VIRANDO A MESA
Iniciava-se, então, a época das grandes mudanças. Uma época em que Ricardo assumiu posições que, se hoje são lugar comum, na época eram vistas como audaciosas e até mesmo tresloucadas. Por um lado, ele começou a colocar mais poderes nas mãos de seus funcionários, e, por outro, partiu para a diversificação dos trabalhos realizados pela empresa.
Em se tratando de dar poderes para os funcionários, Ricardo realmente foi um visionário para a época. Uma das medidas que ele tomou foi a permissão para que os funcionários pudessem criar comissões de fábrica, tendo o direito de se associar e formar um grupo coeso e unido, com a possibilidade de serem ouvidos pela cúpula da empresa, reivindicando seus direitos e sugerindo idéias.
Claro que este "serem ouvidos" passa longe de serem apenas escutados. Ricardo e seus colegas do topo da empresa estavam realmente interessados em escutar a opinião de seus subordinados. Toda e qualquer opinião e reivindicação recebia a devida atenção e era cuidadosamente analisada.
Outra medida tomada por Ricardo foi adoção de sistemas de avaliação 360º. Esta é, de longe, uma das mais ousadas para a época. Se hoje em dia é quase moda falar nisso, em sua importância (e muita gente fica só no discurso), na década de 80, quando as empresas eram extremamente burocráticas, atitudes como esta poderiam ser facilmente consideradas indício de loucura.
Afinal de contas, se hoje em dia, quando esse método de avaliação é mais difundido, muitos empregados ainda têm receios de retaliações ao fazer observações negativas sobre seus chefes, naquele tempo isso deveria soar quase como uma piada.
Mais recentemente, mas não menos importante, Ricardo deu aos funcionários o direito de eleger colegas que os representassem no conselho administrativo da empresa, com voz ativa e poder de voto.
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