Reforma de Casa: Entrega de Material

Se você vai começar a reformar ou construir a sua tão sonhada casa e acha que é uma pessoa extremamente paciente, prepare-se para rever os seus conceitos, pois a entrega dos materiais no seu canteiro de obras é caso para deixar brancos os cabelos que os carecas nem têm mais.

Um par de semanas antes de começar as obras de reforma da minha casa, eu tirei umas semanas de férias e corri todas as lojas de material de construção daqui de Cachoeiras de Macacu para pesquisar preços. Cimento, tijolos de diferentes tamanhos, areia, pedra... pesquisei tudo. E, claro, a primeira compra foi na loja mais barata, que marcou para entregar parte do material em um determinado dia, pela manhã.

Chegado o dia, chegou a tarde, o pedreiro quase que à toa, e nada do material. Liguei para a loja e eles disseram que o caminhão tinha acabado de sair. Às oito da noite eu cheguei à conclusão de que o caminhão tinha saído da loja e ido para a garagem.

No outro dia de manhã, logo cedo, às oito, já liguei para a loja. O cara pediu desculpas, disse que tinha ocorrido um imprevisto, que o caminhão já estava sendo carregado e que eu seria o primeiro a receber o material. Às dez, liguei de novo, para saber que o caminhão tinha acabado de sair de lá, e que já estava vindo direto para minha casa, um percurso de cerca de cinco minutos. Chegou às onze, depois de mais duas ligações.

Desnecessário dizer que desisti desta loja logo no início. Só consegui receber o resto do material no dia certo depois que ameacei arranjar uma confusão na loja e pedir o meu dinheiro de volta.

O nome da loja: Abel Materiais de Construção. CORRAM DESTE LUGAR!!

Depois desta experiência horrível, parti para outra loja: Construsousa, do Renan. Apesar de também me enrolar um pouco com as entregas de vez em quando, Renan é mais responsável e na maioria das vezes as coisas chegam no dia e horário marcados. É lá que compro a maioria dos materiais desde então.

A Madeireira Macacu, onde comprei os caixonetes das portas também me enrolou um bocado: um caixonete extra, que pedi há coisa de dois meses, ficou de ser entregue em quatro dias levou cerca de vinte. A Sanitária Cachoeirense me aprontou uma das maiores lambanças que já vi e a Marmoraria Rangel me deixou bobo com algumas explicações das mais estapafúrdias que já vi, e merecem artigos à parte, que publicarei em pouco tempo.

Duas lojas trabalharam muito bem: quando fui fazer o telhado comprei as madeiras e as telhas na Herfaltz Madeiras, e a entrega foi uma beleza. Tudo certinho e no dia marcado. E, alguns meses mais tarde, quando comprei os pisos, a Amoedo de Niterói me fez sonhar em morar em um lugar onde as lojas sejam mais responsáveis: o material bateu aqui em casa às sete da manhã do dia marcado. Não há como ser mais pontual.

Em todo este tempo, tive que ser muito paciente e por várias vezes fui obrigado a falar mais grosso e mais alto para ver se as pessoas que me atendiam tinham noção de que eu não estava ali para brincadeiras e que queria ter os meus direitos de consumidor respeitados.

Então, repito meu conselho lá do início: quando for lidar com obras, prepare-se para desafiar muitas e muitas vezes os limites da sua paciência.

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