Elton John em Recife, por Chico Carlos

No final de fevereiro e início de março deste ano, Elton John fez uma turnê na América do Sul, incluindo cinco shows no Brasil. Infelizmente, ele não veio ao Rio de Janeiro e não pude vê-lo. Esta semana publico aqui no blog resenhas dos shows, escritas por pessoas que puderam comparecer.

A quarta delas foi escrita por Chico Carlos. Parceiro de longa data, Chico é jornalista, recifense e da turma que se encontra há anos nas comunidades online para falar da música de Elton John, e conta como foi o show de Recife, em 10 de março.

Elton John: Monstro Sagrado da Música Pop

Os fãs de Elton John ainda não esqueceram o show do cantor realizado em 10 de março no Chevrolet Hall. O que mais despertou curiosidade foi o fato do artista voltar ao Brasil em 2013, para fazer cinco apresentações da turnê “quadragésimo aniversário da música Rocket Man” (São Paulo, Porto Alegre, Brasília, Belo Horizonte e Recife) e encerrar com show solo na capital pernambucana. Quem esteve lá viu um espetáculo inesquecível, inigualável e histórico.

O formato acústico possibilitou que o público apreciasse melhor seu estilo musical e artístico do cantor londrino. O melhor de tudo: Elton John encerrou em Pernambuco sua turnê brasileira, desfilando hits que consagraram sua carreira ao longos dos anos. Em verdade, ele arrasou com seu piano vermelho, comprovando todo seu talento de “monstro sagrado da música pop”.

Em 25 de março, ao completar 66 anos, Elton John continua emocionando plateias, superando preconceitos e limites, vencendo seus próprios desafios. Quem foi que nunca assobiou uma música de Reginald Kenneth Dwight, digo melhor, de Elton John? Nos anos 70, esse palhaço pop do rock n’ roll encantou o mundo com sua maneira irreverente de ser. Passava como um foguete por cima de tudo alimentava o motor de sua criatividade musical. Transbordou suas loucuras juvenis, extravagâncias, luxos e excentricidade que venderam milhões de discos. Nos Estados Unidos, para um espetáculo no Troubador Club, de Los Angeles, para lançamento de sua carreira, o artista surpreendeu. Cantou, pulou sobre o piano e dançou como nunca. Conquistou a admiração do público. O vento soprou sobre a América, o sucesso de Elton John começou a decolar. Quanto mais nos enfiamos pelos anos 70, mais a sua música é um universo. Mundo de pisca-piscas, luminosos, estrelas de Hollywood, mansões, gosto pelo luxo, excentricidades, carrões correndo por estradas de tijolos amarelos.

Ainda nos anos 70, ninguém vendeu tantos discos como o “baixinho”, com suas manias e histórias estranhas. No palco, conquistou milhões de fãs e enfrentou crises inevitáveis que a fama oferece: tentativa de suicídio, separações, mergulho nos excessos - álcool, drogas e alimentação descontrolada. Ele experimentou do céu ao inferno. Foi preciso mudar radicalmente. Livrou-se das drogas e dos excessos. Abriu-se como poucas estrelas pop já o fizeram antes. Além de assumir de público sua homossexualidade, o que, aliás, não era segredo para seu público cativo e fiel. Convencido de sua “sorte” por não ter contraído o vírus da AIDS, criou, em 1992, duas fundações contra a AIDS, na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos, nas quais investe grande parte dos shows e direitos autorais, além de financiamento de pesquisas contra a AIDS, após a morte do adolescente Ryan White. “Sinto que tenho certa responsabilidade de usar o meu lado artístico para ajudar os gays ao redor do mundo a encontrar essa aceitação”, disse recentemente.

É o único artista que até hoje conseguiu obter seis lançamentos consecutivos no primeiro lugar da Billboard, sendo detentor, do recorde de single de maior vendagem da história, com a adaptação feita em 1997 da canção “Candle in the Wind” em homenagem à amiga pessoal, Princesa Diana, totalizando um total de 40 milhões de cópias vendidas. Pode-se falar tudo dele. Mas negar seu talento é imperdoável. Viva longa ao Sir Elton John, um artista de nosso tempo!

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