A Mulher de Trinta Anos - Honoré de Balzac

Você já ouviu alguém chamar uma mulher de balzaquiana? Não? Sim? Mesmo que já tenha ouvido, talvez não saiba o motivo. Bem, chamar uma mulher de balzaquiana quer dizer que ela tem trinta anos. A expressão nasceu do nome deste livro e de seu autor.

Quando escreveu A Mulher de Trinta Anos, duvido que Balzac teria idéia de que seu próprio nome seria usado para classificar as mulheres. Seria como eu achar que daqui a alguns anos as mulheres que ainda não encontraram o amor passem a ser chamadas de Marianas, só por causa do meu texto Viviane e o Amor.

Mas, enfim, A Mulher de Trinta Anos, passado lá pelos idos do século XVII ou XVIII, conta não apenas a história de uma mulher com esta idade. Sua narrativa começa bem antes, quando ela ainda era jovem e se rendeu à paixão adolescente e se casou com um belo jovem militar, apesar dos apelos de seu pai para que deixasse a vida passar um pouco mais, para que ela pudesse aprender a escolher com melhor certeza seu futuro esposo.

Mas ela não cede aos apelos do pai e se casa. A partir daí, começa a conhecer como é a vida real de uma mulher casada que é esquecida pelo marido e tem que lidar com filhos e dilemas como a traição e a tentação, sofrendo muitos percalços até alcançar a velhice.

Por muitas vezes, graças à sua linguagem clássica, rebuscada, dura e poética, tive que reler alguns trechos para captar o que estava escrito. Isso torna o livro algo ainda melhor, porque você tem que se ligar de verdade com a narrativa, mergulhar na história, para poder desfrutar de tudo que Balzac nos põe à frente.

É incrível como um homem pôde traduzir tão bem o que as mulheres pensam. Se isso ainda não é muito fácil nos dias de hoje, imagine há dois, três séculos atrás, quando a sociedade era extremamente machista e o papel da mulher era a de dona de casa submissa que cuida dos filhos.

Bem, digo que traduziu bem baseado nos meus parcos conhecimentos da alma mulheril. Ter muitas amigas e conversar muito com elas dá nisso: fico achando que sei de tudo. Mas, enfim...

Ainda esta semana... trechos do livro comentados

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