Frio, Inverno e Outras Coisas Congelantes

Eu não gosto de frio. Não gosto não gosto e não gosto. Este texto é pra explicar isso.

O grande ponto contra o frio é que ele não permite erros. Se no verão você coloca uma blusa mais quente, basta arregaçar as mangas e tudo bem. Você pode até ficar suado, mas nada que um banho não resolva. Calor não te deixa doente. Mas vai errar no inverno! Basta uma blusa a menos e um vento mais forte que a gripe bate certeira, sem dó nem piedade, como me aconteceu neste final de semana.

Pra quem tem rinite como eu, o frio é um forte aliado para que as crises apareçam todos os dias. E aí, pena de quem tem que conviver comigo e ouvir meus espirros de minuto a minuto.

Estudar em Friburgo é mais uma coisa torturante, ainda mais na Estácio, que é lá no alto do morro, onde bate um vento polar sudoeste que é algo assim... everéstico. É muito frio mesmo. Entra aqui de novo a questão do erro. Às vezes em Cachoeiras tá até fazendo calor, mas quando chega onze horas da noite, em Friburgo, tá fazendo quase cinco graus. Se você não se prepara, é cama no outro dia.

Fazer barba também é terrível. Primeiro você tem que meter a mão naquela água gelada. Depois tem que jogar aquela água na cara. Em seguida, tem que passar, várias vezes seguidas, a lâmina de barbear pelo rosto. É torturante. Muita gente me diz para fazer barba durante o banho, mas a questão é que uso óculos. Sem eles não vejo meu próprio rosto, e com eles, fica tudo embaçado por causa do vapor do chuveiro. Em dias extremos tenho que apelar e esquentar um bocado de água no fogão. Queridas leitoras, agradeçam por não terem barba.

Digitar e tocar. Por causa do frio, as mãos ficam geladas e têm seus movimentos comprometidos. Daí, até eu pegar o ritmo na hora de digitar ou tocar no meu teclado, é uma coisa de dar dó.

Mais um ponto é que qualquer coisa metálica fica mais fria do que realmente está. Não dá pra tocar em nada sem sentir um calafrio pela espinha: maçanetas, chaves, bicicleta, talheres... nada.

Acordar! Ah, acordar! Sair de baixo dos cobertores quentinhos e aconchegantes já é duro, ainda mais sair debaixo deles e ir direto para o banheiro tomar banho. Tira a roupa, sente frio. Sai debaixo d'água, sente frio. Se enxuga, sente frio. Veste a roupa, sente frio. Brrrr....

Trabalhar com Jamerson também é duro. O cara não sente frio, daí que tem dia que ele cisma que está calor e liga o ar condicionado!!! E como é filho do patrão, não dá pra reclamar. Ainda bem que o ar condicionado quebrou (juro que não fui eu).

Não dá gosto de pedalar. Eu costumo pedalar de manhã, antes de ir pro trabalho, mas com aquele vento maravilhoso batendo na cara não há cristão que agüente.

Mas, só pra não dizer que não falei das flores, pra ficar agarradinho e tomar sopa inverno é bom.

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