Buzinas

Eu sou uma fábrica de ideias. Passo o dia inteiro tendo tudo quanto é tipo de ideias e teorias sobre qualquer coisa que passe pela minha cabeça. Uma que volta e meia me tem vindo à mente é sobre buzinas.

Desde que vim trabalhar no Rio de Janeiro passei a ter noção do quanto é sacal ficar trancado em um ônibus três horas por dia ouvindo buzinas para todos os lados. Os inventores do mp3 player têm um lugar cativo no meu coração, pois não sei o que seria da minha vida se não pudesse passar esse tempo ouvindo música.

Não consigo entender o que leva um boçal, que é o quarto ou quinto de uma fila de carros, a buzinar desesperada e freneticamente assim que o sinal abre. Ele acha o que? Que a sua buzina tem um poder mágico de empurrar os outros carros para a frente?

Aí vem a minha teoria sobre as buzinas: elas poderiam ter um número limitado de usos. E por limitado eu digo limitado mesmo, coisa de quinze a vinte buzinadas. Buzinou vinte vezes, já era, babau, vai ter que comprar outra. Buzina de moto, então, deveria durar menos tempo ainda.

Aposto que o mundo seria um lugar melhor de se viver.

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