Eu Tô Pedindo, Mas Podia tá Robando

Gente, dia 21 de maio o moço aqui faz aniversário. Então lembro a todos vocês que clicando aqui vocês vão poder visitar o site Submarino, onde está uma lista de presentes que eu gostaria de ganhar. Se você acha que o Sarcófago traz alguma coisa de boa para a sua vida, se você acha que eu mereço um agrado, ou simplesmente se você não tem nada melhor para fazer com o seu dinheiro, dê uma visitada. Agradecerei eterna e publicamente. Aceito óleo de peroba também, mesmo não estando na lista.

A Divina Comédia - Dante Alighieri

Aproximadamente dez anos antes da história do livro começar, a mulher do personagem principal do livro morreu. E então lá estava ela, Beatriz, no paraíso, cantando hosanas ao Senhor, quando viu que seu amado esposo estava perdido numa floresta, sendo perseguido por animais selvagens, às portas da morte, e se compadeceu dele.

Ela, então, bateu uns papos com seus superiores e conseguiu uma façanha até então inédita: conseguiu tirar alguém do inferno para salvar seu amado da morte, mostrá-lo como é "o outro lado da vida" e ajudá-lo a alcançar a salvação. É neste ponto que começamos a acompanhar as peripécias de Dante, o personagem principal do livro.

O motivo de ele ser uma "comédia" eu não sei, porque de engraçado ele não tem nada, mas o livro é bom. Dante, o personagem, é um escritor e o cara tirado do inferno para ajudá-lo em sua caminhada é Virgílio, um outro escritor que servia de inspiração para ele. No auge do seu desespero para fugir das feras, na escuridão da noite, Dante vê o espírito de Virgílio, que o explica o ocorrido no céu, e convida Dante a segui-lo.

E assim começa sua jornada. Dante, o autor, primeiro nos leva a acompanhar Virgílio levar Dante pelos nove círculos do inferno, encontrando por lá toda gente (inclusive alguns que Dante considerava santos, salvos) e também aprende sobre como esta gente é castigada por seus pecados. É uma parte duríssima de ler, dada a riqueza de detalhes que abundam aqui e ali sobre as infindas torturas que Seu Satã propicia aos caídos.

Findo o inferno e seu calor, os personagens vão então ao purgatório, onde as pessoas têm que sofrer algumas penas, mas com a certeza de que chegarão ao céu. No seu longo caminho, Dante encontra pessoas que conheceu ou que ouviu muito falar. Nas suas conversas com estas personalidades, muitos pedem notícias do mundo e pedem para que Dante, ao voltar ao mundo, espalhe a notícia sobre sua atual condição para que os parentes e amigos dos mortos rezem por eles, de modo a levá-los mais rápido ao céu.

Nestas duas partes, o livro às vezes é um pouco arrastado porque Dante pára pra conversar com todo mundo que encontra pelo caminho, pedindo informações sobre quem são, de onde vieram, como morreram, porque estão ali, coisa e tal. E também todo mundo aproveita para perguntar como é que Dante pôde ir ao inferno e ao purgatório ainda estando vivo. É tanto conversê e tanta prosa que dá sono.

Finalmente Dante chega ao paraíso. Na condição de condenado, Virgílio é obrigado a abandoná-lo, pois não pode entrar na morada dos salvos, o que não é grande problema, pois logo em seguida Beatriz vem ao encontro de seu amado para conduzi-lo pelo céu, até a presença do Altíssimo. No céu, Dante ouve mais do que fala. Enquanto caminha, encontra muita gente que ele chegou a conhecer e outros que todos já ouviram falar, como os reis Salomão e Davi, alguns apóstolos, e até mesmo Adão e Eva. No ambiente celestial, Dante aprende o verdadeiro significado de coisas como esperança e fé. Tudo culmina no seu encontro com o Pai, na forma da Santíssima Trindade.

Como sempre gosto de fazer, anotei um par de partes interessantes que gostei. A primeira delas, curta e grossa, é quando, no paraíso, Dante define esperança: "ela é o aguardar, sem nenhuma dúvida, a glória futura, por efeito da graça divina e de mérito precedente".

A outra é um Pai Nosso que as almas amarguradas entoam no purgatório. Interessantíssimo, traduz muito do que penso sobre esta oração de um jeito que eu jamais conseguiria fazer: "Ó Pai Nosso, que estais no Céu, porém não circunscrito, mas sim por dedicar maior amor às primeiras de Vossas criações - que todas as criaturas louvem Vosso nome e poder, nas Vossas três pessoas. Venha a nós a paz do Vosso reino - que aspiramos a alcançar, não por nossos méritos, mas por Vossa bondade; como a vontade própria dos anjos se humilha ante o querer Vosso, sob os doces cantos do hosana, assim se humilhem os homens. Dai-nos o pão cotidiano, sem o qual, neste áspero deserto, retrocede o que julga andar avante. E à medida que perdoamos a quantos nos fazem mal, perdoa, benigno, os nossos pecados, sem olhar a pequenez de nosso merecimento. Nossa virtude, que tão facilmente se deixa abater, não a sujeiteis à prova com a tentação do inimigo, mas fortalecei-a contra ele, que a procura vencer."

Se você não acredita nestas teorias de céu-purgatório-inferno, não é por isso que tem que deixar de ler este livro. Como sempre, basta encará-lo como o que ele realmente é - ficção - para embarcar numa viagem super interessante. Só prepare-se para uma linguagem rebuscada; afinal de contas, estamos falando de um clássico.

Aventura Solo - Parte VI

Você está meio morto de medo, mas ainda assim sabe que sua missão sagrada vem em primeiro lugar. Coloca suas botas, veste sua roupa de couro e pendura seu punhal na cintura. Enfia as roupas de dormir sobre as suas; caso seja visto, pode dizer que procurava água ou coisa assim.

Você abre a porta de seu quarto com dificuldade: ela é muito velha e range. Leva quase três minutos para abrir a porta sem fazer barulho.

Pé ante pé, você caminha pelo corredor até a junção das escadas. De lá pode ver um lance de escadas que sobe para a biblioteca e os aposentos dos padres; e um lance de escadas descendo para a sala de jantar, que está iluminada.

E daí? Vocês preferem ir para a sala de jantar, para a biblioteca ou pelos aposentos dos padres?

Aventura Solo - Parte V

Você decide ficar quieto. Heitor já arrumou bastante confusão sozinho e se não conservar o silêncio você pode encrencar-se também. Malcolm parece preocupado.

- Precisamos encontrar nosso irmão Heitor antes que a tempestade o encontre. Ele não vai durar muito tempo lá fora. Julian, Kevin, vistam roupas para enfrentar o frio e procurem por ele.

- Sim, senhor.

- Estas montanhas são muito perigosas quando a noite chega - diz Malcolm a você. - Como se as lendas não bastassem... você nunca escutou nenhuma das lendas a respeito desta região? Sim, as lendas sobre esta região. Antes que a igreja chegasse, tribos bárbaras dominavam o lugar. As pessoas da vila diziam que muitos bárbaros eram adoradores de demônios e praticantes de magia negra, e que amaldiçoaram com rinas e rituais macabros o solo onde o mosteiro foi construído. Dizem que as sombras têm vida, e que as almas dos hereges purificados vão se erguer contra nós e todos os que os destruíram.

Nessas alturas você já está quase suando frio; enquanto vinha para a sala de jantar, teve a impressão de que as sombras no corredor se moviam. Pensou ser apenas o vento agitando as chamas das tochas, mas agora...

Malcolm toma outra taça de vinho.

- Todos nós ficamos impressionados com essas histórias, mas posso lhe assegurar que ninguém aqui nunca viu nenhum fantasma ou assombração.

- Eu vi!

Quase todos os monges voltam-se na direção da voz rouca que vem do fundo da sala. Lá está um senhor de idade, com escassos cabelos brancos, e quase nenhum dente. Parece cego, também.

Os monges retomam a conversa, ignorando o ancião.

- Não acredite no velho Stan, filho. Ficou quase cego quando comeu ervas venenosas por acidente, e sofre alucinações ocasionais. Mal consegue raciocinar. Mas é um bom homem, e tomamos conta dele. Pobre homem. Que Deus tenha piedade dele.

Ao final do jantar, Malcolm acompanha você até seu quarto. Com Heitor fora, terá que passar a noite sozinho com as sombras. Você abre a porta de seu quarto cuidadosamente e entra. A chama tremulante da vela em suas mãos projeta sombras grotescas na parede. Seu quarto está frio, mesmo com a enorme janela de vidro fechada.

- Boa noite, meu filho. Durma com Deus.

Malcolm fecha a porta, deixando-o sozinho.

E daí? Vocês preferem tentar dormir, cair fora do mosteiro ou investigar?

A Mulher de Trinta Anos - Honoré de Balzac (Parte Final)

"O casamento, instituição em que hoje se funda a sociedade, faz-nos sentir todo o seu peso: para o homem a liberdade, para as mulheres os deveres. Nós lhes devemos toda a nossa vida, eles devem-nos apenas raros instantes. Enfim, o homem escolhe, e nós nos submetemos cegamente."

Hoje em dia isso pode até ter mudado, mas naquela época não haveria descrição melhor. Não precisamos ir muito longe para isso, basta voltar uns poucos cinqüenta anos no tempo para depararmos com mulheres submissas, obrigadas a cumprir seus deveres e servir aos seus maridos, ao passo que estes têm todos os privilégios e desfrutam de todos os prazeres da vida.

"Uma tarde, os dois amantes se achavam sós, sentados perto um do outro e ocupados em contemplar uma das mais belas fases do firmamento, um desses céus puros em que os últimos raios do sol lançam fracas cores de ouro e púrpura. Nesta hora do dia, as lentas diminuições da luz parecem despertar doces sentimentos, as nossas paixões vibram ternamente, e saboreamos as perturbações de não sei que violência no meio da calmaria. Mostrando-nos a felicidade por meio de imagens vagas, a natureza convida-nos a gozá-la quando a temos perto de nós, ou faz com que a lastimemos quando nos foge. Nestes instantes férteis em encantamentos, sob o dossel dessa luz cujas ternas harmonias se unem a íntimas seduções, é difícil resistir aos desejos do coração, que então possuem tão poderosa magia! O pesar torna-se menos sensível, a alegria embriaga e a dor acabrunha. As pompas da noite são o sinal das confissões, que elas animam. O silêncio se torna mais perigoso que a palavra, comunicando aos olhos todo o poder do infinito dos céus, que eles refletem. Se se fala, a mais insignificante palavra possui um poder irresistível. Não há então luz na voz, púrpura no olhar? Não parece que o céu está em nós ou não parece que estamos no céu?"

Vai ser poético assim na caixa-prego! Seja honesta e me diga: quantas vezes você leu algo tão verdadeiro sobre o amor quanto este parágrafo? Quando é que o pôr do sol não instiga paixões, não atrai os amantes? A beleza deste momento nos traz paz, fazendo com que esqueçamos as dores, as saudades, e podemos nos concentrar no quanto a vida é bela, no quanto a obra de Deus é perfeita. Realmente, parece que estamos a voar no céu. Ou, mais emocionante e especial ainda, parece que o céu vive em nós. Não é nada mais que o paraíso. Simplesmente esta é uma passagem antológica, uma das melhores coisas que já li em minha vida.

Aí está A Mulher de Trinta Anos, um livro que, por ser clássico, muita gente não dá atenção, mas que é dos bons, que nos leva a reflexões e contemplações com as quais não estamos acostumados a lidar. Um livro que desembaralha em suas linhas a alma de uma mulher viva e amargurada, com um coração cheio de amor e conflitos, que foge de seus anseios para proteger sua própria família e que convive com seus segredos para preservar sua integridade moral. Enquanto nos leva a passear pelas paisagens européias, é uma obra que foge dos domínios de seu tempo, dizendo às balzaquianas de hoje em dia tudo o que elas querem ouvir.

A Mulher de Trinta Anos - Honoré de Balzac (Parte II)

Acabei copiando alguns ótimos trechos do livro, que são pérolas no meio de todas aquelas palavras. Vejam por si mesmas:

"Dizia-lhe seu instinto que é muito mais belo obedecer a um homem de talento do que guiar um tolo, e que uma esposa jovem, obrigada a pensar e a proceder como um homem, não é mulher nem homem, abdica todas as graças do seu sexo, sem perder os seus desgostos nem adquirir nenhum dos privilégios que as leis deram aos mais fortes."

É quase que o feminismo às avessas. Ao passo que querem independência em suas vidas, poder trabalhar, ter liberdade de falar e agir, as mulheres ainda querem alguém mais forte do lado delas, que tome a frente nas situações que exijam força bruta, decisão firme, enfim, coisa de macho. Não há erro nisso. Como o próprio texto fala, quando a mulher tem que ser o homem da casa, abre mão de seu lado frágil mas ainda assim não tem o devido respeito.

"Ordenar-lho é dar-lhe direitos que são sagrados."

Apesar de fugir do contexto do livro, é poderosa esta frase. No trabalho, uma ordem do chefe te dá o direito de passar por cima de qualquer obrigação para que seu pedido seja cumprido. Sei que de vez em quando a obrigação real é cumprir a ordem E cumprir com todas as suas obrigações, mas é inegável que a ordem superior é a desculpa para abster-se de fazer qualquer outra coisa. Deixa-se de visitar a tia velha porque o juiz mandou você trabalhar na eleição. Eu tenho o direito de fazer os meus exercícios de casa ao invés de lavar a louça porque meu professor me obrigou a entregar o trabalho amanhã de manhã.

"Com efeito, não será um erro crer que os sentimentos se reproduzem? Uma vez despertos, não existem sempre no fundo do coração? Aí adormecem ou despertam ao sabor dos acidentes da vida, mas aí permanecem, e esta permanência modifica necessariamente a alma."

Grande verdade. Antes de se amar a primeira vez, não se sabe o que é o amor. Mas depois que se ama, o amor fica latente bem fundo. Não o amor por alguém, mas a força motriz deste, que permanece revirando bem fundo, até mesmo procurando outro alguém para despejar sua força. Antes de se perder alguém para a morte, não se sabe o que é sofrer, não se sente dor. Mas após a primeira morte, a saudade pode até passar, mas a dor permanece viva, pulsando, pronta para martelar o coração de acordo com os dissabores da vida. O sentimento não muda, o que muda é a sua força e a sua direção. Se esta existência velada e latente não modifica a alma, para melhor ou pior, o que modificaria, então?

Na madrugada de sexta para sábado... mais comentários e considerações finais

A Mulher de Trinta Anos - Honoré de Balzac

Você já ouviu alguém chamar uma mulher de balzaquiana? Não? Sim? Mesmo que já tenha ouvido, talvez não saiba o motivo. Bem, chamar uma mulher de balzaquiana quer dizer que ela tem trinta anos. A expressão nasceu do nome deste livro e de seu autor.

Quando escreveu A Mulher de Trinta Anos, duvido que Balzac teria idéia de que seu próprio nome seria usado para classificar as mulheres. Seria como eu achar que daqui a alguns anos as mulheres que ainda não encontraram o amor passem a ser chamadas de Marianas, só por causa do meu texto Viviane e o Amor.

Mas, enfim, A Mulher de Trinta Anos, passado lá pelos idos do século XVII ou XVIII, conta não apenas a história de uma mulher com esta idade. Sua narrativa começa bem antes, quando ela ainda era jovem e se rendeu à paixão adolescente e se casou com um belo jovem militar, apesar dos apelos de seu pai para que deixasse a vida passar um pouco mais, para que ela pudesse aprender a escolher com melhor certeza seu futuro esposo.

Mas ela não cede aos apelos do pai e se casa. A partir daí, começa a conhecer como é a vida real de uma mulher casada que é esquecida pelo marido e tem que lidar com filhos e dilemas como a traição e a tentação, sofrendo muitos percalços até alcançar a velhice.

Por muitas vezes, graças à sua linguagem clássica, rebuscada, dura e poética, tive que reler alguns trechos para captar o que estava escrito. Isso torna o livro algo ainda melhor, porque você tem que se ligar de verdade com a narrativa, mergulhar na história, para poder desfrutar de tudo que Balzac nos põe à frente.

É incrível como um homem pôde traduzir tão bem o que as mulheres pensam. Se isso ainda não é muito fácil nos dias de hoje, imagine há dois, três séculos atrás, quando a sociedade era extremamente machista e o papel da mulher era a de dona de casa submissa que cuida dos filhos.

Bem, digo que traduziu bem baseado nos meus parcos conhecimentos da alma mulheril. Ter muitas amigas e conversar muito com elas dá nisso: fico achando que sei de tudo. Mas, enfim...

Ainda esta semana... trechos do livro comentados

Aventura Solo - Parte IV

"Ele decidiu voltar para vila de Hampsem - você diz. - Receio que tenha se sentido assustado com o clima do mosteiro. O pobre Heitor tem nervos fragilizados, fica impressionado com qualquer...

- Assustado? - interrompe Malcom, soerguendo uma sobrancelha. Os monges se entreolham. Porque ele ficaria assustado na casa de Deus? Só pode existir uma razão! Apenas um motivo para temer cruzes e pessoas religiosas!

Um trovão cai, iluminando a sala e o esboço de sorriso nos lábios de Malcolm.

- Devemos tentar trazê-lo de volta, senhor? - pergunta um monge.

Pausa. Você se ente um enorme dedo-duro. Seu colega está sendo acusado de heresia bem diante de seus olhos. É verdade que a atitude dele foi muito suspeita. Por outro lado, contudo, você mesmo já está tremendo de medo.

Malcolm coça o cavanhaque com a mão esquerda, e olha para você em seguida.

E aí? Vocês defenderiam seu colega da injusta ou acham mais prudente ficar quietos?

Tem Como Ser Mais Difícil?

Com um "até logo" e um abraço você me disse adeus
Um corte tão profundo, que acredito não merecer
Você sempre foi invencível aos olhos meus
E agora só o tempo me impede de te ver

Se eu tivesse pelo menos mais um dia
Pelo chão eu rolaria, cego de alegria
Um pouco de esperança e riso, isso é tudo que eu preciso

E fazer o tempo voltar, quem me dera eu pudesse
Mas não está em minhas mãos, por mais que eu quisesse

Tem como ser mais difícil?
Do que dizer adeus e não mais te ter?
Tem como ser mais difícil?
Do que ver você ir embora e a verdade reconhecer?

Se pelo menos um dia a mais eu tivesse
A cada segundo dele eu me entregaria por completo
E então nós beberíamos, nós dançaríamos com afeto
E para cada palavra sua eu daria atenção
Como se ela fosse a última, e seria mesmo então

Por que hoje você se foi

Tem como ser mais difícil?
Do que viver minha vida, sem te ter ao meu lado?
Tem como ser mais difícil?
Eu estou tão sozinho, eu estou tão desolado

Como a areia da praia nos pés
Ou como o perfume de um alecrim
Você estará para sempre em mim

Quem me dera você não tivesse ido embora
Para que de novo eu pudesse te tocar
Forte, alegre, e cheio de vida pra dar

Não, não tem como ser mais difícil.

Could it Be Any Harder (The Calling), do cd Camino Palmero
Tradução poética, rimada e fuleira feita pelo Mário

Sugestões para o The Bost

Depois de um breve tempo, estou querendo atualizar a seção The Bost of Sarcófago. Então, digam-me: qual ou quais textos devem entrar para os anais deste cafofo?

A Oração do Pai Nosso, que traz a minha interpretação da oração?
Celular Novo, que mostra a sacanagem que a Sueli aprontou comigo?
Políticos Brasileiros, brincando com a história de que brasileiro não desiste nunca?
Apague as Luzes ao Sair, a tradução da música do Elton John?
Prisioneiro de Mim, um poema chinfrim que eu não gostei?

Aventura Solo - Parte III

Dando continuação à brincadeira, só pra lembrar, vocês escolheram ficar no mosteiro. Vamos em frente.

Oh, bem, não é mesmo problema seu. Heitor sempre foi meio esquisito mesmo. Abandonar sua carreira aqui, desse jeito! Isso acontece, alguns cedem aos temores e superstições. E daí se as tochas pareciam estranhas, se as sombras moviam-se de forma peculiar? Do jeito que vocês estavam cansados, não era de admirar que vissem coisas.

Heitor arruma sua pequena trouxa de roupa e sai sorrateiro pela porta. Boa sorte, pensa você.

Despreocupado, você termina de arrumar suas coisas e preparar sua cama, Malcolm irá chamá-lo em minutos, e você poderá saborear a comida do Mosteiro. Depois de quatorze horas sobre um cavalo, qualquer coisa seria uma refeição magnífica. Você se deixa na cama e espera ser chamado.

Após alguns minutos que parecem uma eternidade, alguém bate à sua porta. Com um esforço sobre-humano, você se ergue da cama e caminha lentamente até a porta. Malcolm está lá para conduzi-lo até a sala de jantar.

- Fizeram boa viagem?

- Sim, senhor, mas estamos completamente esgotados. Boa comida e uma cama quente é tudo que precisamos no momento. Malcolm sorri. Há alguma coisa suspeita em seu sorriso, mas você não consegue descobrir o que é. Caminham sob a luz de velas por corredores sujos e arruinados. Os monges deveriam ser mais ordeiros, pensa você.

O cheiro agradável de comida invade suas narinas. Malcolm se aproxima da mesa onde estão outros quatorze monges. Prepara uma cadeira para você e, antes de puxar outra cadeira para si mesmo, pergunta onde está o outro acólito.

E daí? Vocês contam a verdade ou inventam uma desculpa?

Programação

Sexta feira que vem tem Globo Repórter especial. Já tá tudo praticamente pronto. É só apertar play.

No domingo tem caderno especial junto com o Globo e com o Dia. Já está tudo formatado. É só botar umas informações finais.

Durante a semana, Época, Veja e Isto É trarão reportagens especiais ou até mesmo edições especiais. As matérias já estão digitadas e prontas.

Mês que vem, a Revista das Religiões vai ser especial, se não lançar uma edição extra. Já está tudo diagramado.

A National Geographics vai lançar uma edição de fotos históricas. Todas já estão selecionadas.

No Fantástico de domingo vai ter reportagem especial de encerramento. Também já está feita.

Na terça, o Dom Eugênio Salles vai no Jô. Já está marcado.

Na segunda, Lula vai decretar luto nacional. Só falta assinar o decreto.

Ainda no domingo, a Rede Vida vai mostrar a retrospectiva. Já está editada.

Na quarta, o Discovery vai mostrar um documentário sobre a Polônia. Faltam só uns retoques.

Em maio, sai a Seleções com matéria extra. É só botar as rotativas para funcionar.

No domingo a missa vai demorar mais que o normal.

Na segunda, o Extra vai trazer um gráfico mostrando como é processo de escolha. Além das possíveis indicações.

No próximo sábado, um encontro ecumênico reunindo líderes religiosos para discutir o quanto as coisas vão mudar e se o diálogo vai continuar.

Só falta mesmo Deus chamar o papa pra morar no céu. Que vá em paz este homem que tanto fez. Não só pela igreja católica, mas por toda a humanidade.

O Retorno do Malandro

Se fosse o fim não escreveria mais.
Posto que não foi fim, tamborilo outras histórias.
Para trás duas semanas estão.
O silêncio falou mais que tudo.
Pelas mensagens de apoio agradeço.
E meu retorno fica aqui então marcado.
Em breve textos sobre livros que li.
No domingo, a aventura solo de volta.
No fim de semana, os arquivos da faculdade se atualizam.
Com o passar dos dias, comentários respondidos.
Com o passar das semanas, papéis de parede virão.
Com o tempo, uma cara nova.
E a vida segue em frente.