daughter, muito simples e muito bonito; The Cat Came Back, de chorar de rir e com música grudenta; Vida Maria, uma crítica à realidade das crianças nordestinas; Lapsus, hilário, com uma freira e seu eterno Oh, my God!; e O Velho e o Mar, uma das animações com visual mais bonitos que já vi. Neste último, cada quadro do filme é como um quadro destes que a gente pendura na parede da sala.

As outras duas sessões foram longa-metragens: The Apple & The Worm é a história de uma maçã de exposição que descobre ter uma lagarta dentro de si. Ela parte então em busca de uma cura para sua doença, contando para isso com a ajuda de uma maçã deformada com cara de pera e uma cereja que adora cantar. Bem divertido.

Já a outra animação, Mary & Max, é absurdamente legal, bonita, engraçada e emocionante. Conta a história de Mary Dinkle e Max Horowitz. Ela uma menininha australiana, ele um novaiorquino solteirão e solitário. Entre Mary e Max nasce uma grande amizade depois que eles começam a trocar cartas e descobrir interesses em comum, como chocolates e desenhos animados. Procurem este filme, pois vale a pena. Penso até em comprar o DVD.

A única coisa que tenho a reclamar é da absurda falta de educação dos cariocas. A quantidade de gente andando, brincando e conversando no celular durante as sessões é irritante até o talo. Enquanto víamos The Apple & The Worm, o que não faltou foi gente zanzando no Odeon tapando a nossa visão das legendas. Acho que as salas de cinema têm que trocar o aviso Desligue o celular por Desligue a porra do celular, sua filha da puta mal educada ou por Quem não desligar o celular tem a mãe na zona.

Fora isso, termino o Anima Mundi feliz e satisfeito por ter participado. Quem nunca foi não sabe o que está perdendo.

A maioria dos links acima levam para o YouTube, onde a leitora poderá assistir aos curtas na íntegra, o que é altamente recomendado. Coloco direto aí embaixo o trailer legendado de Mary & Max. Não percam.




E que venha o Anima Mundi 2011.

Diversão em Alta Velocidade

Depois da vergonha de Felipe Massa na semana passada, este final de semana Rubinho nos brindou com um grande momento de diversão durante a corrida de Fórmula 1.

O pega dele com Schumacher foi sensacional. Seria muito bom se houvessem vários desse tipo nas corridas.

Se você não viu, vê aí os vídeos da primeira tentativa e da ultrapassagem.

Foram umas cinco voltas de pura emoção.