50 Semanas de Rock - Jimi Hendrix

Finalmente, depois de várias semanas de bandas que não me agradaram, com uma outra coisa que interessaram, surge alguma coisa que me deu prazer de ouvir. Jimi Hendrix é exatamente o que eu pensei que fosse: um cara que toca guitarra com prazer. Dá pra sentir que o que existe ali é muito mais do uma relação músico-instrumento, mas sim uma relação homem e sua amada. Jimi quando tocava parecia esta acariciando uma mulher, buscando fazê-la sentir prazer, e esse tesão, na música, é tudo que há de melhor.

Jimi foi um artista que finalmente consegui baixar os três discos previstos para a semana e pude realmente ouvi-los bastante, chegando à conclusão de que todos são muito bons.

O primeiro deles, Axis: Bold as Love, começa de um jeito muito estranho: a primeira faixa, EXP, é uma suposta transmissão de uma entrevista num rádio, e as pessoas são alienígenas, com vozes estranhas, e a guitarra faz sons de estática e de sintonização, variando o som entre um ouvido e outro, chegando ao ponto de me deixar zonzo. Muito esquisito. Mas aí começa a música e a coisa fica muito boa de se ouvir. Todas as músicas são boas, mesmo não havendo nenhum destaque espetacular. Talvez If 6 Was 9, que eu já conhecia na voz de Cássia Eller.

O segundo disco foi Electric Ladyland, também fodão. Ele segue a linha do Axis: Bold as Love, com a guitarra esganiçada no Jimi em todos os cantos. Os destaques aqui ficam por conta de Come On, Long Hot Summer Night e as duas versões de Voodoo Child, uma de 15 minutos e outra de cinco, sendo a menor a melhor delas.

O terceiro disco foi o ótimo Blues. Ele já começa muito bem com Hear My Train a Comin' em versão acústica e já cai na excelente Born Under a Bad Sign. No meio do caminho tem uma versão blues de Voodoo Child e a rasgadíssima Bleeding Heart. Lá estão também a nervosa Jelly 292 e uma outra versão de Hear My Train a Comin'. Simplesmente imperdível. Se você quiser ouvir um deles, que seja este.

Jimi Hendrix é, enfim, foda demais. Apesar de não ter exatamente uma música que tenha marcado em especial, e que eu ponha várias vezes para ouvir, é o tipo de som que gosto de botar pra tocar, o tipo de cara que quero conhecer mais e o tipo de música que vai passar a fazer parte da trilha sonora da minha vida.

***


Gosta do que escrevo e quer retribuir? Veja produtos do Jimi Hendrix no Submarino ou no Mercado Livre entrando aqui pelo Sarcófago e compre alguma coisa que eu ganho uma comissão. A casa agradece.

Veja a lista de bandas que fazem parte das 50 semanas de rock

2 comentários:

Anônimo disse...

Cara, que bom poder justamente abrir o seu blog, com um comentário positivo sobre o Jimi. Poucos são os de sua geração que têm um alcance para vislumbrar o talento de um músico que, certamente, foi muito além de suas fronteiras. A sua música é um eco desse talento, mas o que foi no ribombar dos anos 70 fica difícil de eternizar somente pela sua música e nos mp3s de hoje. Porém, vale a referência... Espero que algo possa se abrir mais em sua curiosidade para explorar estilos e preciosidades afins.

ass.: Um fã inveterado e irremediavelmente marcado pelo som, pelo brio e pelo sentido do que é tocar guitarra com a alma!!

Mário Marinato disse...

Camarada, música boa é música boa. Quando ouvi o Jimi a primeira vez me surpreendi com a qualidade e emoção de sua música. Acabei não ouvindo muita coisa dele depois dessa época, mas pode ter certeza que ainda vou escutar muito a guitarra desse malandro.

É uma pena que a gente quase não ouça falar dele por aí.