Já estou na internet há mais de cinco anos. Neste tempo já conheci muita gente, interessante ou não. Gente do Brasil e gente desse mundão. E depois de tanto tempo, posso afirmar uma coisa: salvo raríssimas exceções, as pessoas que você conhece na internet podem cair no esquecimento muito mais rápido do que você imagina.
No início, cheguei a ter "grandes amigos". Era email pra lá e pra cá todo dia. E quando digo todo dia é todo dia mesmo. E todos, puft, sumiram. E como nunca tivemos um contato real, não houve problemas de apego. Hoje não passam de lembranças.
Alguns simplesmente desaparecem. A primeira foi a francesinha Fiona. Tudo durou um ano de emails, e até cartas, para que um dia ela parasse de escrever, e praticamente nunca mais nos falamos. E houve uma grande leva depois dela: a holandesa Evelien, a mexicana Sílvia, a brasileira Clara, a sul-africana Aeysha, entre muitos outros. Em outros casos, quem desapareceu fui eu. Há também os casos em que a comunicação vai ficando falha, cada vez mais esparsa, até secar de vez. E todos aqueles emails guardados foram para o lixo.
Às vezes nem mesmo um contato real impede o afastamento. É o caso da Andréia. Topei com ela e mais um grupo usando um programa de bate-papo por voz, e durante uma viagem parei na cidade dela para nos conhecermos. Gente boa, louca-despirocada-das-idéias. E depois desse dia foram meia dúzia de emails, tchau e benção.
Apenas três das amizades que fiz pela internet se tornaram em grandes amizades de verdade, simplesmente inesquecíveis: minhas queridas patas-mineiras (oi, amores!) Mony, Tia Cláu e Ana Puts, um trio tresloucado que saiu do mundo virtual e já virou parte da minha vida.
Escrevo sobre tudo isso porque hoje passo por uma nova onda de amizades virtuais. Onda esta que é formada pela turma que conheço por causa do Sarcófago e pela turma que conheço nos fã-clubes do Elton John. Sim, falo alguns de vocês, meus queridos leitores. Pelo Sarcófago temos gente que volta e meia figura nos posts, como o Leo, a Tati ou a Inez. E pelos fã-clubes é uma leva maior ainda, como a Eliane, o Julio, a Isabel e o Chico. Mas será que todos estarão aqui comigo daqui a um ano? E será que daqui a um ano eu ainda estarei presente? É esperar pra ver. Mas não sou eu quem vai nutrir esperanças de seja eterno.
Acho que uma das únicas esperanças para amizades assim é quando as pessoas moram perto umas das outras e então há a possibilidade de encontros reais, que são o que realmente vale a pena.
Pra quem me conheceu na internet e me vê como um amigo, minhas palavras podem soar duras, cruéis, insensíveis. Mas estou sendo sincero. Adoro conversar com todos, mas sei que tudo pode acabar de uma hora pra outra. Basta trocar de endereço, fechar o blog, e nunca mais nos vemos.
Ou basta apenas ignorar. Apagar um email é muito mais simples e cômodo do que virar a cara para alguém na rua. A culpa pode ser do servidor, do provedor, o programa de email, do maldito windows! E nem precisamos dar desculpas.
Infelizmente é assim: amizades que nascem e crescem apenas na internet estão fadadas a se acabarem rápido.
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