desVantagens do Firefox

Vocês deixaram uns comentários tão interessantes que o artigo sobre a instalação do Firefox vai ficar pro próximo. Vamos ver aqui os pontos levantados.

O Opera: já usei este navegador há muito tempo atrás. Muito tempo mesmo. Tanto que não sei se minha opinião hoje ainda vale alguma coisa. Na época eu não gostei por causa dos anúncios forçados. Apesar de ser gratuito como o Firefox, o Opera ganha dinheiro com a sua versão paga (esta sem anúncios) e com a exibição de propaganda na versão free. Daí que esta propaganda ocupa um espaço considerável da tela. De qualquer maneira é uma alternativa interessante.

Os problemas em certas páginas: isso aí é verdade, e eu já os enfrentei algumas vezes: para tirar segunda via de conta na Telemar, para pegar material no site da Estácio de Sá e ontem mesmo na hora de fechar uma compra no site Super Canguru. Mas, como o Tiago bem disse, este não é um problema do Firefox. O problema, na verdade, está em quem desenvolveu o site.

Assim como tudo hoje em dia que é feito em escala, existem certos padrões a serem seguidos na criação de páginas da internet. Estes padrões não são obrigatórios, claro, mas são criados e definidos para que todos falem a mesma língua, sem necessidade de traduções. Aí o que acontece é que a Microsoft, querendo fazer programas super amigáveis tanto para usuários quanto para programadores, embute no Internet Explorer muitas funcionalidades extras, indo além do que prega o padrão. Em conseqüência, os desenvolvedores "safos", amantes destas novidades, fazem sites quem atendem aos requisitos SÓ do Internet Explorer. Ou seja, eles falam uma língua diferente da padrão.

Aí que qualquer outro navegador que pega aquela página pra ler e dá de cara com comandos que não conhece, faz o que? Nada! Ele pára. E daí não exibe a segunda via da conta, não abre a sala de aula virtual, nem fecha a compra de naquela loja virtual cheia de descontos maravilhosos. E isso, posso apostar, também acontece em qualquer outro navegador que não conheça os comandos especiais do Internet Explorer. Não é, Thiago?

Parece que é uma coisa banal mas é um absurdo sites assim existirem! Para fazer uma comparação, usemos uma metáfora: existem as estradas. E existem carros que andam por estas estradas. Aí vem uma montadora doida e cria carros com pneus que andam bem mesmo quando o asfalto está cheio de cacos de vidro. O que fazem as empresas que administram as estradas? Passam a fazer estradas com cacos de vidro, só porque aquela montadora é a mais famosa. Veja bem, a administradora da estrada NÃO tem convênio com a montadora, NÃO participa nos lucros da montadora, mas passa a seguir um preceito que NÃO é o padrão do mercado, impedindo que TODOS os outros carros andem naquela estrada. De quem é a culpa? Das montadoras que fazem carros incapazes de andar sobre vidro? Pense bem.

Ou seja, ao usar o Firefox, quando der de cara com um site que não funciona, não xingue o navegador. Faça o contrário, mande um email educado para o desenvolvedor. Mostre a ele que ele pode estar perdendo grandes negócios ao deixar de seguir os padrões. É o que vou fazer hoje depois de terminar de escrever este artigo.

ESTUDO DE CASO: Durante todo o final de semana estive tentando fazer uma compra no site Super Canguru, que tem ótimos livros de informática com descontos espetaculares, só que na hora de fechar a compra a coisa estava dando pau. Tentei, xinguei e desisti. Na segunda-feira de manhã eu tentei no serviço (também com Firefox) e não deu certo. No final do dia veio o estalo. Tentei no Internet Explorer e funcionou. Fechei a compra. Agora vejam bem: vou indicar o site para meus amigos da faculdade, porque este site tem muitos livros ótimos que interessarão a eles. Por ser um pessoal mais antenado, a maioria dos meus colegas usa o Firefox. Imagina se uns 15 forem lá e desistirem de fazer compras de R$ 150,00 ou R$ 200,00 porque o site não fecha a compra. Ó o prejuízo. Vou escrever pra eles e contar o caso. Vamos ver se eles acordam.

A importância de os sites se adequarem ao padrão e não ao Internet Explorer é questão de sobrevivência. Talvez eu fale grego agora, mas tentem acompanhar: o Linux está pouco a pouco se tornando mais acessível ao usuário doméstico. E agora que o notebook e o micro popular estão chegando às pessoas mais carentes, o Linux vai lentamente se disseminando. E ele não roda o Internet Explorer. Será que os sites vão dar as costas a todo este contingente de visitantes? Só se quiserem definhar.

Pra fechar, transcrevo aqui o que Tiago escreveu nos comentários: "o IE passa por cima de trocentas normas básicas de segurança para melhorar a vida do usuário lerdo. Por exemplo, aquela janelinha do MSN que pipoca assim q vc recebe um eMail e que, ao clicada, abre diretamente o eMail recebido. Prá fazer isso o IE atropelou umas 4 regras básicas de segurança, abriu 3 portas para que você perdesse teu MSN e mais umas 4 para entrada de vírus". Muitas vezes, nesta abertura de uma porta para facilitar a vida do usuário, a Microsoft deixa sua máquina vulnerável a ataques, que entram exatamente por esta porta aberta.

É isso então. Ficam aqui as suas duas opções: ou você se expõe em troca de uma navegação mais "fácil", ou então navega tranqüilo e, só quando for necessário, abre o chato do Internet Explorer.

Firefox

Diga-me, querida leitora, você sabe o que é um navegador? Não, isso não tem nada a ver com a marinha. Estamos falando aqui de um programa de computador, que com certeza você já usou. Aliás, está usando neste exato momento.

Já posso até te ouvir perguntando: "mas como, Mário?". Simples. Você com certeza já falou que navega na internet, não falou? Então, o que você usa para navegar? O navegador! Não falei que era simples?

E posso apostar que o navegador que você usa é o mesmo usado por 90% das pessoas que navegam na internet: o Internet Explorer. Para comprovar isso basta olhar para o topo da tela do seu computador, naquela barra azul. Vê lá se não está escrito "Microsoft Internet Explorer".

O Internet Explorer é usado por tanta gente assim simplesmente porque ele vem de graça junto com o Windows. E por isso ninguém se preocupa em arranjar outro. Mas existem outras opções, e uma delas vem agradando a cada vez mais gente em todo o mundo: o Firefox.

Mas o que pode levar uma pessoa a trocar um programa que ela já tem de graça por um outro? Bem, o Firefox tem uma dezena de funcionalidades que podem te convencer a fazer pelo menos um teste para ver se gosta. Vamos ver algumas delas.

A primeira delas é a navegação por abas. Assumindo que você usa o Internet Explorer, já reparou que de acordo com que vai navegando, várias janelas vão se abrindo e você termina perdida com tanta coisa aberta? E, ainda por cima, a barra de tarefas (aquela que fica na parte de baixo da tela, onde está o botão Iniciar) termina tão cheia de botões, que fica difícil saber qual é qual? Pois é, o Firefox acaba com isso. Quando você clica em um link qualquer, ao invés de abrir uma nova janela, ele abre uma aba na janela que já existe, como se fosse uma pasta daqueles arquivos de gaveta. Além de manter a sua tela mais organizada, isso gasta menos memória do seu computador.

Outra questão é a sua segurança. O Internet Explorer é cheio de falhas que o tornam vulnerável a sites que tenham códigos sacanas, prontos para infectar o seu computador. E como a Microsoft é um tanto quanto lerda na hora de resolver esses problemas, as chances de que você se danar toda são grandes. Com o Firefox as coisas não são tão preocupantes assim. Claro, ele tem falhas também, mas são em quantidade menor e são corrigidas mais rapidamente.

Mais uma é o bloqueio de janelas pop-up. Janelas pop-up são aquelas que aparecem na sua frente sem que você peça. Você entra num site para ler uma notícia e então - pããã - uma propaganda aparece na sua frente sem que você tenha clicado em lugar nenhum. O Firefox tem uma opção que, quando ativada, impede que essas janelas sejam abertas.

Quer mais uma? Tome lá: sabe no Word quando você escreve uma coisa errada e ele sublinha com uma linha vermelha? Adivinha quem faz isso também? Isso mesmo, o Firefox. Depois de instalá-lo, você pode copiar dicionários para vários idiomas, incluindo o português. Daí, quando você estiver escrevendo alguma coisa em algum site, como nos comentários aqui do Sarcófago ou um scrap no Orkut, e deixar escapar alguma palavra errada, logo aparece o famoso sublinhado vermelho. Mas não terminou ainda: tal como no Word, você pode adicionar palavras ao dicionário do Firefox, para que ele deixe de sublinhar palavras diferentes como, sei lá, Firefox. E, como se não fosse o bastante, o dicionário pode ser atualizado pela internet.

Agora uma das minhas favoritas: você chega numa página que tem um texto enoooorme. Digamos que seja a lista dos aprovados naquele concurso do TSE com salário inicial de R$ 3.000,00 e você quer achar o nome do seu namorado. Pra que ler tudo se você pode simplesmente digitar o nome dele? Isso mesmo! O Firefox tem um sistema de busca no qual basta você começar a digitar que ele já começa a procurar a palavra na página que estiver sendo exibida, destacando-a das demais. Simples assim.

Por fim, você pode baixar temas e extensões para personalizar o Firefox, tudo de maneira fácil, rápida, silenciosa e indolor. Os temas são "caras" novas para o programa, que mudam o desenho dos botões, cores, entre outros detalhes. Já as extensões são como pequenos programinhas que adicionam funcionalidades extras. Estas funcionalidades são as mais variadas possíveis: facilitar na hora de fazer um download, revelar opções ocultas, tornar o mouse um aliado na navegação, sincronizar os favoritos entre vários computadores e até mesmo copiar para o seu computador aquele vídeo divertido do YouTube. Estes são, é claro, apenas simples exemplos. Há muito mais a se descobrir.

E olha que estas são as funcionalidades que interessam apenas às pessoas que são leigas em informática. Para quem trabalha na área, então, as qualidades são muitas outras.

Pois bem, espero que este artigo, leitora amiga, tenha despertado em você a curiosidade por conhecer este programa. No próximo artigo da série veremos como fazer o download, instalar e configurar o Firefox. E em seguida vamos conhecer algumas extensões e temas interessantes. Até lá.

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Outros artigos meus sobre informática

Projeto Wilma - A Conclusão

Segue abaixo a conclusão que entrou ao final do nosso projeto na faculdade. Mesmo fazendo críticas, dizendo que não-era-bem-isso, até o professor gostou. E, pra ser sincero, eu também adorei. Tem um pouco de informatiquês no meio mas vocês vão entender tudo direito, tenho certeza:

Quem diz que fazer um Projeto Final é coisa fácil está, com certeza, querendo enganar os que estão começando a empreitada. E quem diz que é extremamente difícil também está. Um Projeto Final requer, claro, muito suor e algumas noites insones, porém, quando se evita abraçar o mundo com as pernas a corda não chega a apertar no pescoço.

A primeira reunião da nossa equipe aconteceu em 04/02/2006, nove meses antes da data prevista para o seu término. Um filho, pode-se dizer. Deste tempo tiramos várias lições. Vimos que todas as coisas que estudamos nestes anos todos de faculdade não foram em vão. Desde as aulas de programação orientada a objetos com Roman, indo até as aulas gerência de projeto com Bené, passando pelos testes de software e banco de dados, pouca coisa foi deixada de lado.

E aprendemos, principalmente, que só a prática traz o verdadeiro aprendizado. Conceitos e técnicas são lindos quando emoldurados no quadro da teoria, mas é na prática que vemos como a banda toca de verdade. Quando estávamos nos últimos dias de trabalho, olhamos pra trás e vimos como melhoramos. O nosso código é um exemplo: no início as tarefas eram feitas de um jeito e no final eram feitas de outro, de forma mais coesa e eficaz. O banco de dados é outro exemplo: as tabelas são mais claras e organizadas do que no início.

Por isso mesmo sabemos que muitas coisas podem ser melhoradas no Wilma. A interface, por exemplo, carece de melhoras. Durante a execução do Projeto até tentamos usar um conjunto de componentes - RX 275 - muito bem recomendado em vários os sites na internet, mas que não conseguimos colocar para funcionar. Ficou para uma próxima versão.

Outro ponto que tem amplo espaço para melhorias é o acesso a banco de dados. Não tivemos tempo para estudar padrões de projeto voltados para a materialização e desmaterialização dos dados, por isso decidimos adotar uma solução que não é tão elegante quanto desejável.

Ao lado de tudo isso, uma coisa muito importante ficou ainda mais clara para todos nós: o grupo não pode, jamais, restringir-se a si mesmo. Muito do que foi feito aqui nasceu nas conversas e da ajuda de outros colegas de faculdade. A troca de experiências é peça fundamental neste processo, e o Wilma traz em suas linhas muitas pitadas das idéias de nossos colegas, sem as quais as coisas teriam sido, com certeza, mais complicadas. Que fique registrado aqui nosso agradecimento a todos os nossos amigos.

Tendo sido o Projeto aprovado, seu destino é ser implantado para uso em 2007 no colégio que nos auxiliou em toda a caminhada. Faremos alguns ajustes finais, corrigiremos alguns bugs e o Wilma começará a ser usado.

Para uma segunda versão estão previstos, além das melhoras do código e interface, a implantação de outras funcionalidades: controle de material entregue pelos alunos, emissão de boletos, abrangência às outras séries do ensino fundamental e ensino médio.

Desde a primeira reunião da equipe até a apresentação final do projeto para a banca avaliadora, muita estrada foi percorrida, e muita coisa foi aprendida. E a maior lição, com certeza, é a de que ainda temos muito a aprender.