Escolha Como Você Será Lembrado

Dentre os muitos sites que leio e acompanho, o Achieve IT! é, de longe, um dos melhores. Semana passada ele publicou um texto excelente, daqueles que esfregam o óbvio na sua cara. E justo o óbvio que você não queria enxergar. Bom pra abrir os olhos, o coração e a mente. Pedi permissão ao Brad Isaac para traduzi-lo, e ele prontamente liberou. Aqui está, então, o artigo, cujo título é este aí de cima.

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Este artigo trata de um assunto intenso e até mesmo doloroso. Ele não foi escrito na intenção de soar mórbido ou depressivo, mas, pelo contrário, ele está aqui para abrir seus olhos para uma situação pela qual você certamente vai passar um dia.

Pense nos seus amigos, nas pessoas que você ama, nos seus pais, e responda: como você gostaria que eles lembrassem do seu último contato com eles? Além disso, pense se seu filho, ou esposa, ou irmão, ou alguém próximo, morresse em um acidente e que o último pensamento dessa pessoa fosse o último contato que teve com você. O que você gostaria que ela estivesse pensando?

Praticamente todos nós saímos de casa todos os dias: vamos trabalhar, vamos ao mercado, vamos ao restaurante e esticamos no cinema.

E às vezes as coisas saem do nosso controle. As estatísticas mostram que a maioria dos acidentes de carro acontecem perto de casa. A gente não costuma parar pra pensar nestas coisas, no que poderia acontecer, e fazemos assim para manter a mente tranqüila, mas de vez em quando é bom parar para pensar sobre nossa fragilidade. Se não parássemos pra pensar, não faríamos coisas sensatas como um seguro de vida.

Hoje, te aconselho a passar uns minutos pensando em como seria se um destes acontecimentos trágicos acontecessem amanhã. Como você gostaria que as pessoas que você ama lembrassem de você?

As pessoas têm medo de voar de avião, mas as chances de morrer em um acidente de carro são 37 vezes maiores. 52% dos acidentes de carro com mortes acontecem em estradas que não são muito movimentadas (leia-se "perto de casa").

É por isso que eu te dou a sugestão de, quando você sair de casa, que saia sorrindo e dizendo às pessoas que realmente são importantes para você o quanto você gosta delas. Deixe uma boa última impressão, para o caso de você não ter outra chance.

Imagine que você não seguiu o meu conselho. Imagine que você saiu de casa puta da vida ou que tenha dito uma ofensa daquelas ou que tenha batido a porta, e nunca mais voltou. Que fardo você deixou com as pessoas que ama! Durante um bom tempo elas se sentirão mal, talvez até se culpem por sua morte.

A raiva é uma coisa que passa rápido, mas as últimas lembranças duram para sempre. Cada vez que você sai, é um risco que você corre. Sim, é um risco pequeno, então meu conselho é tomar uma atitude pequena, só por segurança. Se separe dos outros com um sorriso e uma palavra de carinho, seja quando você sair ou quando alguém sair. Isso é tão importante quanto usar o cinto de segurança.

E já que estamos falando disso, o que você fez hoje, ontem, semana passada, para garantir que as pessoas que você ama saibam que você as ama? Hoje pode ser sua última chance.

Ano passado meu pai dirigiu umas centenas de quilômetros para visitar os netos. Passamos uma semana lotada de piadas e gargalhadas mas, infelizmente, ele morreu quatro dias depois. E mesmo que eu esteja chorando enquanto escrevo isso, tenho uma enorme gratidão por aquela semana. Todos temos. Que bênção foi ter aquela última chance de sermos felizes juntos e partilhar todo o amor que tínhamos uns pelos outros antes de dizer adeus.

Acho que estou escrevendo tudo isso pois sei que seria muito fácil seguir o caminho inverso, e uma estúpida briga de família poderia nos deixar vazios ao invés de gratos.

Resumindo, a questão aqui é: são os pequenos gestos antes de viajar que mostram às pessoas que nós as amamos, não importa se é uma viagem para outro país ou apenas uma visita à mercearia da esquina. O que importa é a diferença que fazem se o inesperado acontecer.

Afinal de contas, a última impressão é a que fica.

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