Desde 2002 eu faço faculdade em Nova Friburgo. Desde então faço parte do abençoado time de estudantes que usa o ônibus gratuito que a prefeitura disponibiliza.
No início, era um caixotinho, dirigido pelo saudoso (só saudoso, não falecido) Duarte. Às vezes também pelo Renato, ou por algum outro motorista. De um ano para cá o serviço foi terceirizado e passamos a ter um ônibus melhor.
Desde a época em que comecei, sempre aconteceu de o ônibus quebrar. No meu quarto dia de aula cheguei em casa às quatro da manhã. No primeiro dia do primeiro semestre de 2005 cheguei às três. Uma ou outra vez a gente tinha que voltar pra casa mais cedo, pois o ônibus quebrava ainda na ida. A gente ficava aporrinhado mas nada muito alarmante.
E então chegamos em 2006, o ano em que, em apenas um semestre, o ônibus já deu mais problemas que em todos os outros anos juntos, sem risco de exagero.
Provas disso são as fotos do dia 25 de março, quando ficamos parados num posto em Friburgo por falta de ar no carro. Sorte nossa que o posto tinha refrigerantes, cerveja, cheetos, fandangos e afins para vender. Ninguém passou fome. Tivemos que esperar um ônibus vir de Cachoeiras para nos buscar e chegamos aqui quando já era uma e meia da manhã. Clique na data para ver uma foto.
Outra vez foi no dia 30 de março (5 dias depois!), quando ficamos na ladeira da Estácio, dessa vez porque o cabo do acelerador tinha se soltado. Depois de 40 minutos de agonia o motorista conseguiu engatar o cabo e seguimos viagem. Salve, Carlos! Mais uma foto na data ali no início do parágrafo.
Em outras várias vezes eu não tirei foto, mas o que não faltam são testemunhas: é vez em que o ônibus fica sem suspensão, outra fica sem bateria, em outra sem a rebimboca da reqüeta da parafuseta. Legal foi o dia em que a gente teve que ir andando praticamente da Ypu até a Estácio. Sem contar nas várias vezes em que só um ônibus apareceu na rodoviária e tivemos que subir todos os cerca de 80 alunos amontoados dentro do busão. E que se fodam as minhas pernas cansadas, não?
Nesta noite do dia 23 tivemos mais um revés. Não sei o que foi, mas tivemos sorte de conseguir entrar em contato com o outro ônibus, da outra faculdade, para que ele fosse nos buscar. Depois de uma agonizante espera no frio cruel das grimpas friburguenses, o ônibus chegou. Mas não foi tão fácil assim: o motorista do nosso ônibus pediu ajuda ao outro, o que fez com que a espera se alongasse ainda mais uns 15 minutos.
Aproveitei uma deixa e consegui um lugar no outro ônibus para sentar, mas a maioria do pessoal não teve tanta sorte, e o ônibus desceu a serra apinhado de gente, igual lata de sardinha. Era tanto peso que o motorista desceu bem devagar, porque se ele deixasse o ônibus embalar não haveria freio que desse jeito. A lotação máxima pode ser conferida através desta foto.
Para dar uma noção de como ele estava lotado, é só levar em consideração que teve gente que NÃO entrou, e ficou esperando em Friburgo, de madrugada, pela chegada de outro ônibus. Ônibus este com o qual cruzamos quando já estávamos chegando em Boca do Mato, logo depois da praça do pedágio.
Horários? Bem, descobrimos o problema no ônibus às 10:40. O outro ônibus chegou às 11:20. Saímos de lá às 11:40. Chegamos em Cachoeiras às 00:45. Lindo.
Eu estava me preparando para escrever este texto, pronto para dizer que "a última do ônibus foi tal-tal-tal", mas daí que ela não foi a última, já que hoje, novamente, tivemos problemas. Desta vez não foi com o nosso ônibus, mas com o outro, das outras faculdades.
Encontramos com ele, parado, já chegando em Theodoro de Oliveira, divisa entre Friburgo e Cachoeiras. O que tinha acontecido é que ele estava sem as luzes e desceu às escuras, atrás de nós. Graças a isso, descemos novamente a serra a passo de tartaruga, chegando aqui exatamente à meia noite, cerca de vinte minutos a mais do que o normal.
É absurdo o que está acontecendo. Incrível ver que antes, quando os ônibus não eram "privatizados", não haviam tantos problemas. Desesperador pensar num acontecimento desses quando as provas estão chegando. Desanimador saber que não temos a quem recorrer.
Tenho certeza de que até o final de semestre, daqui a praticamente um mês, nós ainda teremos outros problemas. E vocês podem ter certeza de que as fotos estarão por aqui.
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