Uma coisa que reparei durante a leitura é que ao final das histórias, o Sr. Varella não dá nenhuma lição de moral. Terminando a história com a morte ou a cura do paciente, ele simplesmente segue para a próxima, sem desperdiçar tempo.
A moral de todas as histórias só chega mesmo no final do livro, e é uma conclusão à qual eu já tinha chegado na metade da leitura. É neste ponto que o livro mostra realmente a que veio e a leitura se torna ainda mais recomendável.
Se a leitora ainda não teve o prazer de lê-lo, vá e faça isso antes de continuar lendo este artigo, porque os comentários aí embaixo são pra compartilhar minha opinião com quem já leu, e entregam algumas das surpresas do livro.
A moral da história é mais uma questão filosófica. A proximidade da morte leva todos a um estado de espírito completamente diferente de tudo o que já vivenciaram. Para muitas pessoas, as doentes ou as que as acompanham, este é um momento de redescoberta da própria vida, onde os valores são revistos.
Aí entra a grande questão: será que é possível, através de um esforço consciente, alcançarmos este estado de espírito e revisão radical de valores sem que seja preciso passar por momentos de dor e privação?
Pode parecer que sim, mas a rotina acaba por nos deixar acomodados e manter este estado de espírito torna-se um exercício hercúleo. É difícil parar para prestar atenção aos detalhes da vida quando tudo à nossa volta exige agilidade e respostas imediatas.
Não é tarefa fácil fazer disso um hábito, mas cabe a nós mesmo exercitar esta atitude ao longo da vida.
Ou você prefere cair doente para começar a pensar assim?
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3 comentários:
Como ainda não havia comentários, vou dizer que pretendo ler esse livro o mais cedo possível!
Um abração, do amigo Douglas
Fala, Doug! Vale a pena ler o livro sim. É muito bom pra demais da conta.
O livro é bem isso mesmo. Como as pessoas se comportam diante da iminencia da morte? Ou; É possível viver sabendo que a vida acaba logo alí. Recomendo o livro, muito bom mesmo.
Pablo Julius Grégio
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