50 Semanas de Rock - Elvis Presley

Se querer conhecer rock e sua história sem ouvir Elvis é pecado mortal, lá fui eu passar uma semana ouvindo o som do cara. Assim como Chuck Berry, Elvis não é rock puro o tempo todo: ele tocava música romântica - o estilo pelo qual ele talvez seja mais conhecido -, um pouco de gospel e, claro, muita coisa com levada jazz e blues, os sons predominantes da época.

Duas coisas que se destacam em todos os discos e em quase todas as músicas são os backing vocals, muito bem feitos, tanto vocalizando tanto quando fazem a segunda voz, e também os instrumentos de sopro: trompetes e companhia. Quem acompanha meus textos sobre música já deve ter notado isso: adoro metais em músicas, o que fez de Elvis um prazer de se ouvir.

Uma coisa que se nota no Elvis é que ele não varia muito a sua voz: é quase sempre aquele vozeirão grave, que deixa muitas músicas com um ar épico. Não que sua voz seja ruim, claro, mas talvez por estar acostumado com Elton John eu sinta falta de falsetes e brincadeiras com a voz.

O disco That's The Way it Is é o mais lento dos que peguei. Há uma ou outra música mais animadas, como Stranger in the Crowd e Just Pretend, mas são muito poucas. O resto é basicamente música lenta. Mas não músicas ruins, calma lá! É nele que está a minha favorita na voz do Elvis: Bridge Over Troubled Water, clássica maravilhosa de Simon & Garfunkel, versão que eu já conhecia há um tempo. A título de curiosidade, neste disco está How the Web Was Woven, cuja introdução é cagada e cuspida a mesma de Will You Be There, do Michael Jackson.

Já Raised on Rock, ao contrário do que o nome possa sugerir, também não é tão roqueiro assim. Claro, ele traz boas batidas, como Find Out What's Happening e a faixa título, mas não é o disco de rock que eu pensei. Ele, na verdade, é recheado daquelas baladas enjoativas que o pessoal tá acostumado a associar ao Elvis. É por esse tipo de música que o pessoal acha que o cara é chato. Não é das melhores coisas para se ouvir.

Dos discos que peguei, o melhor é, de longe, o As Recorded at Madison Square Garden, gravado ao vivo. Ali eu vi o quanto Elvis era bom em cima de um palco (ele apresenta a banda, conversa um pouco com a platéia e ainda fica de brincadeira mudando as músicas e perguntando "vocês sabem o que eu vou cantar, não sabem?") e como era bom empunhando sua guitarra. Nele estão algumas das melhores que ouvi: Proud Mary, You've Lost That Lovin' Feelin' e Heartbreak Hotel, além das clássicas e eternas Hound Dog, Love Me Tender e Can't Help Falling in Love. Taí um dos discos que quero um dia ter em minha coleção.

Por fim, curioso com o fato dele ter gravado discos gospels, baixei um para ouvir e gostei bastante. He Touched Me tem belas canções de louvor a Deus e a Jesus Cristo, tudo seguindo a linha de ritmos e estilos comuns ao Elvis. Entre as melhores do disco estão There's No God But God, Seeing is Believing, Reach Out to Jesus e a linda Amazing Grace.

Definitivamente, Elvis não morreu.

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