O silêncio da terra findara. Agora um cavalo relinchava, dormindo; um dos cães latiu, outro ganiu. O vento varreu, subitamente, a casa toda, sacudindo-a de leve. Meu pai, tremendo de novo, levantou-se e voltou à sala, puxando a cortina de uma das janelas. A Lua era branca e clara, e brilhava num céu tranqüilo.
Meu pai pegou sua Bíblia com as mãos geladas e releu Mateus 24, não uma, mas várias vezes. Eram três horas quando ele subiu as escadas para voltar à cama, e deitar-se ao lado de minha mãe adormecida, até que a aurora clareou as janelas. Então ele dormiu.
De manhã ele estava exausto. Quando foi tomar o café da manhã, lembro-me de que olhou para cada um de nós de maneira estranha, como se nos visse pela primeira vez e tentasse recordar-se de alguma coisa. Mas não contou o que presenciara - se é que aquilo realmente acontecera ou não passara de um sonho - senão meses depois.
Não houve a menor notícia daquilo nos jornais, que ele naquele dia folheou pela primeira vez em muitas semanas. Concluiu que devia ter sonhado...
Continua...
O início
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