Recentemente o Donizetti escreveu sobre o Jethro Tull, uma banda que só conheço de nome, graças à música Samba do Approach, de Zeca Baleiro. Em algum lugar do texto, ele comenta que tem a filosofia de não ir a shows de dinossauros. Intrigado, deixei um comentário perguntando os motivos disso. Por que boicotar um show dos Stones, do Elton John ou do Mark Knopfler? Para minha surpresa a resposta veio na forma de um longo post.
Para dar continuidade à conversa, aqui vai minha opinião sobre o assunto. Leiam lá e voltem pra cá.
Leram?
Pois bem, será que o Rush seria uma Lurdinha, que promete ser tudo aquilo que era antes, talvez um pouco melhor, sem apresentar nada de novo? Não acho. O Rush é um exemplo de banda que segue trabalhando e lançando material inédito até hoje, e posso citar o exemplo do ótimo disco Vapor Trails. Os Stones também são outro exemplo. Estão há anos na estrada e continuam lançando material inédito e bom. Seu último trabalho, A Bigger Bang (cuja turnê passou pelo Brasil ano passado), tem excelentes músicas, como por exemplo Streets of Love e This Place is Empty. Não posso também deixar de citar o próprio Elton John, que nos últimos anos tem posto no mercado discos muito bons.
Claro que nos shows esses caras tocam sucessos das antigas. Afinal, quem não gosta de ouvir clássicos como Closer to the Heart, Satisfaction e Saturday Night's Alright for Fighting? Mas isso não faz deles gente que não apresenta novidades, nem que não acompanhe as mudanças do mundo da música. A Lurdinha pode ter amadurecido e aprendido algumas carícias novas, prontas para te levar à loucura.
Mas não posso deixar de concordar com o Doni com o fato de que existem, sim, Lurdinhas. Para dar um exemplo nacional bem escrachado, basta pensar em Sidney Magal, que até hoje se perfaz em cima de Sandra Rosa Madalena. Tudo bem, exagerei um pouco aí, eu sei. Mas vocês entenderam.
Não há como discordar, também, da recomendação de buscar o novo. E nessa hora vale tudo: sites como musicovery, pandora, jamendo e last.fm são ideais neste quesito. E claro, compartilhar suas descobertas também ajuda. Nada melhor do que um diálogo do tipo "aí, já ouviu Moptop? Não, mas se for tão bom quanto o James Blunt, eu tô dentro.".
A única coisa que às vezes me deixa com um pé atrás em relação às bandas novas é que parece que elas são extremamente efêmeras, fruto de um processo de laboratório que tenta criar o estilo e a postura da moda. Depois de um tempo a fórmula se esgota, a banda cai no ostracismo e que venha o próximo da fila. Quer um exemplo? The Calling. Procuro não pensar muito nisso, para evitar deixar passar coisas boas, afinal de contas, one-hit-wonders sempre existiram.
Voltando à questão de ir ou não ao show de um dinossauro do rock, eu, podendo ir, não perco. O show dos Stones ano passado na praia de Copacabana foi orgásmico, mesmo estando eu a mais de 100 metros do palco. Afinal de contas, como dizia minha saudosa professora de história do ensino fundamental, não há nada melhor do que o passado para ensinar sobre o que somos agora e que podemos vir a ser daqui a pouco.
Depois de divagar tanto, acabei vendo que esta nossa diferença de opinião se dá ao significado que damos à palavra "dinossauro". Pra mim, dinossauro é gente que já está na estrada há tempos mas continua trabalhando a todo vapor. Tipo os Stones. Para o Doni (e, se for assim, também para o meu chapa Frossard), dinossauro é aquele cara que já está na estrada há tempos mas insiste em fazer nome em cima de um sucesso que já passou. Tipo o Jethro Tull.
É isso, Donizetti?
3 comentários:
"A Lurdinha pode ter amadurecido e aprendido algumas carícias novas, prontas para te levar à loucura". Excelente! hehehe Esse era exatamente o tipo de debate que eu queria começar... Você entendeu meus argumentos e os respondeu com maestria, com novos argumentos que irei responder aqui com calma ao voltar da faculdade hoje (são 5:20 agora e estou me arrumando para sair). Grande abraço.
Eu tentei comentá 14 vezes, mas todas elas deram pane. Então desisti, fiquei puto, abri mão de minha obra prima e fui assistir meu mais recente aquisição da Sylvia Saint.
Hmpft
Tiago, não entendi nada.
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