Desta vez, vindo direto de um caderno das aulas de redação da quarta série, um poema sem nome. O exercício era escrever versinhos para uma namorada, então lá fui eu na minha vã tentativa. Versos abaixo da linha da pobreza, com rimas pífias ou inexistentes, mas ainda assim hilários para mim, lidos depois de quatorze anos daquele momento de ins-Piração.
Mais interessante é que as três primeiras estrofes vieram acompanhadas de desenhos que deveriam representar seus versos. Pode-se ver então, que minha habilidade artística na época estava à altura dos versos. Atente para o estilo romântico usado para representar a amada na terceira estrofe. Para ver as imagens, clique na arroba no final das estrofes. [links removidos porque as imagens foram perdidas]
Ás vezes, seus olhos brilham como a lua.
Outras, como um peixinho na água.
É só olhar para eles
que meu coração pára como uma estátua.
Não sei o que há comigo
Acho que estou apaixonado
Eu acho que é...
Glup! Estou muito envergonhado
Hoje sonhei com você,
acordei muito assustado
porque no sonho eu vi você
sonambulando pelo meu quarto
Gosto muito de você.
Sinto uma coisa no coração
Mas eu acho que este versinho
está mais do que doidão
Nas Profundezas do Guarda-Roupas II
Dando seqüência aos textos que tenho encontrado nos meus cadernos nos tempos de Ensino Fundamental, vamos nós com o texto "Eu", onde escrevo de mim mesmo. Datado de 30/05/1994, escrito como dever de casa de uma aula de redação, este texto continua mostrando uma grafia falha, enquanto passeamos pelo que fui, e que, em certos pontos, ainda sou.
Dado à sua superficial profundidade de meu próprio eu visto por mim mesmo, este texto mereceria grandes comentários acerca de cada uma de suas passagens, mas posso aqui fazer umas breves considerações: o gosto esportivo mudou e o musical ficou mais eclético, os bichos morreram, as pessoas variaram, a psicologia inverteu, exceto no interesse de descobrir a verdade. Ainda gosto da selva e de ler, as coleções acabaram e a bomba já não explode mais, como eu bem pude prever.
Vamos então ao texto.
"Primeiro, vou falar de minhas preferências. Nos esportes, eu gosto mais de basquete e handbol, pois usam mais as mãos, e gosto de usá-las; na música, gosto de rock (guns's roses, Legião urbana, DireStraits, e outros), MPB (Caetano, Clara Nunes, Milton, Chico, e outros) e gosto também de Jean Michel Jarre, as músicas dele são só em um órgão, uma das que mais gosto é "Computer Week-End"; adoro gatos (tenho 3) e pássaros (mais 3); adoro filmes de aventura e alguns de comédia, uns dos que mais gostei foi "Ben-Hur". Gosto de pessoas que gostem de tudo o que eu goste, que me escutem, que sejam inteligentes, que não sejam falsas e em que posso ter toda a minha confiança.
Em termos psicológicos eu sou: a) sensitivo = me caracterizo pelos estados emocionais e afetivos. Tenho uma excessiva vida interior, sou fechado, fortemente dominado pela sensibilidade. b) introvertido: concentro a maior porte de minha atenção em mim mesmo, desinteresso-me pelo ambiente, procurando minhas satisfações do meu mundo interior. Pouco me ligo às coisas, às pessoas, falo pouco pareco sempre estar triste. c) Teorico: meu interesse dominante é descobrir a verdade, gosto de pôr em ordem os meus conhecimentos. Gosto de ser discreto.
Gosto de passear em lugares de mata fechada, como selvas; andar de bicicleta, colecionar, estudar e ler.
Sou geralmente taxado como uma bomba, sempre prestes a explodir, mas eu acho que estou mudando e deixando de ser tão explosivo."
Dado à sua superficial profundidade de meu próprio eu visto por mim mesmo, este texto mereceria grandes comentários acerca de cada uma de suas passagens, mas posso aqui fazer umas breves considerações: o gosto esportivo mudou e o musical ficou mais eclético, os bichos morreram, as pessoas variaram, a psicologia inverteu, exceto no interesse de descobrir a verdade. Ainda gosto da selva e de ler, as coleções acabaram e a bomba já não explode mais, como eu bem pude prever.
Vamos então ao texto.
"Primeiro, vou falar de minhas preferências. Nos esportes, eu gosto mais de basquete e handbol, pois usam mais as mãos, e gosto de usá-las; na música, gosto de rock (guns's roses, Legião urbana, DireStraits, e outros), MPB (Caetano, Clara Nunes, Milton, Chico, e outros) e gosto também de Jean Michel Jarre, as músicas dele são só em um órgão, uma das que mais gosto é "Computer Week-End"; adoro gatos (tenho 3) e pássaros (mais 3); adoro filmes de aventura e alguns de comédia, uns dos que mais gostei foi "Ben-Hur". Gosto de pessoas que gostem de tudo o que eu goste, que me escutem, que sejam inteligentes, que não sejam falsas e em que posso ter toda a minha confiança.
Em termos psicológicos eu sou: a) sensitivo = me caracterizo pelos estados emocionais e afetivos. Tenho uma excessiva vida interior, sou fechado, fortemente dominado pela sensibilidade. b) introvertido: concentro a maior porte de minha atenção em mim mesmo, desinteresso-me pelo ambiente, procurando minhas satisfações do meu mundo interior. Pouco me ligo às coisas, às pessoas, falo pouco pareco sempre estar triste. c) Teorico: meu interesse dominante é descobrir a verdade, gosto de pôr em ordem os meus conhecimentos. Gosto de ser discreto.
Gosto de passear em lugares de mata fechada, como selvas; andar de bicicleta, colecionar, estudar e ler.
Sou geralmente taxado como uma bomba, sempre prestes a explodir, mas eu acho que estou mudando e deixando de ser tão explosivo."
Auto Peças Divino
Quando uma certa menina estava pra nascer, há quase vinte e oito anos atrás, Deus estava lá em Sua oficina juntando as partes que fariam dela uma boa pessoa. Botava um pouco de compaixão aqui, um pouco de sorriso ali, uma impaciência acolá, e ela estava ficando pronta para nascer. Só que como até Deus está sujeito às infames leis de Murphy, uma das peças principais caiu no chão e rolou para o canto mais inacessível da oficina, impossível de ser alcançada sem que se arrastasse alguns móveis.
Como a mãe da garota já estava em trabalho de parto adiantado, não havia tempo disponível para que Deus pudesse procurar a peça, e teve que deixá-la de lado, terminando a menina sem ela. Quando colocou a última peça no lugar, a menina veio ao mundo. Os anos se passaram sem que ninguém se desse conta de que algo estava faltando nela.
Pouco mais de três anos depois, durante uma de Suas arrumações na oficina, Deus encontrou aquela peça que tinha ficado perdida desde o dia do nascimento da menina. Como já tinha muitos milagres para fazer, não queria simplesmente fazer aquela peça faltante surgir na garota, e então decidiu entregá-la de um modo diferente. Aproveitou um menino que estava para nascer em poucos dias.
Montou o menino e, bem no interior dele, escondeu a peça da garota. Escondeu tão bem que ninguém perceberia que ela estava lá. O garoto nasceu e cresceu. Para garantir que a peça chegasse ao seu destino, Deus começou a armar encontros e desencontros na vida dos dois.
Apesar de morarem em cidades diferentes, tudo na vida dos dois foi armado divinamente para que um dia, mais cedo ou mais tarde, os dois se encontrassem. Na escola, ele conheceu a irmã dela. No emprego, ela trabalhava com um vizinho dele. Amigos em comum se escondiam aqui e ali. Deus fez seus gostos ficarem parecidos. Viagens, comida, tranqüilidade, as opiniões geralmente batiam.
Até mesmo imperfeições foram dadas a eles para que as coisas dessem certo. O que um sabia de menos o outro sabia de mais. Seriam professores e alunos um do outro. Foi, realmente, uma armação perfeita de Deus.
Vinte e três anos depois do nascimento do garoto, centenas de coincidências depois, os dois finalmente se encontraram. A atração foi instantânea. Ela pareceu entender que ali estava uma parte que faltava a ela. Ele percebeu que ela era o grande quebra cabeças onde ele - uma pequena peça - precisava se encaixar para tornar-se inteiro.
Um telefonema e um encontro bastaram. Literalmente, duas pessoas haviam se tornado um ser, e as suas vidas, que até então pareciam ter um quê de vazio em si mesmas, tornaram-se plenas. Deus, vendo a realização de Seus planos, deu-se por satisfeito, abençoou aquela união e os fez ainda mais feliz do que julgavam ser.
Almas gêmeas? O que tem que ser será? Seja feita a Sua vontade? Não tente tirar uma lição de moral, por favor. Isso é só uma história de amor.
Como a mãe da garota já estava em trabalho de parto adiantado, não havia tempo disponível para que Deus pudesse procurar a peça, e teve que deixá-la de lado, terminando a menina sem ela. Quando colocou a última peça no lugar, a menina veio ao mundo. Os anos se passaram sem que ninguém se desse conta de que algo estava faltando nela.
Pouco mais de três anos depois, durante uma de Suas arrumações na oficina, Deus encontrou aquela peça que tinha ficado perdida desde o dia do nascimento da menina. Como já tinha muitos milagres para fazer, não queria simplesmente fazer aquela peça faltante surgir na garota, e então decidiu entregá-la de um modo diferente. Aproveitou um menino que estava para nascer em poucos dias.
Montou o menino e, bem no interior dele, escondeu a peça da garota. Escondeu tão bem que ninguém perceberia que ela estava lá. O garoto nasceu e cresceu. Para garantir que a peça chegasse ao seu destino, Deus começou a armar encontros e desencontros na vida dos dois.
Apesar de morarem em cidades diferentes, tudo na vida dos dois foi armado divinamente para que um dia, mais cedo ou mais tarde, os dois se encontrassem. Na escola, ele conheceu a irmã dela. No emprego, ela trabalhava com um vizinho dele. Amigos em comum se escondiam aqui e ali. Deus fez seus gostos ficarem parecidos. Viagens, comida, tranqüilidade, as opiniões geralmente batiam.
Até mesmo imperfeições foram dadas a eles para que as coisas dessem certo. O que um sabia de menos o outro sabia de mais. Seriam professores e alunos um do outro. Foi, realmente, uma armação perfeita de Deus.
Vinte e três anos depois do nascimento do garoto, centenas de coincidências depois, os dois finalmente se encontraram. A atração foi instantânea. Ela pareceu entender que ali estava uma parte que faltava a ela. Ele percebeu que ela era o grande quebra cabeças onde ele - uma pequena peça - precisava se encaixar para tornar-se inteiro.
Um telefonema e um encontro bastaram. Literalmente, duas pessoas haviam se tornado um ser, e as suas vidas, que até então pareciam ter um quê de vazio em si mesmas, tornaram-se plenas. Deus, vendo a realização de Seus planos, deu-se por satisfeito, abençoou aquela união e os fez ainda mais feliz do que julgavam ser.
Almas gêmeas? O que tem que ser será? Seja feita a Sua vontade? Não tente tirar uma lição de moral, por favor. Isso é só uma história de amor.
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