Arrependimento

Sabe a velha história de que "se arrependimento matasse..."? Pois é eu já era pra estar morto há semanas. Não falo do telefonema mal atendido que mencionei dias atrás, mas sim do Lix!, o maldito programa do Livro Adicional Eletrônico que o babaca aqui inventou de fazer.

Quando, lá em fevereiro, fui na Corregedoria e ouvi aquele absurdo de que os cartórios teriam que fazer este maldito livro adicional eletrônico, eu era pra ter dito pro meu chefe, "ó só, a gente vai ter que comprar um programa aí". Mas não, nãããão! Solícito, o zé ruela aqui disse que faria.

Agora que estou na reta final tô vendo a coisa ficar cada vez mais complicada, tanto em como fazer quanto no que tem que ser feito. Quando achei que estava indo muito bem, liguei para a Corregedoria e vi que algumas coisas não eram como eu tinha pensado. Elas eram, claro, muito piores, muito mais complicadas.

Tô a ponto de jogar a toalha.

Somando-se a isso a doença de um colega de trabalho (o que me obriga a fazer o meu trabalho e metade do dele - e metade do dele é coisa pra demais da conta) com o absurdo, inútil e irracional acréscimo na quantidade de fiscalização da Corregedoria em cima dos cartórios, mais ainda com o inexplicável aumento de gente estúpida e filha-da-puta que tá aparecendo no balcão, o resultado é que eu tô com muito serviço atrasado, estressado e me cansando demais, gastando meu tempo com o que não devia.

Sinto muita falta de chegar em casa e poder brincar com a minha cachorra durante meia hora, depois sentar para ler o jornal, ouvir uma música por puro prazer... enfim, fazer tudo o que eu queria fazer quando me formasse na faculdade.

Definitivamente, acho que amanhã eu deixo o botão do "foda-se" no automático e largo o Lix! de lado. Acho muito feio assumir um compromisso e não conseguir cumprir depois, mas vai ser melhor assim do que infartar aos vinte e sete.

E que eu aprenda, definitivamente, que ser solícito é pros babacas.

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