Anima Mundi 2010

Desde muito tempo, quando morava ainda em Cachoeiras de Macacu, eu acompanhava pelo jornal O Globo as edições do Anima Mundi, sempre com muita vontade de um dia poder assistir às apresentações. Mas a distância e o medo de vir ao Rio de Janeiro sempre me impediram de fazê-lo.

Eis que este ano saciei a vontade e encarei seis sessões em três dias. Duas sessões foram de curtas feitos por crianças em escolas de animação. Nada espetacular, mas ainda assim trabalhos importantes, pois servem para incentivar novas produções e para descobrir grandes animadores por este mundo afora. Alguns dos curtas são absolutamente sem graça, mas outros são até divertidos, como Paola Poule Pondeuse, a história da galinha que trabalhava em uma fábrica de ovos.

Outra sessão foi a de curtas que concorriam a prêmios nesta edição do Anima Mundi. Um ou outro sem graça mas a maioria legal: Amourette, um stop motion de dois bonecos de madeira fazendo sexo sobre uma lixa; Little Quentin, que tem uma idéia semelhante à abertura de Toy Story 3; Un Tour de Manege, com história mais ou menos mas visual impecável; A Lost and Found Box of Human Sensation, lindo, sobre a perda de entes queridos; Paraphernalia, a história de um menino e seu robô de estimação; e Operatatatata, uma hilária história de suspense. Não percam este último.

A quarta sessão foi uma coletânea de curtas dos 18 anos do Anima Mundi. Só um curta ruim e o resto muito bom: Qualquer Nota, com uma música bem diferente; O Monge e o Peixe, que, acredito eu, poderia se chamar O Monge Maconhado e o Peixe, bem louco e divertido; Atama-Yama, sobre um japa em cuja cabeça nasceu uma árvore; Guide Dog, engraçado pra cacete; Father and Daughter, muito simples e muito bonito; The Cat Came Back, de chorar de rir e com música grudenta; Vida Maria, uma crítica à realidade das crianças nordestinas; Lapsus, hilário, com uma freira e seu eterno Oh, my God!; e O Velho e o Mar, uma das animações com visual mais bonitos que já vi. Neste último, cada quadro do filme é como um quadro destes que a gente pendura na parede da sala.

As outras duas sessões foram longa-metragens: The Apple & The Worm é a história de uma maçã de exposição que descobre ter uma lagarta dentro de si. Ela parte então em busca de uma cura para sua doença, contando para isso com a ajuda de uma maçã deformada com cara de pera e uma cereja que adora cantar. Bem divertido.

Já a outra animação, Mary & Max, é absurdamente legal, bonita, engraçada e emocionante. Conta a história de Mary Dinkle e Max Horowitz. Ela uma menininha australiana, ele um novaiorquino solteirão e solitário. Entre Mary e Max nasce uma grande amizade depois que eles começam a trocar cartas e descobrir interesses em comum, como chocolates e desenhos animados. Procurem este filme, pois vale a pena. Penso até em comprar o DVD.

A única coisa que tenho a reclamar é da absurda falta de educação dos cariocas. A quantidade de gente andando, brincando e conversando no celular durante as sessões é irritante até o talo. Enquanto víamos The Apple & The Worm, o que não faltou foi gente zanzando no Odeon tapando a nossa visão das legendas. Acho que as salas de cinema têm que trocar o aviso Desligue o celular por Desligue a porra do celular, sua filha da puta mal educada ou por Quem não desligar o celular tem a mãe na zona.

Fora isso, termino o Anima Mundi feliz e satisfeito por ter participado. Quem nunca foi não sabe o que está perdendo.

A maioria dos links acima levam para o YouTube, onde a leitora poderá assistir aos curtas na íntegra, o que é altamente recomendado. Coloco direto aí embaixo o trailer legendado de Mary & Max. Não percam.




E que venha o Anima Mundi 2011.

Um comentário:

Daniel Josac disse...

Pq vc parou com o blog vovó viu a rede ??