Uma das minhas mais recentes aquisições musicais foi o CD "Eu Quero ir pra Lá", da cantora Jozyanne, conhecida também como "aquela que era do Voices".
Eu tinha ouvido apenas uma cinco músicas delas quando da sua visita a uma festa em Papucaia, uma província aqui do município onde moro. Na ocasião, não foi possível comprar o disco e tive que esperar umas duas semanas até que ele chegasse na loja daqui. Confesso que antes de colocá-lo pra tocar eu estava com um certo receio de que não fosse gostar. Ledo engano.
CD ouvido, receio morto. O disco é muito bom. Não, muito bom não. É M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-O. Sem risco de exagerar, entrou para a lista dos meus 25 melhores cds logo de cara (o que é um feito e tanto, diga-se de passagem).
O repertório é aberto com a faixa título, Eu Quero ir pra Lá, batida pop que é uma das melhores. Logo de cara Jozyanne mostra que tem uma voz excelente e uma presença fortíssima: o trecho em que ela ministra é uma jóia, que me dá arrepios toda vez que ouço. Não tem como não sentir sua firmeza quando ela brada que "tudo isso aqui será passado".
Com uma abertura dessas, é preciso esforço para não dar a impressão de uma bola murcha na música seguinte, caso o ritmo caia muito, e para evitar isso Jozyanne recebe a visita de Cassiane. Santidade é um presente para os ouvidos, na qual as vozes das duas formam um som que é maior que as duas juntas. Genial.
A terceira música, Pedra Sobre Pedra, e também a quarta, Na Tua Presença, mesmo trazendo o ritmo um pouco pra baixo, mantêm a força lá em cima, com sua letras inspiradíssimas. Só na quinta música, Não Vou Me Calar, é que o disco me deixa dar uma respirada, com direito até a solo de violão.
Mas nada de descansar muito tempo: o ritmo cresce de novo com Renova, Senhor, que tem a melhor frase do disco: "renova, Senhor, o amor do início da jornada". E não é verdade que devemos sempre pedir isso? Quando as coisas são novas há a adrenalina, a curiosidade, a empolgação, mas tudo com o tempo acaba murchando e precisamos pedir que Ele nos devolva este amor, esta paixão. Renove, então, Senhor!
Em seguida vêm Coração do Pai, que tem uma levada tão boa, mas TÃO boa, que se não fosse música religiosa faria sucesso nas paradas e seria até tema de novela da Globo.
A música seguinte, Morte e Vida, traz, na minha opinião, o único pecadilho do disco: a primeira palavra cantada nela é "digno". O problema é que ela canta "digno" com duas "sílabas" (di-gno), o que acaba fazendo o 'g' atropelar o 'no' e fica feio. Eu estava falando isso com o Thiago hoje mesmo: não sou chegado a palavras com 'gn'. Digno, ignorante, ignóbil. Não me soa bem. Mas não é isso que tira o valor da música, que tem uma letra muito linda: fala da Paixão de Cristo.
Segue-se então uma leva de músicas de tirar o fôlego. Começa com Soberano Deus, que engana no início com a sua calmaria mas depois tem um crescendo muito bom, que me fez lembrar o Bolero de Ravel. Como assim? É que, tal qual a velha música clássica, esta aqui tem uma leve queda no meio do crescendo para então continuar subindo, mas esta queda não causa aquela sensação de que se está passando a marcha no meio da subida de uma ladeira, e a música flui muito bem até seu ápice. Além disso é uma das raras letras que usa um diminutivo sem parecer infantil: "cinco pães e dois peixinhos" se encaixou com perfeição.
Depois disso vem uma música que, mesmo fugindo do estilo do disco, não deixa de ser ótima. E ela tem metais. Trompetes! Sabe aquela coisa meio caribenha? Isso é Alegria!! E como se não bastasse, o coral faz aqui o seu segundo melhor trabalho no disco. Imperdível.
A seqüência continua com O Senhor Reina, que traz um coral muito bem trabalhado. Os efeitos que eles fazem com a voz há tempos eu não ouvia: a última coisa parecida com o que eles fizeram eu ouvi no disco Rainbow, da Mariah Carey, e isso foi em 2000!! Nada menos que estupendo.
Vou Louvar a Deus, a penúltima música do disco, traz a melhor letra, que me fez lembrar Jó (sempre ele), e que é uma grande lição a todos nós: "vou louvar a Deus, mesmo que eu esteja em tribulação; vou sempre adorar, mesmo que eu esteja dentro de uma prisão; vou sempre sonhar, mesmo que me joguem num poço profundo; mas não vou me entregar, sempre acreditar, a esperança de Deus vive em mim, vou erguer minha voz e então declarar que a vitória logo vai chegar".
Por fim, Eu Passei Pelo Vale fecha o CD com chave de ouro. Com seu ritmo leve e aquele belo piano, ela nos deixa com aquela sensação de filme com final feliz, sendo pra cima sem ser up-tempo. Quando termina, a sensação de quero-mais é tão grande que dá vontade de botar o disco pra tocar de novo.
Enfim, é um disco espetacular, digno de atenção. Mas não acaba aí! O disco em si é muito bem feito: o encarte é muito bem acabado, trazendo as letras e fotos muito bonitas (eu já falei que a dona da bela voz também é bela?). Até o cheiro do encarte é bom, acredite!
Jozyanne, amparada por um time de músicos e compositores de quilate, mostra que é uma das melhores cantoras cristãs da atualidade. É uma pena eu não ter conhecido seu trabalho antes da sua apresentação em Papucaia, no dia 1º de Maio. Se assim fosse, eu teria agradecido pelo presente.
Faça um bem a si mesma, querida leitora: ouça! É, enfim, um presente de Deus.
(E se tudo der certo, em poucos dias vamos ter aqui uma entrevista exclusiva com a Jozyanne)
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