Perguntinha básica...
Gente, eu não lembro direito, mas... eu avisei que o texto "Assalto no Cartório" era só uma crônica?
A Matadora
Eu sempre soube que ele tinha uma queda por mim, você não vai entender, isso é coisa de mulher. A gente tem disso. Sexto sentido. Homem não tem. Mas bem, eu sabia, eu podia ver isso nos olhos dele. Ou você acha que eu nunca reparei em como ele olhava para minha boca com aquele jeito de quem está a ponto de roubar um beijo?
Mas mesmo sabendo eu não instigava ele, afinal o cara era casado, vivia falando na esposa e no filhinho. Vê lá se eu ia querer aprontar com o casamento de alguém?
Só que aí veio aquela viagem da empresa para um encontro em outra cidade, e nós sentamos juntos no ônibus. Ele sacou um diskman da bolsa e antes que pudesse pôr o fone no ouvido eu brinquei:
- Vê se não ronca, hein?
- Cê já dormiu comigo pra saber se eu ronco?
- Não, mas isso por acaso é um convite?
Sem querer, eu dei o primeiro golpe na fidelidade dele. Nossa, eu senti o homem balançar do meu lado. Ele tentou desconversar mas já era tarde demais. E ali mesmo eu resolvi que iria esquecer que ele era casado.
Era julho, fazia frio, chegamos ao hotel no fim da tarde. Fomos todos para nossos quartos e tínhamos então a noite de folga. Encontramo-nos no saguão e sem pensar duas vezes desferi o segundo - e fatal - golpe: convidei-o para tomar um vinho. Eu sabia que ele gostava de vinhos e nunca iria recusar. E não recusou.
Três taças depois eu já estava em seus braços.
Pois é, foi assim que eu matei um casamento.
Mas mesmo sabendo eu não instigava ele, afinal o cara era casado, vivia falando na esposa e no filhinho. Vê lá se eu ia querer aprontar com o casamento de alguém?
Só que aí veio aquela viagem da empresa para um encontro em outra cidade, e nós sentamos juntos no ônibus. Ele sacou um diskman da bolsa e antes que pudesse pôr o fone no ouvido eu brinquei:
- Vê se não ronca, hein?
- Cê já dormiu comigo pra saber se eu ronco?
- Não, mas isso por acaso é um convite?
Sem querer, eu dei o primeiro golpe na fidelidade dele. Nossa, eu senti o homem balançar do meu lado. Ele tentou desconversar mas já era tarde demais. E ali mesmo eu resolvi que iria esquecer que ele era casado.
Era julho, fazia frio, chegamos ao hotel no fim da tarde. Fomos todos para nossos quartos e tínhamos então a noite de folga. Encontramo-nos no saguão e sem pensar duas vezes desferi o segundo - e fatal - golpe: convidei-o para tomar um vinho. Eu sabia que ele gostava de vinhos e nunca iria recusar. E não recusou.
Três taças depois eu já estava em seus braços.
Pois é, foi assim que eu matei um casamento.
Assalto no Cartório
Aos que escreveram para perguntar o que houve lá no meu serviço, segue um relato saído direto do olho da tempestade:
Já era mais de cinco horas da tarde, hora do cartório fechar, quando ele entrou, botou uns documentos em cima do balcão, pediu para reconhecer as firmas e perguntou se tinha algum banheiro ali.
Meu colega de balcão, sempre solícito, mostrou o caminho. Nesta hora eu estava ali perto do banheiro e até respondi ao seu 'boa tarde'. Um ou dois minutos depois ele saiu de lá já com a arma em punho.
- Assalto, meu cumpadi, assalto!
Ao mesmo tempo, mais dois entraram pela porta da frente.
Com calma e frieza disseram que não queriam nada conosco, apenas o dinheiro dia. Por sorte, neste dia tinha dado movimento e as gavetas estavam recheadas. Enquanto o cofre era aberto a polícia chegou.
Não tenho dúvidas de que a polícia foi avisada por alguém que deve ter visto a movimentação pelo vidro fumê. Afinal, já estava escurecendo e nestas horas dá pra ver de fora pra dentro, ao contrário do que acontece de dia. Enfim, alguém viu e ligou.
Foi aí que começou o tendepá. Nada me tira da cabeça que, se não fosse a polícia, eles pegariam o dinheiro e sairiam com tranqüilidade, mas as sirenes jogaram ainda mais adrenalina nas veias de um deles, que perdeu o controle e sem pestanejar atirou em direção aos policiais, que revidaram prontamente.
Por um extremo azar, uma das balas varou a divisória e encontrou a minha perna direita. Daí pra frente só sei o que me contaram.
Depois desses tiros houve um cessar fogo. Os dois bandidos que estavam na parte da frente foram baleados e caíram sem ação. O que estava lá atrás não ofereceu resistência e se entregou rápido.
Em minutos a ambulância chegou e levou a mim e os bandidos para o pronto socorro. Um deles, bem feito, nem chegou lá vivo. O outro ainda está internado. E eu já estou em casa, de molho por duas semanas.
Já era mais de cinco horas da tarde, hora do cartório fechar, quando ele entrou, botou uns documentos em cima do balcão, pediu para reconhecer as firmas e perguntou se tinha algum banheiro ali.
Meu colega de balcão, sempre solícito, mostrou o caminho. Nesta hora eu estava ali perto do banheiro e até respondi ao seu 'boa tarde'. Um ou dois minutos depois ele saiu de lá já com a arma em punho.
- Assalto, meu cumpadi, assalto!
Ao mesmo tempo, mais dois entraram pela porta da frente.
Com calma e frieza disseram que não queriam nada conosco, apenas o dinheiro dia. Por sorte, neste dia tinha dado movimento e as gavetas estavam recheadas. Enquanto o cofre era aberto a polícia chegou.
Não tenho dúvidas de que a polícia foi avisada por alguém que deve ter visto a movimentação pelo vidro fumê. Afinal, já estava escurecendo e nestas horas dá pra ver de fora pra dentro, ao contrário do que acontece de dia. Enfim, alguém viu e ligou.
Foi aí que começou o tendepá. Nada me tira da cabeça que, se não fosse a polícia, eles pegariam o dinheiro e sairiam com tranqüilidade, mas as sirenes jogaram ainda mais adrenalina nas veias de um deles, que perdeu o controle e sem pestanejar atirou em direção aos policiais, que revidaram prontamente.
Por um extremo azar, uma das balas varou a divisória e encontrou a minha perna direita. Daí pra frente só sei o que me contaram.
Depois desses tiros houve um cessar fogo. Os dois bandidos que estavam na parte da frente foram baleados e caíram sem ação. O que estava lá atrás não ofereceu resistência e se entregou rápido.
Em minutos a ambulância chegou e levou a mim e os bandidos para o pronto socorro. Um deles, bem feito, nem chegou lá vivo. O outro ainda está internado. E eu já estou em casa, de molho por duas semanas.
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